sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Viva Nostalgia!

.
Desejo

Nova Inglaterra, 1840. O rico proprietário de terras Ephriam Cabot (Burl Ives) vive com os filhos em uma fazenda isolada do mundo. O mais rebelde deles, Eben (Anthony Perkins) mantém pouco diálogo com o pai, considerado homem muito rígido e agressivo. Certa tarde, após chegar de viagem, Ephriam apresenta à família sua nova esposa, Anna (Sophia Loren), mulher bem mais jovem. Eben apaixona-se perdidamente pela moça, e ambos iniciam um relacionamento secreto, o que poderá colocar a vida dos dois em risco.

Indicado ao Oscar de melhor fotografia e à Palma de Ouro em Cannes em 1959, “Desejo” sai na coleção Clássicos pela Paramount, que encontrou um raro achado; o filme ficou pouco conhecido no Brasil e mal foi exibido nos cinemas de outros países. Portanto, agora uma oportunidade exclusiva para o público conhecer esse melodrama baseado na obra do dramaturgo anarquista Eugene O’Neill, duas vezes vencedor do Pulitzer e uma do Nobel (em 1936).
A história segue a disputa entre pai e filho por uma mesma mulher. O primeiro, interpretado pelo grande ator Burl Ives (envelhecido, com peruca e barba branca), tem uma invejável fazenda onde mora com os filhos homens; rude, durão e por vezes violento, Ephriam traz para casa uma mulher no mínimo 30 anos mais nova que ele (Sophia Loren, em seu primeiro papel nos Estados Unidos). Belíssima, a jovem desperta uma paixão alucinada em um dos rapazes da casa, filho do fazendeiro (Perkins, bem novo, dois anos antes de ficar notório como o psicopata Norman Bates em “Psicose”). A partir daí, os dois se envolvem em um romance às escuras, distante dos olhos do pai, que não desconfia de nada. É óbvio que ao longo da história haverá reviravoltas dramáticas, segredos revelados, brigas e afins.
Com produção modesta, rodado em preto-e-branco, o filme se desenrola em poucos cenários (no interior da fazenda e na casa da família, principalmente), condensando ainda mais o clima de indecisão do casal que comete a traição.
Bom texto, com típica tragédia americana no desfecho, “Desejo” foi dirigido por Delbert Mann, premiado com o Oscar de melhor diretor por Marty (1955) e ainda responsável pelos clássicos “Vidas separadas” (1958) e “Carícias de luxo” (1962). Por Felipe Brida

Desejo (Desire under the Elms). EUA, 1958, 111 min. Drama. Dirigido por Delbert Mann. Distribuição: Paramount Pictures

Nenhum comentário: