Início
do século XVIII na Inglaterra. Instável e fragilizada emocionalmente, a rainha Anne
(Olivia Colman) entrega os poderes para a jovem Sarah (Rachel Weisz) governar
em seu lugar. A chegada de uma nova criada no palácio, Abigail (Emma Stone),
cria uma série de desavenças, disputas e obsessão entra ela, Sarah e a rainha.
Um
embate estelar de um trio de atrizes em plena forma, no filme mais criativo e curioso
de 2018, e o mais acessível do incógnito cineasta grego Yorgos Lanthimos, de “Dente
canino” (2009), “O lagosta” (2015) e “O sacrifício do cervo sagrado” (2017). As
três estão bem, mas é Olivia Colman quem arrebenta, no papel da rainha chorona,
manipulada por uma jovem duquesa/ama/mentora e entregue a paixões ocas (inspirada
na verdadeira rainha Anne da Grã-Bretanha, que governou o país entre 1702 e
1714). Um roteiro amarrado, que cresce a cada instante, e culmina num desfecho
simbólico, tomado por uma aura misteriosa e com estranhezas típicas do diretor
(ele subverte a narrativa, usa enquadramentos desproporcionais com jogo de lentes
de grande ocular que provocam a sensação de alienação etc). Na história
contextualiza fatos supostamente reais da rainha e que ganham força, como seu
lado temperamental, uma mulher doente e instável, com o coração dividido entre
duas mulheres.
Levou
apenas o Oscar de atriz para Olivia, e indicado, merecidamente, a outros nove
prêmios da Academia: melhor filme, direção, as duas atrizes coadjuvantes – Emma
e Rachel, figurino, fotografia, edição, design de produção e roteiro original
(aliás, brilhante). Engoliu mais prêmios, como Globo de Ouro de atriz, sete estatuetas
no Bafta e dois no Festival de Veneza, incluindo o Grande Prêmio do Júri.
Assisti
na Mostra de Cinema de SP em 2018, depois revi duas vezes, e estou apto para
ver mais uma! Um arraso total, procurem já! Disponível em DVD e Bluray pela
Fox.
A
favorita (The
favourite). Irlanda/Reino Unido/EUA, 2018, 119 minutos. Drama. Colorido.
Dirigido por Yorgos Lanthimos. Distribuição: 20th Century Fox
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