segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Viva Nostalgia!



Zardoz

Em 2293, o deus Zardoz controla a sociedade proibindo o nascimento de crianças e incentivando a guerra entre os humanos. Neste mundo desolado, Zed (Sean Connery), um selvagem exterminador, decide sair desta terra-sem-lei, arrasada pela poluição e pela violência, para invadir o Vortex, uma comunidade luxuosa onde vivem ricos e intelectuais, o que irá ameaçar o equilíbrio da civilização.

Até hoje esta sofisticada aventura surrealista com ficção científica é incompreensível para a maioria das pessoas. Foi escrita, dirigida e produzida pelo britânico John Boorman, de “Amargo pesadelo” (1972), “Excalibur” (1981) e “Esperança e glória” (1987), cinco vezes indicado ao Oscar, hoje afastado do cinema, aos 85 anos. É o trabalho mais cult do cineasta, totalmente influenciado pelo Psicodelismo, encharcado de efeitos especiais bizarros (datados, vistos hoje) em uma história futurista complexa, um grandioso delírio visual. Num lugar indeterminado, daqui a 275 anos, quando uma catástrofe mundial acabou com o Ocidente, as pessoas estão divididas em duas sociedades: a Vortex é dominada pelos ricos imortais, como intelectuais, cientistas e pessoas trabalhadoras, fechados do mundo exterior, onde o sexo é reprimido e todos substituíram as emoções por outro nível de sentimento, chamado de Segundo Nível (que só lá existe); a segunda sociedade é a terra dos Brutos, um local desértico, feio, poluído, regido pela guerra, onde convivem homens primitivos em tribos, verdadeiros assassinos, adoradores do deus Zardoz. Este deus é uma cabeça de pedra voadora (inspirada em “O mágico de Oz”) que aparece ditando regras, expelindo armas pela boca para que a guerra continue. Zed (Sean Connery, em plena forma, com roupas vermelhas esquisitas, após seu ciclo como James Bond) é um exterminador revoltado que sai do grupo dos Brutos e invade a Vortex, causando o terror naquela sociedade. E desse ponto em diante a aventura fantasiosa capta momentos de romance, muita ação e violência.


Tarefa difícil dar detalhes devido à complexidade do filme, que é de uma imaginação assustadora. Sombrio, alusivo e original, causou burburinho na época do lançamento, em 1974, e ainda hoje traz sequências indecifráveis. Tem no elenco a exuberante atriz Charlotte Rampling, lindíssima, aos 27 anos, e uma ponta do próprio diretor John Boorman, como um camponês (ele foi o molde para a cabeça voadora do deus Zardoz).
Indicado ao Bafta de melhor fotografia, de Geoffrey Unsworth (naquele ano ele foi indicado também ao Bafta e ao Oscar pela fotografia de “Assassinato no expresso Oriente”, que tinha Sean Connery no elenco). Uma aventura scifi cult para poucos. Em DVD pela Fox.

Zardoz (Idem). Irlanda/EUA, 1974, 105 min. Aventura/Ficção científica. Colorido. Dirigido por John Boorman. Distribuição: 20th Century Fox.

Nenhum comentário: