quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Cine Especial de Natal


A felicidade não se compra

Prestes a cometer suicídio na véspera do Natal, o banqueiro George Bailey (James Stewart) é salvo por um anjo (Henry Travers), que desce à Terra para fazer uma boa ação a fim de ganhar as tão sonhadas asas. Ele se torna um amigo espiritual de Bailey e o ajuda a rever sua vida, para que ele volte a ser quem era, um homem dedicado, feliz e importante para os amigos e família. Bailey então irá relembrar momentos fundamentais do passado no dia do Natal.

Existem muitos clássicos do cinema com tema natalino, como “Duas semanas de prazer” (1942), “De ilusão também se vive” (1947 – conhecido como “O milagre na rua 34”, que teve remake em 1994), “Natal Branco” (1954), mas sem sombra de dúvida “A felicidade não se compra” (1946) é o mais contundente, por sinal o mais querido dos americanos. Um típico filme “Family/fantasy” para todos os públicos, um clássico absoluto e até hoje colocado na lista dos mais belos da Sétima Arte.
Baseado no romance “The greatest gift”, de 1943, do escritor americano Philip Van Doren Stern, o drama se passa na cidade fictícia de Bedford Falls, acompanhando um banqueiro às vésperas do Natal, quando tudo parece ter terminado para ele. Cheio de dívidas, abandonado pelos amigos, deixa seu lado amoroso para virar um cidadão amargo, a ponto de cometer suicídio. No momento em que vai saltar da ponte para a morte, um anjo aparece, muda aquele cenário e se torna seu amigo leal, para abrir sua mente para as coisas boas que a vida ainda tem a oferecer.
James Stewart é a veia central dessa obra-prima aclamadíssima; ele criou um papel eterno, que invadiu o imaginário dos americanos, e uma fonte de inspiração. É uma das atuações de maior peso de Stewart, que deu a ele indicação ao Oscar – foram cinco nomeações ao todo, de melhor filme, diretor, ator, edição e som, e ganhou o Globo de Ouro de direção.


A magia que a obra proporciona está especialmente nas mãos do diretor Frank Capra, ganhador de três Oscars, uma mente iluminada dos primórdios do cinema. Nascido na Itália, mudou-se para os EUA com a família quando tinha apenas quatro anos. Começou a carreira no cinema mudo, na década de 20, dirigindo com o passar do tempo os longas de maior destaque do cinema americano das décadas de 30 e 40, por exemplo, “Aconteceu naquela noite” (1934), “O galante Mr. Deeds” (1936), “Horizonte perdido” (1937), “Do mundo nada se leva” (1938), “A mulher faz o homem” (1939), “Adorável vagabundo” (1941) e, claro, “A felicidade não se compra” – tão fundamentais que pelo menos dois dessa lista ganharam o Oscar de melhor filme. Uma característica de Capra era de inserir personagens de homens simples lutando contra corrupção e o destoante sistema econômico, na tentativa de mudar o mundo. Trabalhou frequentemente com James Stewart, Cary Grant e Gary Cooper, falecendo em 1991 aos 94 anos.


O filme saiu em DVD duplo com a versão original em PB e a colorizada, pela Classicline. A Versátil anunciou recentemente a versão restaurada em bluray, disponível para venda desde o dia 30/11, com extras (a mesma havia lançado o filme em DVD lá atrás, no início dos anos 2000). Um filme lindíssimo para ver e rever!

A felicidade não se compra (It’s a wonderful life). EUA, 1946, 130 minutos. Drama. Preto-e-branco. Dirigido por Frank Capra. Distribuição: Classicline (DVD de 2019) e Versátil (DVD de 2002 e Bluray de 2020)

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