terça-feira, 7 de maio de 2019

Resenha Especial



Descompensada

Por crescer ouvindo de seu pai que a monogamia não deveria existir, Amy (Amy Schumer) nunca acreditou em relacionamentos sérios. Hoje redatora de uma revista, ela troca de ficantes como troca de roupa. Mas seu conceito sobre romances irá mudar quando se apaixona por um charmoso médico, Dr. Aaron (Bill Hader).

A comediante Amy Schumer escreveu o roteiro desse filme engraçado e falsamente romântico que rendeu a ela sua primeira indicação ao Globo de Ouro de atriz, em 2016. Dividiu a opinião do público, no entanto rendeu bilheteria nos Estados Unidos (boa, não excelente) – eu curti na época do lançamento e revi semana passada em DVD.
Gosto do tipo de humor de Schumer, com tiradas afiadas, sem caretas, sem nada de pastelão ou piadas fajutas, humor típico americano da boa geração atual. Com 37 anos, ela é uma atriz notadamente de seriados, que galga carreira no cinema – este foi seu segundo longa, e o primeiro como protagonista. Interpreta uma redatora de revista gordinha e desajeitada, que nunca acreditou em namoros duradouros. No trabalho recebe a pauta de entrevistar um ortopedista, especializado em Medicina Esportiva (Bill Hader, bem aproveitado), e logo acaba se apaixonando pela sua fonte jornalística. Os dois começam um relacionamento que parecia logo terminar, algo que fará Amy modificar seu pensamento, suas atitudes e rotina, ou seja, sua vida em geral.
O título em português prejudica a seriedade da história, com seu drama perspicaz que aos poucos surge ali e acolá. Não sei o que as distribuidoras pensam na hora de planejar o marketing, viu... (ela não é descompensada, e sim infeliz, rejeitada, tristonha – em inglês, o título “Trainwreck” significa “Trem desgovernado”, que é como andam as coisas para Amy, numa linha entre o cômico e o trágico).


Nome de destaque na comédia da atualidade, o criativo diretor Judd Apatow, de “O virgem de 40 anos” (2005) e “Ligeiramente grávidos” (2007), gosta de realizar filmes longos, e este não foge à regra, tem 124 minutos (grande demais por ser comédia). E como de costume aquece as produções com um megadesfile de atores e atrizes em pequenos personagens, aqui com Brie Larson, Ezra Miller, Tilda Swinton, John Cena, Marisa Tomei, Matthew Broderick, o veterano Norman Lloyd e até uma ponta de Daniel Radcliffe.
Apresento “Descompensada” como dica para um bom passatempo! Ah, o filme foi ainda indicado ao Globo de Ouro de melhor comédia ou musical.

Descompensada (Trainwreck). EUA/Japão, 2015, 124 min. Comédia. Colorido. Dirigido por Judd Apatow. Distribuição: Universal Pictures

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