Almas à venda
Ator famoso dos palcos, Paul Giamatti (Paul Giamatti) enfrenta uma terrível crise existencial enquanto escreve uma adaptação de “Tio Vânia”. Descobre, por acaso, um laboratório pioneiro especializado em armazenar a alma de pessoas que se encontram em momentos difíceis. Interessado no assunto, recorre ao médico Flintstein (Davi Strathairn), que extrai a alma do ator e a guarda em um pote. Com o passar dos dias, Giamatti nota que sua vida está pior do que antes, e então resolve alugar a alma de um poeta russo. É quando a rotina do artista começa a tomar rumos inesperados.
Um dos filmes mais inusitados da safra atual, a comédia dramática “Almas à venda” chega essa semana em DVD, distribuído pela Paramount Pictures. Escrito e dirigido por uma cineasta francesa estreante, Sophie Barthes (não encontro referências se ela tem parentesco com Roland Barthes), a fita explora a enigmática essência do ser humano, no caso o âmago de um ator em crise (reparem na brincadeira: Paul Giamatti deixou emprestar seu nome artístico real para o personagem do filme). Estressado com a feroz rotina de trabalho, ele, por meio de um anúncio num jornal, permite-se virar alvo de um experimento bizarro, que é a extração da própria alma – de acordo com explicações contidas no filme, a alma cansada, posta em repouso absoluto num lugar tranqüilo, fará com que o corpo do cidadão também adquira um novo formato, possivelmente com maior paz interior.
Giamatti “não vende a alma”, mas sim a engarrafa numa “cirurgia” dentro de um equipamento parecido com o de tomografia. Sem alma no corpo (no pote, a de Giamatti tem formato de um grão-de-bico!), o ator transforma-se numa pessoa ainda mais aborrecida e sem inspiração, o que o faz correr atrás de uma nova alma para alugar. É quando conhece Nina (Dina Korzun), uma contrabandista de almas russa, ponto-chave para seu cotidiano virar de cabeça para baixo.
Evidencia-se a originalidade desse filme independente pouco conhecido do público, exibido com elogios no Festival de Sundance e indicado a três Independent Spirit Awards no ano passado. Muito bacana, que provoca interesse imediato.
O filme não esconde a sátira sobre a crise de identidade de artistas, assim como não nega o jogo de metalinguagem sobre o mundo do cinema, da TV e do teatro.
Com um desfecho estranho, sem happy end ou emoção, “Almas à venda” se confirma como um criativo exercício pessoal da roteirista e cineasta estreante, sem falar da atuação caprichada de um dos grandes atores da nova geração, Paul Giamatti. Conheça! Por Felipe Brida
Título original: Cold souls
País/Ano: EUA/França, 2009
Elenco: Paul Giamatti, David Strathairn, Dina Korzun, Emily Watson, Armand Schultz
Direção: Sophie Barthes
Gênero: Drama
Duração: 101 min
Distribuição: Paramount Pictures
Ator famoso dos palcos, Paul Giamatti (Paul Giamatti) enfrenta uma terrível crise existencial enquanto escreve uma adaptação de “Tio Vânia”. Descobre, por acaso, um laboratório pioneiro especializado em armazenar a alma de pessoas que se encontram em momentos difíceis. Interessado no assunto, recorre ao médico Flintstein (Davi Strathairn), que extrai a alma do ator e a guarda em um pote. Com o passar dos dias, Giamatti nota que sua vida está pior do que antes, e então resolve alugar a alma de um poeta russo. É quando a rotina do artista começa a tomar rumos inesperados.
Um dos filmes mais inusitados da safra atual, a comédia dramática “Almas à venda” chega essa semana em DVD, distribuído pela Paramount Pictures. Escrito e dirigido por uma cineasta francesa estreante, Sophie Barthes (não encontro referências se ela tem parentesco com Roland Barthes), a fita explora a enigmática essência do ser humano, no caso o âmago de um ator em crise (reparem na brincadeira: Paul Giamatti deixou emprestar seu nome artístico real para o personagem do filme). Estressado com a feroz rotina de trabalho, ele, por meio de um anúncio num jornal, permite-se virar alvo de um experimento bizarro, que é a extração da própria alma – de acordo com explicações contidas no filme, a alma cansada, posta em repouso absoluto num lugar tranqüilo, fará com que o corpo do cidadão também adquira um novo formato, possivelmente com maior paz interior.
Giamatti “não vende a alma”, mas sim a engarrafa numa “cirurgia” dentro de um equipamento parecido com o de tomografia. Sem alma no corpo (no pote, a de Giamatti tem formato de um grão-de-bico!), o ator transforma-se numa pessoa ainda mais aborrecida e sem inspiração, o que o faz correr atrás de uma nova alma para alugar. É quando conhece Nina (Dina Korzun), uma contrabandista de almas russa, ponto-chave para seu cotidiano virar de cabeça para baixo.
Evidencia-se a originalidade desse filme independente pouco conhecido do público, exibido com elogios no Festival de Sundance e indicado a três Independent Spirit Awards no ano passado. Muito bacana, que provoca interesse imediato.
O filme não esconde a sátira sobre a crise de identidade de artistas, assim como não nega o jogo de metalinguagem sobre o mundo do cinema, da TV e do teatro.
Com um desfecho estranho, sem happy end ou emoção, “Almas à venda” se confirma como um criativo exercício pessoal da roteirista e cineasta estreante, sem falar da atuação caprichada de um dos grandes atores da nova geração, Paul Giamatti. Conheça! Por Felipe Brida
Título original: Cold souls
País/Ano: EUA/França, 2009
Elenco: Paul Giamatti, David Strathairn, Dina Korzun, Emily Watson, Armand Schultz
Direção: Sophie Barthes
Gênero: Drama
Duração: 101 min
Distribuição: Paramount Pictures
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