Mogambo
* Reedição da resenha publicada no blog em maio de 2014
Na perigosa selva do Quênia, o caçador Victor Marswell (Clark Gable) gerencia com rigidez um acampamento que recebe diariamente visitantes de todos os lugares do mundo. Os dias seguem iguais, até que conhece, lá, duas charmosas turistas, Eloise Kelly (Ava Gardner) e Linda Nordley (Grace Kelly), que balançam o coração de velho homem. Como ironia do destino, ambas também se apaixonam por Victor, que terá de escolher com quem ficar. Mas só depois de encerrar a arriscada cruzada de conduzir aventureiros pela floresta para caçar gorilas africanos.
John
Ford, gênio número 1 do western americano, dirigiu com pompa e elegância essa
aventura romântica pelas selvas quenianas, onde um velho caçador disputará o
amor de duas mulheres de beleza magnânima. Em vez do rigor na forma, Ford optou
por uma fita caseira, sem artefatos e reflexões; na verdade buscou um
entretenimento de fácil acesso ao público, num momento de descontração pessoal
– por isto, “Mogambo” virou moda na época e teve fãs em todo o mundo, inclusive
no Brasil.
Não
há como não gostar de um filme desses, que lembra “Hatari!” (1962), que
surgiria quase 10 anos depois e apresenta a mesma ambientação – só não me
recordo do país africano (no lugar dos gorilas, John Wayne caça rinocerontes
com um grupo de bravos, e há também um romance melindrado).
Ford
(sou aficionado pelo cineasta, perceberam?) reuniu um trio que faz e acontece,
composto por nomes icônicos da Era de Ouro de Hollywood: Clark Gable, Ava
Gardner e Grace Kelly. Aliás, as duas atrizes do filme concorreram ao Oscar em
1954 – Ava como principal e Kelly como coadjuvante (esta ganhou o Globo de Ouro
na categoria). Há um clima de tensão no que tange ao romance entre os três, com
consequente disputa. Para o caçador Victor, a disputa é ainda maior, pois além
da “dor de cabeça” causada pelas mulheres, o cidadão tem a dura missão de
organizar um bando de homens na caçada aos macacos (e pela frente irão se deparar
com onças raivosas, colocando a vida em jogo).
Grande
parte da produção foi rodada na República Democrática do Congo, no Parque
Nacional do Quênia, na Uganda e na Tanzânia, e outra em estúdios na Inglaterra.
Indicado
ao Bafta de melhor filme, “Mogambo” é uma delícia de passatempo para todas as
idades, sem contar que é uma viagem incrível pela África selvagem. Acaba de ser
relançado em DVD pela Classicline, numa cópia boa – o filme tinha saído em DVD no
Brasil pela primeira vez em 2014, pela extinta Colecione Clássicos (hoje
Obras-Primas do Cinema).
Mogambo (Idem). EUA, 1953, 111 min. Aventura/Romance.
Colorido. Dirigido por John Ford. Distribuição: Classicline (DVD de 2020) e Colecione
Clássicos (DVD de 2014)
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