Natal sangrento
Jovem atormentado por um
trauma de infância inicia uma matança no final de ano, vestido de Papai Noel.
Slasher memorável, com
cenas brutais de assassinato, que virou um velho conhecido dos frequentadores
de locadoras de VHS. Lançado em 1984,
já era violento para a época, por isso foi censurado em vários países, alguns
exibindo-o com cortes. Assistindo hoje, ele continua forte e ousado, já que subverte
e polemiza símbolos sagrados de uma festa tradicional católica. Papai Noel aqui
é um homem real, atormentado por um trauma de infância; na abertura do filme,
uma família viaja de carro, no ano de 1971, na véspera do natal; lá estão mãe, pai e o filho pequeno. Eles
param na rodovia para dar carona a um homem vestido de Papai Noel, à noite – na
verdade é um assassino, que mata o casal. A criança, de nome Billy, consegue
fugir, e é adotada por freiras em um orfanato. Anos depois, ao sair de lá,
Billy relembra o chocante assassinato dos pais e faz igual, iniciando uma
matança vestido de Papai Noel. Ele invade casas, mata com machadadas e vai
deixando a trilha de sangue.
Boatos contam que o filme foi inspirado em uma situação real de um homem
que enlouqueceu no natal e cometeu a atrocidade há 50 anos. Oficialmente isto
não aparece nos anais da História.
Na época houve uma fita semelhante, feita quatro anos antes, ‘Natal
diabólico’, que deve ter influenciado este aqui – em ambos o homem enlouquece
no natal devido a um trauma de infância e parte para as mortes vestido de Santa
Claus. ‘Natal sangrento’ passou diversas ocasiões na TV, tirou o sono de muita
gente e ganhou quatro continuações
– estreou neste mês nos EUA e no Brasil o remake, de mesmo título. Repare que o
nome é um trocadilho com o
refrão da música ‘Silent night, holy night’.
Por causa da violência
extrema, o longa saiu com cortes no cinema e em home vídeo, na época com 79 minutos
– a Versátil lançou-o, em DVD, na versão americana sem cortes, de 85 minutos,
disponível no box ‘Slashers vol3’.
Natal sangrento (Silent night, deadly night). EUA, 1984, 84
minutos. Terror/Suspense. Colorido. Dirigido por Charles E. Sellier Jr.
Distribuição: Versátil Home Video
Agora seremos felizes
A família Smith é unida, composta por muitas mulheres de diferentes
idades. Os Smiths moram num casarão no estado do Missouri, são ricos, mas em
breve precisarão mudar de cidade. No ciclo de um ano, da primavera ao inverno,
a paixão, os sonhos e as desilusões serão decisivos para o amadurecimento das
meninas daquela casa.
Baseado no clássico livro da autora Sally Benson (1897-1972), ‘Agora
seremos felizes’ tornou-se um musical absoluto, querido pelos americanos, um
filme também simbólico para esta época de final de ano. Com forte similaridade ao
livro e ao filme ‘Adoráveis mulheres’ – a família composta essencialmente por
mulheres, divididas por sonhos, desilusões e amadurecimento, o filme se passa
em um ano, cruzando as quatro estações, que são os capítulos da história; cada
uma delas reflete um estado de espírito da família Smith, a relação dos pais
com as filhas, o amor e a fidelidade daquela alegre família, até as mudanças de
rumo, novos sentimentos e temores. Judy Garland é a menina Esther, Margaret
O'Brien é a irmãzinha mais nova, Tootie, Mary Astor, a matriarca; as atrizes,
belas e graciosas, entregam tudo para um filme funcional, leve e amoroso. A
história se passa nos primeiros anos do século XX, em 1904, no Missouri, com
boa parte ocorrendo na Grande Feira Mundial de Saint Louis, até que da metade
para o fim vira um filme natalino, com enfoque no inverno. Fãs de musical vão
se deliciar. Judy, na época com 21 anos, conheceria seu segundo marido aqui, o
diretor Vincente Minnelli, com quem teriam a filha Liza Minnelli.
Indicado a quatro Oscars (melhor roteiro, fotografia, trilha sonora e
música), ganhou um prêmio especial da Academia para a atriz mirim Margaret
O'Brien, na época com sete anos – a premiação de ator/atriz mirim e juvenis
existiu por muito tempo no Oscar. Em DVD pela Warner.
Agora seremos felizes (Meet me in St. Louis).
EUA, 1944, 113 minutos. Comédia/Romance. Colorido. Dirigido por Vincente
Minnelli. Distribuição: Warner Bros.
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