quinta-feira, 31 de março de 2011

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Tron: O legado

Sam Flynn (Garrett Hedlund) é filho de um gênio da informática, o programador de computadores Kevin Flynn (Jeff Bridges), desaparecido misteriosamente há quase 20 anos. O rapaz, em busca de respostas, sai à procura do pai. Descobre então uma passagem secreta na sala onde Kevin armazenava consoles de videogames, aonde acaba adentrando em um mundo virtual. Nesse ambiente desconhecido, Sam irá participar de um perigoso jogo contra bandidos cibernéticos, dentre eles o sósia do pai, que mantém o verdadeiro Kevin encarcerado há décadas.

Produzida pela Disney, está é a continuação de uma cultuada fita de aventura famosa por ser uma das primeiras a utilizar computação gráfica para construir o mundo dentro dos videogames e dos computadores. Chamava “Tron: Uma odisséia eletrônica” (1982), exibida diversas vezes na TV, e que recebeu duas indicações ao Oscar, de melhor figurino e som. Passados quase 30 anos, um novo grupo de produtores de Hollywood resolveu trazer de volta mais uma aventura de Flynn, o expert programador de jogos, que agora está sumido. A boa notícia tanto para os fãs quanto para os aficionados em fitas de ação e ficção é que essa segunda parte faz jus à sua existência: é tão boa e criativa quanto o primeiro. Por isso, não percam! Jeff Bridges, antes o protagonista, aparece pouco. Quem está à frente de tudo é Garrett Hedlund, o filho de Flynn, que quer localizar o paradeiro do pai. Para isso enfrentará um jogo de vida e morte, um torneio brutal contra homens e suas motos velozes, verdadeiras máquinas de matar – tudo isto no ambiente de jogos virtuais. Há dois vilões que serão o tormento para o rapaz. O primeiro é o sósia de Kevin, interpretado por Jeff Bridges com aspecto mais jovial (na verdade, é uma sacada inteligente de efeitos visuais, em que colocam o rosto de Jeff do ‘Tron’ antigo no ator nos dias atuais); o segundo, Michael Sheen, na pele do ensandecido Castor, um ser albino que se veste de branco e tem ideias de destruição em massa. Aquele rapaz que veio do nada, diante dos perigos todos, vai se mostrar o melhor lutador, com o objetivo único de resgatar o pai. Indicado esse ano ao Oscar de melhor edição de som, “Tron: O legado” traz um espetáculo estonteante de efeitos visuais, de tirar o chapéu a cada cena. Mesmo com ambiente dark, as cenas escurecidas são iluminadas pelas roupas extravagantes dos personagens, com cores neon, fluorescentes. Repleto de ação contínua, é um filme de pura adrenalina. Líder de bilheteria nos EUA nos cinemas, no Brasil também chegou ao top dos filmes mais vistos nas salas de exibição. Divirta-se, sem medo de arriscar. Entretenimento garantido! Por Felipe Brida


Tron: O legado (Tron: Legacy). EUA, 2010, 125 min. Ficção científica/Ação. Dirigido por Joseph Kosinski. Distribuição: Disney

quarta-feira, 30 de março de 2011

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O solteirão

Proprietário de uma rede de automóveis, o magnata Ben Kalmen (Michael Douglas) revê sua vida pessoal e profissional após descobrir sérios problemas cardíacos. Se não bastasse a doença, tudo começa a ruir em volta dele: a empresa entra em falência, a esposa, Nancy (Susan Sarandon), pede o divórcio, e não é mais aceito nem pela filha nem pelo genro. Solitário, inicia uma série de relacionamentos passageiros com mulheres bem mais jovens. Será que esta é a vida que Kalmen sempre quis?


Um elenco de primeira numa fita praticamente desconhecida do público brasileiro (e nos Estados Unidos pouca gente teve acesso a ela). Michael Douglas, ator querido, de presença firme em cena, está discreto nessa comédia dramática que não faz rir, mas sim fazer os homens refletirem. Aliás, de cômico não há nada, pois a história tem amargor e a situação do personagem não é das melhores – por isso o filme foi vendido de maneira errada, enganando os interessados. Rodado anteriormente a “Wall Street: O dinheiro nunca dorme”, ou seja, antes de Douglas detectar o câncer na garganta que quase o matou, o ator interpreta um personagem difícil de situar: um homem que tinha do bom e do melhor na vida e, de uns anos para frente, perde tudo: esposa, profissão, família, e ainda por cima luta contra uma doença no coração (isto é abordado de relance na abertura e depois retomado, com certa surpresa, no desfecho – aliás, o final tem uma edição criativa, sem som algum, cujos minutos finais centralizam um momento-chave brilhante). Solitário, como diz o título original (e não “solteirão”, como na péssima tradução em português), encontra uma forma de aproveitar os últimos dias que lhe restam; noite após noite sai para as noitadas com moças bonitas, mais jovens, mas nunca encontra o amor verdadeiro. São meras tentativas, que viram casos furados (curtição e sexo, vamos dizer). Até quando ele suporta, é a pergunta. O filme se desenvolve a partir de um personagem central exclusivo, que sustenta nas costas todas essas situações, transmitindo ao público momentos de alegria e de tristeza. Tudo graças a Michael Douglas, um dos meus preferidos. Com roteiro escrito por um dos diretores da fita, Brian Koppelman, este é um bom drama que chega com atraso nas locadoras (produzido em 2009, a distribuição impactou, inclusive, nos Estados Unidos). No elenco destaca-se também a presença de Susan Sarandon, Danny DeVito, Mary-Louise Parker (sumida das telas há tempos), Jenna Fisher e Jesse Eisenberg (indicado ao Oscar por “A rede social”). Procurem conhecer (os homens com mais de 30 não podem deixar passar). Por Felipe Brida

terça-feira, 29 de março de 2011

Morre o ator Farley Granger aos 85 anos

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O ator norte-americano Farley Granger morreu na noite do último domingo (dia 27), em Nova York. Ele tinha 85 anos. Atuou em aproximadamente 50 filmes, dentre eles dois clássicos de Alfred Hitchcock, "Festim diabólico" (1948) e "Pacto sinistro" (1951). Nascido em 1 de julho de 1925, em San Jose, Califórnia, Granger estreou no cinema em “A estrela do Norte” (1943), ao lado e Anne Baxter. Dentre os trabalhos estão “Mais forte que a vida” (1944), “Alma em revolta” (1950), “Temido e desejado” (1951), “Não quero dizer-te adeus” (1951), "Hans Christian Andersen” (1952), “Sedução da carne” (1954), “O salário do pecado” (1955), “O escândalo do século” (1955), “Quem matou Rosemary” (1981) e “Próxima atração: Morte” (1986). Emprestou a voz como narrador para diversos documentários nos anos 80 e 90. Homossexual assumido, Granger era viúvo do produtor de TV Robert Calhoun, com quem foi casado até a morte do parceiro, em 2008. Por Felipe Brida

sexta-feira, 25 de março de 2011

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Minhas mães e meu pai

Os irmãos Joni (Mia Wasikowaska) e Laser (Josh Hutcherson) têm uma família incomum: ambos são filhos de um casal homossexual, formado por Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening). Eles nasceram do ventre de Nic, após inseminação artificial de um doador anônimo. Agora, adolescentes, embarcam em uma aventura de descobertas a fim de localizar o pai biológico sem que as "mães" desconfiem. É quando topam com Paul (Mark Ruffalo), um quarentão descolado, que irá mudar para sempre o rumo daquela família.

Leve e divertido, o superestimado “Minhas mães e meu pai” ganhou corpo no circuito de cinema independente norte-americano e pouco a pouco repercutiu entre os diversos tipos de público. Teve boa carreira em festivais de cinema e foi indicado a quatro prêmios Oscar esse ano, nas categorias melhor filme, atriz (Annette Bening – vencedora do Globo de Ouro pelo papel), ator coadjuvante (Mark Ruffalo) e roteiro original.
Trata de um assunto particular, mas não é tão original como se espera, até porque tem um desenvolvimento previsível e uma história tantas vezes já explorada no cinema. A única diferença é o casal fora dos padrões, no caso duas mulheres homossexuais, que criam com determinação os dois filhos adolescentes; de uma hora para outra, estes resolvem buscar o pai verdadeiro, ou melhor, o pai biológico. Quando o encontram e trazem-no para casa, Paul causará um reboliço naquela família.
Dá pra sentir o que vai acontecer desde a chegada do homem na casa, por isso não espere reviravoltas brilhantes. E se saca com facilidade qual será a conclusão dessa história de amizade e relacionamentos perdidos com o tempo.
Annette Bening está num de seus melhores momentos como a mãe madura, e Julianne Moore é o seu par perfeito. Uma química interessante de dois monstros sagrados do cinema contemporâneo. Para completar tem Mark Ruffalo, ponderado como o pai “resgatado” pelos filhos.
É mais drama do que comédia, bem agradável, acessível a todos os públicos. Uma fita tipicamente familiar sobre amor e amizade e estreitamento dos relacionamentos humanos. Conheça. Por Felipe Brida

Título original: The kids are all right
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Annette Bening, Julianne Moore, Mark Ruffalo, Mia Wasikowaska, Josh Hutcherson, Yaya DaCosta
Direção: Lisa Cholodenko
Gênero: Drama/Comédia
Duração: 106 min.
Distribuição: Imagem Filmes

quinta-feira, 24 de março de 2011

Morre a lendária estrela do cinema Elizabeth Taylor

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Um dos grandes nomes do cinema de todos os tempos, a atriz Elizabeth Taylor morreu ontem aos 79 anos. Ela estava internada há quase um mês em um hospital de Los Angeles, em decorrência de graves problemas cardíacos.
Ganhou dois prêmios Oscar como melhor atriz, por “Disque Butterfield 8” (1960) e “Quem tem medo de Virginia Woolf” (1967), e foi indicada ainda em três outros filmes, em anos seguidos – “A árvore da vida” (1957), “Gata em teto de zinco quente” (1958) e “De repente, no último verão” (1959). Ao longo da carreira, acumulou diversos prêmios importantes de cinema, como Globo de Ouro, Bafta, David di Donatello, Urso de Prata (Festival de Berlin) e Screen Actors Guild.
Nascida em 27 de fevereiro de 1932 em Hampstead, Londres, era filha de norte-americanos; a mãe, uma atriz de teatro, e o pai, um negociador de quadros. Quando do estouro da Segunda Guerra Mundial, Elizaebth, então com sete anos, fugiu da Inglaterra com a mãe e os irmãos rumo aos EUA.
Devido à beleza estonteante (Liz era conhecida pelos ‘olhos violetas’), recebeu convites para testes de cinema, chamando a atenção de executivos da Universal Pictures. Assim, conseguiu o primeiro papel num filme (em “There's One Born Every Minute”, de 1942). No ano seguinte fechou contrato com a MGM, iniciando uma vasta carreira que duraria exatos seis décadas.
Imortalizada em clássicos como “Um lugar ao sol” (1951), “Assim caminha a humanidade” (1956), “Cleópatra” (1963) e “A megera domada” (1967), sempre esteve na lista das 20 atrizes mais famosas e mais belas de todos os tempos.
No cinema atuou em aproximadamente 70 produções, como “Lassie – A força do coração” (1943) e a continuação, “A coragem de Lassie” (1946), “Jane Eyre” (1943), “A mocidade é assim mesmo” (1944), “Nossa vida com papai” (1947), “Quatro destinos” (1949), “Traidor” (1949), “O pai da noiva” (1950) e a sequência, “O netinho do papai” (1951), “Quo Vadis” (1951 – não creditada), “Ivanhoé – O vingador do rei” (1952), “Rapsódia” (1954), “No caminho dos elefantes” (1954), “A última vez que vi Paris” (1954), “Gente muito importante” (1963), “Adeus às ilusões” (1965), “O pecado de todos nós” (1967), “Os farsantes” (1967) “Jogo de paixões” (1970), “X, Y e Z” (1972), “Unidos pelo mal” (1972), “O ocaso de uma vida” (1974), “O pássaro azul” (1976), “Morte no inverno” (1979), “A maldição do espelho” (1980), “Poker Alice” (1987 – telefilme), “Doce pássaro da juventude” (1989 – telefilme) e “Os Flintstones – O filme” (1994). Recentemente apareceu como ponta em seriados.
Casou-se oito vezes, duas com o notório ator Richard Burton, cuja relação foi tumultuada (de 1964 a 1974, depois de 1975 a 1976), e uma com o também ator Eddie Fisher, entre 1959 e 1964. A atriz deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 23 de março de 2011

Cine Lançamento

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Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro

Afastado do Bope, capitão Nascimento (Wagner Moura) é elevado de cargo (agora coronel) e assume uma importante função no Departamento de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Separado da mulher, que agora está casada com o professor e idealista Diogo Fraga (Irandhir Santos), enfrenta sérios problemas com o filho adolescente. E dentro do local de trabalho descobre esquemas assustadores entre a Polícia Militar, a milícia dos morros, traficantes e políticos que ocupam o alto escalão da base governista. Tomado pelo senso de justiça, Nascimento fará de tudo para desmascarar a corrupção policial e política, mesmo que isso coloque em jogo a sua própria vida.

Para uma vastidão de críticos, e eu não sou exceção, o melhor filme brasileiro de 2010, que, se não supera o original, está muito páreo. Com essa segunda parte de “Tropa de Elite”, o diretor José Padilha aponta o dedo para questões polêmicas e, acima de tudo, perigosas, relacionando a participação de políticos em monstruosos negócios com o mundo do tráfico de drogas e de armas. Nunca se viu antes um filme-denúncia tão corajoso, perturbador, de impacto, que nos causa indignação e repúdio. Padilha cutuca feridas abertas, tantas vezes exploradas pela mídia em nosso país – e aqui o resultado é chocante, sem ser sensacionalista.
A história retoma o cotidiano agitado do capitão Nascimento, interpretado pelo melhor ator brasileiro da nova geração, Wagner Moura (ainda mais sério e durão), que vira coronel e, longe do Bope que coordenava, recebe a proposta de trabalhar na Central de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, num cargo, digamos, mais acomodado. Porém em meio a conversas ouvidas pelos grampos telefônicos espalhados pelo Rio de Janeiro inteiro descobre esquemas e crimes praticados pela milícia nos morros com a participação ativa dos próprios políticos (no caso, governador do Estado e deputados utilizam-se do tráfico para ganhar dinheiro e rapidamente penetram nas comunidades em busca de votos, além de ser mandantes de assassinatos). Nascimento, que defendia o sistema, terá de lutar contra ele, já que seu instinto é o de “vigiar e punir”.
Esta é a grande descida ao inferno do coronel, que arrisca a cabeça na captura dos verdadeiros criminosos que alimentam o tráfico (reparem que o subtítulo é “O inimigo agora é outro”).
É ver para crer e sentir na pele o que realmente acontece na política de nosso país – o filme não sobra para ninguém; a história transcorre no Rio, no entanto este é um microcosmo, que reflete o Brasil como um todo.
Com produção bem cuidada e um roteiro genial de Bráulio Mantovani e José Padilha, traz um excelente elenco de apoio com personagens marcantes: Irandhir Santos, como o idealista Diogo Fraga, dos Direitos Humanos; Sandro Rocha, como Major Rocha (conhecido como Russo), um assassino desequilibrado, integrante da Polícia Militar, de dar frio na espinha; e André Mattos, como o apresentador de TV Fortunato, que depois se torna um deputado corrupto (o personagem foi baseado em dois jornalistas sensacionalistas de renome, Gil Gomes e José Luiz Datena). Tem também a participação rápida do ator e cantor Seu Jorge, um bandido que organiza uma rebelião no início do filme, e parte do elenco da fita anterior, como Maria Ribeiro (a ex-mulher de Nascimento), André Ramiro (policial Mathias, do Bope) e Milhem Cortaz (o tenente Fábio, agora de bigode e envolvido em esquemas).
Exibido em 730 salas de cinema do país, somente nas duas primeiras semanas de exibição rendeu R$ 30 milhões, com um público total de três milhões de espectadores. E conta para esse ano com uma distribuição internacional garantida.
Não deixe de conferir o grande filme brasileiro do ano, polêmico, impactante. Por Felipe Brida

Título original: Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro
País/Ano: Brasil, 2010
Elenco: Wagner Moura, Maria Ribeiro, Irandhir Santos, André Mattos, Sandro Rocha, André Ramiro, Milhem Cortaz, Seu Jorge, Tainá Müller, Emílio Orciollo Neto
Direção: José Padilha
Gênero: Drama/ Policial
Duração: 117 min
Distribuição: Universal/ Zazen

segunda-feira, 21 de março de 2011

Cine Lançamento

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Na trilha do assassino

O tenente da polícia Cristofuoro (Russell Crowe) está prestes a se aposentar. A partir de agora pretende usar o tempo vago para cuidar da esposa, que sofre de uma doença terminal. Mesmo diante da enfermidade da mulher, ele se engendra numa última missão: seguir um rapaz recém-liberado da cadeia (Jon Foster), acusado de assassinar os pais. Cristofuoro não acredita na reabilitação do jovem e fará de tudo para descobrir a verdade por trás daquele crime.

O premiado ator Russell Crowe faz uma pequena participação nesse drama psicológico vendido erroneamente como uma fita policial. A bem da verdade, aceitou o projeto por amizade que tem com o diretor John Polson, pouco conhecido do público. Mas o papel dele poderia ser de qualquer um, já que o filme não é grande coisa. O ritmo lento, a falta de ação e mesmo suspense e os diálogos cansativos deverão aborrecer grande parte dos telespectadores. E outra: a história é amarga e triste. Há uma interessante reviravolta final, mas nada que seja surpreendente ou significativo.
Crowe interpreta um policial à beira da aposentadoria, que resolve, por conta própria, desmascarar um ex-detento, suposto matador dos pais. Por falta de provas, foi absolvido, retornando à sociedade. Ainda que abatido pela doença da mulher, que está acamada em um hospital, o tenente assume o caso; investiga o passado daquele rapaz, perseguindo-o em todos os lugares, pois acredita ser ele um psicopata sem escrúpulos; o jovem, por sua vez, inicia um relacionamento conturbado com uma garota. É o momento em que Cristofuoro sente um novo assassinato no ar.
Como filme, não engata, não funciona direito. Portanto, não espere muito.
Atenção com o título: não confundir com o policial no ‘plural’ “Na trilha dos assassinos” ('Dead bang', de 1989), dirigido por John Frankenheimer e estrelado por Don Johnson. Por Felipe Brida

Título original: Tenderness
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Russell Crowe, Jon Foster, Sophie Traub, Laura Dern, Alexis Dziena, Tim Hopper
Direção: John Polson
Gênero: Drama/ Policial
Duração: 101 min
Distribuição: Imagem Filmes

sexta-feira, 18 de março de 2011

Morre o ator Michael Gough aos 93 anos

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O ator Michael Gough morreu ontem aos 93 anos de causas naturais. Participou de mais de 130 trabalhos no cinema e na TV britânica, e era mais lembrado pelo papel de Alfred Pennyworth, o mordomo do super-herói Batman nos filmes “Batman” (1989), “Batman – O retorno” (1992), “Batman eternamente” (1995) e “Batman & Robin” (1997).
Nascido em 23 de novembro de 1917 em Kuala Lumpur (Malásia), Gough fez sua estreia no cinema no drama “Anna Karenina” (1948). Entre as décadas de 50 e 70 atuou em diversas fitas de terror na Inglaterra, dentre elas “O vampiro da noite” (1958), “Horrores no museu negro” (1959), “Feras assassinas” (1963), “As profecias do Dr. Terror” (1965), “A maldição da caveira” (1965), “Trog, o monstro das cavernas” (1970) e “A casa da noite eterna” (1973).
O ator também esteve no elenco de “Sarabanda” (1948), “O fantasma da ópera” (1962), “Mulheres apaixonadas” (1969), “Júlio César” (1970), “Meninos do Brasil” (1978), “O fiel camareiro” (1983), “Top secret! Superconfidencial” (1984), “Entre dois amores” (1985), “Caravaggio” (1986), “O quarto protocolo” (1987), “A maldição dos mortos-vivos” (1988), “A época da inocência” (19930, “As profecias de Nostradamus” (1994), “A lenda do cavaleiro sem cabeça” (1999).
Em 1972 foi indicado ao Bafta como melhor ator coadjuvante por “O mensageiro”. Por Felipe Brida

quinta-feira, 17 de março de 2011

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A rede social

Em 2003, dois estudantes da Universidade de Harvard criam um site de relacionamento voltado a exibir perfis de garotas da faculdade para uma espécie de votação de beleza. A ferramenta virtual ganha corpo, espalha-se entre diversas universidades e rapidamente vira sensação no mundo inteiro. Em um curto espaço de tempo, o analista de sistemas Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) e seu melhor amigo, o economista brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), tornam-se bilionários com o Facebook, uma das redes sociais mais populares do mundo, hoje com 500 milhões de usuários. No entanto, com o poder nas mãos, Zuckerberg terá complicações na vida social e profissional.

Líder de bilheteria nas salas de cinema do mundo todo, “A rede social” era um dos grandes favoritos ao Oscar 2011, com oito indicações – levou apenas três, nas categorias melhor roteiro adaptado (merecido), trilha sonora e edição (ambos que não contam muito), perdendo, por exemplo, os principais, como diretor, filme e ator para Jesse Eisenberg. Ou seja, para os fãs e boa parte dos críticos a Academia foi injusta com o mais novo trabalho do criativo diretor David Fincher (o mesmo dos notórios “Clube da Luta”, “Seven” e “O curioso caso de Benjamin Button”).
Bom, sobre “A rede social” sou da ala radical que aceita o filme sem impactos fenomenais. Não saí extasiado do cinema, tampouco revi o filme em DVD ou blu-ray. Gostei, mas com restrições.
Primeiramente, o maior atrativo é a inegável saga do rapaz franzino e desenturmado (meio nerd) que, do dia para noite, cria um site que logo se alastra pra todos os cantos do planeta, virando sensação imediata. Antes a ferramenta se chamava ‘FaceMash’, e agora o tão comentado ‘Facebook’, criada dentro de um quarto de república por um jovem universitário, Mark Zuckerberg, com a ajuda de um brasileiro, Eduardo. E, como todos já devem saber, a relação de Zuckerberg com o amigo entra em jogo com o notoriedade do site, o que coloca o próprio fundador do Facebook num isolamento total. Aos poucos se envolvem com pessoas bem-sucedidas, com jovens gananciosos em busca de fama e dinheiro, comete erros de postura profissional, traz novos aliados, e nunca abaixa a cabeça. Ou seja, é um carinha de gênio forte, um tanto quanto insensato e com certo grau de egoísmo.
Isto é “A rede social”, um retrato fiel da vida desse rapaz que reflete toda uma nova geração (antes da internet eram os yuppies!), cujo roteiro escrito por Aaron Sorkin alinhou-se ao livro de Ben Mezrich, o best seller “Bilionários por acaso: A criação do Facebook”. Por acompanhar a fundo a rotina desse universitário, o filme é bem intimista, excessivamente dialogado, sem emoção ou momentos brilhantes. Um longo exercício de idas e vindas, que acredito ser cansativo para o público comum.
É um quase conto-de-fadas moderno sobre disputa de poder, ganância, sucesso e, não poderia faltar, traição no mundo dos negócios. Aliás, quando o Facebook torna-se ‘negócio’, Zuckerberg mostra as garras – por isso mesmo fica difícil definir o personagem, interpretado pelo bom Jesse Eisenberg, como herói ou anti-herói. Sou mais para a segunda opção... Bem se sabe, para alguns ele é um gênio, e para outros, um traidor de primeira. Enfim, ele tem um pouco dos dois temperamentos, como o filme faz evidenciar.
Quem não teve a mesma sorte foi Eduardo Saverin, o co-fundador que não foi reconhecido; paulistano, de família judia, hoje possui 5% das ações do Facebook – ou seja, é um grande bilionário, com ações avaliadas em mais de U$ 2,3 bilhões. Conheceu Zuckerberg durante partidas de jogos de videogame quando fazia pós-graduação em Harvard, ficaram amigos e se engendraram na criação do site. O papel é de Andrew Garfield, ótimo (indicado ao Globo de Ouro como coadjuvante).
Reconheço a importância da história, o roteiro com fino acabamento, a direção madura de Fincher e o sólido trabalho do elenco, no entanto o ritmo sonolento aliado a muito falatório me dá cansaço mental. Por retratar o momento atual das redes sociais, e o que existiu por trás delas, merece uma atenção, principalmente pelos internautas de plantão. Por Felipe Brida

Título original: The social network
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Joseph Mazzello, Rooney Mara, John Getz, Max Minghella
Direção: David Fincher
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Distribuição: Sony Pictures

segunda-feira, 14 de março de 2011

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Em busca de uma nova chance

Allen (Pierce Brosnan) e Grace Brewer (Susan Sarandon) perdem o filho adolescente de 18 anos em um trágico acidente de carro. Abalados, não encontram forças para encarar a situação. É quando surge a namorada do rapaz falecido, Rose (Carey Mulligan), grávida de três meses, buscando reestruturar aquela família.

Filmes sobre perda em razão da morte mexem com todos os públicos, desde os mais insensíveis, já que aborda um tema familiar e universal. E esse “Em busca de uma nova chance” não foge à regra.
Assemelha-se ao comovente drama italiano de Nanni Moretti “O quarto do filho”, até com história parecida: um casal cujo filho morre vítima de acidente, e todo o baque que a família fica envolta. E ambos os filmes trazem um segundo ponto de partida, a aparição da namorada, que muda o rumo da trama – a diferença era que em “O quarto do filho” os pais procuravam por uma menina que trocava telefonemas e cartas com o jovem. Com a chegada do personagem feminino, um novo caminho se abre para o casal se reestruturar.
Pela própria sinopse e pelos rápidos comentários meus dá para ter noção de que a fita é triste, pra baixo e que fatalmente provoca lágrimas. Não é um filme fácil, alerto desde já.
O drama se mantém devido ao bom desempenho em cena do casal central – o ex-007 Pierce Brosnan, como o pai que tenta ser firme, sempre teve talento para dramas, e Susan Sarandon, como a mãe inconformada, vive em prantos e desenvolve um certo grau de loucura com a morte do filho.
Uma fita pesada, de extrema sensibilidade, séria, com momentos feitos para comover (em especial quando Susan Sarandon expõe o coração partido). Ainda acho que as mulheres terão mais sensibilidade para agüentar até o final.
Estréia da diretora Shana Feste, que rodou recentemente “Onde o amor está”, indicado ao Oscar de melhor canção original esse ano. Por Felipe Brida

Título original: The greatest
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Pierce Brosnan, Susan Sarandon, Carey Mulligan, Aaron Johnson, Johnny Simmons, Cara Seymour
Direção: Shana Feste
Gênero: Drama
Duração: 96 min
Distribuição: PlayArte

sexta-feira, 11 de março de 2011

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A sétima alma

Na cidade de Riverton, um estripador dominado por forças misteriosas persegue sete jovens, dando início a um banho de sangue. Todos eles têm algo em comum: nasceram no mesmo dia em que o psicopata desapareceu e foi dado como morto.

Sem sombra de dúvida o pior filme de terror dos últimos anos. Sem nada de original, é mais uma cópia deslavada de tantas fitas do gênero, em especial àquelas do auge da exploitation nos anos 80 (“Sexta-feira 13”, “Quem matou Rosemary”, “Dia dos namorados macabro” etc). A notícia mais triste: foi escrita e dirigida pelo mestre de horror norte-americano Wes Craven, criador de “A hora do pesadelo” e da cinessérie “Pânico”.
Errou feio a mão com um roteiro pavoroso, talhado de furos, contando a história de um assassino perverso tido como morto pela polícia e que, sem mais nem menos, depois de 20 anos, reaparece com sede de vingança. O alvo da vez: um grupo de rapazes e moças, todos nascidos na época em que o estripador desaparecera do mapa.
Outro grande problema está no elenco de terceira categoria (com jovens bem abaixo da média, sem talento) e uma conclusão insatisfatória. No final das contas, nos perguntamos: por que existir um filme assim?
Com a tamanha bobagem de “A sétima alma”, o notório Wes Craven, hoje com 71 anos, demonstra ter perdido tempo e dinheiro em vez de criar algo importante. Uma inegável mancha na carreira. Ah, e pra encerrar, o cineasta lançará nos próximos meses “Pânico 4”, o retorno de um velho assassino do cinema. Será outro equívoco? Por Felipe Brida

Título original: My soul to take
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Max Thieriot, John Magaro, Emily Meade, Harris Yulin
Direção: Wes Craven
Gênero: Horror
Duração: 107 min
Distribuição: Imagem Filmes

segunda-feira, 7 de março de 2011

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Atração perigosa

O criminoso Doug MacRay (Ben Affleck), especialista em assalto a bancos, com a ajuda do explosivo James Coughlin, o Jem (Jeremy Renner), lidera um grupo de bandidos para uma nova ação em Boston. Encapuzados, eles invadem um importante banco central, fazendo de refém a gerente Claire Keesey (Rebecca Hall). O grupo alcança os objetivos, comete o roubo e sai impune. Dias depois MacRay descobre que Claire mora a poucos quarteirões de sua casa, ponto de encontro de seus comparsas. Resolve então vigiá-la, até o dia em que se encontra com ela num bar, e ambos acabam se tornando próximos.

O ator Ben Affleck assina aqui sua segunda investida na direção, dois anos depois do perturbador drama “Medo da verdade”. E novamente se sai bem! Muito bem produzida, essa fita sobre assalto a banco reúne os principais elementos que um bom filme policial requer: ação contínua, reviravoltas e tensão. E traz um pouco de romance e um elenco ajustado.
A história se desenrola na cidade de Boston (estado de Massachussets), que, conforme explicações no início do filme, registra um dos maiores índices de criminalidade dos Estados Unidos, em especial assalto a agências bancárias. Dentro desse cosmo, um grupo de bandidos se prepara para mais um roubo. Tem como líderes MacRay (Ben Affleck, em papel bem sério) e um companheiro violento e impulsivo, Jem (pelo personagem, Jeremy Renner recebeu indicação ao Oscar de ator coadjuvante esse ano, porém o ator está descontrolado, meio overacting). O assalto transcorre dentro do esperado pelo bando, colocam a gerente como refém por alguns minutos e rapidamente fogem. Só que MacRay não temia o pior: a vítima-mor reside próximo a ele. Surge a partir daí um romance entre os dois (a gerente não sabe quem ele é, pois estava com capuz no dia do crime), e por causa desse relacionamento os bandidos, principalmente Jem, entram em atrito com MacRay, inclusive ameaçando-o de morte.
Com dosagem certa de ação, drama e suspense, o filme é um dos bons policiais desse ano, mesmo com as situações mais previsíveis possíveis e o absurdo maior, que é o romance manjado entre o bandido e a mocinha, que, não por acaso, é a ex-refém. Perdoam-se esses erros, já que em linhas gerais a fita resulta acima da média.
Ben Affleck, que há algum tempo atrás aceitava qualquer papel ridículo em comédias besteirol, demonstra mão firme como cineasta. E melhorou como ator, comprovando talento para a direção, sabendo conduzir uma boa história, intrigante e que nos prende a atenção. Confira! Por Felipe Brida

Título original: The town
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Ben Affleck, Jeremy Renner, Rebecca Hall, Jon Hamm, Slaine, Pete Postlethwaite, Chris Cooper
Direção: Ben Affleck
Gênero: Policial
Duração: 125 min
Distribuição: Warner Bros

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cine lançamento

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Almas à venda

Ator famoso dos palcos, Paul Giamatti (Paul Giamatti) enfrenta uma terrível crise existencial enquanto escreve uma adaptação de “Tio Vânia”. Descobre, por acaso, um laboratório pioneiro especializado em armazenar a alma de pessoas que se encontram em momentos difíceis. Interessado no assunto, recorre ao médico Flintstein (Davi Strathairn), que extrai a alma do ator e a guarda em um pote. Com o passar dos dias, Giamatti nota que sua vida está pior do que antes, e então resolve alugar a alma de um poeta russo. É quando a rotina do artista começa a tomar rumos inesperados.

Um dos filmes mais inusitados da safra atual, a comédia dramática “Almas à venda” chega essa semana em DVD, distribuído pela Paramount Pictures. Escrito e dirigido por uma cineasta francesa estreante, Sophie Barthes (não encontro referências se ela tem parentesco com Roland Barthes), a fita explora a enigmática essência do ser humano, no caso o âmago de um ator em crise (reparem na brincadeira: Paul Giamatti deixou emprestar seu nome artístico real para o personagem do filme). Estressado com a feroz rotina de trabalho, ele, por meio de um anúncio num jornal, permite-se virar alvo de um experimento bizarro, que é a extração da própria alma – de acordo com explicações contidas no filme, a alma cansada, posta em repouso absoluto num lugar tranqüilo, fará com que o corpo do cidadão também adquira um novo formato, possivelmente com maior paz interior.
Giamatti “não vende a alma”, mas sim a engarrafa numa “cirurgia” dentro de um equipamento parecido com o de tomografia. Sem alma no corpo (no pote, a de Giamatti tem formato de um grão-de-bico!), o ator transforma-se numa pessoa ainda mais aborrecida e sem inspiração, o que o faz correr atrás de uma nova alma para alugar. É quando conhece Nina (Dina Korzun), uma contrabandista de almas russa, ponto-chave para seu cotidiano virar de cabeça para baixo.
Evidencia-se a originalidade desse filme independente pouco conhecido do público, exibido com elogios no Festival de Sundance e indicado a três Independent Spirit Awards no ano passado. Muito bacana, que provoca interesse imediato.
O filme não esconde a sátira sobre a crise de identidade de artistas, assim como não nega o jogo de metalinguagem sobre o mundo do cinema, da TV e do teatro.
Com um desfecho estranho, sem happy end ou emoção, “Almas à venda” se confirma como um criativo exercício pessoal da roteirista e cineasta estreante, sem falar da atuação caprichada de um dos grandes atores da nova geração, Paul Giamatti. Conheça! Por Felipe Brida

Título original: Cold souls
País/Ano: EUA/França, 2009
Elenco: Paul Giamatti, David Strathairn, Dina Korzun, Emily Watson, Armand Schultz
Direção: Sophie Barthes
Gênero: Drama
Duração: 101 min
Distribuição: Paramount Pictures

quarta-feira, 2 de março de 2011

Cine lançamento

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Wall Street: O dinheiro nunca dorme

O ganancioso investidor Gordon Gekko (Michael Douglas) sai da prisão depois de cumprir longa pena por fraudes financeiras. Em liberdade, dedica-se a realizar palestras sobre riscos dos mercados e a vender seu livro sobre o mesmo tema. Certo dia, encontra-se com o jovem idealista Jake Moore (Shia LaBeouf), namorado da filha distanciada de Gekko, Winnie (Carey Mulligan). O rapaz é um novato operador, que procura manter bom relacionamento com os grandes investidores de Wall Street. Para crescer na carreira, recorre a Gekko, que, em troca, quer a reaproximação com a filha.

Em 1987 o cineasta Oliver Stone, realizador de bons filmes políticos norte-americanos, lançou sua ácida visão sobre o mundo dos negócios em Nova York, “Wall Street – Poder e cobiça”, que rendeu a Michael Douglas o Oscar de ator (e o Globo de Ouro também no mesmo ano). Ele interpretava (de forma convincente e, por vezes assustadora) um investidor sem escrúpulos, que ensinava a um jovem idealista (Charlie Sheen) os macetes da profissão. 23 anos depois, o diretor retomou o mesmo tema nessa séria continuação, mantendo o mesmo antagonista, Michael Douglas, que, nas filmagens, ano passado, já havia sido diagnosticado com câncer na garganta. As expectativas desta segunda parte se confirmam: o filme é bom, com uma história tão marcante quanto a do primeiro.
Começa com Gordon Gekko saindo da prisão, recolhendo seus objetos pessoais, e logo em seguida, já todo engravatado na frente de um numeroso público, ministrando palestra sobre negócios. No passado aplicadora uma das maiores fraudes no mercado financeiro (o personagem é baseado em duas figuras que realmente existiram nos EUA), e agora dá a volta por cima, reconhecido como uma sumidade na área. Em uma das palestras, é abordado pelo jovem Jake, fascinado pela ideias de Gekko; coincidência ou não, namora a filha dele, com quem Gordon não tem relacionamento algum. E com esse contato ocorre a “troca de favores”: o rapaz pretende a todo custo alcançar a fama nos negócios, enquanto o ex-investidor só quer a única filha por perto.
O drama cutuca as feridas abertas com a crise que afetou os EUA nos últimos três anos, em especial aquela no mercado imobiliário – Oliver Stone difere-se de tantos outros cineastas por ser um crítico feroz ao analisar a fundo o quadro político norte-americano, sempre com as típicas pitadas de cinismo e acidez.
Para ajudar, o trio central carrega a história: merecidamente, Michael Douglas foi indicado ao Globo de Ouro esse ano, e o casal formado por Shia LaBeouf e Carey Mulligan dão o peso ideal aos seus papéis.
Uma fita sólida, que desperta nosso olhar sobre o dia-a-dia nos negócios financeiros, que fica ainda melhor se você já conhece o filme original. Sequência de tirar o chapéu! Procure e conheça. Por Felipe Brida

Título original: Wall Street: Money never sleeps
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Michael Douglas, Shia LaBeouf, Carey Mulligan, Josh Brolin, Susan Sarandon, Frank Langella, Austin Pendleton, Eli Wallach, Sylvia Miles, Oliver Stone
Direção: Oliver Stone
Gênero: Drama
Duração: 133 min
Distribuição: Fox Filmes

terça-feira, 1 de março de 2011

Morre a estrela dos anos 50 Jane Russell

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A atriz norte-americana Jane Russell, grande símbolo sexual nos anos 50 e um dos mitos do cinema, morreu ontem aos 89 anos em sua residência, em Santa Maria, California. Ela sofreu uma parada respiratória.
Nascida em 21 de junho de 1921 em Bemidji, Minnesota, era filha de um tenente do Exército e de uma atriz circense. Estudava Artes Cênicas quando recebeu o convite para o primeiro trabalho no cinema: protagonista do drama/western “O proscrito” (1943), dirigido por Howard Hughes. Porém só alcançou a fama dez anos depois, na divertida comédia musical “Os homens preferem as loiras”, ao lado de Marilyn Monroe.
Em 35 anos de carreira atuou em apenas 25 filmes, dentre eles “Seu tipo de mulher” (1951), “O caminho do pecado” (1952), “Macao” (1952), “Eles se casam com as morenas” (1955), “O destino é o caçador” (1964) e “Johnny Reno” (1966). Em 1986 fez sua última apresentação artística, na TV - uma ponta no seriado “Hunter”.
Jane recebeu dois prêmios especiais pela contribuição ao cinema – um “Golden Apple” em 1955 e um “Berlinale Camera” no Festival de Berlim em 1991.
Era viúva, foi casada três vezes e deixa três filhos. Por Felipe Brida