Ensina-me a viver
Jovem rico e fissurado pela morte, Harold (Bud Cort) muda completamente de vida quando inicia uma terna amizade com a setuagenária Maude (Ruth Gordon), uma senhora de espírito livre e radical.
Um exemplar Cult movie moderno com roteiro escrito pelo brilhante Colin Higgins, publicado como novela no final dos anos 60. O filme ficou notório também no Brasil, onde se transformou em peça teatral com Glória Menezes no papel de Maude, encenada diversas ocasiões em São Paulo e no Rio.
Esse digno trabalho talvez não teria obtido sucesso se não fosse pela trilha tocante de Cat Stevens, inteiramente composta por ele – na abertura ouve-se “Don’t be shy” e ao longo do filme a alegre “If you want to sing out, sing out”. Stevens, só para constar, converteu-se ao Islã em 1977 e mudou o nome para Yusuf Islam no ano seguinte, atuando hoje como músico em Dubai e Londres.
Se analisarmos bem a essência dessa comédia de humor negro, ela soa excêntrica, por vezes bizarra ao propor um romance improvável entre um menino suicida e uma idosa que leva uma vida como se tivesse cinqüenta anos a menos. Tudo é sugerido, não existe namoro nem relações mais intimas. É mais uma necessidade de companhia que o garoto entende como o primeiro amor.
A veterana Ruth Gordon, ganhadora do Oscar de coadjuvante pelo papel da sinistra bruxa em “O bebê de Rosemary” em 1969, interpreta a elétrica vovozinha idealizada, que dirige em alta velocidade e supostamente sobreviveu ao Holocausto (pelas inscrições que tem no corpo). Foi indicada ao Globo de Ouro juntamente com o rapaz Bud Cort, respectivamente com 75 e 23 anos de idade. E Bud, que começou no cinema jovem, atualmente trabalha em TV, em seriados. É ela quem cria a marcante figura do garoto rico que passa o dia trancafiado em casa planejando suicídios. Frequenta funerais de estranhos e é forçado a ir ao psiquiatra após “morrer” oito vezes (enforcado, degolado, com tiro e até recorrendo à técnica samurai de Seppuku).
Um bonito trabalho sobre existencialismo, amizade de mundos diferentes e mudança de comportamento, realizado pelo falecido mestre do cinema Hal Ashby, o mesmo dos premiados filmes do Oscar “Muito além do jardim”, “Amargo regresso”, “Shampoo” e “Esta terra é minha”.
Lançado agora pela primeira vez em dvd no Brasil, pela Paramount, com extras. Não perca! Por Felipe Brida
Ensina-me a viver (Harold and Maude). EUA, 1971, 91 min. Comédia romântica. Dirigido por Hal Ashby. Distribuição: Paramount Pictures
Jovem rico e fissurado pela morte, Harold (Bud Cort) muda completamente de vida quando inicia uma terna amizade com a setuagenária Maude (Ruth Gordon), uma senhora de espírito livre e radical.
Um exemplar Cult movie moderno com roteiro escrito pelo brilhante Colin Higgins, publicado como novela no final dos anos 60. O filme ficou notório também no Brasil, onde se transformou em peça teatral com Glória Menezes no papel de Maude, encenada diversas ocasiões em São Paulo e no Rio.
Esse digno trabalho talvez não teria obtido sucesso se não fosse pela trilha tocante de Cat Stevens, inteiramente composta por ele – na abertura ouve-se “Don’t be shy” e ao longo do filme a alegre “If you want to sing out, sing out”. Stevens, só para constar, converteu-se ao Islã em 1977 e mudou o nome para Yusuf Islam no ano seguinte, atuando hoje como músico em Dubai e Londres.
Se analisarmos bem a essência dessa comédia de humor negro, ela soa excêntrica, por vezes bizarra ao propor um romance improvável entre um menino suicida e uma idosa que leva uma vida como se tivesse cinqüenta anos a menos. Tudo é sugerido, não existe namoro nem relações mais intimas. É mais uma necessidade de companhia que o garoto entende como o primeiro amor.
A veterana Ruth Gordon, ganhadora do Oscar de coadjuvante pelo papel da sinistra bruxa em “O bebê de Rosemary” em 1969, interpreta a elétrica vovozinha idealizada, que dirige em alta velocidade e supostamente sobreviveu ao Holocausto (pelas inscrições que tem no corpo). Foi indicada ao Globo de Ouro juntamente com o rapaz Bud Cort, respectivamente com 75 e 23 anos de idade. E Bud, que começou no cinema jovem, atualmente trabalha em TV, em seriados. É ela quem cria a marcante figura do garoto rico que passa o dia trancafiado em casa planejando suicídios. Frequenta funerais de estranhos e é forçado a ir ao psiquiatra após “morrer” oito vezes (enforcado, degolado, com tiro e até recorrendo à técnica samurai de Seppuku).
Um bonito trabalho sobre existencialismo, amizade de mundos diferentes e mudança de comportamento, realizado pelo falecido mestre do cinema Hal Ashby, o mesmo dos premiados filmes do Oscar “Muito além do jardim”, “Amargo regresso”, “Shampoo” e “Esta terra é minha”.
Lançado agora pela primeira vez em dvd no Brasil, pela Paramount, com extras. Não perca! Por Felipe Brida
Ensina-me a viver (Harold and Maude). EUA, 1971, 91 min. Comédia romântica. Dirigido por Hal Ashby. Distribuição: Paramount Pictures
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