segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cine Lançamento

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A teta assustada

Fausta (Magaly Solier) sofre de uma doença chamada “teta assustada”, transmitida pelo leite materno de mulheres vítimas de estupro durante a onda de terrorismo no Peru nos anos 80 e 90. Amargurada com seu passado de calamidade, a jovem sai em busca de ajuda para enterrar a mãe, que morrera debilitada na cama.

Está na lista dos cinco indicados ao Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro essa fita peruana estranha, que causou impacto no Festival de Berlim, onde ganhou o Urso de Ouro. Por uma hora e meia acompanhamos a vida de Fausta, jovem franzina enfurnada em meio à pobreza de uma cidadezinha peruana, que tem medo de ser estuprada como aconteceu com a mãe. Para se proteger coloca uma batata dentro da vagina, encontrando aí uma moderada paz interior.
Sentir o sofrido dia-a-dia de Fausta causa um amargor cruel em nós. Não é um filme fácil, pelo contrário, enigmático, certamente bizarro. Tem muita representação semiótica a questão da batata e as entranhas assustadas de Fausta, que guardam segredos muito íntimos.
O trabalho da atriz Magaly Solier é correto e humano, apesar de ela estar contida, sem voz para nada, com presença marcante dos olhos.
Fita de arte bastante comentada em festivais (além de Berlim, ganhou em todos que participou – Havana, Montreal e Lima), não deverá encontrar público pelo tema difícil. Fica a indicação aos inseridos e mais preparados. Por Felipe Brida

Título original: La teta asustada
País/Ano: Peru/Espanha, 2009
Elenco: Magaly Solier, Susi Sánchez, Efraín Solís, Marino Ballón.
Direção: Claudia Llosa
Gênero: Drama
Duração: 94 min
Distribuidora: Paris Filmes

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