Proprietário de uma rede de automóveis, o magnata Ben Kalmen (Michael Douglas) revê sua vida pessoal e profissional após descobrir sérios problemas cardíacos. Se não bastasse a doença, tudo começa a ruir em volta dele: a empresa entra em falência, a esposa, Nancy (Susan Sarandon), pede o divórcio, e não é mais aceito nem pela filha nem pelo genro. Solitário, inicia uma série de relacionamentos passageiros com mulheres bem mais jovens. Será que esta é a vida que Kalmen sempre quis?
Um elenco de primeira numa fita praticamente desconhecida do público brasileiro (e nos Estados Unidos pouca gente teve acesso a ela). Michael Douglas, ator querido, de presença firme em cena, está discreto nessa comédia dramática que não faz rir, mas sim fazer os homens refletirem. Aliás, de cômico não há nada, pois a história tem amargor e a situação do personagem não é das melhores – por isso o filme foi vendido de maneira errada, enganando os interessados. Rodado anteriormente a “Wall Street: O dinheiro nunca dorme”, ou seja, antes de Douglas detectar o câncer na garganta que quase o matou, o ator interpreta um personagem difícil de situar: um homem que tinha do bom e do melhor na vida e, de uns anos para frente, perde tudo: esposa, profissão, família, e ainda por cima luta contra uma doença no coração (isto é abordado de relance na abertura e depois retomado, com certa surpresa, no desfecho – aliás, o final tem uma edição criativa, sem som algum, cujos minutos finais centralizam um momento-chave brilhante). Solitário, como diz o título original (e não “solteirão”, como na péssima tradução em português), encontra uma forma de aproveitar os últimos dias que lhe restam; noite após noite sai para as noitadas com moças bonitas, mais jovens, mas nunca encontra o amor verdadeiro. São meras tentativas, que viram casos furados (curtição e sexo, vamos dizer). Até quando ele suporta, é a pergunta. O filme se desenvolve a partir de um personagem central exclusivo, que sustenta nas costas todas essas situações, transmitindo ao público momentos de alegria e de tristeza. Tudo graças a Michael Douglas, um dos meus preferidos. Com roteiro escrito por um dos diretores da fita, Brian Koppelman, este é um bom drama que chega com atraso nas locadoras (produzido em 2009, a distribuição impactou, inclusive, nos Estados Unidos). No elenco destaca-se também a presença de Susan Sarandon, Danny DeVito, Mary-Louise Parker (sumida das telas há tempos), Jenna Fisher e Jesse Eisenberg (indicado ao Oscar por “A rede social”). Procurem conhecer (os homens com mais de 30 não podem deixar passar). Por Felipe Brida
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