quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Especial de cinema

 
Cinema de terror anos 80
 
A distribuidora Obras-primas do Cinema lança, desde 2020, caixas especiais em DVD com filmes de terror dos anos 80. Até agora já saíram oito volumes com quatro longas em cada um deles, totalizando 32 títulos. Tem filme de terror com fantasmas, vampiros, psicopatas, zumbis, monstros gosmentos e palhaços assassinos. Todos os boxes vêm com cards colecionáveis com as capas dos filmes e muitos extras nos discos. Confira abaixo três títulos arrepiantes, recomendados aos fãs do gênero, que estão nesses boxes – disponíveis para compra no site da distribuidora, em https://www.colecioneclassicos.com.br
 

Depois da meia-noite
 
Um grupo de estudantes se matricula em um curso de psicologia do medo, coordenado pelo misterioso professor Edward Derek (Ramy Zada). Trancadas num antigo casarão, as jovens compartilham histórias arrepiantes de terror, para que sintam na pele o medo e consigam, assim, enfrentá-lo. Quando bate meia-noite, as histórias imaginadas viram realidade.
 
Lançado no finzinho dos anos 80, o cultuado filme de terror trazia três histórias macabras a partir de uma tradição oral – um grupo de garotas reunidas numa velha casa para contar casos assombrosos de fantasmas, psicopatas e zumbis. Elas estão num curso, instigadas por um professor sinistro, que tem o poder de fazer com que as histórias criem vida própria, depois da meia-noite. Clima de mistério, gritos e sussurros, sustos pelos cantos das paredes, tudo isso causa frisson no público que assiste. É um horror realista com surpresas mirabolantes que tornam o filme puro horror com fantasia, já que aparecerão na trama caveiras malignas que lutam e feitiços que amaldiçoam os personagens. Percebam a participação da estreante atriz Marg Helgenberger, que depois faria o terror scifi ‘A experiência’ (1995).
Disponível em DVD no box ‘Sessão de terror anos 80 – Vol. 7’, em dois DVDs, que reúnem quatro filmes – os outros são ‘A TV dos mortos-vivos’ (1987), ‘A abominável criatura’ (1988) e ‘O soro do mal’ (1988), além de 40 minutos de extras, como entrevistas, galeria de imagens, making of e outtakes.
 
Depois da meia-noite (After midnight). EUA, 1989, 93 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Jim Wheat e Ken Wheat. Distribuição: Obras-primas do Cinema
 

 
O soro do mal
 
O jovem estudante Brian (Rick Hearst) sente algo estranho em seu corpo. Ele entende que está delirando ao topar, no apartamento onde vive, com um estranho bicho falante. Só que não é delírio – uma estranha criatura alienígena chamada Elmer invadiu a casa do estudante e forma com ele uma estranha relação de simbiose – Elmer injeta pela nuca de Brian uma droga alucinógena, que o torna viciado, enquanto Brian, em troca, tem de caçar pessoas para que o monstro se alimente de cérebros.
 
Cultuadíssima fita de horror, muito bizarra e com tons de humor macabro, adorada por fãs de horror alternativo nos Estados Unidos. Para quem curte, assim como eu, filmes alternativos estranhos pra caramba, vai achar um sarro. Já começa com um casal de velhinhos preparando cérebro humano para dar a alguém, que está numa banheira. Não vemos o que é. De repente, aquilo foge do apartamento dos idosos, causando uma agonia no casal. É uma criatura alienígena parecida com um polvo misturado com serpente, azulado, que tem boca cheia de dentes e um sorriso de deboche. De nome Elmer, ele se esconde no apartamento de um jovem, Brian, vizinho dos idosos. Cria com ele uma relação mútua de dependência – o bicho falante, de voz grossa, se aloja atrás das costas do rapaz. Ele dá uma droga para Brian, injetada diretamente em seu cérebro, e em troca pede humanos, já que seu prato preferido é cérebro fresco. Brian vira um viciado, uma espécie de zumbi, alucinado naquela droga poderosa, e ao mesmo tempo se torna um assassino potencial – já que faz armadilhas para capturar pessoas para Elmer.
Bizarro em todos os sentidos, um dos filmes mais estranhos do cinema, feito por um diretor extremamente alternativo, Frank Henenlotter, de outro filme igualmente bizarro e sanguinário, ‘O mistério do cesto’, que integra a trilogia ‘Basket case’ (feitos entre 1982 e 1991) - de uma criatura que vive num cesto e come pessoas. ‘O soro do mal’ faz analogias sexuais – o bicho é em formato de pênis e satisfaz o personagem por trás, na nuca, fala de dependência química, e pode ter sido inspirado num clássico filme de terror alemão sobre sonambulismo e controle, ‘O gabinete do Dr. Caligari’ (1920), de um médico que utiliza um homem para cometer assassinatos. Esteja preparado, pois é uma fita cult diferentíssima. Em DVD no box ‘Sessão de terror anos 80 – Vol. 7’ - composto por dois DVDs, que reúnem quatro filmes, que são ‘A TV dos mortos-vivos’ (1987), ‘A abominável criatura’ (1988) e ‘Depois da meia-noite’ (1989), além de 40 minutos de extras, como entrevistas, galeria de imagens, making of e outtakes. Disponível na versão sem cortes de 86 minutos, enquanto a de cinema tinha 84 minutos.
 
O soro do mal (Brain damage). EUA, 1988, 86 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Frank Henenlotter. Distribuição: Obras-primas do Cinema
 

 
O cérebro
 
Em uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, dois cientistas mantêm num laboratório um enorme cérebro, que controla a mente dos humanos. O médico responsável pelo temido experimento, Dr. Anthony Blakely (David Gale), influenciado pelo cérebro gigante, é líder de audiência na TV com seu programa que manipula os telespectadores. Certo dia, o cérebro se descontrola, cresce, adquire vida própria e sai caçando pessoas para se alimentar.
 
Dos filmes de terror lançados em DVD pela Obras-primas do Cinema nos boxes ‘Sessão de terror Anos 80’ – até agora foram oito caixas com mais de 30 títulos, ‘O cérebro’ é um dos mais nonsense e bizarros. Uma fita trash muito exibida na TV aberta – lembro-me dela no nostálgico ‘Cine Trash’. Pegou referências das fitas B dos anos 50 e 60, quando existiam uma infinidade de longas cujos vilões eram cérebros malditos, como ‘O cérebro do planeta Arous’ (1957), ‘O cérebro que não queria morrer’ (1962) e ‘The brain’ (1962). Rodada no Canadá, o filme de baixo orçamento traz um roteiro inverossímil e ideias bem malucas – um médico e sua equipe insana mantém num aquário, no laboratório onde trabalham, um enorme cérebro, ligado a fios que mandam para a TV sinais para controlar a mente da população. O líder do experimento é um médico inescrupuloso, disposto a tudo para concluir seus objetivos do mal – papel de David Gale, também o médico de ‘Re-Animator - A hora dos mortos-vivos’ (1985). O cérebro cresce e vira uma ameaça quando se desprende das correntes e, com dentes afiados, sai rastejando por aí atrás de carne humana. Não é para se levar a sério, apenas entretenimento barato com boas doses de diversão – não ligue para os efeitos especiais, que são tosquíssimos (o cérebro é de borracha, e em muitas cenas vemos falhas técnicas e erros de continuidade). Filme que representa o suco do cinema B de terror dos anos 80. A direção de Ed Hunt condiz com sua filmografia – ele fez filmes scifi B e terror nas décadas de 70 e 80, dentre eles um slasher cultuado, no ano-chave dos slasher movies, ‘Aniversário sangrento’ (1981). Disponível em DVD no box ‘Sessão de terror anos 80 – Vol. 1’, caixa composta por dois DVDs, que reúnem quatro outros filmes, que são ‘A bolha assassina’ (1988), ‘Palhaços assassinos do espaço sideral’ (1988) e ‘Shocker: 100 mil volts de terror’ (1989), além de 1h de extras, como entrevistas e making of.




O cérebro (The brain). Canadá, 1988, 94 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Ed Hunt. Distribuição: Obras-primas do Cinema

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