sexta-feira, 20 de junho de 2025

Especial de Cinema

 
Festival ‘In-Edit Brasil’ segue por mais dois dias; programação online continua até dia 26
 
A 17ª edição do ‘In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical’, que teve início no último dia 11, segue com uma extensa programação gratuita até domingo, 22 de junho, em São Paulo. São mais de 60 filmes em exibição, parte deles inéditos no Brasil, e o festival traz ainda shows, feira de vinis, oficinas e palestras. Seis salas de cinema da capital paulista recebem a programação - CineSesc, Cine Bijou, SPCine Olido, SPCine Paulo Emílio e Cinemateca Brasileira (Salas Grande Otelo e Oscarito). Todas as sessões de cinema e atividades são gratuitas. A distribuição de ingressos dos filmes começa uma hora antes de cada sessão, exceto as exibições no Cine Sesc, cujo ingresso é de R$ 10. A programação online de filmes, todos gratuitos, vai até o dia 26 de junho, nas plataformas de streaming Sesc Digital, Itaú Cultural Play e SPCine Play - são 22 filmes disponíveis, dentre curtas, médias e longas-metragens, nacionais e internacionais. Confira a lista dos filmes online em https://br.in-edit.org/programacao-online/
O ‘In-Edit’ conta com patrocínios como Itaú, Prefeitura de São Paulo, SPcine, Colombo Agroindústria e Caravelas, e parceria com dezenas de institutos culturais, como Goethe Institut e Cinemateca Brasileira. É uma realização do Ministério da Cultura, In Brasil Cultural, Sesc e Governo do Estado de São Paulo. Paralelamente ocorrem edições do In-Edit em cinco países - Espanha, Chile, Países Baixos, Grécia e México. Conheça mais sobre o Festival In-Edit Brasil no instagram https://www.instagram.com/ineditbrasil/ e no site oficial https://br.in-edit.org
 


 
Filmes assistidos e indicados por mim – Parte 2
 
 
Leci (Brasil, 2025 - 69 minutos)
 
Com depoimentos de nomes fundamentais do samba como Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Beth Carvalho, e músicos como Emicida e Wilson Simoninha, o documentário faz uma linha do tempo da trajetória da sambista, compositora e política (atualmente deputada estadual pelo Estado de São Paulo) Leci Brandão. Nascida no bairro carioca de Madureira e criada na Vila Isabel, Leci trabalhou, jovem, como operária de fábrica, depois formou-se em Direito e começou a cantar aos 25 anos, em 1970, tornando-se rapidamente referência no samba e a primeira mulher a integrar a ala de compositores da Mangueira. Com cenas de shows e entrevistas atuais e antigas dela, o filme faz um recorte da vida de Leci, com enfoque nela cantando – ‘Zé do Caroço’ virou emblema em sua voz. Conta com direção sem muitos arranjos e direta de Anderson Lima. Integra a programação da ‘Mostra Brasil’ do festival. Ainda haverá sessões presenciais do filme, no dia 22/06. Disponível gratuitamente na plataforma SPCine Play.
 

 
A última banda de rock (Brasil, 2024 - 119 minutos)
 
O mais novo trabalho do premiado cineasta recifense Lírio Ferreira, diretor de ‘Baile perfumado’ e ‘Árido movie’, é uma homenagem a uma banda de rock que conquistou jovens do Brasil no início dos anos 2000, mas que foi ficando cult, nascida em Porto Alegre, o ‘Cachorro Grande’. O filme tem uma curiosidade – enquanto era rodado, em 2019, em comemoração aos 20 anos do grupo, o ‘Cachorro’ se desfez, após uma infinidade de conflitos entre os membros, além de todos estarem exaustos com as turnês e já abalados pela saída do guitarrista e fundador Marcelo Gross dois anos antes. E quando o filme foi finalizado, em 2024, o grupo voltou, reunindo parte dos fundadores, como Beto Bruno, Marcelo Gross e Gabriel Azambuja. O longa vasculha, apenas por depoimentos dos integrantes, as origens do grupo e como o sucesso e o reconhecimento vieram. Reúne cenas de shows e novas entrevistas deles, em que fazem muita autocrítica e falam abertamente sobre as crises, Narração do próprio diretor Lírio Ferreira. Integra a Competição Nacional do festival. Ainda haverá uma sessão presencial do filme, hoje, dia 20/06. Disponível gratuitamente na plataforma Sesc Digital.
 

 
Amor e morte em Julio Reny (Brasil, 2025 - 95 minutos)
 
De Fabrício Cantanhede, o documentário rodado no Rio Grande do Sul trata de uma figura marcante do cenário musical gaúcho, Julio Reny, cantor e compositor, hoje recluso, que era uma promessa para a música nos anos 80, porém caiu em desgraça. Reny foi consumido por exageros, como drogas e sexo, e tinha um comportamento destoante, que alternava humores, o que o fez não se estabilizar nas diversas bandas que fundou – uma delas foi Cowboys Espirituais, com músicas reprisadas aos montes na MTV nos anos 90. Recentemente Reny recebeu o laudo de bipolar e esquizofrenia, no entanto isso não o impediu de abrir sua casa para narrar diretamente a trajetória para as câmeras. De maneira humilde e sem papas na língua, conta sobre as particularidades de sua obra musical e de fatos pessoas - ele faz um mea culpa, intitula-se ‘músico maldito’, já que tudo deu errado para ele, e ainda comenta sobre um caso policial que o destruiu, quando acusado de abusar da filha com autismo, o que o isolou da família. Com cenas de arquivo, incluindo shows e clipes de bandas de Reny, o filme é muito pessoal e pra baixo, sobre uma vida marcada por exageros e frustrações – o título faz menção a uma canção conhecidíssima dele, gravada em 1985, ‘Amor & morte’. Integra a competição Nacional do festival. Ainda haverá uma sessão presencial do filme, amanhã, dia 21/06. Disponível gratuitamente na plataforma Sesc Digital.
 

 
Ave Sangria, a banda que não acabou (Brasil, 2025 - 78 minutos)
 
De João Cintra e Mônica Lapa, é um dos melhores filmes do ‘In-Edit 2025, um documentário em formato de road movie, sobre a banda de rock psicodélico de Pernambucano ‘Ave Sangria’, até hoje reverenciada dentro e fora do país. A banda começou com o nome de ‘Tamarineira Village’ em 1972, anunciada em um evento musical no agreste pernambucano que ficou conhecido como ‘Woodstock nordestino’. No ano seguinte virou ‘Ave Sangria’, lançando o precioso álbum de mesmo título. O fundador e vocalista Marco Polo lidera os depoimentos no doc, com participações de outros membros, relembrando fatos inusitados, outros marcantes da banda, passando pela censura na Ditadura Militar, que barrou uma das músicas famosas da banda, composta para uma peça com Marilia Pêra, ‘Seu Valdir’. Com muitas cenas de arquivo, como shows regionais, conta com uma fotografia lindíssima pelo agreste – a banda está em um carro onde fala para a câmera, que também filma estradas e cidadezinhas do nordeste. A banda existiu por um ano apenas, entre 1973 e 1974, e 40 anos depois retornou para uma turnê comemorativa e não parou mais. O doc é um estrondo visual e sonoro, com toda a cor e magia do grupo, que recebeu recentemente da Câmara Municipal do Recife título de Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. Integra a competição Nacional do festival. Ainda haverá uma sessão presencial do filme, amanhã, dia 21/06. Disponível gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play.
 
 
WR Discos – Uma invenção musical (Brasil, 2024 - 78 minutos)
 
Outro bom documentário musical do festival, o filme da dupla Nuno Penna e Maira Cristina celebra os 40 anos do estúdio baiano que se tornou a principal gravadora do Nordeste entre as décadas de 70 e 90, em que projetou mais de 200 nomes como Chiclete com Banana, Luiz Caldas, Edson Gomes, Roberto Mendes e Banda Reflexu's. Com depoimentos de artistas lançados pela WR, como Margareth Menezes, Carlinhos Brown e Daniela Mercury, faz uma homenagem ao fundador da gravadora, Wesley Rangel, que faleceu durante as gravações, em 2016 - ele dá depoimentos e conta sobre a gravadora responsável pela apresentação nacional de artistas do axé music, que mostrou a Bahia ao mundo com sua música contagiante. Os depoimentos foram gravados entre 2016 e 2023 e reforça a marca vital da WR, que foi abrigar todos os tipos de música naquele período, fazendo explodir estilos como o axé e o samba-reggae, virando ainda um lugar de resistência e criatividade. Integra a programação da ‘Mostra Brasil’ do festival. Ainda haverá uma sessão presencial do filme, no dia 20/06. Disponível gratuitamente na plataforma SPCine Play.


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