terça-feira, 31 de março de 2009

Morre o comediante brasileiro Ankito, aos 85


O comediante Anchizes Pinto, conhecido como Ankito, morreu ontem no Rio de Janeiro aos 85 anos. Um dos últimos nomes vivos da chanchada brasileira, Ankito lutava contra um câncer no pulmão.
Nascido no dia 26 de fevereiro de 1924 no bairro do Brás, em São Paulo, o ator vinha de uma família circense; o pai era o palhaço Faísca, e o tio, o famoso Piolim. Aos sete anos de idade, trabalhou pela primeira vez no picadeiro e logo depois no globo da morte. Onze anos mais tarde tornou-se acróbata no cassino da Urca, ganhando prêmios internacionais e o título de campeão sul-americano por cinco vezes.
Nos anos 40 atuou em peças teatrais, aonde consolidou carreira ao lado de outro comediante, Grande Otelo. Devido ao sucesso no teatro, em 1952 foi convidado pelo diretor Watson Macedo para uma pequena participação no filme "É fogo na roupa". O ator roubou a cena e virou o astro da produção. Seria este o primeiro trabalho de uma bem sucedida carreira na chanchada; rapidamente virou um dos maiores nomes da comédia carnavalesca, junto de Zé Trindade, Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves e Catalano.
Ankito atuou em mais de 30 filmes em diversas produtoras, como Herbert Richers e Cinedistri. Algumas das produções incluem "Três recrutas" (1953), "Marujo por acaso" (1954), "O feijão é nosso" (1955), "De pernas pro ar" (1956), "Metido a bacana" (1957), "Pé na tábua" (1957), "É de chuá" (1958), "E o bicho não deu" (1958), "Garota enxuta" (1959), "O três cangaceiros" (1959), "Pistoleiro Bossa Nova" (1959), "Sai dessa, recruta" (1960), "Vai que é mole" (1960), "Um candango na Belacap" (1961), "As cariocas" (1966), "Bububu no bobobó" (1980) e "Brás Cubas" (1985). Fez ainda pontas nos filmes "O escorpião escarlate" (1990) e em "Beijo 2348/72" (1990).
Participou de cinco telenovelas, como "A sucessora" (1978), "Marina" (1980) e "Alma gêmea" (2005), além das microsséries "Engraçadinha" (1995) e "Amazônia - De Galvez a Chico Mendes" (2007).
Ultimamente estava no elenco do programa humorístico "Zorra total". Devido às complicações da doença, há dois meses afastou-se da televisão.
Era casado há 25 anos com a atriz Denise Casais, que lançou no início desse mês a biografia oficial de Ankito. O corpo do ator será enterrado hoje às 11 horas no Cemitério do Catumbi, Rio de Janeiro. Por Felipe Brida

segunda-feira, 30 de março de 2009

Morre o premiado compositor Maurice Jarre, aos 84


Premiado compositor de trilhas sonoras para o cinema, Maurice Jarre morreu ontem aos 84 anos em Los Angeles, Califórnia. Ganhador de três Oscars, Jarre, francês radicado nos Estados Unidos, lutava contra um câncer, conforme anunciou o filho, Jean-Michel Jarre, também compositor.
Nascido em Lyon, França, em 13 de setembro de 1924, Maurice estudou percussão e composição no Conservatório de Paris. Nos anos 40, tocava música em teatros. Em 1951, foi convidado pelo cineasta Georges Franju para compor a trilha de seu novo curta-metragem, "Hotel dês invalides". Este foi o primeiro de uma série de trabalhos para o cinema francês.
A trilha que o destacou internacionalmente veio em 1962 no filme de guerra "O mais longo dos dias" (1962), seu primeiro projeto nos Estados Unidos. A partir daí dividiu-se entre trilhas para o cinema, aonde realizou mais de 150 trabalhos, e sinfonias para peças teatrais e balé.
Recebeu nove indicações ao Oscar, vencendo três vezes - por "Lawrence da Arábia" (1962), "Doutor Jivago" (1965) e "Passagem para a Índia" (1984). As outras indicações são pelos filmes "Sempre aos domingos" (1962), "Roy Bean - O homem da lei" (1972), "Maomé - O mensageiro de Alá" (1976), "A testemunha" (1985), "Nas montanhas dos gorilas" (1988) e "Ghost - Do outro lado da vida" (1990).
Trilhas famosas compostas por Jarre podem ser conferidas em "O trem" (1964), "O colecionador" (1965), "Grand prix" (1966), "A noite dos generais" (1967), "A filha de Ryan" (1970), "O homem que queria ser rei" (1975), "O último magnata" (1976), "Ressurreição" (1980), "O ano em que vivemos em perigo" (1982), "Sem saída" (1987), "Atração fatal" (1987), "Sociedade dos poetas mortos" (1989), "Alucinações do passado" (1990) e "Sunshine - O despertar de um século" (1999). Também compôs a trilha sonora das microsséries "Jesus de Nazaré" (1976) e "Shogun" (1980).
Debilitado pela doença, Jarre esteve presente no Festival de Berlin em fevereiro desse ano para receber um prêmio especial pelo carreira. O compositor deixa dois filhos. Por Felipe Brida

sexta-feira, 27 de março de 2009

Especiais sobre cinema


Lei Rouanet apresenta quatro novas
faixas de renúncia fiscal para empresas


Felipe Brida

O Ministério da Cultura apresentou na última segunda-feira a nova Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet. A proposta ficará para consulta pública por 45 dias para ser analisada por profissionais da área, e só depois entrará para votação no Congresso Nacional.
O objetivo é incluir na lei vigente um conjunto de atividades que estimulem ainda mais a atividade cultural. A renúncia fiscal por parte de empresas privadas, que antes era de 30% ou 100%, passa agora a seis faixas de isenção: 30, 60, 70, 80, 90 e 100%.
A nova lei também destaca novas fontes de captação de recursos, dentre elas a criação de um percentual nas extrações lotéricas federais e o Tesouro Nacional.
Outra mudança diz respeito à reestruturação do Fundo Nacional da Cultura; além do Fundo de Audiovisual que hoje existe, propõem-se a criação do Fundo das Artes, o do Livro e Leitura, o da Cidadania, Identidade e Diversidade Cultural e o da Memória e Patrimônio Cultural Brasileiro. A idéia é fortalecer esses fundos para que sejam os principais mecanismos de estímulo às diversas produções culturais.
De acordo com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a atual lei Rouanet necessita de uma urgente reforma, já que é incapaz de estimular manifestações culturais regionais, como o folclore.
Com a nova Lei aprovada, pretende-se diversificar os investimentos, atrair mais parceiros da iniciativa privada e beneficiar democraticamente todas as regiões do Brasil, já que atualmente apenas Sul e Sudeste detêm quase que a totalidade da verba captada.


Teatro Oficina em digital

A Petrobras, o teatro oficina Uzyna Uzona, a Trama distribuidora e a Academia de Filmes lançam a coleção “Festival Teat(r)o Oficina”, em edição limitada. Composto por sete DVDs, o Box apresenta quatro das mais famosas peças encenadas pelo importante grupo de teatro paulista, em montagens recentes e dirigidas por Zé Celso Martinez Corrêa. São elas: “Bacantes” (obra original de Eurípedes), “Boca de Ouro” (de Nelson Rodrigues), “Ham-let” (de Shakespeare) e “Cacilda!” (de Zé Celso). Cada DVD vem com vasto material extra, totalizando mais de 18 horas de bônus, como cenas de ensaio e de camarim, bastidores, entrevistas e documentários especiais.
O lançamento da coleção é uma das comemorações aos 50 anos do Teatro Oficina, companhia fundada em 1958 por estudantes de Direito do Largo São Francisco, dentre eles Zé Celso Martinez Correa, tido hoje como o maior teatrólogo brasileiro.
Os DVDs podem ser adquiridos no box ou separadamente, e estão disponíveis nas melhores lojas especializadas em filmes e músicas.


Lançamentos em DVD

Dois lançamentos em DVD essa semana garantem boas doses de ação e comédia. Tem a volta do agente Frank Martin (Jason Statham) em “Carga explosiva 3”, aonde ele terá de transportar pela Europa a filha seqüestrada de um chefe de proteção ambiental ucraniano. Apesar de ser o mais fraco da trilogia, o filme deverá agradar os fãs do gênero “ação”.
Já a comédia maluca “Rebobine, por favor” conta a história do jovem Jerry Gerber (Jack Black) que, com o magnetismo aderido por um acidente em uma usina elétrica, passa a estragar as fitas VHS de uma locadora; para repô-las, decide refazer as cenas dos filmes com a ajuda de um amigo. O resultado é uma sátira metalingüística ao mundo do cinema e às novas tecnologias.
Outro lançamento da semana é a animação “Futurama – O jogo de Bender”, terceiro longa-metragem baseado no famoso seriado animado futurista, dos mesmos criadores de “Os Simpsons”.

Das antigas

A Cinemax lança, pela primeira vez, os dois primeiros filmes da carreira de Jean Renoir. “A filha da água” (1924) é uma comédia dramática surreal e em tom de farsa sobre uma jovem adotada por boêmios após a morte do pai e do tio. E “Nana” (1926), baseado no romance homônimo de Émile Zola, narra a trajetória da cantora Nana, que vira cortesã e passa a influenciar os homens com que tem contato. Ambos os filmes são mudos e PB. Ainda pela Cinemax, “A vida é um romance”, dirigido por Alain Resnais em 1983; o diretor francês traça duas histórias em tempos diferentes que remontam uma sociedade utópica, longe das tristezas e angústias. Bom divertimento!

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 27/03/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Cine Lançamento


Vicky Cristina Barcelona

Amigas íntimas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) viajam de férias a Barcelona. Na cidade espanhola, conhecem um sedutor artista plástico, Juan Antonio (Javier Bardem), homem libertário e que acabou de sair de um conturbado relacionamento com a impulsiva Maria Elena (Penélope Cruz). Cristina apaixona-se perdidamente pelo pintor, e ao mesmo tempo Vicky sente-se atraída pelo mesmo homem.

Sexy e intencionalmente provocante são as duas características da nova comédia dirigida por Woody Allen em sua fase européia. Após recentes fracassos – “Melinda e Melinda” e “Scoop – O grande furo” desagradaram a crítica –, o veterano cineasta retoma com fôlego em uma deliciosa fita romântica com toques almodovarescos. Dá para imaginar Allen e Almodóvar entrelaçados em perfeita harmonia??
Pois bem, a história, narrada em off por um observador em estilo intimista (a voz é de Christopher Evan Welch), traz poucos personagens em situações cada vez mais desastrosas. Tudo começa com duas amigas-irmãs perdidas em Barcelona. Lá Cristina, aberta a aventurosos romances, conhece um pintor charmoso e ambos iniciam um affair. Às escuras, Vicky também sai com o artista plástico. O que era um triângulo torna-se um quarteto amoroso com a entrada em cena (na metade da fita) de Maria Elena, mulher com tendência suicida que ainda ama o ex-marido, Juan Antonio. O circo está armado e promete tragédia em vista.
Além dos desenrolares imprevisíveis da história, o filme se completa com outros destaques. A habilidosa direção de Allen é sustentada pela atuação do elenco principal, em momentos brilhantes. O papel visceral vai para Penélope Cruz, que por esse filme recebeu o Oscar de melhor atriz esse ano, além do Bafta e do Spirit Award. É ela quem interpreta a ex-esposa do pintor. Sua aparição garante diferentes rumos à trama, e transforma de cabeça para baixo a vida dos amantes. Woody Allen soube fechar em absoluta atmosfera a relação de amor e ódio entre marido e mulher que mesmo separados se amam. A veemência arrebatadora com que expõe a dominação interior de Maria Elena para com Juan Antonio (e vice-versa) é o maior lance desse projeto, digno de méritos.
Quem assiste a “Vicky Cristina Barcelona” aproveita também um passeio por Barcelona com toda a arquitetura gaudiana e sua arte rica em cores. Vale observar os dois aspectos antagônicos de uma mesma Barcelona: inicialmente é mostrada como a cidade do amor, e depois, a da decepção.
Na questão musical, o diretor optou por uma trilha sonora tipicamente espanhola, de ritmos dançantes, fugindo assim do jazz que tanto utiliza.
Vencedor do Globo de Ouro na categoria melhor Comédia/Musical, o filme foi rodado em 40 dias e com orçamento pequeno (US$ 15 milhões). É o quarto projeto de Allen feito na Europa e o terceiro com Scarlett Johansson (os anteriores foram “Match Point” e “Scoop”).
Estamos diante de um Woody Allen reformulado, jovial, que dá a volta por cima numa fita sensual, humana e bem agradável, apropriada para todo o tipo de público. Por Felipe Brida

Título original: Vicky Cristina Barcelona
País/Ano: EUA/Espanha, 2008
Elenco: Javier Bardem, Scarlett Johansson, Rebecca Hall, Penélope Cruz, Patricia Clarkson, Kevin Dunn, Christopher Evan Welch (narrador).
Direção: Woody Allen
Gênero: Comédia romântica
Duração: 95 min.
Lançamento: Primeira quinzena de março
Distribuidora: The Weinstein Company / MGM / Imagem Filmes

terça-feira, 24 de março de 2009

Cine Lançamento


Go fast – No coração do tráfico

Infiltrado em uma gangue de traficantes de droga, o oficial de polícia Marek (Roschdy Zem) terá uma perigosa missão pela frente: barrar um grande carregamento de maconha vindo da Espanha e assim desmantelar a rede de tráfico que domina a região noroeste da Europa.

Decepcionante fita policial de origem francesa, produzida pela mesma equipe da trilogia de sucesso “Carga explosiva”. Não foi exibido nos cinemas, e no Brasil chega diretamente em DVD, distribuído pela Prime Pictures, empresa especializada na difusão de filmes independentes.
Baseado em fatos reais, “Go fast” não passa de um medíocre thriller sobre tráfico de drogas, com direito a perseguições de carro em alta voltagem, num estilo fajuto de “60 segundos”, que também não era lá grande coisa. O problema agravante remete à direção sem brilho do cineasta Olivier Van Hoofstadt, que vem de uma carreira em frangalhos. Confesso que não conhecia o diretor e tive de pesquisar a filmografia dele, onde constam filmes menores, alguns deles nem lançados, portanto um total anônimo do público.
Fizeram má escolha em colocar no papel central o ator Roschdy Zem; além de antipático, o protagonista carrega uma fisionomia esquisita, um rosto marcado por traços de terrorista saudito – tudo o que ele não poderia ser no momento da fita!
Certamente um filme nada memorável. Por Felipe Brida

Título original: Go fast
País/Ano: França, 2008
Elenco: Roschdy Zem, Olivier Gourmet, Jean-Michel Fête, Jil Milan, Catalina Denis.
Direção: Olivier Van Hoofstadt
Gênero: Ação
Duração: 90 min.
Lançamento: Primeira quinzena de março
Distribuidora: Prime Pictures


[REC]

A repórter de TV Ângela Vidal (Manuela Velasco), junto de seu cinegrafista Pablo (Pablo Rosso), está em um quartel do Corpo de Bombeiros para elaborar uma reportagem sobre o dia-a-dia daqueles profissionais. Convidados para acompanhar um resgate noturno, a jornalista e o cameraman saem para uma viagem sem volta: presos em um edifício com um grupo de pessoas, terão de fugir de zumbis canibais.

Eleito por internautas como um dos 10 filmes mais assustadores da década, [REC] é um bom exercício de tensão e pavor, marcado por cenas grotescas de sangue na tradicional modalidade de fitas de zumbi. A maior diferença está na técnica que cria a narrativa: tem-se a perspectiva em primeiro plano, composta pela captação de imagens pelas mãos de um cameraman. Vale destacar que o recurso não é novo – lembra de “A bruxa de Blair”? –, no entanto apresenta melhor resultado que os contemporâneos de mesmo estilo, “Cloverfield – Monstro” e “Diário dos mortos”.
Com a câmera apoiada nos ombros, o cinegrafista expõe o medo interior de cada personagem por meio dos rostos desesperados e a gritaria coletiva. Diante de tanta apreensão, ele arranca das pessoas em cena expressões das mais arrepiantes, num espetáculo sensacionalista com sabor de cinema trash.
Está aí a premissa do novo filme gore do catalão Jaume Balagueró, sempre à frente de projetos de terror como “A seita” (1999), “A sétima vítima” (2002) e “Terror em Mercy Falls” (2005). Visto por milhões de pessoas no mundo inteiro e considerado sensação de temporada, [REC] afunda o telespectador na cadeira, e pode provocar arrepios. Por outro lado alguns poderão cansar devido à câmera freneticamente trepidante, com desvios e angulações rápidos. Deixe pra lá quem tiver labirintite ou vista cansada...
Os produtores optaram por rodar o filme, de orçamento modesto, em locações, sem sets de filmagem. As cenas foram gravadas em prédios antigos e algumas tomadas externas em ruas da Espanha. Indicado como melhor filme no European Film Awards, ganhou dois prêmios Goya – atriz revelação (Manuela Velasco) e edição.
Na pós-produção do filme, em 2007, foi anunciada a versão norte-americana, intitulada “Quarentena”, nos moldes do original. E para esse ano, Balagueró agiliza a continuação, [REC] 2, com a mesma equipe da primeira parte. Cheiro de nova franquia no ar. Por Felipe Brida


Título original: [REC]
País/Ano: Espanha, 2007
Elenco: Manuela Velasco, Ferran Terraza, Jorge Serrano, Pablo Rosso, Carlos Vicente, David Vert.
Direção: Jaume Balagueró/ Paco Plaza
Gênero: Terror
Duração: 85 min.
Lançamento: Segunda quinzena de fevereiro
Distribuidora: California Filmes

quinta-feira, 19 de março de 2009

Especiais sobre cinema


Ministério da Cultura propõe mudanças na estratégia de aplicação da Lei Rouanet

Felipe Brida

O Ministério da Cultura (Minc) e a Casa Civil apresentam, na próxima segunda-feira (dia 23), um Projeto de Lei que reformula a Lei Rouanet, responsável pelo fomento e incentivo às produções culturais. A intenção é criar uma nova estratégia para o financiamento das atividades que envolvam cultura. A discussão principal será democratizar e diversificar a aplicação dos investimentos públicos, provenientes do governo federal, nos projetos de cineastas, músicos, diretores de teatro e escritores.
Em vigência desde dezembro de 1991, a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313), popularmente conhecida como “Rouanet”, incentiva empresas ou grupos de pessoas interessadas em financiar projetos culturais, dentre eles filmes, livros, peças teatrais ou orquestras. No entanto, de cinco anos para cá, a “Rouanet” vem beneficiando, em maior número, estados do Sudeste e Sul, e a apenas uma pequena parcela de pessoas.
Mais informações sobre as mudanças na Lei na próxima edição do “Arte em Foco” (sexta-feira).


Vencedores do LABRFF

Com a participação maciça de artistas brasileiros e estrangeiros, dentre eles o premiado ator Dustin Hoffman, a segunda edição do Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF) terminou no último domingo, dia 15. “Meu nome não é Johnny” (foto) venceu na categoria melhor filme, e Selton Mello ganhou o prêmio de melhor diretor por “Feliz Natal”. Houve empate nas categorias de ator e atriz; enquanto Leonardo Medeiros (por “Feliz Natal”) dividiu o prêmio com Cauã Reymond (“Se nada mais der certo”), Cláudia Abreu (“Os desafinados”) recebeu o troféu junto com Caroline Abras (“Se nada mais der certo”). Lula Carvalho venceu na de melhor fotografia por dois filmes, “Feliz Natal” e “A festa da menina morta”. Melhor roteiro ficou para o drama “A festa da menina morta”, escrito por Matheus Nachtergaele e Hilton Lacerda. Ainda foram premiados melhor documentário (para “Contratempo”), melhor curta (“Sickiu Verimanxi”) e animação (“Dossiê Rê Bordosa”).
Durante os quatro dias do festival foram exibidos 65 filmes, longas e curtas-metragens. O diretor Glauber Rocha recebeu uma homenagem pela carreira. No encerramento do evento, a filha do cineasta, Paloma Rocha, ganhou um prêmio especial pelo documentário “Anabazys”.


Lançamentos em DVD

Chega nas locadoras o drama de época “A duquesa” (foto), vencedor do Oscar 2008 por melhor figurino, e ainda indicado na categoria direção de arte. O filme é uma pequena crônica da vida da duquesa de Devonshire, Georgiana, invejada pela aristocracia inglesa e vítima de calúnias por causa de sua extravagância.
E sai em DVD o filme brasileiro “Romance”, dirigido por Guel Arraes. A comédia romântica, estrelada por Wagner Moura e Letícia Sabatella, ironiza os vícios da TV e do cinema a partir de uma encenação teatral de “Tristão e Isolda”, que trata o tema “amor” de forma eloqüente e trágica.

Das antigas

Em comemoração aos 10 anos da Versátil, a distribuidora relança em DVD duplo o clássico italiano “A doce vida” (foto), em cópia restaurada e cheio de extras. A obra máxima de Fellini, agora em formato widescreen e som Dolby Digital 5.1, narra a vida intensa do jornalista Marcello em meio a festas da classe alta em Via Veneto. Em meio ao vazio existencial, procura um sentido à sua medíocre vida.
A Europa Filmes lança esse mês, na coleção “Os trapalhões”, dois filmes raros com Renato Aragão e o companheiro Dedé Santana antes de fazerem sucesso com o famoso quarteto. “Na onda do iê-iê-iê” (1966) e “Ali Babá e os 40 ladrões” (1972) são duas comédias – a primeira em estilo musical e a segunda, dramática – fora do subgênero pastelão que iria consagrá-los anos mais tarde.
Sai pela Warner a terceira temporada de “Agente 86”, clássica série cômica dos anos 60 com o famoso espião atrapalhado Maxwell Smart, em meio a difíceis missões na Guerra Fria.
No festival de clássicos, a Classicline lança a comédia romântica “Quando setembro vier” (1961, com Rock Hudson e Gina Lollobrigida) e a fita de guerra “Tobruk” (1967, com Rock Hudson e George Peppard).

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 20/03/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Morre a atriz Natasha Richardson


A atriz inglesa Natasha Richardson morreu hoje aos 45 anos, após complicações decorrentes de um acidente de esqui no em Quebec, Canadá, ocorrido no último domingo. Filha da veterana atriz ganhadora do Oscar Vanessa Redgrave e do cineasta Tony Richardson (já falecido), Natasha era casada com o ator Liam Neeson, com quem teve dois filhos.
Nascida em Londres no dia 11 de maio de 1963, estreou no cinema aos 10 anos de idade, no thriller italiano "High Crime", onde fez uma ponta não-creditada. Seu primeiro trabalho de destaque deu-se no papel da escritora Mary Shelley no estranho "Gótico" (1986). Esteve no elenco de "Aconteceu no campo" (1987), "O sequestro de Patty Hearst" (1988), "O início do fim" (1989), "Estranha sedução" (1990), "O favor, o relógio e o peixe muito grande" (1991), "As viúvas alegres" (1994), "Nell" (1994), "Operação cupido" (1998), "Encontro de amor" (2002), "Paixão sem limites" (2005), "A condessa branca" (2005) e "Ao entardecer" (2007).
A atriz, naturalizada cidadã norte-americana, também atuou em telefilmes e peças teatrais. Natasha vem de uma família de artistas e cineastas. Além da verve artística dos pais, era sobrinha das atrizes Corin e Lynn Redgrave, neta do ator Michael Redgrave, e irmã de Joely Richardson. Por Felipe Brida

terça-feira, 17 de março de 2009

Cine Lançamento


Eu, meu irmão e nossa namorada

Viúvo e pai de três filhas, o colunista de jornal Dan Burns (Steve Carell) está em busca de um amor. Certo dia, numa livraria, conhece a charmosa Marie (Juliette Binoche), por quem se apaixona loucamente. Dias depois, o irmão mais novo de Dan, Mitch (Dane Cook), reúne toda a família em uma casa de praia para apresentar sua noiva. E é lá que Dan descobre que Marie irá se casar com seu irmão.

Chega em DVD, com atraso fenomenal, esse bom exemplo de comédia dramática, lançada nos cinemas há praticamente dois anos. O filme parte da idéia de um conto de fadas ao avesso, uma nova releitura de “Desencanto” ou da refilmagem, “Amor à primeira vista”. A história nos apresenta a pedante vida do colunista Dan Burns. Monotonia não falta para o dia-a-dia esse viúvo em má fase profissional. Cercado pelas filhas, escreve sobre comportamento para um jornal; seus textos influenciam os leitores a viver bem, mas para ele mesmo aquilo não tem função, já que continua encalhado numa escassez amorosa. Eis que a rotina do solitário promete mudar a partir de um encontro casual com uma mulher inteligente e elegante. A paixão, devastadora por sinal, desconcerta a cabeça do rapaz, e toda a vontade em se aproximar daquela mulher irá afundá-lo de vez numa avalanche de tormentos.
Assim como na vida real (reparem no título original, em inglês), existem os altos e baixos, e nas “baixas”, as desilusões amorosas e os tristes acasos assumem forma. E é exatamente nesse aspecto que o filme procura se expandir. E cumpre o papel anunciado, mostrando-se uma fita sensível, com momentos cômicos e outros sinceros. Só não espere soluções agradáveis.
O roteiro inclusive é baseado em experiências reais vividas pelo co-roteirista Pierce Gardner (o mesmo de “Dominação”), em Rhode Island.
Sustentada por um elenco em forma – Steve Carell está contido, Dane Coook, para mim péssimo ator, mostra-se melhorzinho, e Juliette Binoche, o grande destaque, está mais linda do que nunca (e como ela cativa! Ótima atriz!). Há ainda participações menores dos veteranos Dianne Wiest e John Mahoney, em papéis agradáveis como os pais de Carell e Cook.
Teimo com o título em português, que pode gerar dúvida: “será mais um daqueles medíocres filmes teens à la “Maldita sorte”?”.
Este é o segundo filme dirigido por Peter Hedges, quatro anos após o drama “Do jeito que ela é”. Recomendado a jovens e adultos. Por Felipe Brida

Título original: Dan in real life
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Steve Carell, Juliette Binoche, Dane Cook, Alison Pill, Diane Wiest, John Mahoney, Amy Ryan.
Direção: Peter Hedges
Gênero: Comédia dramática
Duração: 98 min.
Lançamento: Segunda quinzena de fevereiro
Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures/ Europa Filmes

segunda-feira, 16 de março de 2009

Morre o ator Ron Silver, aos 62 anos


O ator norte-americano Ron Silver morreu ontem em Nova York, aos 62 anos, vítima de câncer no esôfago. Ele lutava contra a doença desde 2006.
Nascido em NY no dia 02 de julho de 1946, Silver trabalhou em 60 filmes para o cinema e para a TV e fez participações especiais em mais de 15 séries famosas. Iniciou a carreira artística na primeira metade dos anos 70, em seriados como "Rhoda", "Arquivo confidencial" e "McMillan & Wife". Estreou nos cinemas em 1976 na comédia "Tunnel vision", e no ano seguinte fez "A disputa dos sexos".
Silver interpretou diversos personagens diferentes, desde cientistas até assassinos. É bastante lembrado por dois papéis: o pesquisador que enfrentava perigosas manifestações espirituais em "O enigma do mal" (1981), e o perturbado psicopata em "Jogo perverso" (1989). Ainda trabalhou em "Fúria silenciosa" (1982), "Amigos muito íntimos" (1982), "O amor tem seu preço" (1983), "Silkwood - O retrato de uma coragem" (1983), "Fala, Greta Garbo" (1984), "Inimigos - Uma história de amor" (1989), "O reverso da fortuna" (1990), "Timecop" (1995), "A invasão" (1996), "Um festival em Cannes" (2001), "Ali" (2001) e "Sob suspeita" (2006).
Há quinze anos vinha atuando mais em filmes para a TV e seriados, como "Chicago Hope", "The west wing", "Lei e ordem" e "Crossing Jordan". Como diretor realizou apenas um filme, a ficção científica "Lifepod - O 9º passageiro", feito para a TV.
Antes de ser reconhecido como ator, por falar bem o chinês, trabalhou na embaixada americana em Taiwan, nos anos 70. Era ativista e envolveu-se em causas políticas. Publicamente defendia o presidente George W. Bush na guerra contra o terrorismo e na invasão ao Iraque.
Ron Silver deixa dois filhos. Por Felipe Brida

sábado, 14 de março de 2009

Cine Lançamento


Outlander – Guerreiro vs. Predador

Viajando pelas galáxias, a espaçonave comandada pelo guerreiro Kainan (James Caviezel) cai em uma terra onde moram vikings. Na realidade Kainan viajou no tempo, e o ano é 709 d.C. Junto com ele na nave veio uma sanguinária criatura que, em novo solo, dá início a uma matança sem fim. Aliado aos vikings, o guerreiro terá de derrotar o terrível monstro.

Uma equipe formada por 16 produtores, dentre eles o premiado com o Oscar Barrie M. Osborne, da trilogia “O senhor dos anéis”, assina a produção dessa aventura banal e mal feita, tachada pelos críticos como um “épico B” (o subtítulo da fita, em português, é de péssimo gosto). É muita gente para um filme cujo resultado fica abaixo da média.
De cara a fita se apresenta como uma aventura, de ritmo ágil, mas logo é corrompida por elementos de ficção científica, alguns deles sem explicação, como a chegada de Kainan à era medieval. Houve mesmo uma viagem ao tempo? Pois bem, com a vinda intergaláctica do tal guerreiro à terra nórdica, uma criatura, chamada de Moorwen, sai dos escombros e inicia o caos. Kainan é eleito o salvador, e daí em diante ninguém precisa de bola de cristal para decifrar o que acontece. A premissa gira em torno da velha fórmula do herói imbatível.
Notam-se problemas estéticos na direção de arte, que parece ter saído dos seriados ingleses da Hallmark; e misturada com uma fotografia escura e sem nitidez, peca pela falta de qualidade.
Os efeitos digitais utilizados no monstro vêm de um trabalho duvidoso, artificial. Por falar na criatura, a idéia da invasão da nave, mencionada por Kainan em um diálogo, lembra “Alien – O oitavo passageiro”.
O elenco é liderado por James Caviezel, que se esforça para encarnar o protagonista, um guerreiro em busca de vingança, atormentado pelas lembranças da esposa. Desperdiçado no papel de um viking matador, Ron Perlman está irreconhecível, careca e de barba. Mais um para sua lista de excentricidades.
O diretor Howard McCain vem de uma carreira pobre de filmes feitos para a TV e agora tenta se recuperar com projetos audaciosos – assinou o roteiro da terceira parte de “Anjos da Noite” e do novo “Conan”, previsto para ser lançado no próximo ano.
Não espere muito e também não confunda com “Outland”, ficção de 1981 estrelada por Sean Connery. Por Felipe Brida

Título original: Outlander
País/Ano: EUA/Alemanha, 2008
Elenco: James Caviezel, Sophia Myles, Jack Huston, John Hurt, Ron Perlman, Cliff Saunders.
Direção: Howard McCain
Gênero: Aventura/Ficção científica
Duração: 110 min.
Lançamento: Segunda quinzena de fevereiro
Distribuidora: Imagem Filmes

sexta-feira, 13 de março de 2009

Especiais sobre cinema


Filmes brasileiros invadem festivais de cinema no exterior

Felipe Brida

A ordem é marcar território no cenário da cinematografia mundial. Com essa visão transformadora, cineastas e produtores brasileiros começam uma intensa jornada de apresentar seus filmes em festivais de cinema fora do país, em especial nos Estados Unidos, onde ali existe a forte indústria do cinema.
De quebra, ontem, teve início a segunda edição do “Los Angeles Brazilian Film Festival” (LABRFF 2009) cuja programação se estende até domingo, dia 15. “Bela noite para voar” (foto), filme biográfico que retrata o romance secreto do ex-presidente Juscelino Kubitschek com esposa de um deputado, Maria Lúcia, abriu o evento.
Na programação constam esse ano 65 produções nacionais – 20 longas-metragens (14 de ficção e seis documentários), 20 curtas, 17 curtas de animação e oito vídeos de arte. O evento, ainda recente na história dos festivais, é realizado no The Landmark, Westside Pavilion, Califórnia.
Na competição, filmes brasileiros de todos os gêneros, desde comédia besteirol até fita policial. São eles: “Casa da mãe Joana”, “Os desafinados”, “Bela noite para voar”, “A festa da menina morta”, “Orquestra dos meninos”, “O signo da cidade”, “Esses moços”, “A guerra dos Rocha”, “Meu nome não é Johnny”, “Feliz Natal” e “Se nada mais der certo”.
O público poderá acompanhar o festival pelo site http://www.labrff.com/

Homenagem a Glauber

Um dos idealizadores do movimento Cinema Novo no Brasil, o cineasta Glauber Rocha (1939-1981; foto) será homenageado na segunda edição do “Los Angeles Brazilian Film Festival”. Durante os quatro dias do festival serão exibidos três filmes do diretor; “Terra em transe”, “Deus e o Diabo na terra do sol” e “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”. Na programação ainda consta o documentário “Anabazys”, dirigido pela filha de Glauber, Paloma Rocha.

Festival de Miami

Além de Los Angeles, o cinema brasileiro está presente em outro festival, este ainda mais famoso. Cinco produções nacionais concorrem a prêmios no 26º Festival Internacional de Cinema de Miami. O evento, que teve início na sexta-feira da semana passada e termina domingo, conta com 137 filmes de 43 países. “Verônica”, “Chega de saudade”, "Apenas o Fim", "O Homem que engarrafava nuvens" e "FilmeFobia" encaram um espaço na terra do tio Sam. Os vencedores serão divulgados no site oficial do evento – http://www.miamifilmfestival.com/



Lançamentos em DVD

“Vicky Cristina Barcelona”, “Rede de mentiras” e “A casa de Alice” são os três grandes lançamentos da semana em DVD.
Vencedor do Oscar 2009 de melhor atriz (Penélope Cruz), “Vicky” retrata um triângulo amoroso entre duas amigas e um sedutor pintor espanhol. O filme, uma comédia dramática dirigida por Woody Allen, ganhou também o Globo de Ouro de melhor filme – Comédia/Musical.
Em “Rede de mentiras”, dois agentes da CIA (Leonard Di Caprio e Russell Crowe) saem no percalço de um grupo terrorista da Al Qaeda após uma onda de ataques nos EUA.
Filme brasileiro elogiado pela crítica internacional e vencedor de vários prêmios estrangeiros, “A casa de Alice” é um drama familiar intenso cuja história se passa na periferia de São Paulo. A trama traz a manicure Alice, uma quarentona que vive com a mãe, o marido e seus três filhos, e enfrenta a duras penas problemas financeiros e a falta de carinho.

Das antigas

A NBO relança, agora em edição comemorativa, o musical “Dirty dancing”, em DVD duplo. O filme tornou-se sensação no final dos anos 80 pelo ritmo contagiante e pelas famosas músicas, dentre elas a vencedora do Oscar de 1988 “(I’ve had) the time of my life”.
Pela Imagem Filmes saem cinco volumes da série animada Snoopy, uma compilação dos melhores curtas da turma de Charlie Brown produzidos entre 1965 e 1985.
Já a Som Livre lança a série completa de “Ó, pai, ó”, composto por seis episódios exibidos pela Rede Globo em 2008. No DVD duplo com quatro horas de duração, a série acompanha a vida de diferentes personagens em meio ao popular Carnaval de Salvador.
A Lume lança “Um olhar a cada dia” (1995), uma recriação do mito de Ulisses, premiado no Festival de Cannes. A história segue a trajetória de um cineasta em busca de antigos rolos de filme, o que o leva a uma profunda viagem interior.
Pela Silver Screen, “Moscow não acredita em lágrimas”, em DVD duplo. O filme russo, de 1980, traz um drama sobre relacionamentos conturbados entre namorados. Vencedor do Oscar de filme estrangeiro.

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 13/03/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

terça-feira, 10 de março de 2009

Cine Lançamento


Segurando as pontas

Dale Denton (Seth Rogen) é um jovem que trabalha entregando mandatos judiciais. Quase sempre drogado (ele fuma maconha), numa noite presencia um assassinato na residência de um magnata. Os criminosos, dentre eles uma policial, reconhecem a ponta de cigarro de maconha deixada por Dale na rua, e saem atrás daquela perigosa testemunha. Com a ajuda do traficante Saul Silver (James Franco), Dale terá de fugir a todo o custo, e ambos entram numa sucessão infernal de acontecimentos bizarros.

Comédia maluca produzida pela equipe de Judd Apatow, responsável pelos sucessos “Ligeiramente grávidos” e “Superbad – É hoje”, todas elas com Seth Rogen no elenco. A crítica estrangeira superestimou tanto as duas anteriores quanto essa nova. Não é para tanto; o que vejo são pseudo-comédias inteligentes marcadas por excessos e com piadas que só americano entende.
Os dois personagens de destaque fumam maconha o tempo inteiro, falam asneiras, frases sem sentido (verdadeiras pérolas) e muitos palavrões – o “fuck” é dito mais de 150 vezes. Não bastasse isso, são histéricos e atrapalhados.
Pela linha incursionada pela turma de Apatow, o resultado não poderia ser outro: o filme é politicamente incorreto aonde se promove uma campanha libertária ao uso da maconha, droga ilegal na maioria dos países. Pois bem, a apologia é escancarada mesmo desde o título original, “Pineapple express” (Expresso do abacaxi), referência a uma erva potente, altamente enlouquecedora. É esse cigarrinho em formato de avião, cruz, sei lá, que os dois amigos fumam logo no início da fita e ficam alucinados, embarcando numa jornada de perseguições e idiotices.
O ator James Franco, dificilmente bem quisto pelos críticos, recebeu indicação ao Globo de Ouro de melhor ator na categoria Comédia/Musical esse ano. O papel que interpreta é o mais doido e exagerado.
Escrito por Rogen em 2001, o roteiro ficou engavetado por quase sete anos. Até que um bando de doidões resolveu rodá-lo.
A fita saiu direto em DVD no Brasil, em edição simples e chamada de “sem censura” – contém as versões de cinema (de 111 min) e a estendida, com seis minutos a mais. Apenas para jovens e público estritamente específico. Por Felipe Brida

Título original: Pineapple express
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Seth Rogen, James Franco, Danny McBride, Kevin Corrigan, Craig Robinson, Gary Cole, Rosei Perez, Ed Begley Jr., James Remar.
Direção: David Gordon Green
Gênero: Comédia
Duração: 111 min.
Lançamento: Segunda quinzena de fevereiro
Distribuidora: Columbia Pictures

domingo, 8 de março de 2009

Cine Lançamento


Resident Evil: Degeneração

Presas em um aeroporto, pessoas são atacadas por zumbis sedentos por sangue e carne humana. O caos está instalado em Raccoon City, cidade devastada por um incidente envolvendo grotescas experiências genéticas e poderosos mísseis.

Lançada em 1996, a hoje poderosa franquia de jogos de videogame “Resident Evil” virou sensação entre jovens do mundo inteiro. Tamanho o sucesso que a empresa japonesa Capcom, responsável pela criação e domínio dos jogos, liberou os direitos para a produção da cinessérie homônima, lançada em 2002. Irregulares, os três filmes feitos em Hollywood baseados no violento jogo sobre zumbis frutos de uma experiência genética mal sucedida não satisfizeram o gosto dos fãs. Críticos de cinema também não avaliaram positivamente tais fitas, estreladas por Milla Jovovich.
Para reverter a fórmula, a Capcom, em parceria com a Sony Pictures, assumiu a produção dessa animação, inteiramente rodada em computação gráfica (CG). Como resultado tem-se um trabalho que segue sem restrição a linha dos jogos, com muita carnificina em estilo gore, tiros, zumbis e discussões políticas que tratam a destruição do mundo.
Como conhecedor mínimo da franquia de jogos, achei a animação bem feitinha, com bons efeitos em CG. A história é difícil de assimilar, pois segue um ritmo atropelado cheio de pequenas tramas complementares – os motivos que levaram a organização Umbrella a cometer o incidente, uma teia de políticos gananciosos, a questão do caos urbano etc. Deverá ser melhor acompanhada pelos que entendem e jogam “Resident evil”.
Para chegar a uma conclusão sobre a animação, tive de consultar um amigo especialista em “Resident Evil”, que afirmou que a fita é fiel ao modelo preconizado pelos jogos. Sai-se melhor do que os filmes anteriores, considerados fracos.
O ambiente e os personagens são de alto nível de perfeccionismo, prova de que as animações contemporâneas conseguem recriar o mundo real e assim enganar nossos olhos.
Fãs de jogos de terror devem conferir o entretenimento. Por Felipe Brida

Título original: Resident Evil: Degeneration
País/Ano: Japão, 2008
Elenco: vozes de Alyson Court, Paul Mercier, Laura Baile, Roger C. Smith.
Direção: Makoto Kamiya
Gênero: Animação/Terror
Duração: 96 min.
Lançamento: Primeira quinzena de fevereiro
Distribuidora: Sony Pictures

sexta-feira, 6 de março de 2009

Especiais sobre cinema


Cinema nacional: comédia sobre troca de corpos bate recorde de público

Felipe Brida

Líder de bilheteria nos cinemas brasileiros em janeiro passado, a comédia Se Eu Fosse Você 2 bateu o recorde de público do cinema nacional recente. O filme foi visto por mais de 5,324 milhões de pessoas, e torna-se assim o mais assistido de toda a história da Retomada (desde 1995).
Inclusive desbancou do ranking o drama “2 filhos de Francisco”, que obtinha 5,319 milhões de público.
Em 2006, quando do lançamento da primeira parte de “Se eu fosse você, o filme já havia levado aos cinemas 3,644 milhões de pessoas. Agora, a mesma fórmula se repete; uma campanha publicitária organizada e articulações de estratégia de divulgação preconizavam o sucesso da continuação da franquia. Sinal dos primeiros resultados da indústria de cinema no país.
Agora, cineastas e produtores apostam que 2009 será promissor para o cinema nacional – e quem sabe reverter a queda sofrida nos últimos quatro anos.
Dirigida por Daniel Filho e estrelada por Tony Ramos e Glória Pires, “Se eu fosse você 2” ocupa ainda o 5º lugar no ranking dos filmes mais vistos em toda a história do cinema nacional – perde para “Dona Flor e seus dois maridos” (1976 - com 10,7 milhões de pessoas), “A dama do lotação” (1978 – 6,5 milhões), “O trapalhão nas minas do rei Salomão” (1977 – 5,7 milhões) e “Lúcio Flávio – O passageiro da agonia” (1977 – 5,4 milhões).

Confira abaixo as cinco maiores bilheterias de filmes brasileiros da Retomada

1) Se eu fosse você 2 – 5,324 milhões
2) 2 filhos de Francisco – 5,319 milhões
3) Carandiru – O filme – 4,693 milhões
4) Se eu fosse você – 3,644 milhões
5) Cidade de Deus – 3,370 milhões


1000 minutos

A mostra “1000 minutos de 80 países”, organizada pelo Festival do Minuto da Holanda, chega com furor em São Paulo. Aberta ao público desde a última quarta-feira no Museu de Arte de São Paulo (MASP), o evento reúne os melhores curtas do famoso festival. Ao todo são 17 horas de material produzido em 80 países diferentes, trazendo um amplo panorama de estilos no formato audiovisual.
Trabalhos de cineastas brasileiros como Kiko Goifman, André Abujamra (foto) e Marcelo Masagão podem ser conferidos na mostra até o dia 29 de março.
A edição do “1000 minutos” desse ano já passou por Pequim, Florença, Lisboa e Bruxelas, e depois de São Paulo, estará na África do Sul e Egito.
O ingresso custa R$ 15 (às terças a entrada é gratuita). Pelo site do festival do Minuto o público poderá acompanhar a programação da mostra e também assistir aos vídeos, todos na íntegra, das edições passadas. Acesse http://www.festivaldominuto.com.br/


Lançamentos em DVD

Confira os filmes lançados em DVD essa semana. Tem opção para quem curte ação, comédia, musical, drama e animação.

Adaptação do famoso jogo de videogame, o filme “Max Payne” conta a história do policial Max Payne, que após o assassinato da mulher e do filho, procura vingança a todos os custos. No departamento anti-drogas, é acusado de um crime que não cometeu, e passa a ser perseguido pela máfia e pela polícia.
Chega em DVD para a moçada “High School Musical 3: Ano da formatura”. Nessa nova história, os alunos da East High estão prestes a se formar; para que a amizade entre eles não termine, organizam uma apresentação musical.
Também em DVD está disponível a cinebiografia de um dos grandes líderes do espiritismo no Brasil, “Bezerra de Menezes: O diário de um espírito”. O personagem-título é interpretado por Carlos Vereza.
Outro lançamento é a comédia “Quase irmãos” (foto), sobre dois solteirões mimados, ambos de 40 anos, que vão morar juntos na mesma casa logo após o pai de um deles se juntar com a mãe do outro. A confusão está garantida, e os risos também.

(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva. Edição do dia 06/03/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Cine Lançamento


Os estranhos

Numa noite tranqüila, o casal Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman) viaja com destino à casa de veraneio dos pais do rapaz. Eles passam por uma crise no relacionamento, e tentarão se reconciliar durante a estadia. Só que naquele dia a vida do casal correrá risco com a chegada de três pessoas mascaradas e armadas com facas e machados.

Inspirado em fatos reais, “Os estranhos” é uma fita de terror com boas doses de suspense e susto, conduzido por um clima de tensão no estilo “Halloween”. Apesar do tema saturado sobre maníacos que se escondem atrás de máscaras, cumpre seu papel como entretenimento.
Constrói-se o filme com poucas tomadas e somente dois personagens-chave – a história envolve apenas um casal e se desenrola no interior de uma casa isolada.
Logo nos letreiros iniciais, fiquem atentos com o aviso “até hoje não se sabe ao certo o que ocorreu naquela noite”. Isto porque alguns acontecimentos não são explicados na trama, a exemplo os motivos que levaram os assassinos – aparentemente uma família, composta por pai, mãe e filha – a invadir o local para atacar os namorados.
Dirigido pelo estreante Bryan Bertino, a maior falha da produção vem com a fotografia escura, que chega a aborrecer em determinadas seqüências de perseguição.
Como resultado tem-se uma fita de rotina, que não faz feio e deverá agradar os fãs do gênero. Longe de ser marcante, reserva uma discutível conclusão nada convencional. Assistam e percebam se estou errado.
De rosto tímido, Liv Tyler nunca foi boa atriz, mas aqui não está mal no papel da protagonista que tenta fugir das mãos dos doentios criminosos. Por Felipe Brida

Título original: The strangers
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Liv Tyler, Scott Speedman, Glenn Howerton, Gemma Ward.
Direção: Bryan Bertino
Gênero: Terror
Duração: 87 min.
Lançamento: Segunda quinzena de fevereiro
Distribuidora: Paris Filmes/ Universal Pictures