segunda-feira, 16 de maio de 2011

Resenha

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Água para Elefantes

Por Morgana Deccache *

O drama estrelado por Reese Witherspoon, Robert Pattinson (da saga "Crepúsculo") e Christopher Waltz (o coronel Hans Landa, de "Bastardos Inglórios", vencedor do Oscar de ator coadjuvante) é uma adaptação ao cinema do best seller Water for Elephants, escrito por Sara Gruen, com roteiro de Richard LaGravanese e direção de Francis Lawrence (de "Eu sou a Lenda" e "Constantine").
A história: O jovem Jacob Jankowski (Robert Pattinson) perde os pais e a casa, entra em depressão e resolve abandonar a faculdade de Veterinária. O rapaz adentra um trem de passagem e conhece o mundo do circo, decidindo acompanhá-lo por causa de sua experiência na área veterinária, ficando responsável pelos animais.
Lá Jacob testemunha a brutalidade com que os bichos são tratados e cria um laço afetivo com uma elefanta que é adquirida de um outro circo que faliu. Ele se apaixona pela domadora de cavalos Marlena (Reese Whiterspoon), que é casada com o covarde treinador e dono do circo, August (Christoph Waltz).
O filme é ambientado nos anos de 1929 e 1930, início da Grande Depressão pós-guerra. O enredo é carregado de tensões, conflitos e dramas, e ao mesmo tempo rico em sensibilidade, dinamismo, fala sobre amizade e amor. Altamente recomendado. Vale a pena conferir este filme!

Ficha técnica

Título original: Water for Elephants
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Richard LaGravenese
Elenco: Reese Witherspoon, Robert Pattinson, Christopher Waltz, Hal Holbrook, Paul Schneider
País/Ano: EUA, 2011
Duração: 120 min.


(*) Morgana Deccache é jornalista, professora universitária no campo de Comunicação e palestrante com formação nas áreas de liderança e teatro amador de pantomima. É também locutora e professora de cursos profissionalizantes. Escritora nas horas vagas. Natural do Rio de Janeiro, atualmente reside em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

sábado, 14 de maio de 2011

Especiais sobre cinema

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Um norte-americano na Revolução Russa

Por Felipe Brida *


Lançado em 1981, o épico moderno Reds retrata com seriedade e precisão a trajetória do jornalista John Reed (1887-1920), que, após viajar o mundo para cobrir guerras e revoluções no início do século 20, identificou-se com o comunismo na Rússia e muda para o país com o intuito de conhecer seus ideais. Lá, aprendeu a cartilha da Revolução Bolchevique, tornou-se ativista do sistema de governo e, ao retornar aos Estados Unidos, iniciou a formação do Partido dos Trabalhadores.
Reed vivenciou um período da história contemporânea de grandes transformações sociais e políticas em todo o mundo. Absorveu conceitos e estratégias daquela nova forma de política, baseada no notório Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, que afrontava diretamente o capitalismo reinante. Com apenas 28 anos, ficou famoso pelos discursos inflamados e influenciou futuras gerações de ativistas.
Com mais de três horas de duração, o filme apresenta todos esses momentos da vida do jornalista. Para interpretar o personagem principal, Warren Beatty (também diretor e roteirista do Reds) estudou a fundo o biografado e, durante as gravações na Rússia, colheu uma série de depoimentos de pessoas que tiveram contato com Reed, além de amigos de infância e colegas de profissão. Tais comentários foram incluídos ao longo do filme e permitem entender melhor a Revolução Russa.
A película não se prende ao panorama histórico e acompanha com rigor o relacionamento entre Reed e a escritora feminista Louise Bryant (1885-1936), o grande amor de sua vida, interpretada por Diane Keaton. Com 12 indicações ao Oscar em 1982, foi premiado em três categoriais: diretor, atriz coadjuvante (Maureen Stapleton) e fotografia (Vittorio Storaro).

A revolução e os personagens de Reds

Em 1917, a Revolução Russa ganhou projeção mundo afora e seus preceitos foram disseminados para outros países. Lênin foi um dos principais atores do movimento e, influenciado pela obra de Karl Marx, colocou em prática seus ideais em prol dos operários, que passaram a reivindicar melhores condições de trabalho e a organizar greves e paralisações nas fábricas. Foi um momento em que grande parte da classe trabalhadora foi à luta contra o setor dominante, detentor do poder.
Em Reds, a revolução em si aparece na metade do filme, quando Reed escreve os primeiros capítulos do seu famoso livro "Dez Dias que Abalaram o Mundo", que aborda todo o processo. Paralelamente à explosão do movimento, o jornalista descobre a traição de Louise, que mantinha um caso com o dramaturgo anarquista Eugene O’Neill (interpretado de forma marcante por Jack Nicholson). Nesse momento, resolve isolar-se na Rússia e volta a ter contatos frequentes e sigilosos com a velha amiga Emma Goldman (papel de Maureen Stapleton), que teve grande influência no desenvolvimento do Anarquismo na América do Norte.
A luta de Reed terminou em 1920, quando morreu de tifo em um hospital de Moscou. Ele foi o único norte-americano a ser enterrado com honras de herói na Rússia, próximo ao Palácio do Kremlin, na Praça Vermelha.

Ficha técnica

Título original e em português: Reds
País/Ano: Estados Unidos, 1981
Gênero: Drama
Duração: 195 minutos
Direção: Warren Beatty
Distribuição em DVD no Brasil: Paramount Pictures

* Publicado na coluna "Cine na Intra", no site do Senac São Paulo (www.sp.senac.br), em 25 de março de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cine Lançamento



Demônio

Cinco pessoas ficam presas no elevador de um arranha-céu comercial. Do lado de fora, os bombeiros procuram uma maneira de retirá-las daquele espaço. É quando estranhos fenômenos tomam conta do local; o mal, sob a forma de um demônio, torna-se mais um integrante do elevador.

De arrepiar! Há muito tempo não assistia a um filme tenso, que me deixasse aflito na cadeira do cinema. E agora, “Demônio” pode ser conferido em DVD, já nas locadoras.
Tem uma história surpreendentemente criativa escrita por M. Night Shyamalan (de “O sexto sentido”, que de uns anos para cá cometeu sucessivos fracassos ao rodar filmes péssimos), que causa medo do início ao fim. Até os que não acreditam no diabo ficarão com os olhos bem abertos.
A idéia é simples: cinco cidadãos que nunca se viram estão presos no elevador durante um dia comum de trabalho (uma jovem bonita, uma idosa mal encarada, um segurança negro, um rapaz super descolado e outro de trinta anos engravatado). O clima de medo aumenta a cada instante, as cinco pessoas ficam sob tensão enquanto não vem o socorro, e cada um, incitados por algo misterioso, encontra meios de se agredirem tanto física quanto verbalmente. Para piorar, a luz se apaga, e uma força sinistra invade aquele lugar fechado. Até que um a um é morto de maneira brutal.
Dirigido por um rapaz talentoso, John Erick Dowdle, o filme já começa bem com um suicídio no edifício, onde um corpo despenca do alto do prédio. Este vira o fio condutor de toda a história.
Deixo de dar detalhes pelo final surpresa. Não deixem de assistir e se preparem para a trama assustadora. Uma autêntica fita de terror, original, marcante e que reúne tudo aquilo que o público espera do gênero. Por Felipe Brida

Demônio (Devil). EUA, 2010, 80 min. Horror. Dirigido por John Erick Dowdle. Distribuição: Universal

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cine Lançamento



Do começo ao fim

Julieta (Julia Lemmertz) tem dois filhos com maridos diferentes, Francisco (João Gabriel Vasconcellos) e Thomas (Rafael Cardoso). Os irmãos, um com seis anos a mais que outro, tornam-se íntimos desde pequenos; na juventude, iniciam um relacionamento amoroso, cheio de dúvidas.

Um filme brasileiro de baixo orçamento que tenta, pela primeira vez, incursionar pelo tema da homossexualidade. Mexe com tabus ainda maiores, pois os personagens que se amam são irmãos (nascidos da mesma mãe, mas de pais distintos). Porém o grande problema é que a fita tem uma história pobre, sem conflitos, em especial porque vira um dramalhão, super piegas. De passagem, os dois atores principais não funcionam, são fracos, e seus personagens vivem um conto-de-fadas absurdo, aonde tudo se encaixa.
O que poderia ter sido notório pelo pioneirismo do tema, dá margem a uma fitinha sem sal que em nada acrescenta. A própria polêmica em torno de dois irmãos apaixonados não se destaca – repare como eles sequer questionam esse fato, sendo que os próprios pais não acham esquisito!
O elenco de coadjuvantes fica apagado: Julia Lemmertz, a mãe, logo desaparece; Fábio Assunção, o pai, está horrível (não funciona como ator de cinema); e pontas nada memoráveis de Louise Cardoso e do famoso documentarista Eduardo Coutinho.
Em seu terceiro longa, o diretor Aluizio Abranches, de “Um copo de cólera”, erra feio, criando aparentemente um projeto pessoal, só que distante da realidade. Não dá certo como drama tampouco como história de amor, pelo menos para o público mais informado, que não sairá convencido após a sessão. Por Felipe Brida

Do começo ao fim (Idem). Brasil, 2009, 95 min. Drama. Dirigido por Aluizio Abranches. Distribuição: Europa Filmes

sábado, 7 de maio de 2011

Viva nostalgia!

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Sem lei e sem alma

O xerife Wyatt Earp (Burt Lancaster) e o pistoleiro Doc Holliday (Kirk Douglas) se unem na caçada de criminosos no Velho Oeste. A aliança desses dois destemidos culmina no famoso episódio do “Tiroteio em O.K. Corral”.

Faroeste classe A baseado em acontecimentos reais – o longo tiroteio em O.K. Corral, em Tombstone (Arizona), como já diz o título original do filme. Desse massacre, saíram vivos os dois protagonistas, que entraram definitivamente para a História do Oeste Americano no século XIX: o lendário xerife durão Wyatt Earp e seu amigo, o atirador alcoólatra e tuberculoso Doc Holliday, habilidoso no gatilho (e que era dentista!).
Ambos, na vida real, foram colegas próximos. Percorriam o Arizona caçando sem dó os marginais que perturbavam o sossego social. E não pensavam duas vezes em mandar bala nos mais valentões. Por isso ficaram famosos como “homens da lei” – interpretava-se “lei” de forma diferentes tempos.
Relançado em cópia excelente pela Paramount Pictures (havia outras no mercado com qualidade inferior, de outras distribuidoras), o faroeste divide-se em duas partes: na primeira metade a apresentação dos personagens centrais (suas aventuras, vida particular etc) e na outra, a preparação para o notório duelo que se transformou num tiroteio sem precedentes.
Kirk Douglas e Burt Lancaster interpretam a dupla com química perfeita, ambos com cara fechada, dois barris de pólvora, que se complementam, muito bem dirigidos pelo habilidoso John Sturges, de fitas de faroeste como “Duelo de titãs” (1959) e “Sete homens e um destino” (1960).
Feito em 1957, recebeu duas indicações ao Oscar, melhor edição e melhor som, e conta com pequenas participações de Jo Van Fleet, Dennis Hopper, John Ireland, Rhonda Fleming, DeForest Kelley e Lee Van Cleef.
Para os fãs, um western de primeira! Por Felipe Brida

Sem lei e sem alma (Gunfight at the O.K. Corral). EUA, 1957, 122 min. Faroeste. Dirigido por John Sturges. Distribuição: Paramount Pictures

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Morre o roteirista e dramaturgo Arthur Laurents

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O roteirista de cinema, dramaturgo e diretor da Broadway Arthur Laurents morreu ontem aos 92 anos, em Manhattan, Nova York, vítima de complicações de uma pneumonia. Recebeu duas indicações ao Oscar em 1977 pelo drama “Momento de decisão” – melhor roteiro e melhor filme.
De origem judia, nasceu em 14 de julho de 1918 na cidade de Nova York. Escreveu o roteiro de fitas importantes como “Festim diabólico” (1948 – de Alfred Hitchcock), “Coração prisioneiro” (1949), “Anastácia, a princesa esquecida” (1956), “Bom dia, tristeza” (1958) e “Anastácia” (1997 - animação).
É de sua autoria a peça “Quando o coração floresce” (“Summertime”) que, em 1955, virou filme que deu a Katherine Hepburn indicação ao Oscar de atriz.
Clássicos do cinema, “Amor, sublime amor” (1961), “Gypsy” (1962) e “Nosso amor de ontem” (1973) foram baseados em livros escritos por Laurents.
Apontado como comunista, nos anos 50 entrou para a lista negra do Macartismo. Era homossexual assumido e teve um longo relacionamento com o ator Farley Granger, falecido em março deste ano. Por Felipe Brida

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cine Lançamento


As crônicas de Nárnia – A viagem do peregrino da Alvorada


Ao tocarem em um quadro na parede, os jovens Lucy (Georgie Henley), Edmund (Skandar Keynes) e Eustace (Will Poulter) são transportados para o mundo mágico de Nárnia. Os três caem dentro do navio Peregrino da Alvorada e lá encontram príncipe Caspian (Ben Barnes) e o nobre rato Ripchip. Juntos, cruzarão ilhas misteriosas, onde irão enfrentar criaturas míticas, com o objetivo de salvar Nárnia da destruição.

Terceira parte da cinessérie “As crônicas de Narnia”, sucesso de público e crítica no mundo inteiro. É o mais fraco (ou menos bom) até agora (até porque os dois anteriores eram espetaculares), justamente por ter pouca ação, ritmo lento, muito diálogo – por isso a criançada não tem paciência. Por outro lado a qualidade técnica surpreende, notável pela direção de arte e bons efeitos visuais – a das águas que vazam do quadro, no início, surpreende.
Só mesmo quem acompanha as outras aventuras de Narnia irá compreender os detalhes dessa história de fantasias criada por C.S. Lewis (1898-1963), contemporâneo do também inglês J.R.R. Tolkien, que publicaram livros de segmentos parecidos (Tolkien é mais dark com aventuras que beiram o terror).
Indicado ao Globo de Ouro de melhor canção (“There’s a place for us”), este Narnia tem seu charme inegável como fita de magia, de grande produção. Não é o melhor, no entanto garante-se como entretenimento, mais voltado para jovens e adultos.
Dirigido por Michael Apted, de dramas sérios como “O destino mudou sua vida”, “Nas montanhas dos gorilas” e Nell”. Por Felipe Brida

As crônicas de Nárnia – A viagem do peregrino da Alvorada (The chronicles of Narnia: The Voyage of the dawn Treader). EUA, 2010, 113 min. Aventura. Dirigido por Michael Apted. Distribuição: Fox Film

Resenhas especiais

  O presente   O casal Simon (Jason Bateman) e Robyn (Rebecca Hall) muda-se para uma nova casa. A rotina tranquila dos dois é ameaçada quand...