Cinema de
terror anos 80
A distribuidora
Obras-primas do Cinema lança, desde 2020, caixas especiais em DVD com filmes de
terror dos anos 80. Até agora já saíram oito volumes com quatro longas em cada
um deles, totalizando 32 títulos. Tem filme de terror com fantasmas, vampiros,
psicopatas, zumbis, monstros gosmentos e palhaços assassinos. Todos os boxes vêm
com cards colecionáveis com as capas dos filmes e muitos extras nos discos. Confira
abaixo três títulos arrepiantes, recomendados aos fãs do gênero, que estão
nesses boxes – disponíveis para compra no site da distribuidora, em https://www.colecioneclassicos.com.br
Depois da meia-noite
Um grupo de estudantes
se matricula em um curso de psicologia do medo, coordenado pelo misterioso
professor Edward Derek (Ramy Zada). Trancadas num antigo casarão, as jovens compartilham
histórias arrepiantes de terror, para que sintam na pele o medo e consigam,
assim, enfrentá-lo. Quando bate meia-noite, as histórias imaginadas viram
realidade.
Lançado no finzinho dos
anos 80, o cultuado filme de terror trazia três histórias macabras a partir de
uma tradição oral – um grupo de garotas reunidas numa velha casa para contar
casos assombrosos de fantasmas, psicopatas e zumbis. Elas estão num curso,
instigadas por um professor sinistro, que tem o poder de fazer com que as
histórias criem vida própria, depois da meia-noite. Clima de mistério, gritos e
sussurros, sustos pelos cantos das paredes, tudo isso causa frisson no público
que assiste. É um horror realista com surpresas mirabolantes que tornam o filme
puro horror com fantasia, já que aparecerão na trama caveiras malignas que
lutam e feitiços que amaldiçoam os personagens. Percebam a participação da
estreante atriz Marg Helgenberger, que depois faria o terror scifi ‘A
experiência’ (1995).
Disponível em DVD no box
‘Sessão de terror anos 80 – Vol. 7’, em dois DVDs, que reúnem quatro filmes –
os outros são ‘A TV dos mortos-vivos’ (1987), ‘A abominável criatura’ (1988) e ‘O
soro do mal’ (1988), além de 40 minutos de extras, como entrevistas, galeria de
imagens, making of e outtakes.
Depois da meia-noite (After midnight). EUA, 1989, 93
minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Jim Wheat e Ken Wheat. Distribuição:
Obras-primas do Cinema
O soro do mal
O jovem estudante Brian (Rick
Hearst) sente algo estranho em seu corpo. Ele entende que está delirando ao
topar, no apartamento onde vive, com um estranho bicho falante. Só que não é
delírio – uma estranha criatura alienígena chamada Elmer invadiu a casa do
estudante e forma com ele uma estranha relação de simbiose – Elmer injeta pela
nuca de Brian uma droga alucinógena, que o torna viciado, enquanto Brian, em
troca, tem de caçar pessoas para que o monstro se alimente de cérebros.
Cultuadíssima fita de
horror, muito bizarra e com tons de humor macabro, adorada por fãs de horror
alternativo nos Estados Unidos. Para quem curte, assim como eu, filmes
alternativos estranhos pra caramba, vai achar um sarro. Já começa com um casal
de velhinhos preparando cérebro humano para dar a alguém, que está numa
banheira. Não vemos o que é. De repente, aquilo foge do apartamento dos idosos,
causando uma agonia no casal. É uma criatura alienígena parecida com um polvo
misturado com serpente, azulado, que tem boca cheia de dentes e um sorriso de
deboche. De nome Elmer, ele se esconde no apartamento de um jovem, Brian,
vizinho dos idosos. Cria com ele uma relação mútua de dependência – o bicho
falante, de voz grossa, se aloja atrás das costas do rapaz. Ele dá uma droga
para Brian, injetada diretamente em seu cérebro, e em troca pede humanos, já
que seu prato preferido é cérebro fresco. Brian vira um viciado, uma espécie de
zumbi, alucinado naquela droga poderosa, e ao mesmo tempo se torna um assassino
potencial – já que faz armadilhas para capturar pessoas para Elmer.
Bizarro em todos os
sentidos, um dos filmes mais estranhos do cinema, feito por um diretor extremamente
alternativo, Frank Henenlotter, de outro filme igualmente bizarro e
sanguinário, ‘O mistério do cesto’, que integra a trilogia ‘Basket case’ (feitos
entre 1982 e 1991) - de uma criatura que vive num cesto e come pessoas. ‘O soro
do mal’ faz analogias sexuais – o bicho é em formato de pênis e satisfaz o
personagem por trás, na nuca, fala de dependência química, e pode ter sido
inspirado num clássico filme de terror alemão sobre sonambulismo e controle, ‘O
gabinete do Dr. Caligari’ (1920), de um médico que utiliza um homem para
cometer assassinatos. Esteja preparado, pois é uma fita cult diferentíssima. Em
DVD no box ‘Sessão de terror anos 80 – Vol. 7’ - composto por dois DVDs, que
reúnem quatro filmes, que são ‘A TV dos mortos-vivos’ (1987), ‘A abominável
criatura’ (1988) e ‘Depois da meia-noite’ (1989), além de 40 minutos de extras,
como entrevistas, galeria de imagens, making of e outtakes. Disponível na
versão sem cortes de 86 minutos, enquanto a de cinema tinha 84 minutos.
O soro do mal (Brain damage). EUA, 1988, 86 minutos.
Terror. Colorido. Dirigido por Frank Henenlotter. Distribuição: Obras-primas do
Cinema
O cérebro
Em uma cidadezinha do
interior dos Estados Unidos, dois cientistas mantêm num laboratório um enorme
cérebro, que controla a mente dos humanos. O médico responsável pelo temido
experimento, Dr. Anthony Blakely (David Gale), influenciado pelo cérebro
gigante, é líder de audiência na TV com seu programa que manipula os
telespectadores. Certo dia, o cérebro se descontrola, cresce, adquire vida
própria e sai caçando pessoas para se alimentar.
Dos filmes de terror
lançados em DVD pela Obras-primas do Cinema nos boxes ‘Sessão de terror Anos
80’ – até agora foram oito caixas com mais de 30 títulos, ‘O cérebro’ é um dos
mais nonsense e bizarros. Uma fita trash muito exibida na TV aberta – lembro-me
dela no nostálgico ‘Cine Trash’. Pegou referências das fitas B dos anos 50 e 60,
quando existiam uma infinidade de longas cujos vilões eram cérebros malditos,
como ‘O cérebro do planeta Arous’ (1957), ‘O cérebro que não queria morrer’ (1962)
e ‘The brain’ (1962). Rodada no Canadá, o filme de baixo orçamento traz um
roteiro inverossímil e ideias bem malucas – um médico e sua equipe insana
mantém num aquário, no laboratório onde trabalham, um enorme cérebro, ligado a
fios que mandam para a TV sinais para controlar a mente da população. O líder
do experimento é um médico inescrupuloso, disposto a tudo para concluir seus
objetivos do mal – papel de David Gale, também o médico de ‘Re-Animator - A hora
dos mortos-vivos’ (1985). O cérebro cresce e vira uma ameaça quando se
desprende das correntes e, com dentes afiados, sai rastejando por aí atrás de
carne humana. Não é para se levar a sério, apenas entretenimento barato com
boas doses de diversão – não ligue para os efeitos especiais, que são
tosquíssimos (o cérebro é de borracha, e em muitas cenas vemos falhas técnicas
e erros de continuidade). Filme que representa o suco do cinema B de terror dos
anos 80. A direção de Ed Hunt condiz com sua filmografia – ele fez filmes scifi
B e terror nas décadas de 70 e 80, dentre eles um slasher cultuado, no
ano-chave dos slasher movies, ‘Aniversário sangrento’ (1981). Disponível em DVD
no box ‘Sessão de terror anos 80 – Vol. 1’, caixa composta por dois DVDs, que
reúnem quatro outros filmes, que são ‘A bolha assassina’ (1988), ‘Palhaços assassinos
do espaço sideral’ (1988) e ‘Shocker: 100 mil volts de terror’ (1989), além de
1h de extras, como entrevistas e making of.
O cérebro (The brain). Canadá, 1988, 94 minutos.
Terror. Colorido. Dirigido por Ed Hunt. Distribuição: Obras-primas do Cinema
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