sábado, 6 de abril de 2024

Resenhas especiais


Três filmes de terror lançados em DVD pela Classicline.

Fantasmas

Duas irmãs viajam à pequena cidade de Snowfield, no Colorado, para passar as férias. Chegando lá, Jennifer (Joanna Going) e Lisa (Rose McGowan) estranham o fato de que todos os habitantes sumiram de maneira misteriosa. O xerife Bryce Hammond (Ben Affleck) e seu auxiliar, Stu (Liev Schreiber), investigam o caso, e as irmãs se juntam a eles. Ao percorrerem pela cidade abandonada, localizam corpos mutilados nas casas e nas ruas. As pistas levam a uma força sobrenatural que dizimou Snowfield.

Terror com ficção científica que virou fita cult na época das locadoras, em 1998, e foi peça-chave para lançar futuros astros e estrelas, como Rose McGowan, Liev Schreiber e Ben Affleck - naquele ano, Affleck recebeu o Oscar de roteiro junto de Matt Damon por ‘Gênio indomável’ (1997). Não é um filme comum de terror, tudo é muito estranho e aos poucos se revela. É sobre duas irmãs que ajudam dois xerifes na investigação do desaparecimento total da população de uma cidadezinha encravada nas montanhas do Colorado. Parece que o local foi tomado por espíritos malignos, depois acreditam em criaturas da noite, até que chegam à conclusão de uma entidade sobrenatural, vinda de outro mundo, capaz de absorver a consciência das pessoas. Fugindo para sobreviver, o grupo contará com a ajuda de um veterano médico/cientista, papel do premiado ator Peter O’Toole.




O filme tem clima, é tenso, assusta e tem certa originalidade. Dirigido por Joe Chappelle, de ‘Halloween 6: A última vingança’ (1995) e das séries ‘A escuta’ e ‘Fringe’, o filme tem roteiro de Dean R. Koontz, que adaptou seu próprio romance para o cinema, escrito em 1983 – Koontz escreveu livros de terror com scifi e literatura fantástica, alguns viraram filmes, como ‘Geração Proteus’, ‘O limite do terror’, ‘O esconderijo’ e ‘O estranho Thomas’.
Lançado pela Dimension Films, produtora sinônimo de fitas de terror para jovens que foi popular no final dos anos 90, responsável pela franquia ‘Pânico’, ‘Mutação’, ‘O principal suspeito’, ‘Prova final’, ‘Halloween H20: Vinte anos depois’ e ‘Tentação fatal’.
Saiu em DVD pela Classicline, em boa cópia.

Fantasmas (Phantoms). EUA/Japão, 1998, 96 minutos. Terror/Ficção. Colorido. Dirigido por Joe Chappelle. Distribuição: Classicline


Halloween H20 – Vinte anos depois

Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) mudou de cidade para escapar do seu irmão, o temido psicopata Michael Myers. Hoje ela é diretora de uma escola e tem uma nova identidade. O Halloween se aproxima, e o assassino mascarado retorna com fúria para uma caçada sem trégua contra Laurie e seu filho.

Vinte anos depois do original e macabro ‘Halloween’ (1978), de John Carpenter, um novo longa veio para restaurar a franquia com o objetivo de trazer novos públicos e dar folego para a série que ao longo do caminho perdeu sintonia. Entrou para a direção Steve Miner, que vinha do antigo cinema slasher, responsável por dois dos mais violentos filmes da cinessérie ‘Sexta-feira 13’, as partes 2 e 3 (1981 e 1982), sem contar outros trabalhos de terror e drama que desenvolveu durante uma extensa carreira nos Estados Unidos. Com ‘H20’, Miner deu um upgrade nessa franquia que passou por reboot e remakes em várias épocas, sendo uma das mais antigas e prestigiadas do mundo slasher, com um vilão mascarado assustador, Michael Myers, que ataca na surdina com uma faca, no Halloween. O original, de John Carpenter, virou sensação em 1978 - de um filme de 325 mil dólares consagrou-se nas salas de cinema obtendo mais de 45 milhões de bilheteria no mundo; depois veio uma boa continuação, que gosto muito, em 1981, ‘Halloween II – O pesadelo continua’, ainda com Jamie Lee Curtis, como a irmã do assassino, e Donald Pleasence, o médico dele, do primeiro, um filme de perseguição, investigação, jumpscares e mortes violentas. A partir desse exemplar, a franquia caiu em desgraça - fizeram uma banalidade com a terceira parte, um filme apartado, sem qualquer relação com os personagens ou Michael Myers, até hoje uma incógnita no cinema, aproveitando apenas o título e a ambientação num Halloween, chamado ‘Halloween III – A noite das bruxas’ (1982) – na história, crianças e jovens atacam as casas na noite, matando toda uma cidadezinha. Michael Myers retornaria nas próximas continuações, com mais fúrias, em fitinhas corriqueiras - ‘Halloween 4: O retorno de Michael Myers’ (1988), ‘Halloween 5: A vingança de Michael Myers’ (1989) e ‘Halloween 6: A última vingança’ (1995), contando com Donald Pleasence em todos os três.
Em termos de ordem de lançamento, ‘Halloween H20’ seria o sétimo filme da franquia, no entanto ele ‘nega’ tudo o que ocorreu a partir do segundo filme, dando um novo start para a série de cinema. Trouxeram de volta Jamie Lee Curtis, a ‘Scream Queen’ de Hollywood, como a irmã foragida de Myers, que vive numa nova cidade, com outra identidade, tem um namorado e um filho. A paz dela acaba quando o psicopata a encontra e volta a atacar no ‘Dia das Bruxas’ – ela é alvo dele, assim como professores da escola e os amigos do filho dela. É uma boa continuação, na época fez certo sucesso e, segundo os fãs, é o melhor de todos depois do original.
Myers não pararia sua matança em ‘H20’. Quatro anos depois, o psicopata voltaria no pior filme, ‘Halloween: Ressurreição’ (2002), novamente cancelando os fatos do anterior. Em 2007, o polêmico cineasta Rob Zombie reescreveu o perfil do assassino trazendo a infância e juventude de Myers com novos acontecimentos nunca contados, negando parte dos outros filmes, com o seu instigante e curioso ‘Halloween - O início’ (2007) – Zombie, cheio de altos e baixos na carreira, pôs tudo a perder com a segunda parte, o péssimo ‘Halloween II’ (2009). A série estacionou aqui, até que David Gordon Green, um diretor inicialmente original e depois responsável por trabalhos medíocres, reassumiu a franquia com uma nova trilogia, contratando Jamie Lee Curtis, já com mais de 60 anos, envelhecida e perseguida pelo irmão – os filmes foram ‘Halloween’ (2018), que é bom e tem clima, e os dois capítulos finais de extrema violência, difícil de acompanhar, e que acho muito ruim, ‘Halloween kills – O terror continua’ (2021) e ‘Halloween ends’ (2022). Juntos, esses três filmes conquistaram 500 milhões de dólares na bilheteria, sendo uma das maiores da cinessérie. Ou seja, ‘Halloween’, entre idas e vindas, com longas assustadores e outros deploráveis, segue firme trazendo público, conquistando espaço entre os fãs e gerando muito dinheiro para a indústria de cinema de Hollywood.




‘Halloween H20 – Vinte anos depois’, que assisti várias vezes em VHS na época das videolocadoras, ganhou há pouco tempo uma boa cópia em DVD pela Classicline. A produtora original é a Dimension Films, de fitas de terror teenager do final dos anos 90, como ‘Pânico’ e ‘Prova final’. Vale assistir quem nunca teve contato.

Halloween H20 – Vinte anos depois (Halloween H20: 20 years later). EUA, 1998, 86 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Steve Miner. Distribuição: Classicline



A mão assassina

Anton (Devon Sawa) é um adolescente folgado que detesta estudar. Certo dia, sua mão direita é possuída por uma entidade diabólica e passa a ter controle próprio. Ela vira uma máquina de matar. A mão de Anton assassina dois amigos dele, Pnub (Elden Henson) e Mick (Seth Green), que retornam como zumbis bobalhões para ficar ao lado do colega e quem sabe protegê-lo.

Daquelas comédias de terror engraçadas, bizarras e criativas que os americanos de vez em quando acertavam. Virou cult na época, em 1999, num período de intensa transformação no cinema – o digital ganhava força, o DVD surgia etc. Mãos assassinas não são novidade no cinema, lembro de pelo menos dois filmes que me marcaram, ambos de terror – ‘As mãos de Orlac’ (1924), obra do Expressionismo Alemão sobre um pianista que recebe duas novas mãos após perdê-las, e os membros vinham de um assassino, e ‘A mão’ (1981), de Oliver Stone, um drama de terror sobre um ilustrador que perde a mão num acidente e, enquanto ela se rasteja procurando-o, vai matando pelo caminho as desavenças dele. Em ‘A mão assassina’ o tom é mais fantasioso, porém levado para o campo do humor, com mortes bizarras, mortos-vivos brincalhões e atrapalhados, muita bagunça em cena, numa aventura nonsense, esquisita e cheia de energia. O elenco dá graça ao filme, em especial o trio central - Devon Sawa, de ‘Premonição’ (2000), Seth Green, de ‘Uma saída de mestre’ (2003) e Elden Henson, de ‘Efeito borboleta’ (2004) – aparecem ainda Jessica Alba, Vivica A. Fox e o veterano Fred Willard.




A direção é de Rodman Flender de filmes de terror B do início dos anos 90, como ‘O retorno do duende’ (1994), e que dirigiu mais séries, dentre elas ‘Chicago Hope’ e ‘Dawson’s creek’.
Curiosidade: a mão maldita do protagonista é a mesma ‘Mãozinha’ usada no filme ‘A família Addams’ (1991), manipulada pelo mágico e ator Christopher Hart.

A mão assassina (Idle hands). EUA, 1999, 92 minutos. Terror/Comédia. Colorido. Dirigido por Rodman Flender. Distribuição: Classicline

 

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