Trainspotting – Sem limites
Viciado em heroína, o jovem Mark Renton (Ewan McGregor) pertence à classe trabalhadora de Edimburgo. Perambula pelas ruas cometendo pequenos delitos, ao lado dos amigos Sick Boy (Johnny Lee Miller), Spud (Ewen Bremner) e Begbie (Robert Carlyle). Os quatro estão sempre sob efeitos de droga para fugir da dura realidade, até que um dia se envolvem num plano descomunal para mudar de vida.
Exibido numa sessão da meia-noite do Festival de Cannes de 1996, ficou fora da mostra competitiva esse cult-movie considerado um dos filmes mais polêmicos e cruciais dos anos 90, que chacoalhou o público com sua história feroz e sua montagem frenética. Revelou ainda o quarteto de atores que se espraiaram pela estrada do cinema, em especial Ewan McGregor.
Baseado no livro original de Irvine Welsh escrito em 1993, virou uma famosa peça de teatro em 1994 no Reino Unido até ser adaptado para o cinema - e 20 anos depois ganhou uma continuação bem maneira. É um filme polêmico, provocador, que repercutiu como uma bomba extasiante no mundo inteiro.
O cineasta Danny Boyle vinha de um cinema marginal com o perturbador “Cova rosa” (1994), em que lançou Ewan McGregor, e novamente repetiria a dose com uma ótica diferenciada, dessa vez reinventando o drama com toques policiais, para mostrar a vida selvagem e degradante de um adicto, que vai do uso impulsivo das drogas ao arrependimento, passando por crimes e outros tipos de delinquência. Boyle foca nos drogados da classe trabalhadora de Edimburgo, presos ao vício, sem apoio da família. Eles vivem entre amigos pelas ruas, usando álcool e heroína injetável, única alternativa para suportar o peso do mundo.
Boyle recorre a um humor ácido, afiadíssimo, que virou marca de seus trabalhos, e criou, na figura de McGregor, um emblemático anti-herói moderno.
A narrativa de “Trainspotting” é diferente de tudo aquilo que o cinema já havia produzido sobre o tema, totalmente oposto aos dramas tediosos, amargos e violentos sobre drogas como “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída” (1981) e “Kids” (1995), que focavam na desesperança de uma geração perdida.
Na trilha sonora, músicas de Brian Eno, New Order, Blur, Lou Reed, Iggy Pop, e a original feita para o filme, que fez muito sucesso, “Born Slippy” (do grupo Underworld). Foi indicado ao Oscar de melhor roteiro e venceu o Bafta na categoria, de autoria de John Hodge, parceiro de Danny Boyle em vários filmes, como “Por uma vida menos ordinária” (1997), “A praia” (2000), “Em transe” (2013) e a continuação, “T2: Trainspotting” (2017).
Saiu em DVD no Brasil em duas ocasiões, pela extinta Spectra Nova e pela Versátil (com extras), ambas com boa imagem e som.
Saiu em DVD no Brasil em duas ocasiões, pela extinta Spectra Nova e pela Versátil (com extras), ambas com boa imagem e som.
Trainspotting – Sem limites (Trainspotting). Reino Unido, 1996, 93 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Danny Boyle. Distribuição: Spectra Nova e Versátil Home Video
Nenhum comentário:
Postar um comentário