Iracema – Uma transa amazônica
Lobisomem
Estreou semanas atrás no
Prime Video, depois de passar nos cinemas em janeiro, essa boa e muito curiosa
revisão da clássica história de ‘Lobisomem’, que já teve inúmeras versões para
cinema. Agora, o diretor Leigh Whannell muda o tom, passando do terror visual
para um horror psicológico, tocando em temas humanos sérios, como paternidade e
casamento em crise. Cinco anos atrás Whannell já havia revisitado outra
história pertencente ao horror clássico, com ‘O homem invisível’ (2020), em que
bem tratou sobre violência doméstica. Nesse agora mito moderno, conhecemos uma
família que viaja para as montanhas remotas do Oregon para passar um final de
semana – o marido, a esposa e a filha. Trinta anos antes, um homem desapareceu
numa trilha daquela região, e, segundo lendas locais, ele reaparece de vez em
quando, escondido nas matas, após ter contraído uma doença chamada ‘Febre das
colinas’, que deixou seu rosto com cara de lobo. A família está instalada na
casa do pai de Blake (Christopher Abbott). A esposa, Charlotte (Julia Garner),
e a filha, Ginger (Matilda Firth), ficam receosos quanto ao local abandonado,
sem ninguém por perto. Até que numa noite, Blake é atacado por algo estranho na
estrada – ele fica ferido, e pouco a pouco algo maligno toma conta de seu corpo,
aguçando seus ouvidos e seu faro. Com apenas três atores em cena e uma abertura
em flashback, o filme constrói um novo ponto de vista sobre a notória história
de lobisomem, aqui mais realista e menos sanguinária do que conhecemos. E que
trata de algo além do mero terror passatempo. Tem clima de tensão e angústia,
com os personagens aprisionados numa casinha antiga, os ruídos que vem de fora,
à noite, dão arrepios, e alguns jumpscares complementam os momentos mais intrigantes
do longa. Boa parte da crítica detestou o filme, e eu fui contra a corrente –
gostei muito, revi essa semana no Prime e indico para quem aprecia obras do
gênero.
Lobisomem (Wolf man). EUA/Irlanda/Nova Zelândia,
2025, 103 minutos. Terror/Drama. Colorido. Dirigido por Leigh Whannell.
Distribuição: Universal Pictures (no streaming)
Heart eyes
Comédia de terror que
parodia um dos slasher movies mais cultuados e conhecidos do cinema, ‘Dia dos
Namorados macabro’ (1981), que trazia um assassino usando máscara de minerador
matando jovens no Dia dos Namorados. Sem título em português, ‘Heart eyes’
recupera a ambientação do citado longa oitentista para fazer um terrir
escrachado e propositalmente cafona, que satiriza os filmes de serial killer.
Todos os anos, um criminoso apelidado pela imprensa de ‘Assassino de olhos de
coração’ ataca jovens casais no Dia dos Namorados. A polícia está de vigia para
a próxima data comemorativa. Como era de se esperar, corpos começam a aparecer,
mutilados pelo perverso psicopata que veste roupa de couro preta e uma máscara
com olhos em formato de coração. A paz da cidade é abalada com o rastro de
crimes, os casais apaixonados ficam em estado de atenção, enquanto o sangue
corre solto. Como é uma brincadeira em cima de longas slashers, as mortes são
brutais, cheias de invenção, e fica no ar a pergunta para desvendarmos: quem é
o assassino por trás daquilo tudo? No elenco, Mason Gooding (filho de Cuba
Gooding Jr), de Pânico (2022), e Olivia Holt, de ‘Somos todos iguais’ (2017), interpretam
os protagonistas, e há participação de nomes conhecidos, como a descendente de
brasileiros Jordana Brewster, da franquia ‘Velozes e furiosos’, e Devon Sawa,
de filmes de terror dos anos 2000, como ‘Premonição’ (2000). Roteiro e produção
de Christopher Landon, das partes 1 e 2 de ‘A morte te dá parabéns’ (2017 e
2019), e direção de Josh Ruben, que fez outra sátira de filmes de terror anos
atrás, ‘Um lobo entre nós’ (2021). Disponível para aluguel no Prime e no Google
Play.
Heart eyes (Idem). EUA/Nova Zelândia, 2025, 97
minutos. Terror/Comédia. Colorido. Dirigido por Josh Ruben. Distribuição: Sony
Pictures (no streaming)
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