O presente
O casal Simon (Jason Bateman) e Robyn (Rebecca Hall) muda-se para uma
nova casa. A rotina tranquila dos dois é ameaçada quando um velho amigo de
escola de Simon reaparece após 20 anos. Gordo (Joel Edgerton), depois de um
encontro casual com Simon, passa a enviar diariamente presentes misteriosos à
casa onde eles moram.
Um thriller psicológico de deixar o público tenso, um verdadeiro jogo de
obsessão, com um clima ameaçador que aumenta a cada segundo. Assisti na época
do lançamento em 2015, depois revi outras ocasiões em mídia física. É escrito e
dirigido pelo ator australiano Joel Edgerton, em sua boa estreia na direção –
ele também assina a produção, ao lado da equipe da franquia ‘Sobrenatural’, de
Jason Blum, e ainda interpreta o papel do vilão, um personagem que dá arrepios.
Nem tudo é o que a trama aparenta - aos poucos vamos entendendo as intenções desse
antagonista, um homem solitário, apelidado de Gordo, marcado pelo passado
sofrido, que tem uma eterna dívida com um antigo amigo de escola com quem se
reencontra após 20 anos - papel de Jason Bateman, de ‘Palavrões’ (2013), muito
visto em comédias, que aqui mudou de estilo para novas possibilidades, o que
deu certo. Rebecca Hall, atriz inglesa que gosto muito, premiada com o Bafta,
de ‘Vicky Cristina Barcelona’ (2008), interpreta a esposa dedicada que vê o
casamento desmoronar com a chegada de Gordo.
A partir da metade do filme, uma estupenda
reviravolta envolvendo temas como bullying nos fará ter outras impressões sobre
os personagens centrais, dando sentido à história. Um filmaço de suspense comentadíssimo
na época, para quem aprecia o gênero, com cenas tensas de perseguição e um
desfecho bem amarrado. Produção independente, custou U$ 5 milhões e rendeu U$
58 milhões de bilheteria. Disponível em DVD e Bluray pela PlayArte.
O presente (The gift). EUA/Austrália/China, 2015,
108 minutos. Suspense. Colorido. Dirigido por Joel Edgerton. Distribuição: PlayArte
A grande mentira
Na metade da década de 60, três agentes do Mossad, o Serviço de
Inteligência de Israel, embarcam em uma missão secreta: capturar um médico
nazista refugiado no lado oriental de Berlim. A missão falha após a morte do
procurado. 30 anos depois surge a informação de que o tal médico não morreu, e está
vivendo em um asilo na Ucrânia. O grupo então é reconvocado para prendê-lo.
Caprichado thriller de espionagem do jeito que eu gosto, um filme classe
A com grande elenco e uma trama reveladora, que nos prende até o desfecho.
Indicado ao Oscar de melhor diretor por ‘Shakespeare apaixonado’ (1998), o inglês John Madden realizou uma obra notória,
infelizmente pouco conhecida do público. Na verdade, é adaptação de um filme
israelense lançado três anos antes, ‘A dívida’ (2007), e ambos tratam a mesma ideia: uma
caçada a um médico nazista foragido após a Segunda Guerra. A missão dos agentes
do Mossad falha, 30 anos depois o tal médico, apelidado de ‘Cirurgião de
Birkenau’, reaparece, e o grupo, agora envelhecido, volta a atuar no caso.
Preste atenção na trama complicada, que mistura dois tempos na vida dos três personagens
- Helen Mirren e Jessica Chastain são a Rachel do passado e do presente, Ciarán
Hinds e Sam Worthington o David de antes e o de depois, e Tom Wilkinson e Marton
Csokas os mesmos Stephen – os atores apresentam semelhança nas linhas de
expressão e nos trejeitos. E o veterano ator dinamarquês Jesper Christensen, o
Mr. White da nova franquia 007 de Daniel Craig, faz o sinistro vilão nazista,
inspirado numa figura real assustadora, o médico Josef Mengele, apelidado de ‘Anjo
da Morte’.
Direção de arte e fotografia impecáveis, que recriam a Berlim
Oriental e a paranoia da Guerra Fria. Filme que vejo e revejo sempre e que está
na minha lista de preferidos. Disponível em DVD e bluray pela Universal.
A grande mentira (The debt). EUA/Reino Unido/Israel/Hungria,
2010, 113 minutos. Ação/Suspense. Colorido. Dirigido por John Madden. Distribuição:
Universal Pictures
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