Zach (Dylan Minnette) muda-se para uma cidade pequena e torna-se amigo da vizinha, Hannah (Odeya Rush), uma garota muito bonita, que é filha do famoso escritor de livros infanto-juvenis sobre monstros “Goosebumps”, R. L. Stine (Jack Black). Numa noite, Zach entra na biblioteca de Stine e após uma confusão acidentalmente desperta os monstros dos livros, que saem das páginas e tomam conta da cidade. Com ajuda de Hannah, terá pela frente uma longa aventura para capturar as criaturas.
Uma aventura inesquecível para toda a família se deliciar, de longe o melhor trabalho do diretor Rob Letterman, que fez muitas fitinhas irregulares para as crianças, como “O espanta tubarões” (2004 – não entendo até hoje porque foi indicado ao Oscar de animação), “Monstros vs. Alienígenas” (2009) e o fiasco “As viagens de Gulliver” (2010 – também com Jack Black, que até foi indicado ao Framboesa de Ouro de pior ator). Todo o prestígio e o ar criativo que não obteve nessas três produções bobocas, conseguiu em “Goosebumps”, um exemplar divertido, empolgante e nostálgico, com homenagem à cultura geek dos anos 80 e 90.
O roteiro, escrito a quatro mãos, mistura personagens e monstros da série de livros infanto-juvenis de terror ‘Goosebumps’, lançada entre 1992 e 1997 (que já tinha dado origem a um seriado muito querido pelos norte-americanos, feito de 1995 a 1998). O autor, R.L. Stine, liberou os direitos e até o uso do próprio nome para Jack Black interpretá-lo, numa autoreferência engraçada, com manias, trejeitos, jeito de falar parecidos com o do escritor verdadeiro. Relata Stine que em suas viagens literárias para bolar as histórias de Goosebumps recriava monstros reais que o perturbavam na infância e hoje ficavam aprisionados dentro dos livros, numa biblioteca segura. Este é o ponto de partida para o que se vê no filme, quando os garotos Zach, Hannah (que é filha do escritor) e mais um amigo invadem a biblioteca de Stine e, sem querer, despertam as criaturas furiosas das páginas. Gafanhotos gigantes, mortos-vivos, plantas carnívoras imensas, um menino invisível, o abominável homem das neves e o grande destaque, o vilão Slappy, o boneco de ventríloquo amaldiçoado (voz de Jack Black), atacam a cidade, e a dupla terá de devolvê-los para os livros, numa viagem a um mundo fantástico com perseguições, suspense e altas doses de adrenalina.
O diretor Rob Letterman acertou na mosca, com uma fita deliciosa, típica “Sessão da tarde”, entretenimento nota 10, com efeitos especiais extraordinários e momentos assustadores para a criançada. Adoro o comediante Jack Black (aqui ele faz bem o papel de Stine), e os dois garotos têm sintonia e simpatia (ele é Dylan Minnette, que iniciou a carreira ainda criança, dois anos antes de protagonizar o megassucesso “13 reasons why”, série do Netflix).
Há uma semana, no dia 31 de outubro, estreou a segunda parte, “Goosebumps 2: Halloween assombrado”, com novo elenco, novo diretor, nova história (ainda não conferi), com bilheteria fraca tanto aqui como nos Estados Unidos.
Este Goosebumps tem disponível em DVD e Bluray - quem é colecionador e gosta de extras vai curtir, pois há uma infinidade no disco, como especiais, erros de gravação, bastidores e uma boa abertura alternativa.
Goosebumps: Monstros e arrepios (Goosebumps). EUA/Austrália, 2015, 103 min. Aventura. Colorido. Dirigido por Rob Letterman. Distribuição: Sony Pictures. Disponível em DVD e Blu-ray.
Tal pai, tal filha
Rachel (Kristen Bell) é uma mulher workaholic, que acabou de ser abandonada no altar. Triste pelo fim do casamento que não se concretizou, aproveita a viagem de lua-de-mel para se juntar ao pai ausente, Harry (Kelsey Grammer), que não via há tempos. Eles seguem em um cruzeiro onde irão relembrar o passado e tentar estabelecer uma nova convivência.
Produção sutil e bonitinha do Netflix sobre relação de pai e filho que voltam a manter contato depois de um longo inverno. Kristen Bell e Kelsey Grammer estão discretos, eles atuam bem neste filme pequenino, pouco visto (estreou no Netflix em setembro), mas cativante e bem intencionado. Grammer é o pai que abandonou a filha aos cinco anos de idade e sumiu para o mundo. Nunca mais deu sinal. O tempo correu, a idade pesou, e a pedido da filha restabelece a relação. Ela (Kristen Bell) foi rejeitada pelo noivo minutos antes do casamento, está em crise, mas com vontade de tocar a vida da melhor maneira. Junta o pai ausente e aceita fazer com ele um cruzeiro para a Jamaica, que seria sua lua-de-mel. Na viagem em alto-mar os dois vão se reconectando aos poucos, cada um abrindo o coração para compreender os fatos do passado e perdoar pelos erros cometidos.
Às vezes um drama sensível, ameno, às vezes uma comédia leve, “Tal pai, tal filha” é o primeiro longa-metragem de Lauren Miller Rogen, esposa do comediante Seth Rogen (ele aparece por 15 segundos no filme!).
Tal pai, tal filha (Like father). EUA, 2018, 103 min. Drama. Colorido. Dirigido por Lauren Miller Rogen. Distribuição: Netflix
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