domingo, 14 de abril de 2024

Especial de Cinema


‘É Tudo Verdade’ anuncia vencedores; confira novos filmes que vi no festival

O ‘É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários’ divulgou na noite de ontem os vencedores da sua 29ª edição. Os filmes premiados nas categorias Melhor Longa-Metragem Internacional e Melhor Longa-Metragem Brasileiro terão novas exibições ao público hoje, dia 14, às 16h e 18h, respectivamente, no Espaço Itaú Augusta, em São Paulo e, nos mesmos horários, no Estação NET Botafogo, no Rio de Janeiro.


‘Tesouro Natterer’ foi o vencedor da Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens e recebe como prêmio R$ 20.000,00 e Troféu É Tudo Verdade. ‘Cento e quatro’ venceu na Competição Internacional de Longas ou Médias-Metragens e recebe, portanto, R$ 12.000 e o Troféu É Tudo Verdade.
O júri concedeu Menção Honrosa a ‘Diários da Caixa Preta’ e Menção Especial à ‘Zinzindurrunkarratz’.
O melhor curta-metragem brasileiro, eleito pelo mesmo júri, foi ‘As placas são invisíveis’, que recebe como prêmio R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. Também foi outorgada menção honrosa para o curta ‘Aguyjevete Avaxi’i’.
'Só a lua entenderá’ foi eleito o melhor curta-metragem internacional, e recebe R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. Segundo o júri oficial.
Hoje é o último dia do ‘É Tudo Verdade’, que segue em São Paulo e no Rio de Janeiro, gratuito ao público.
Confira mais quatro bons docs que assisti no festival.

 

 

O mundo é família (Índia, 2023, 96 minutos, de Anand Patwardhan)

 

Rodado na Índia, esse bom documentário passou em importantes festivais como Toronto, Mumbai e Amsterdã. Trata sobre a política das castas no país, a partir da visão do diretor Anand Patwardhan e de parte de sua família, com foco nos seus pais velhos e doentes. Enquanto Patwardhan colhe os depoimentos, a História da Independência da Índia mostra que o conceito milenar de castas foi abolido, no entanto a discriminação permanece contra os mais pobres.

Sessões: 14/04, 14h30, no IMS Paulista - SP. Gratuito.

 


 

Luiz Melodia: No coração do Brasil (Brasil, 2024, 75 minutos, de Alessandra Dorgan)

 

O doc estreia hoje à noite no festival como filme de encerramento da edição desse ano, exibido em SP e no RJ no mesmo horário, 20h30. Narrado em primeira pessoa pelo próprio cantor e compositor Luiz Melodia (1951-2017), é uma imersão em seu vasto processo criativo, desde a infância no Estácio junto ao Morro de São Carlos, no RJ, a influência do pai na música, as dificuldades na incursão musical, a chegada aos palcos e as parcerias com grandes nomes da MPB. Não é um doc linear, conta com imagens e vídeos inéditos de arquivo pessoal do cantor, e como resultado é um presente para lembrarmos da vida e obra de Melodia.

Sessões: dia 14/04, 20h30, no Espaço Itaú de Cinema Augusta – SP; e dia 14/04, 20h30, no Estação Net de Cinema Botafogo - RJ. Gratuito.

 


 

Primárias (EUA, 1960, 53 minutos, de Robert Drew)

 

‘Primárias’ é um filme memorável do universo dos documentários, selecionado para a programação do ‘Clássicos É Tudo Verdade’, e agora disponível numa cópia restaurada da The Criterion Collection. O doc traz as primárias do Partido Democrata de 1960, quando dois nomes fortes concorriam: John F. Kennedy e Hubert Humphrey, dois senadores. O filme, em preto-e-branco e com apenas 53 minutos, flagra o lado dos dois adversários, buscando apoio popular, em reuniões e dando depoimentos para a câmera. Logicamente as imagens prestam mais atenção em Kennedy, um líder político nato e carismático que era ovacionado por onde passava. Vale muito assistir ao filme, ainda mais nessa cópia com alta qualidade de som e imagem.

Sessões: 14/04, 13h30, no Estação Net de Cinema Botafogo - RJ. Gratuito.

 


 

Fernanda Young: Foge-me ao controle (Brasil, 2024, 87 minutos, de Susanna Lira)

 

Um documentário forte e estiloso que tem traços de ensaio sobre a escritora, roteirista de cinema e apresentadora Fernanda Young (1970-2019), que morreu precocemente aos 49 anos deixando uma vasta obra literária que, acredito eu, não tem o devido reconhecimento. A premiada diretora Susanna Lira, de ‘Torre das donzelas’ (2018), ‘Mussum, um filme do cacildis’ (2019) e ‘A mãe de todas as lutas’ (2022), opta por uma narrativa nada convencional de documentários biográficos – não há preocupação com cronologias nem linearidade, o filme é invadido por momentos de puro êxtase de Fernanda da juventude aos momentos finais, com narrações dela mesma e de narradores convidados lendo seus textos - ela era uma fera com sua escrita nua e crua, e o doc capta a essência da escritora/roteirista.

O filme não está mais em exibição no festival - foram quatro sessões entre os dias 07 e 12/04, em SP e no RJ.

 

Para mais informações sobre o festival, acesse o site https://etudoverdade.com.br/

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