domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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O seqüestro do metrô 123

Walter Garber (Denzel Washington) é um controlador de trafego no metrô novaiorquino, sempre disposto a fazer o melhor em seu trabalho. O seqüestro de um dos trens, comandado pelo assaltante Ryder (John Travolta), colocará a vida de muitos passageiros em risco. Garber enfrentará os dias mais agitados de sua vida para deter os ladrões, que exigem, como resgate, uma valiosa quantia em dinheiro.

Refilmagem da fita policial de mesmo nome, lançada em 1974, cujo elenco central contava com nomes importantes da época, como Walter Matthau e Robert Shaw. A história aqui foge um pouco do original, mas ainda continua eletrizante e cheio de reviravoltas. É daqueles filmes tensos, sobre negociação entre polícia e bandido, e todos os clichês que o gênero propõe - o assaltante submetendo reféns a torturas desmedidas, a corrida contra o tempo etc.
Distancia-se do original principalmente na conclusão; optaram nessa revisão por algo convencional, ou seja, rasteiro em relação ao desfecho anticlimático do primeiro filme.
É o quarto trabalho de Denzel Washington (em papel modesto, longe de memorável) com o diretor Tony Scott, que dá preferência a cortes rápidos mesclados com cenas embaçadas em slow motion. E também é mais um bandido inescrupuloso para a galeria de vilões de John Travolta, aparecendo sempre de óculos escuros e barbicha. Aliás, Washington e Travolta se confrontam o tempo inteiro por telefone e só se encontram no final.
Com roteiro de Brian Helgeland, ganhador do Oscar por “Los Angeles – Cidade Proibida” (1997), o filme pode se inscrever como um passatempo mediano, de consumo rápido. Fica a dica: dêem crédito para o original de 1974! Por Felipe Brida

Título original: The taking of Pelham 123
País/Ano: EUA/Reino Unido, 2009
Elenco: Denzel Washington, John Travolta, Luis Guzmán, John Turturro, James Gandolfini, Victor Gojcaj
Direção: Tony Scott
Gênero: Ação
Duração: 106 min
Distribuidora: Sony Pictures
Site oficial: http://www.sonypictures.net/movies/thetakingofpelham123/

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Viva nostalgia!

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Os girassóis da Rússia

Com o término da Segunda Guerra, Giovanna (Sophia Loren), uma pacata dona-de-casa, sai desesperadamente em busca de notícias do marido, Antônio (Marcello Mastroianni), um soldado italiano desaparecido no front russo.

Inteiramente rodado em locações da Rússia e da Ucrânia, esse famoso drama virou sucesso no mundo inteiro, inclusive acolhido de forma calorosa no Brasil. Querido pelo público (e um pouco rejeitado pela crítica da época), o filme teve indicação ao Oscar de melhor trilha sonora – a famosa música de Henry Mancini é um clássico romântico – e mais uma parceria do diretor Vittorio De Sica com Mastroianni e Sophia Loren.
Inicia-se como uma história de amor bonita, romântica, que fica cada vez mais triste e sem final feliz, muito bem interpretado pelo notório casal italiano.
Assim como Giovanna, muitas mães e esposas esperaram o retorno dos esposos e filhos dos campos de batalha; por isso o filme é universal, não envelheceu, e mantém-se atual.
O desfecho, para muitos, continua amargo. Uma autêntica obra de De Sica com traços de Neo-realismo, cujo romance supera o tempo. Por Felipe Brida

Título original: I girasoli
País/Ano: Itália/França/URSS, 1970
Elenco: Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Lyudmila Savelyeva, Galina Andreyeva.
Direção: Vittorio De Sica
Gênero: Drama/ Romance
Duração: 101 min
Distribuidora: Versátil

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Artigo

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Almodóvar volta ao melodrama em "Abraços Partidos"

Por Morgana Deccache *

Em Abraços Partidos (Los abrazos rotos), o diretor espanhol Pedro Almodóvar mostra-se cinematograficamente em forma e porque ele ainda conta com uma legião de fãs e é elogiado por seu talento. Destaque para os tons de vermelho em vários elementos. Vale conferir uma auto-homenagem: o filme dentro do filme, chamado Garotas e Malas, é uma clara alusão a Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988).
O filme conta com delicadezas e sutilezas de cenas que podemos nos deliciar pela sensibilidade e até mesmo simplicidade, não deixando de lado as riquezas da trama. O roteiro é cheio de mistério e altamente psicológico, sem com isso ser tedioso.
Abraços Partidos é um daqueles filmes pra se assistir sem pressa, sem pré-conceitos, apenas se deixar levar pelo drama e traços tão peculiares do Almodóvar.
Além da ótima direção de arte antiquada do filme dentro do filme, Almodóvar usa e abusa de Penélope Cruz, sua musa. Em uma ótima cena, ela experimenta alguns figurinos e faz homenagem a Marilyn Monroe e Audrey Hepburn. As viagens do filme entre o passado e o presente, e entrelaçado de histórias diversas e pontos de vista, para construir um drama fascinante cheio de voltas e reviravoltas.
Com esse filme, podemos ter a certeza de que esse grande nome do cinema ainda tem muito a nos oferecer.
Vale muito comprar sua pipoca, se aconchegar na poltrona e não desgrudar os olhos da telona.

Informações Técnicas:

Título no Brasil: Abraços Partidos
Título Original: Los abrazos rotos
País de Origem: Espanha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 127 minutos

(*) Morgana Deccache é jornalista, professora universitária no campo de Comunicação e palestrante com formação nas áreas de liderança e teatro amador de pantomima. É também locutora e professora de cursos profissionalizantes. Escritora nas horas vagas. Natural do Rio de Janeiro, atualmente reside em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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(500) dias com ela

Redator de cartões de felicitações, Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) relembra os 500 dias ao lado do grande amor de sua vida, a bela garota Summer (Zooey Deschanel). Em quase dois anos de relacionamento, alegrias e frustrações permearam o caminho dos jovens namorados.

Excelente comédia romântica que subverte a velha fórmula “boy meets girl”, aqui estruturado de forma inteligente e original. É um olhar sincero, divertido e sem exageros sobre o amor e suas correlações (felicidade, tristeza, separação, brigas e afins), contado (em off) por um narrador onisciente, que não participa diretamente da história, porém conhece a fundo a mente do personagem.
A dupla central, formada pelos bons atores Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel, tem química receptiva, além de serem dois personagens agradáveis e bonitos. Em particular acho sutil e humano o trabalho de Gordon-Levitt (que tem traços do falecido ator Heath Ledger – como os olhos), em momento-chave para sua carreira. Merecidamente recebeu indicação ao Globo de Ouro de melhor ator por esse filme.
Uma fita leve com um pouco de tudo e na medida certa: romance, comédia e drama, sem cair na banalidade ou em situações piegas. Difícil não se envolver.
Teve ainda indicação ao Globo de Ouro na categoria “melhor filme (musical ou comédia)”. Recomendo, aos apaixonados ou não. Por Felipe Brida

Título original: (500) days of Summer
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz.
Direção: Marc Webb
Gênero: Comédia romântica
Duração: 95 min
Distribuidora: Fox Film

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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A batalha de Passchendaele

Em 1917, a Primeira Divisão Canadense é enviada para lutar na Primeira Guerra Mundial. Disposto a proteger o irmão mais novo de sua amada, que vai lutar em solo europeu, o sargento Michael Dunne (Paul Gross), ferido em uma batalha na França meses antes, fará de tudo para alcançar suas metas.

Produção de excelente qualidade técnica e visual, que reconstitui a entrada dos canadenses na Primeira Guerra, em um dos conflitos armados mais sangrentos do século passado, conhecido como Passchendaele ou Terceira Batalha de Ypres, na região de Flandres, Bélgica. Em cinco meses de combates aéreos e em solo, entre as tropas da Entente e a Alemanha, mais de 140 mil soldados morreram.
Essas entrelinhas não aparecem no filme, cujo enfoque é acompanhar a bravura dos soldados na batalha, sem disfarçar a mensagem antiguerra. Trata temas batidos do gênero com simplicidade, como honra e acima de tudo o amor, que move o personagem principal interpretado pelo ator Paul Gross (reparem que ele é também o diretor do filme!). Aliás, o romance entre o sargento e a enfermeira traz vaga semelhança com a vida do escritor Ernest Hemingway (contada no filme “No amor e na guerra”, de 1996).
A bela fotografia acinzentada ajuda a transformar esse projeto em um bom filme de guerra e drama. Conheçam. Por Felipe Brida

Título original: Passchendaele
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Paul Gross, Caroline Dhavernas, Joe Dinicol, Jim Mezon
Direção: Paul Gross
Gênero: Guerra/ Drama
Duração: 114 min
Distribuidora: Paramount Pictures
Site oficial: http://www.passchendaelethemovie.com/

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Morre o comediante Arnaud Rodrigues

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O ator, cantor e compositor brasileiro Arnaud Rodrigues morreu na noite de ontem (terça-feira) aos 68 anos, após um acidente de barco que naufragou no lago da Usina de Lajeado, próximo a Palmas (TO). Ele estava acompanhado de dez pessoas, dentre elas a esposa e dois filhos, que sobreviveram com a ajuda do Corpo de Bombeiros e de moradores da região.
Nascido em Serra Talhada (PE) em 1942, Rodrigues, de jeito franzino e com vozeirão inconfundível, destacou-se em programas humorísticos na Rede Globo e no SBT. Formou a dupla musical "Caetano e os novos baianos" ao lado do comediante Chico Anísio, fazendo sucesso e lançando vários discos na década de 70; ainda trabalharam juntos nos seriados "Chico city", "Azambuja & Cia", "Chico total" e "Chico Anysio Show", nos anos 70 e 80.
No cinema participou de "O doce esporte do sexo" (1971), "Uma negra chamada Tereza" (1973), "Os Trapalhões e o mágico de Oroz" (1984) e "A filha dos Trapalhões" (1984). Trabalhou em novelas, como "Pão pão, beijo beijo" (1983 - aonde se destacou com o personagem nordestino Soró), "Partido alto" (1984) e "Roque Santeiro" (1985), e duas minisséries - "Lampião e Maria Bonita" (1982) e "Bandidos da Falange" (1983).
No final da década de 80 integrou o quadro de "A praça é nossa", onde atualmente fazia seus personagens cômicos. Por Felipe Brida

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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Substitutos

Em 2054, robôs semelhantes a seres humanos substituem passam a dominar o planeta. Na realidade, os andróides são cópias perfeitas das pessoas – eles fazem tudo, desde trabalhar até dirigir, sem que seus donos precisem sair de casa. Em meio a esse ambiente futurista, um terrorista inicia uma série de assassinatos, colocando as vítimas (os robôs) em cheque. Para evitar o caos, dois policiais, Tom Greer (Bruce Willis) e sua cópia, são designados para investigar o caso.

Adaptação para os cinemas do HQ futurista “The surrogates”, na mesma linha de conspiração tecnológica vista em “Eu, robô”, “Gattaca” e “Blade runner”. É o mais do mesmo para quem gosta de fitas de aventura com perseguições: o ritmo é movimentado, há bons efeitos e reviravoltas tradicionais. Mas não chega a ser memorável – não espere muito.
A trama confusa chega a dar nós na cabeça; há excesso de situações paralelas e uma parafernália de siglas e nomes que nos levam à exaustão.
Pelo menos o filme tem curta duração e Bruce Willis, no papel duplo como o agente policial e a sua cópia-andróide, está melhor do que de costume – a barba aqui esconde aqueles biquinhos que o astro costuma fazer, sua infeliz marca registrada.
Assina a direção o especialista em ficção com robôs, Jonathan Mostow, o mesmo de “O exterminador do futuro 3”. Vale um aluguel para uma rápida sessão-pipoca. Por Felipe Brida

Título original: Surrogates
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Bruce Willis, Radha Mitchell, Rosamund Pike, Boris Kodjoe, James Cromwell, Ving Rhames.
Direção: Jonathan Mostow
Gênero: Ficção científica/ Ação
Duração: 89 min
Distribuidora: Touchstone Pictures

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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Arraste-me para o inferno

Christine Brown (Alison Lohman) é uma pretensiosa analista de crédito, que, para impressionar seu chefe, recusa o pedido de empréstimo para uma idosa de origem cigana, Sylvia Ganush (Lorna Raver). Revoltada, a senhora lança sobre a jovem uma maldição demoníaca, com conseqüências assustadoras.

Sem dúvida o melhor filme de terror da temporada. Mais lembrado hoje como o diretor da trilogia “Homem aranha”, Sam Raimi volta às origens na linha do horror com tom cômico (lembram-se de “Uma noite alucinante”, um marco do bom cinema trash?), de forma ainda surpreendente para o deleite dos fãs, como eu.
As duas personagens femininas se assemelham pela perversidade: a vingança da cigana Sylvia Ganush (um nome forte para não se esquecer!) é tão cruel quanto a personalidade fria da jovem Christine. Não vou contar mais para não comprometer as engenhocas da trama.
Os elementos marcantes do cinema de Raimi retornam com força bruta: o escatológico (a sequência do velório embrulha o estômago de qualquer um) e o humor negro, possessão e aparições de demônios (um deles aparece em forma de bode preto, que passa a espizinhar a garota) provocam risos nervosos e sustos aos montes.
Para ajudar o elenco é condizente – além da beldade Alison Lohman em um bom momento de sua carreira, temos a oportunidade de conhecer o trabalho de Lorna Raver, o grande destaque da fita. Ela é o espírito mau, misturando perfeitamente os estereótipos de bruxa, fantasma e diabo, com uma maquiagem grotesca, de arrepiar até os mais machões. Um exemplo inegável de que ainda se pode produzir filmes de terror criativos. Por Felipe Brida

Título original: Drag me to hell
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Alison Lohman, Lorna Raver, Justin Long, David Paymer, Adriana Barraza, Dileep Rao
Direção: Sam Raimi
Gênero: Terror
Duração: 99 min
Distribuidora: Universal Pictures

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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Gamer

Em um futuro próximo, um violento jogo de videogame torna-se a sensação do momento. Nele prisioneiros reais são controlados por jogadores sedentos por adrenalina. Milhões de internautas assistem às fugas e às explosões provocadas no ambiente virtual. O que eles não sabem é que um dos personagens, Kable (Gerard Butler), com a ajuda de condenados rebeldes, trama vingança contra os criadores do jogo, e assim destruir o sistema. Só assim conquistará a própria liberdade e a dos companheiros.

Dirigido pela dupla Mark Neveldine/ Brian Taylor (de “Adrenalina”), esse novo filme de ação estrelado pelo quase galã Gerard Butler é um total desperdício de tempo para nós, seres humanos pensantes. Para começar o roteiro é desastroso, além de previsível, inteiramente voltado à violência gratuita. Ó, madona, quanta gente gritando! Há tiros para todo lado, mortes violentas, ou seja, nada de bom para nos acrescentar. Portanto, o melhor a se fazer é passar bem longe...
Butler até que se entretém na agilidade da narrativa, no entanto não é projeto com a cara dele. E o público precisa ter cabeça no lugar pra acompanhar os cortes rápidos da montagem maluca da fita.
Nem mesmo o vilão salva, interpretado por Michael C. Hall (o assassino do seriado “Dexter”, hoje doente, com câncer), caricato e também desperdiçado. Por Felipe Brida

Título original: Gamer
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Gerard Butler, Amber Valletta, Michael C. Hall, Kyra Sedgwick, Alison Lohman, Logan Lerman.
Direção: Mark Neveldine/ Brian Taylor
Gênero: Ação
Duração: 95 min
Distribuidora: Imagem Filmes

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Viva nostalgia!

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O maior espetáculo da Terra

O circo está armado! Debaixo da lona colorida, o romance entre o explosivo gerente Brad Braden (Charlton Heston) e a trapezista Holly (Betty Hutton) será abalado com a vinda do lendário trapezista Sebastian (Cornel Wilde). Por outro lado, Braden fará de tudo para que o espetáculo não pare.

A coleção “Clássicos Paramount” lança no mercado o grande ganhador do Oscar de melhor filme e melhor roteiro no ano de 1953 – e ainda indicado em outras três categorias. “O maior espetáculo da Terra” foi o penúltimo projeto do notório cineasta e produtor Cecil De Mille, que deixou um legado ao mundo da sétima arte com épicos memoráveis, como “Os dez mandamentos” (as duas versões, de 1923 e a de 1956) e “Sansão e Dalila”.
Aqui se vê nitidamente a audácia desse lendário homem, que rodou uma obra decisiva sobre o mundo do circo, poucas vezes visto nas telas. Infelizmente, visto hoje, traz falhas que tornam o filme cansativo. Longo demais, há uma infinidade de personagens envolvidos em intrigas intermináveis e nem sempre bem conduzidas. A narrativa é lenta, só melhorando na parte final (antes do desfecho tem a famosa cena do desastre de trem, filmado em maquetes). Há ainda três números musicais, fracos, com ritmos circenses conhecidos.
O elenco charmoso não esconde, com nomes famosos da época, todos já falecidos – Charlton Heston (com sua forte presença em cena como o gerente do circo), James Stewart (o ex-médico que trabalha como palhaço, guardando um passado obscuro), Betty Hutton (a trapezista que divide dois amores), Cornel Wilde (o Grande Sebastian), além de Gloria Grahame, Dorothy Lamour e de artistas circenses reais.
Eu particularmente não gosto de circo, por isso não me encanto com o resultado. Mesmo assim o filme tem seus méritos como superprodução, e uma legião de fãs que o considera inesquecível. Por Felipe Brida

Título original: The greatest show on Earth
País/Ano: EUA, 1952
Elenco: Charlton Heston, Cornel Wilde, Betty Hutton, James Stewart, Gloria Grahame, Dorothy Lamour, Henry Wilcoxon, Lyle Bettger, Lawrence Tierney.
Direção: Cecil B. De Mille
Gênero: Drama/Romance
Duração: 152 min
Distribuidora: Paramount

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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A teta assustada

Fausta (Magaly Solier) sofre de uma doença chamada “teta assustada”, transmitida pelo leite materno de mulheres vítimas de estupro durante a onda de terrorismo no Peru nos anos 80 e 90. Amargurada com seu passado de calamidade, a jovem sai em busca de ajuda para enterrar a mãe, que morrera debilitada na cama.

Está na lista dos cinco indicados ao Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro essa fita peruana estranha, que causou impacto no Festival de Berlim, onde ganhou o Urso de Ouro. Por uma hora e meia acompanhamos a vida de Fausta, jovem franzina enfurnada em meio à pobreza de uma cidadezinha peruana, que tem medo de ser estuprada como aconteceu com a mãe. Para se proteger coloca uma batata dentro da vagina, encontrando aí uma moderada paz interior.
Sentir o sofrido dia-a-dia de Fausta causa um amargor cruel em nós. Não é um filme fácil, pelo contrário, enigmático, certamente bizarro. Tem muita representação semiótica a questão da batata e as entranhas assustadas de Fausta, que guardam segredos muito íntimos.
O trabalho da atriz Magaly Solier é correto e humano, apesar de ela estar contida, sem voz para nada, com presença marcante dos olhos.
Fita de arte bastante comentada em festivais (além de Berlim, ganhou em todos que participou – Havana, Montreal e Lima), não deverá encontrar público pelo tema difícil. Fica a indicação aos inseridos e mais preparados. Por Felipe Brida

Título original: La teta asustada
País/Ano: Peru/Espanha, 2009
Elenco: Magaly Solier, Susi Sánchez, Efraín Solís, Marino Ballón.
Direção: Claudia Llosa
Gênero: Drama
Duração: 94 min
Distribuidora: Paris Filmes

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Viva nostalgia!


Vestida para matar

Misteriosa mulher loira, vestida com capa e óculos escuros, mata uma das pacientes do renomado psiquiatra Dr. Robert Elliott (Michael Caine). Para cometer o crime, a assassina utiliza uma navalha roubada da casa do médico. Elliott contará com a ajuda da polícia e de uma prostituta, Liz Blake (Nancy Allen), para desvendar o caso e evitar novas mortes.

Suspense número um de Brian De Palma, seguidor de Hitchcock e um dos mestres do macabro. Nesse filme mal recebido pela crítica na época, hoje cultuado, o diretor soube utilizar com perfeição a]os recursos de câmera, cortes de cena e ângulos, técnicas estas que tanto o consagraram.
Lançado em 1980, chamou a atenção do público pelo roteiro original. Quem nunca assistiu, não deixem que contem o final-surpresa, bastante imitada depois.
A história trata sobre dilemas sexuais e acima de tudo psicológicos, que se materializam em uma vingança sanguinária – a divulgação lançou o filme como “um pesadelo erótico”. Há todo um clima de sensualidade, sem cair no ridículo, que complementa os desejos mais escondidos dos personagens.
Nem precisamos falar da clássica sequência do elevador, onde Kate (Angie Dickinson) é brutalmente assassinada a golpes de navalha, um primor de edição. Obrigatório para os fãs! Por Felipe Brida

Título original: Dressed to kill
País/Ano: EUA, 1980
Elenco: Michael Caine, Angie Dickinson, Nancy Allen, Keith Gordon, Dennis Franz, David Margulies
Direção: Brian De Palma
Gênero: Suspense
Duração: 104 min
Distribuidora: MGM/ Fox Home

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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Falando grego

Depois de ser demitida da universidade onde trabalhava, Georgia (Nia Vardalos) arruma um ardoroso emprego como guia de turismo em Atenas. À bordo de um ônibus lotado de turistas americanos, ela se apaixona pouco a pouco por Poupi (Alexis Georgoulis), o calado motorista do veículo.

Superficial e previsível, chega às locadoras essa comédia romântica sem fôlego, que não fez boa carreira nas bilheterias. Nem como história de amor serve, já que, além de demorar para acontecer, fica impossível acreditar na atração entre a inteligente guia, interpretada pela bonita atriz Nia Vardalos (e quase cinquentona!), com aquele motorista chucro, semelhante a um homem das cavernas com cabelos e barbas penosos. As poucas piadas giram em torno de nomes gregos (como Kakas), e o elenco de apoio tem pouco a fazer (Richard Dreyfuss, em fim de carreira, não marca presença).
Uma fitinha que se perde por completo, leve, porém sem graça. Nem os rápidos passeios pelas ruínas da Grécia antiga causam interesse. Aliás, não só a vida de Georgia está em ruínas e nas ruínas, mas o filme inteiro. Por Felipe Brida

Título original: My life in ruins
País/Ano: EUA/Espanha, 2009
Elenco: Nia Vardalos, Richard Dreyfuss, Alexis Georgoulis, Alistair McGowan.
Direção: Donald Petrie
Gênero: Comédia romântica
Duração: 95 min
Distribuidora: Imagem Filmes

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Produtor de "Tubarão", David Brown morre aos 93 anos



O produtor de cinema David Brown morreu ontem aos 93 anos, em Nova York. Ele vinha enfrentando sérios problemas de saúde, que se agravaram nos últimos dias.
Nascido em Nova York no dia 28 de julho de 1916, Brown, formado em Jornalismo, produziu 30 fiilmes em 40 anos de carreira. Quatro de suas produções foram indicadas ao Oscar de melhor filme - "Tubarão" (1975), "O veredicto" (1982), "Questão de honra" (1992) e "Chocolate" (2000).
Principal impulsionador da carreira de Steven Spielberg ao cinema, trabalharam juntos em "Louca escapada" (1974), além de "Tubarão".
Outros trabalhos do produtor incluem "O homem cobra" (1973), "O moinho negro" (1974), "Escalado para morrer" (1975), "MacArthur" (1977), "Tubarão 2" (1978), "A ilha" (1980), "Cocoon" (1985), "Cocoon - O retorno" (1988), "Conduzindo Miss Daisy" (1989), "O jogador" (1992), "Operação Canadá" (1995), "O santo" (1997), "Beijos que matam" (1997), "Impacto profundo" (1998), "As cinzas de Ângela" (1999), "Na teia da aranha" (2001) e "Opção de risco" (2002, sua última produção). Por Felipe Brida

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Especiais sobre cinema

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"Avatar" e "Guerra ao Terror" concorrem a 9 Oscars

A Academia de Hollywwod anunciou hoje (terça-feira), em Los Angeles, a lista dos indicados ao Oscar 2010. Os favoritos, a aventura "Avatar" (foto), de James Cameron, e o drama de guerra "Guerra ao Terror", de Kathryn Bigelow, receberam nove indicações cada, dentre eles a de melhor filme e melhor direção.
A novidade este ano é a inserção de mais cinco filmes na categoria "melhor filme" - são 10 ao todo, que competirão ao maior prêmio da noite.
A cerimônia de entrega do Oscar será no dia 7 de março, no Kodak Theatre, em Los Angeles.

Confira abaixo a relação completa dos indicados. (Por Felipe Brida)


Melhor Filme

''Avatar''
"Um Sonho Possível''
"Distrito 9"
"Educação"
"Guerra ao Terror"
"Bastardos Inglórios"
"Preciosa – Um história de esperança"
"A Serious Man"
"Amor sem Escalas"
"Up - Altas Aventuras''


Melhor Diretor

Kathryn Bigelow ("Guerra ao Terror")
James Cameron ("Avatar")
Jason Reitman ("Amor Sem Escalas")
Quentin Tarantino ("Bastardos Inglórios")
Lee Daniels ("Preciosa")


Melhor Ator

Jeff Bridges ("Crazy Heart")
Morgan Freeman ("Invictus")
Jeremy Renner ("Guerra ao Terror")
George Clooney ("Amor Sem Escalas")
Colin Firth ("A Single Man")


Melhor Atriz

Sandra Bullock ("Um Sonho Possível")
Meryl Streep ("Julie & Julia")
Carey Mulligan ("Educação")
Helen Mirren ("The Last Station")
Gabourey Sidibe ("Preciosa")


Melhor Ator Coadjuvante

Christoph Waltz ("Bastardos Inglórios")
Woody Harrelson ("O Mensageiro")
Matt Damon ("Invictus")
Stanley Tucci ("Um Olhar do Paraíso")
Christopher Plummer ("The Last Station")


Melhor Atriz Coadjuvante

Mo’Nique ("Preciosa")
Anna Kendrick ("Amor Sem Escalas")
Vera Farmiga ("Amor Sem Escalas")
Maggie Gyllenhaal ("Crazy Heart")
Penelope Cruz ("Nine")


Melhor Roteiro Original

"Bastardos Inglórios"
"Guerra ao Terror"
"Um Homem Sério"
''O Mensageiro"
"Up - Altas Aventuras"


Melhor Roteiro Adaptado

"Amor Sem Escalas"
"Distrito 9"
"Educação"
"Preciosa"
"In the Loop"


Melhor Direção de Arte

"Avatar"
"O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus"
"Nine"
"Sherlock Holmes"
"The Young Victoria"


Melhor Fotografia

"Avatar"
"Harry Potter e o Enigma do Príncipe"
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"A Fita Branca"


Melhor Figurino

"Bright Star"
"Coco Antes de Chanel"
"O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus"
"Nine"
"The Young Victoria"


Melhor Maquiagem

Star Trek
The Young Victoria
Il Divo


Melhor Animação

"Coraline e o Mundo Secreto"
"O Fantástico Sr. Raposo"
"A Princesa e o Sapo"
"The Secret of Kells"
"Up - Altas Aventuras"


Melhor Canção

"Crazy Heart" – T-Bone Burnett/ Ryan Bingham ("The Weary Kind")
"Paris 36" – Reinhardt Wagner/ Frank Thomas ("Loin de Paname")
"Nine" – Maury Yeston ("Take It All")
"A Princesa e o Sapo" – Randy Newman ("Down in New Orleans")
"A Princesa e o Sapo" – Randy Newman ("Almost There")


Melhor Trilha Sonora

"Avatar" (James Horner)
"O Fantástico Sr. Fox" (Alexandre Desplat)
"Guerra ao Terror" (Marco Beltrami/ Buck Sanders)
"Sherlock Holmes" (Hans Zimmer)
"Up – Altas Aventuras" (Michael Giacchino)


Melhor Som

"Avatar"
"Guerra ao Terror"
"Star Trek"
"Up – Altas Aventuras"
"Bastardos Inglórios"


Melhor Edição de Som

"Avatar"
"Guerra ao Terror"
"Star Trek"
"Up – Altas Aventuras"
"Bastardos Inglórios"


Melhor Efeitos Visuais

"Avatar"
"Star Trek"
"Distrito 9"


Melhor Filme Estrangeiro

"Ajami" (Israel)
"A Fita Branca" (Alemanha)
"El Secreto de Sus Ojos" (Argentina)
"Un prophète" (França)
"A Teta Assustada" (Peru)


Melhor Documentário

"Burma VJ: Reporter i et lukket land"
"The Cove"
"Food, Inc. "
"The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers"
"Which Way Home"


Melhor Documentário (Curta-metragem)

"China's Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province" (TV)
"The Last Campaign of Governor Booth Gardner"
"The Last Truck: Closing of a GM Plant" (TV)
"Królik po berlinsku"
"Music by Prudence"


Melhor Curta-metragem

The Door (2008)
Istället för abrakadabra (2008)
Kavi (2009)
Miracle Fish (2009)
The New Tenants (2009)


Melhor Curta-metragem de animação

"French Roast"
"Granny O'Grimm's Sleeping Beauty"
"La dama y la muerte"
"Logorama"
"Wallace and Gromit in A Matter of Loaf and Death" (TV)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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Anticristo

Abalados com a morte trágica do filho pequeno, um casal entra em crise. A depressão toma conta da mãe, uma escritora (Charlotte Gainsbourg); já o marido, psicanalista (Willem Dafoe), tenta melhorar a estima da esposa. Para encarar seus medos, os dois se isolam em uma remota cabana na floresta, chamada “Éden”. Os dias serão de desespero, angústia, caos, medo e revelações aterrorizantes.

Dividido em quatro capítulos – “Dor”, “Luto”, “Desespero” e “Os três mendigos”, com prólogo e epílogo, o mais novo filme do dinamarquês criador do movimento Dogma 95, Lars Von Trier, é um complexo drama psicológico, estranhamento bizarro e angustiante. É uma das obras mais controversas do cinema, de dar frio na espinha, e para alguns causará repulsa.
Tudo começa com uma poética cena em slow motion e PB, com fundo musical de Handel (Lascia ch'io pianga), onde uma criança aparece caindo de um prédio, enquanto seus pais estão em pleno ato sexual. Com a morte, o casal, que não tem nome - são apenas “homem” e “mulher”, chora a morte dolorida. A partir da chegada à cabana, a mulher se apodera de uma força aterradora, que a torna cada vez mais perturbada. É quando muda o tom severamente: sai o drama pesado, ficando um filme forte, tenso, indigesto, um suspense com tom de horror. Esse talvez seja o grande lance da fita. É difícil definir em qual gênero se enquadra; é um drama absolutamente amargo, mas que foi vendido como um terror psicológico (que só se revela na parte final).
Traz somente dois atores em cena, Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg, esta filha do falecido cantor francês Serge Gainsbourg com Jane Birkin. Ela venceu o prêmio de atriz em Cannes no ano passado, e o filme ainda foi indicado à Palma de Ouro, vaiado por muitos no festival. Não é por acaso que são apenas dois e a floresta ser chamada de Éden, um paraíso infernal revelador, de contraditórios Adão e Eva.
Tem ainda as cenas mais aflitivas do cinema – como o corte das genitálias. Atenho-me a falar mais, pois há lances imprevisíveis.
Um filme difícil. Para poucos. Por Felipe Brida

Título original: Antichrist
País/Ano: Dinamarca/Alemanha/França/Polônia, 2009
Elenco: Charlotte Gainsbourg, Willem Dafoe
Direção: Lars Von Trier
Gênero: Drama/Terror
Duração: 104 min
Distribuidora: Califoórnia Filmes
Site oficial: http://www.antichristthemovie.com/