Gran Torino
Veterano da Guerra da Coréia, Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um homem preconceituoso e bastante arrogante. Após a morte da esposa, passa a viver sozinho em um bairro de imigrantes hmong (grupo étnico de Laos e Cambodja), os quais ele despreza. Porém seu dia-a-dia muda radicalmente quando impede a temível gangue local de roubar seu precioso carro, um Gran Torino.
“Gran Torino” obteve muita popularidade dentro e fora dos Estados Unidos, dirigido e interpretado por um dos monstros sagrados do cinema, Clint Eastwood, que retoma o perfil do personagem durão que o consagrou na cinessérie Dirty Harry nos anos 70 – a de um homem antipático por natureza, brigão, duro na queda. Na pele de Kowalski, um senhor de poucas palavras, este vira o herói do bairro onde mora já que, num ato rápido, consegue pôr em cheque a ação de uma gangue hmong que perturba o sossego do lugar, tomando conta das ruas da cidade. É o ponto de partida de uma história dramática (a vida do personagem viúvo e sem amigos) que tem clima de ação (o mesmo personagem furioso, armado, que protege o lar e aos poucos se prepara para uma guerra na vizinhança).
É um bom Eastwood em fase de renovação. Tem um roteiro frio, sem sutilezas, que trata o tema do preconceito racial sem cair em absurdos de patriotismo.
O filme fez notável carreira – custou U$ 33 milhões e arrecadou quase cinco vezes mais nos cinemas em dezembro de 2008, recebeu indicação ao Globo de Ouro de melhor canção original (“Gran Torino”, cantada por Clint nos créditos finais) e, vai entender a injustiça, não entrou para os finalistas do Oscar. Ainda participou de festivais independentes e europeus, como o César e o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
Por ser um projeto pessoal do velho Clint, com marca autoral nítida, merece ser prestigiado. Por Felipe Brida
Gran Torino (Idem). EUA/Alemanha, 2008, 116 min. Drama. Dirigido por Clint Eastwood. Distribuição: Warner Bros.
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