A felicidade não se compra
Prestes a cometer suicídio na véspera do
Natal, o banqueiro George Bailey (James Stewart) é salvo por um anjo (Henry
Travers), que desce à Terra para fazer uma boa ação a fim de ganhar as tão
sonhadas asas. Ele se torna um amigo espiritual de Bailey e o ajuda a rever sua
vida, para que ele volte a ser quem era, um homem dedicado, feliz e importante
para os amigos e família. Bailey então irá relembrar momentos fundamentais do
passado no dia do Natal.
Existem muitos clássicos do cinema com tema
natalino, como “Duas semanas de prazer” (1942), “De ilusão também se vive” (1947
– conhecido como “O milagre na rua 34”, que teve remake em 1994), “Natal
Branco” (1954), mas sem sombra de dúvida “A felicidade não se compra” (1946) é
o mais contundente, por sinal o mais querido dos americanos. Um típico filme
“Family/fantasy” para todos os públicos, um clássico absoluto e até hoje
colocado na lista dos mais belos da Sétima Arte.
Baseado no romance “The greatest gift”, de
1943, do escritor americano Philip Van Doren Stern, o drama se passa na cidade
fictícia de Bedford Falls, acompanhando um banqueiro às vésperas do Natal,
quando tudo parece ter terminado para ele. Cheio de dívidas, abandonado pelos
amigos, deixa seu lado amoroso para virar um cidadão amargo, a ponto de cometer
suicídio. No momento em que vai saltar da ponte para a morte, um anjo aparece,
muda aquele cenário e se torna seu amigo leal, para abrir sua mente para as
coisas boas que a vida ainda tem a oferecer.
James Stewart é a veia central dessa
obra-prima aclamadíssima; ele criou um papel eterno, que invadiu o imaginário
dos americanos, e uma fonte de inspiração. É uma das atuações de maior peso de
Stewart, que deu a ele indicação ao Oscar – foram cinco nomeações ao todo, de
melhor filme, diretor, ator, edição e som, e ganhou o Globo de Ouro de direção.
A magia que a obra proporciona está
especialmente nas mãos do diretor Frank Capra, ganhador de três Oscars, uma
mente iluminada dos primórdios do cinema. Nascido na Itália, mudou-se para os
EUA com a família quando tinha apenas quatro anos. Começou a carreira no cinema
mudo, na década de 20, dirigindo com o passar do tempo os longas de maior
destaque do cinema americano das décadas de 30 e 40, por exemplo, “Aconteceu
naquela noite” (1934), “O galante Mr. Deeds” (1936), “Horizonte perdido”
(1937), “Do mundo nada se leva” (1938), “A mulher faz o homem” (1939),
“Adorável vagabundo” (1941) e, claro, “A felicidade não se compra” – tão
fundamentais que pelo menos dois dessa lista ganharam o Oscar de melhor filme. Uma
característica de Capra era de inserir personagens de homens simples lutando
contra corrupção e o destoante sistema econômico, na tentativa de mudar o
mundo. Trabalhou frequentemente com James Stewart, Cary Grant e Gary Cooper,
falecendo em 1991 aos 94 anos.
O filme saiu em DVD duplo com a versão
original em PB e a colorizada, pela Classicline. A Versátil anunciou
recentemente a versão restaurada em bluray, disponível para venda desde o dia
30/11, com extras (a mesma havia lançado o filme em DVD lá atrás, no início dos
anos 2000). Um filme lindíssimo para ver e rever!
A felicidade não se compra (It’s
a wonderful life). EUA, 1946, 130 minutos. Drama. Preto-e-branco. Dirigido por
Frank Capra. Distribuição: Classicline (DVD de 2019) e Versátil (DVD de 2002 e
Bluray de 2020)
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