A
vigilante do amanhã: Ghost in the shell
Num
futuro próximo, a tecnologia comanda a humanidade. Major (Scarlett Johansson) é
a primeira de sua espécie, uma soldada com cérebro humano num corpo robótico,
programada para matar criminosos no mundo cibernético. Numa investigação
rotineira, descobre um fato perturbador sobre seu passado, que envolve a
corporação que a criou.
A
revolução tecnológica absorvida no cinema como você nunca viu antes! “A
vigilante do amanhã” é uma experiência ímpar para quem curte cultura cyberpunk
e animes japoneses. Protagonizado pela belíssima Scarlett Johansson (magérrima,
com traços orientais e seminua numa roupa que parece pele), a ficção científica
recorre a uma direção de arte de cores neon fortes e imagens múltiplas, um apelo
gráfico suntuoso e uma ideia bem original para o cinema, com efeitos visuais
magnéticos, levados ao limite máximo.
Foi
inspirado no mangá de mesmo nome, de Shirow Masamune (ou Masanori Ota), e teve
antes, em 1995, uma excelente versão em anime, intitulado no Brasil de “O
fantasma do futuro”, com uma continuação em 2004. Tanto os desenhos quanto esta
primeira versão para cinema tratam das possibilidades de reprogramação do
cérebro humano, num futuro próximo (ano de 2029), quando o mundo se tornou 100%
informatizado. As máquinas dominam a sociedade, os hackers assumem formas de
destruição em massa, e nesse caos uma corporação cria robôs com um
“ciber-cérebro”, que podem acessar em milésimos de segundos qualquer tipo de
informação (uma analogia ao banco de dados da internet). Também treina robôs
para matar criminosos, com possibilidade de se camuflar, ficar invisíveis e se
infiltrar em qualquer canto da cidade - Major é um exemplo perfeito da
tecnologia. Ela é uma respeitada soldada perita em táticas, da Seção 9, chamada
de ciberdefensores, especializada em caçar robôs malfeitores. Enquanto os
elimina, vasculha o passado chegando a segredos que a abalam, e por isso inicia
um plano de vingança. Na trama (não vou contar mais para não estragar as
surpresas) alia-se a um militar com olhos de visor noturno, Batou (Pilou Asbæk),
e ao mentor, Aramaki (Takeshi Kitano, o grande diretor e ator japonês, numa
participação bacana). É ver para crer! Pena que a maior parte da crítica, em
especial a norte-americana, não embarcou na ideia; eu, pelo contrário, fiquei
empolgado e desde o ano passado, quando saiu nos cinemas, indico o filme.
Do
diretor inglês Rupert Sanders, de “Branca de Neve e o caçador” (2012), a fita
traz participação especial de Juliette Binoche como uma cientista e também de
Michael Pitt. Confira!
A
vigilante do amanhã: Ghost in the shell (Ghost in the
shell). EUA/China/Inglaterra/Índia/Hong
Kong, 2017, 106 min. Ação/Ficção científica. Colorido. Dirigido por Rupert
Sanders. Distribuição: Paramount Pictures
A espaçonave
Avalon viaja para outro planeta levando cinco mil pessoas para que habitem
novos lugares, já que na Terra os recursos naturais se esgotaram. Todos estão em
estado de hibernação, pois o percurso dura 120 anos. Dois passageiros, Aurora (Jennifer
Lawrence) e Jim (Chris Pratt), acabam despertando de suas cápsulas 90 anos
antes do programado. Solitários, criam
fortes laços de amizade até se apaixonarem e terão de encontrar estratégias
para evitar um defeito que poderá comprometer o funcionamento da gigante nave
espacial.
Recebeu
duas indicações ao Oscar de 2017 (de melhor design de produção e melhor trilha
sonora, para Thomas Newman) esta intensa e inesperada space opera com ótimos
efeitos visuais e um trabalho acima da média dos dois atores centrais que
formam o par romântico, Jennifer Lawrence e Chris Pratt.
Com
orçamento de U$ 110 milhões (rendeu o triplo nas bilheterias) teve má
repercussão pela crítica americana (lá eles são uns chatos mesmo), sendo mais
bem recebido na Europa e no Brasil (eu gostei pra caramba, vi no cinema e
depois revi em DVD no ano passado, quando lançado pela Sony Pictures).
É uma
história intrigante no espaço sideral, a bordo de uma espaçonave chamada Avalon,
que realiza um cruzeiro interestelar para um planeta da colônia Homestead II. Num
futuro próximo, a Terra tornou-se inabitável, então as pessoas são levadas, em
estado de hibernação, para outro planeta, cuja viagem demora 120 anos. Na
Avalon há 5200 passageiros e 250 tripulantes. Mas um problema técnico na
cápsula de um deles, Jim, o faz acordar 90 anos antes (ele só viajou 30 anos,
portanto). Passam-se os dias, ele enlouquece de solidão, precisar criar jogos esportivos
para fugir do tédio, e seu único amigo é um barman androide (Michael Sheen).
Quando anda pelas salas de hibernação, fica fascinado por uma jovem, Aurora, e
de propósito abre a cápsula dela, despertando-a do longo sono. Ele não conta que
foi ele o responsável por aquilo. Entre os dois nasce uma amizade e posteriormente
um romance. Na metade do filme, tramas paralelas aparecem, deixando o lado
romântico de lado para se construir uma deleitosa aventura com ficção científica,
rumo a um final soberbo.
Chama
a atenção o desenho de produção da fita, com destaque para a linda nave Avalon,
por dentro e por fora, além dos efeitos visuais bem realizados.
Parece
um tema novo, mas desde os anos 60 Hollywood já utilizava a ideia, para
refletir sobre o futuro da humanidade diante da crescente exploração dos
recursos naturais pelas mãos dos homens, como em “Corrida silenciosa” (1972), “No
mundo de 2020” (1973) e até na animação “Wall-E” (2008).
Só
os implicantes para reclamarem do resultado desse filme joia, escrito pelo
roteirista Jon Spaihts, de “Prometheus” (2012) e “Doutor Estranho” (2016), e
dirigido pelo norueguês Morten Tyldum, de “Headhuters” (2011) e indicado ao
Oscar por “O jogo da imitação” (2014). Veja a boa participação de Laurence
Fishburne e a ponta de um minuto de Andy Garcia, que abrilhantam o elenco.
Passageiros (Passengers). EUA, 2016, 116 min.
Aventura/Romance. Colorido. Dirigido por Morten Tyldum. Distribuição: Sony
Pictures
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