Guerra
e paz
Na
Rússia czarista do início do século XIX, três famílias aristocratas veem seus dias
mudarem de maneira drástica, envolvendo-se em paixões secretas, traição,
interesses pessoais, disputas amorosas e tragédias durante as guerras napoleônicas.
Épico
extraordinário rodado na URSS, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em
1968, é um dos longas-metragens de maior duração da História (totaliza 420
minutos), que demorou três anos para ser feito. É também a versão mais
fidedigna do consagrado romance original, “Guerra e paz”, do russo Liev Tolstoi.
E agora vem a boa notícia: para presentear os colecionadores nesse final de ano,
a CPC-Umes Filmes acaba de lançar a edição integral do filme em bluray, com as
quatro partes restauradas, que na verdade são quatro fitas independentes: “Guerra
e paz I - Andrey Bolkonsky” (de 1965, com 140 minutos), “Guerra e paz II -
Natasha Rostova” (1966, 93 min), “Guerra e paz III – O ano de 1812” (1967, 77
min) e “Guerra e paz IV - Pierre Bezukhov” (1967, 92 min).
Havia
no mercado a cópia em DVD pela Obras-Primas do Cinema, num box com três discos,
cuja imagem era mediana, e contendo como extra duas horas de material
promocional, making of etc. Esta nova edição restaurada, em bluray, pela CPC-Umes,
está um primor de imagem e som, essencial para os colecionadores que optam pela
qualidade (mas sem extras como o da Obras-primas, exceto trailers); são dois discos
numa caixa com quatro cards e um pôster com a capa original. Parabéns à
CPC-Umes!!
Voltando
ao filme, “Guerra e paz” é a saga de ímpetos amorosos e disputas pessoais de três
famílias russas, os Bolkonsky, Rostova e Bezukhov, durante as guerras napoleônicas.
Acompanhamos desde a Batalha de Austerlitz, em 1805, onde Napoleão venceu o
exército austro-russo, à invasão da Rússia por Napoleão em 1812, quando houve
uma virada para os russos, e os franceses foram derrotados pela tática de ‘terra
arrasada’, com a ajuda da cavalaria cossaca e o ponto crucial de derrota, o
inverno rigoroso (isso abalou a hegemonia da França e enfraqueceu Napoleão). Entre
os momentos de guerra, vem os romances e relacionamentos na alta sociedade da Rússia,
entre príncipes, princesas, reis, culminando em traições, brigas, divórcios, ou
seja, além do filme recorrer a um tom de guerra, há o drama, sobre os costumes
da aristocracia russa do século XIX, bem como o heroísmo do povo e o fortalecimento
do regime czarista.
Demorou
três anos para ser produzido (entre 1965 e 1967), sendo o filme mais caro feito
na antiga União Soviética, e percebe-se o cuidado técnico nessa produção de
grande magnitude. Há duas cenas especiais de guerra, que impressionam até hoje,
difíceis de serem gravadas, com gruas e uso de aviões para a imagem panorâmica de
devastação – em uma delas, a Batalha de Borodino, vemos 300 atores em cena, 120
mil figurantes portando 100 mil fuzis de verdade, além de 200 canhões... uma
reprodução de cair o queixo!
A CPC-Umes
já lançou outras obras do diretor, Sergey Bondarchuk, como “O destino de um
homem” (1959), “Boris Godunov” (1986) e “Eles lutaram pela pátria” (1975 – que saiu
esse mês) – ele é uma figura importante no cinema de lá, também foi ator e
roteirista.
Curiosidade:
Existem muitas versões para o cinema do romance fatalista “Guerra e paz”, mas
esta é sem dúvida a mais fiel – outra que recomendo é a de 1956, feita nos EUA,
mais romantizada, de King Vidor, com Audrey Hepburn, Mel Ferrer e Henry Fonda (disponível
em DVD e Bluray pela Paramount Pictures).
Guerra
e paz (Voyna i mir).
URSS, 1965-1967, 420 minutos. Drama/Guerra. Colorido. Dirigido por Sergey Bondarchuk.
Distribuição: CPC-Umes Filmes
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