sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Artigo

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Almodóvar volta ao melodrama em "Abraços Partidos"

Por Morgana Deccache *

Em Abraços Partidos (Los abrazos rotos), o diretor espanhol Pedro Almodóvar mostra-se cinematograficamente em forma e porque ele ainda conta com uma legião de fãs e é elogiado por seu talento. Destaque para os tons de vermelho em vários elementos. Vale conferir uma auto-homenagem: o filme dentro do filme, chamado Garotas e Malas, é uma clara alusão a Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988).
O filme conta com delicadezas e sutilezas de cenas que podemos nos deliciar pela sensibilidade e até mesmo simplicidade, não deixando de lado as riquezas da trama. O roteiro é cheio de mistério e altamente psicológico, sem com isso ser tedioso.
Abraços Partidos é um daqueles filmes pra se assistir sem pressa, sem pré-conceitos, apenas se deixar levar pelo drama e traços tão peculiares do Almodóvar.
Além da ótima direção de arte antiquada do filme dentro do filme, Almodóvar usa e abusa de Penélope Cruz, sua musa. Em uma ótima cena, ela experimenta alguns figurinos e faz homenagem a Marilyn Monroe e Audrey Hepburn. As viagens do filme entre o passado e o presente, e entrelaçado de histórias diversas e pontos de vista, para construir um drama fascinante cheio de voltas e reviravoltas.
Com esse filme, podemos ter a certeza de que esse grande nome do cinema ainda tem muito a nos oferecer.
Vale muito comprar sua pipoca, se aconchegar na poltrona e não desgrudar os olhos da telona.

Informações Técnicas:

Título no Brasil: Abraços Partidos
Título Original: Los abrazos rotos
País de Origem: Espanha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 127 minutos

(*) Morgana Deccache é jornalista, professora universitária no campo de Comunicação e palestrante com formação nas áreas de liderança e teatro amador de pantomima. É também locutora e professora de cursos profissionalizantes. Escritora nas horas vagas. Natural do Rio de Janeiro, atualmente reside em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

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