quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Cine Lançamento

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Kick-Ass – Quebrando tudo

Viciado em história em quadrinhos, o adolescente Dave Lizewski (Aaron Johnson) é o autêntico loser da escola: mirrado, apanha à beça, é excluído pelos amigos e rejeitado pela menina que gosta. Certo dia, inspirado pelas páginas ilustradas dos quadrinhos, resolve se transformar num super-herói. Auto-intitulando-se “Kick-Ass”, bota um uniforme verde e amarelo e enche o peito para brigar. No entanto, é esbofeteado ainda mais pelos meninos e, diferente dos personagens das HQ, não tem poderes especiais. Sua rotina muda do dia para a noite quando se torna fenômeno na internet, após um vídeo dele cair na rede. Novos colegas se solidarizam com suas atitudes e juntam-se a ele como novos super-heróis. O motivo? Todos planejam se vingar de um cruel mafioso, a fim de fazer vigorar a paz na violenta cidade de Nova York.

Boa surpresa do ano! Uma aventura bem produzida, de espírito jovem, original em tudo, no roteiro, na edição e no elenco formidável, composto por jovens talentosos. Primeiramente é uma adaptação para cinema da homônima série de história em quadrinhos escrita por Mark Millar e ilustrada por John Romita Jr., lançada nos EUA em 2008 pela Marvel Comics – e que por enquanto não tem previsão de chegar ao Brasil. Isso significa que... é um bom motivo para os brasileiros conhecerem algo novo e interessante. Segundo, o poder diferencial: não trata de super-heróis que costumamos ver por aí, fortes, vencedores, arquétipo da invencibilidade. Pelo contrário, aqui eles são um bando de frangotes, sem poderes nenhum, no entanto ativos e muito violentos. Com armas improvisadas (cabo de vassoura, vasos e brinquedos) eles fazem um estrago danado. Esses heróis às avessas acreditam no seu ser potencial, porém não afirmam a identidade de fortes. Basta notar o nome que cada um dos jovens adota, como Kick-Ass e Mother Fucker, adjetivos pejorativos usados nos Estados Unidos como sinônimo de idiota e fracassado.
A turma não é do naipe do Batman, do Homem-Aranha, do Superman, do Homem de Ferro e de tantos outros por aí. Por isso o filme se torna tão engraçado e bem diferente. Mas não vá esperando coisa leve: é violento, com excessivas cenas de sangue que pende ao lado do humor negro, (proposital), edição frenética e uma infinidade de situações patéticas e outras bem inusitadas. O trabalho tem bom resultado graças a um jovem diretor que está chegando com idéias criativas, Matthew Vaugh, o mesmo de outra aventura bem peculiar, “Stardust – O mistério da estrela” (2007). Não deixem de conhecer. E tem continuação vindo por aí, anunciada para 2012! Por Felipe Brida

Título original: Kick-Ass
País/Ano: EUA/Inglaterra, 2010
Elenco: Aaron Johnson, Christopher Mintz-Plasse, Chloe Moretz, Garrett M. Brown, Clark Duke, Nicolas Cage, Elizabeth McGovern, Jason Flemyng, Xander Berkeley
Direção: Matthew Vaugh
Gênero: Aventura
Duração: 117 min.
Distribuição: Universal Pictures

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Morre o ator Dary Reis

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O ator brasileiro Dary Reis morreu no último domingo aos 84 anos no Rio de Janeiro. As causas da morte não foram reveladas.
Gaúcho natural de Formigueiro (São Sepé), nasceu em 12 de fevereiro de 1926. Atuou em mais de 20 novelas (a maior parte delas na Rede Globo) e em dezenas de filmes.
Seu primeiro trabalho como ator foi no filme de comédia "Três recrutas" (1953). No cinema esteve no elenco de "Eu matei Lúcio Flávio" (1979), "Os Paspalhões em Pinóquio 2000" (1980), "Os Trabalhões na Serra Pelada" (1982), "Os Trapalhões na Arca de Noé" (1983), "A longa noite do prazer" (1983) e "Os trapalhões e o Mágico de Oróz" (1984).
Participou de novelas como "Anástacia, a mulher sem destino" (1967), "Irmãos coragem" (1970), "Cavalo de aço" (1970), "Cuca legal" (1975), "Pecado capital" (1975), "Escrava Isaura" (1976), "Sem lenço, sem documento" (1977), "Sinal de alerta" (1978), "Água viva" (1980), "Mulheres de areia" (1993), "Irmãos coragem" (1995), "Torre de Babel" (1998), "Força de um desejo" (1999) e "Bang Bang" (2005 - seu último trabalho).
Fez seriados cômicos, como "Os trapalhões" e "Chico Anysio Show", e uma participação especial na minissérie "Hilda Furacão" (1998).
Dary Reis deixa filhos e netos. Por Felipe Brida

domingo, 26 de dezembro de 2010

Cine Lançamento

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O grande desafio

Professor na Wiley College (Texas), Melvin B. Tolson (Denzel Washington), no auge da Depressão Americana, na década de 30, inicia uma árdua tarefa de preparar seus alunos para serem debatedores em seminários e competições em universidades. Com seus métodos nada ortodoxos, desenvolve nos adolescentes a arte da retórica, da oratória e da argumentação.

Biografia romanceada do professor, educador e poeta Melvin Beaunorus Tolson (1898-1966), de raça negra e origem humilde, que, na segunda metade dos anos 30, revolucionou as práticas educacionais no Texas (e que depois se espalharam para outros estados norte-americanos) devido à sua postura rígida com aqueles insignes discursos inflamados e muito poderosos.
Denzel Washington, sempre sério e bom ator, interpreta esse personagem curioso, homem de uma única palavra, idealista, de pensamentos radicais e metodologia de ensino nem um pouco convencional que, numa jornada incansável, prepara seus alunos para serem grandes debatedores em campeonatos de debate (há justamente aqui a referência ao título original em inglês, “Os grandes debatedores”). Sustenta-se como drama sobre superação, apesar de um pouco cansativo e lento – e demorado, já que são mais de duas horas de filme cujo assunto não muda. Outro tema em evidência no filme, obviamente, é o preconceito racial, já que a maior parte dos estudantes que aparecem na história são bastante pobres e negros, marginalizados então em uma época onde a discriminação pulsava na sociedade da época.
É a segunda investida de Washington como diretor, demonstrando certo talento atrás das câmeras, mesmo que toque em temas repetitivos (o anterior foi outro drama de temática parecida, sobre superação e preconceito racial, “Voltando a viver”, de 2002).
Nomeado em 2008 ao Globo de Ouro de melhor filme na categoria drama, só agora resolveram lançar no Brasil a fita, com atraso de quase três anos! Praticamente desconhecido, merecia carreira mais digna por parte do público.
Um filme motivador, levado com seriedade, e indicado especialmente para educadores. Por Felipe Brida

Título original: The great debaters
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Denzel Washington, Forest Whitaker, John Heard, Nate Parker, Jurnee Smollett
Direção: Denzel Washington
Gênero: Drama
Duração: 126 min.
Distribuição: California Filmes

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cine Lançamento


O aprendiz de feiticeiro

Feiticeiro dos tempos atuais, Balthazar Blake (Nicolas Cage) precisa defender a cidade de Manhattan de seu maior inimigo, Maxim Horvath (Alfred Molina), um mago com poderes especiais que planeja uma série de catástrofes a fim de proliferar o caos. Para tanto Blake une forças com um novato em magias, Dave (Jay Baruchel), que passa a ser seu aprendiz.

Naufragou nas bilheterias norte-americanas, mas aqui no Brasil obteve boa receptividade nas salas de cinema essa boa fitinha de aventura sobre feitiçaria em tempos modernos, que custou caro aos cofres da Disney (cerca de U$ 150 milhões).
Nicolas Cage, que topa qualquer parada no cinema, assume a identidade de um bruxo que mora numa Manhattan dark, disposto a tudo para proteger a cidade de seu antigo inimigo, o mago Horvath (Alfred Molina, em papel discreto), este aliado à terrível feiticeira Morgana (uma participação rápida de Alice Krige, atriz de fitas de terror). Em meio à iminência do caos, descobre um talento escondido, um rapaz acanhado (o franzino Jay Baruchel, de “Ela é demais para mim”), e resolve introduzi-lo às técnicas de magia, como controle da mente, formação de bolas de fogo e energia pelas mãos e até invisibilidade. Unidos, do “lado do bem”, contarão com o apoio dos ensinamentos do velho mago Merlin para salvar a cidade.
Bom, a história se resume a isto. Ágil, sem compromisso, bem feitinha. Como alicerce da história, um show à parte de efeitos especiais, alguns que surpreendem pela qualidade técnica da computação gráfica, que tornam o filme diversão garantida, melhor do que poderíamos esperar. Não é ruim, não; serve como entretenimento para jovens, e até os adultos embarcam.
A direção é de Joe Turteltaub, o mesmo do suspense instigante “Instinto” e das duas continuações de “A lenda do tesouro perdido” (ambas com Nicolas Cage, amigo de diretor). Não confundir com a fita policial homônima dos anos 90, com James Woods e Michael J. Fox. Por Felipe Brida

Título original: The sorcerer’s apprentice
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Nicolas Cage, Jay Baruchel, Alfred Molina, Teresa Palmer, Toby Kebbell, Monica Bellucci, Alice Krige
Direção: Joe Turteltaub
Gênero: Aventura
Duração: 109 min.
Distribuição: Walt Disney Pictures

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Cine lançamento

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O escritor fantasma

Um escritor fantasma em início de carreira (Ewan McGregor) é contratado para dar continuidade à autobiografia do primeiro-ministro inglês Adam Lang (Pierce Brosnan), envolvido em escândalos e abuso de poder. Aos poucos, o jovem descobre segredos obscuros do político, o que o faz repensar o trabalho. Quando é informado sobre a misteriosa morte do escritor fantasma que o antecedeu, percebe que cada vez mais está aprisionado num beco sem saída.

Nome importantíssimo do cinema, Roman Polanksi dirige um bom thriller político, não necessariamente espetacular. Precisa-se de atenção redobrada para sacar a trama tétrica, um tanto quanto diabólica. O teor da história é o inferno astral na vida de um escritor fantasma (“ghost writer” em inglês – aquela pessoa contratada para escrever um livro de memórias ou biografia, sendo que o real biografado é quem assina a obra, ou seja, o escritor torna-se invisível). Sujeito atencioso, em início de carreira, recebe o convite para biografar a vida de um político sujo e mau caráter. Isto vai sendo desvendado aos poucos durante o filme, num jogo de gato e rato (sem adrenalina, conduzido mais por diálogos fortes e tensão psicológica).
O personagem do escritor, papel de Ewan McGregor (numa composição séria, num de seus melhores trabalhos recentes), não tem nome, apenas é chamado de “escritor fantasma”. Do outro lado do quebra-cabeça, o político misterioso, interpretado por Pierce Brosnan, que esconde um passado pra lá de estranho (será mesmo que o diretor cutuca Tony Blair?).
Diante desse panorama, dá para notar o quão intrigante é a história, muito tortuosa e confusa, cujo círculo só se fecha nos segundos finais – e ainda algumas situações não são minuciosamente explicadas.
Interessante como o escritor vai virando um verdadeiro fantasma, isolado por todos aqueles que o conhecem, esmaecendo-se sem compaixão. Falar mais estraga o resultado.
Baseado no romance homônimo de Robert Harris e adaptado para as telas pelo próprio autor junto com Roman Polanksi, “O escritor fantasma” ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim – e foi indicado ainda ao de Ouro na mesma premiação.
Curioso e enigmático, com desfecho pra lá de inesperado. Uma boa dica para quem quer “quebrar” a cabeça no fim de semana.
Cuidado com o título: em 2008 saiu em DVD uma fita de suspense de mesmo nome, aquém desta aqui. Por Felipe Brida

Título original: The ghost writer
País/Ano: Inglaterra/França/Alemanha, 2010
Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Cattrall, Tom Wilkinson, James Belushi, Jon Bernthal, Timothy Hutton, Eli Wallach, Olivia Williams
Direção: Roman Polanski
Gênero: Suspense/Drama
Duração: 128 min.
Distribuição: Paris Filmes

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Morre o diretor Blake Edwards aos 88 anos

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O lendário diretor, roteirista e produtor de cinema Blake Edwards, criador da série “A pantera cor-de-rosa”, morreu na última quarta-feira aos 88 anos, em Santa Monica, California, vítima de uma grave pneumonia. Devido a problemas motores, locomovia-se com auxílio de cadeira de rodas, e vinha enfentando sérios problemas de saúde nos últimos anos.
Nascido em 26 de julho de 1922 em Tulsa, Oklahoma, Edwards recebeu indicação ao Oscar de melhor roteiro adaptado por “Victor ou Victoria” (1982), além do Globo de Ouro de melhor filme pelo drama “Vício maldito” (1962).
Dirigiu, entre 1963 e 1993, os oito primeiros filmes da cinessérie “A pantera cor-de-rosa”, que deu origem ao famoso desenho animado. Tornou-se amigo pessoal do ator principal das fitas, Peter Sellers, com quem teve uma relação conturbada e desgastante – e com quem rodou a clássica comédia pastelão “Um convidado bem trapalhão” (1968).
Assinou a direção de filmes consagrados, como “Bonequinha de luxo” (1961) e “Mulher nota 10” (1979), além de “Anáguas a bordo” (1959), , “A corrida do século” (1965), “Os dois indomáveis” (1971), “A semente de tamarindo” (1974), “S.O.B.” (1981), “O homem que amava as mulheres” (1983), “Minhas duas mulheres” (1984), “Encontro às escuras” (1987), “Confusões de um sedutor” (1989) e “Switch – Trocaram meu sexo” (1991).
Em 2004 ganhou um Oscar honorário pela carreira de 40 anos dedicados ao cinema.
Era casado com a atriz Julie Andrews (desde 1969). Deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cine lançamento

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Minha cama de zinco

Paul Peplow (Paddy Considine) é um alcoólatra que, em fase de reabilitação, freqüenta um grupo de terapia. À procura de emprego, recebe uma proposta tentadora para trabalhar com um importante empresário local, Victor Quinn (Jonathan Pryce). Empregado e em busca de uma nova vida, acaba iniciando um relacionamento conturbado com a esposa do chefe, Elsa (Uma Thurman), uma ex-viciada em cocaína.

Adaptação para TV, feita originalmente pela HBO, de uma peça dramática escrita por David Hare, roteirista inglês de fino talento, indicado ao Oscar duas vezes – por “O leitor” e “As horas”, ambos como melhor roteiro.
Desconhecido do público, até mesmo porque só foi exibido em rede aberta nos Estados Unidos, “Minha cama de zinco” é uma fita independente curtinha (tem apenas 75 min.), que explora as dificuldades dos adictos em largar o vício, bem como o árduo caminho que encontram para a ressocialização. Não leva o tema tão a fundo, não procura mostrar os dependentes químicos usando drogas (até mesmo porque isto afasta grande parte dos telespectadores), no entanto tem seu grau de seriedade.
Os personagens principais (um rapaz alcoólatra e uma cocainômana casada que acabara o tratamento), além do vício maldito, encaram um outro problema pela frente quando desencadeia entre os dois uma paixão inesperada. A partir daí a história muda de figura.
Bem teatral (mantém dessa forma estrutura bem próxima ao formato original), fechado em poucos ambientes, o filme foi produzido em 2008 e só agora lançado em DVD no Brasil. Aqueles interessados pela história devem descobrir. Por Felipe Brida

Título original: My zinc bed
País/Ano: EUA/Inglaterra, 2008
Elenco: Paddy Considine, Uma Thurman, Jonathan Pryce, Sara Powell
Direção: Anthony Page
Gênero: Drama
Duração: 75 min.
Distribuição: Warner Home Video

domingo, 12 de dezembro de 2010

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Salt

Uma das mais perspicazes agentes da CIA, Evelyn Salt (Angelina Jolie) é acusada por um desertor de ser uma espiã russa infiltrada. Procurada por um grupo de agentes especiais dispostos a caçá-la a todo custo, Salt terá de utilizar todos os tipos de disfarces para fugir e assim provar sua inocência.

Na década de 80, Hollywood explorou o tema da Guerra Fria no cinema até esgotar, com espiões infiltrados em fugas mirabolantes. Passados quase 20 anos do fim da União Soviética, a chama se reacende com essa produção badalada, de orçamento relativamente alto (U$ 75 milhões) e que não rendeu a bilheteria esperada na estréia nas salas, ficando atrás de “A origem” e “Shrek para sempre”.
O filme, como há de se prever pela sinopse, traz de volta todos os elementos daquelas fitas do passado. Primeiramente a questão do personagem central (aqui, a bela Angelina Jolie, cada vez mais bonita) acusado de traição (Salt é da CIA e precisa provar que não é uma espiã russa após acusações de um suposto colega de profissão). Já começa num interrogatório onde surgem essas denúncias, e logo Salt, cercada por todos os lados, precisa fugir, dando início a suas loucas escapadas, que só terminam no desfecho do filme. Como é uma produção de ação, muito bem realizada por sinal, não poderia faltar corre-corre, tiroteios, explosões e uma enxurrada de reviravoltas. Preste atenção nos detalhes para não se perder!
Não tem novidades, até mesmo porque o filme lembra “Missão impossível” e os inúmeros “007”. Somente mais uma fita de ação com forte adrenalina e bem feitinha.
Deu certo talvez pela direção de Phillip Noyce, diga-se de passagem um grande especialista em fitas de ação, acostumado a rodar projetos sobre espionagem, dentre eles duas adaptações de Tom Clancy - “Jogos patrióticos” e “Perigo real e imediato” (com o agente Jack Ryan, interpretado por Harrison Ford), e “O santo” (com Val Kilmer), todos com o pano de fundo sobre a Guerra Fria.
No Brasil o DVD single veio com as três versões, opcionais – a de cinema (com 101 min.), a estendida (com um minuto a mais, sem cenas de relevância) e a do diretor, com quatro minutos acrescidos e final alternativo (menos emocionante que o original). Dê uma conferida, sem compromisso e sem exigências. Por Felipe Brida

Título original: Salt
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor, Daniel Olbrychski, August Diehl
Direção: Phillip Noyce
Gênero: Ação
Duração: 101 min.
Distribuição: Sony Pictures

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cine lançamento

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A epidemia

Pequena cidade no interior dos Estados Unidos é exposta a um misterioso vírus. Acometidos pela insanidade e violência, os habitantes vão, um a um, tornando-se zumbis sedentos por sangue. Para escapar dos ataques das criaturas, o xerife Dutton (Timothy Olyphant), sua esposa Judy (Radha Mitchell) e outros moradores refugiam-se num abrigo, e iniciam uma luta pela sobrevivência.

Estreou nos cinemas com recepção moderada do pública essa boa refilmagem de “O exército do extermínio”, filme cult dos anos 70 dirigido pelo mestre de terror George A. Romero (e recentemente lançado em DVD no Brasil). Superior ao original, que era precário e bem datado, o remake mantém a estrutura do antigo: conta uma história interessante sobre zumbis canibais, velha formula de fitas de horror que o cinema americano adora e vem rodando aos montes ultimamente. Aqui – assim como em “Extermínio” e “Terra dos mortos”, os mortos-vivos são velozes e inteligentes e dominam uma cidade inteira em busca de sangue humano. Dá ênfase à trama os dois protagonistas (um casal – ele, xerife, interpretado por Olyphant, melhor ator do que em fitas anteriores, e pela bonita Radha Mitchell, a esposa), que lideram um grupo de sobreviventes que precisam escapar dos ataques dos ferozes zumbis.
Boa parte da história se desenrola à noite, ou seja, o filme é escuro, além de ser violento, com muitos sustos, prato cheio para fãs de cinema de terror.
O título, mantido do original, “The crazies” (na tradução literal, “Os enlouquecidos”), faz referência à alucinação coletiva provocada por um vírus (as causas da doença fica solta no ar, não é bem explicada) que ataca o sistema neurológico das vítimas, daí o motivo de ficarem loucas e mortais.
Breck Eisner dirigiu antes o fraco “Sahara” (2005), e saiu-se melhor aqui nessa refilmagem de um filme pouco conhecido do público brasileiro. Os interessados devem arriscar. Por Felipe Brida

Título original: The crazies
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Timothy Olyphant, Radha Mitchell, Joe Anderson, Danielle Panabaker
Direção: Breck Eisner
Gênero: Terror/Ação
Duração: 101 min.
Distribuição: Imagem Filmes

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cine Lançamento

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Ela é demais para mim

Kirk (Jay Baruchel) é um jovem franzino que trabalha como segurança em um aeroporto. Certo dia topa com uma bela garota, Molly (Alice Eve), que, de forma inusitada, apaixona-se por ele. Por ser maltratado pela família, o rapaz encontra uma série de dificuldades em se afirmar como pessoa e tentar conquistar a menina.

Fracasso nas salas de cinema, chegou diretamente em DVD no Brasil essa comédia romântica (mais comédia besteirol que romance) que é a estréia do diretor Jim Field Smith.
O filme é uma chacota só em cima de um rapaz alvo de todos os tipos de humilhação, o que o faz ser uma pessoa desmotivada. Ele não tem namorada, a família não acredita no potencial dele, os amigos tem o prazer de zoar de sua cara. Na linguagem popular, Kirk é um cara zoado, um típico “loser”. Só que vê a chance de mudar de vida quando acontece o impossível: uma garota linda, de fechar o comércio, diz estar morrendo de amores por ele. A partir dessa premissa é que tem início os acontecimentos cômicos da fita, com certo besteirol e, não poderia faltar, piadas sobre sexo (como a sequência da ereção com fins trágicos e a raspagem dos pêlos pubianos). Tudo mostrado num tom meio grosseiro, que só serve para a garotada se divertir.
O ator Jay Baruchel sempre faz caretas, é um ator novo, mirrado, com presença de cena, mas exagerado.
Facilmente previsível, com desfecho sem surpresa, a fita tem momentos engraçados, outros de muita zombaria, e não é tão inteligente como comentaram por aí.
Mais voltado para a meninada que procura por entretenimento corriqueiro. Por Felipe Brida

Título original: She’s out of my league
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Jay Baruchel, Alice Eve, T.J. Miller, Mike Vogel, Nate Torrence
Direção: Jim Field Smith
Gênero: Comédia
Duração: 104 min.
Distribuição: Paramount Pictures

sábado, 4 de dezembro de 2010

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Repo Men – O resgate de órgãos

Em um futuro próximo, uma corporação chamada “The Union” torna-se conhecida no mundo inteiro pelo serviço pioneiro de aluguel de órgãos mecânicos para seres humanos. As leis são rígidas: se o comprador não pagar a mensalidade do produto, a empresa convoca os coletores, um grupo de homens treinados para recolher o órgão vendido. Um deles é Remy (Jude Law), que, certo dia, sofre um infarto quase fatal. Afastado de suas atividades, com um coração mecânico transplantado e sem dinheiro para pagar pelo serviço adquirido, une-se a um colega de profissão, Jake (Forest Whitaker) para escapar da perseguição de outros coletores da “The Union”.

Baseado no livro de ficção científica “The Repossession Mambo”, de Eric Garcia, o filme do estreante diretor Miguel Sapochnik aproxima-se bastante da história original, ou seja, tem roteiro estranho e sequências de pura violência. Na verdade é uma fita de ação futurista com teor “gore” (sangrento), com concepção meio trash e absurda. Obviamente que o público masculino terá mais estômago para assistir.
A trama se passa na cidade de Toronto, Canadá, com seus prédios gigantescos e arquitetura contemporânea, mostrando o trabalho de um repo man, um coletor de órgãos, de índole fria, que arranca sem dó nem piedade o fígado (literalmente falando) dos endividados. A composição do personagem é de anti-herói, que com o passar do filme vira mocinho, pois tem de fugir da cruel organização onde trabalhava. Para se salvar junta-se a um colega e ambos partem para uma jornada ao inferno, acompanhados por uma mulher, a única da história, papel da brasileira Alice Braga.
Há reviravoltas previsíveis e um desfecho pouco intrigante, portanto não espere algo sensacional que a sinopse supõe.
Analisando a fundo, o tema é bem sério (disfarçado pelos absurdos das típicas fitas de ação); trata principalmente de como a roda do mercado selvagem gira no mundo capitalista, pós-moderno, consumindo as pessoas por dentro. Ai dos endividados, que aqui perdem a alma...
Saiu com o título provisório de “Os coletores”, mantido em Portugal. Por Felipe Brida

Título original: Repo Men
País/Ano: EUA/Canadá, 2010
Elenco: Jude Law, Forest Whitaker, Alice Braga, Liev Schreiber, Carice Van Houten, RZA
Direção: Miguel Sapochnik
Gênero: Ação
Duração: 111 min.
Distribuição: Universal Pictures/ UIP
Site oficial: http://www.repomenarecoming.com/

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Cine lançamento

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Tudo pode dar certo

Ex-professor universitário, Boris Yellnikoff (Larry David) é hoje um velho rabugento e reclamão, que vive sozinho trancado num apartamento. Pessimista convicto, já tentou o suicídio uma vez – por ter se jogado de um prédio, sem sucesso em seus objetivos, ficou manco. Certo dia, é abordado por uma jovem, Melody (Evan Rachel Wood), que pede para entrar em seu apartamento. Ele concorda com a idéia, e ambos passam o dia juntos, como amigos. Com o passar das semanas a menina não demonstra querer ir embora. Até que chega o fatídico dia em que Melody confessa estar apaixonada por ele.

Woody Allen volta com tudo em cima em seu novo projeto pessoal, um típico filme autoral, com diálogos filosóficos, sacadas e abobrinhas, gente que reclama da vida e personagens fechados em um mundinho próprio. Seu melhor trabalho como diretor em anos, cujo script estava engavetado desde 1977 (o papel principal seria para o comediante judeu Zero Mostel, mas este morreu de infarto antes das gravações).
É uma comédia dramática protagonizada por um senhor suicida e rabugento, amargo, que carrega nas costas o dissabor de estar velho. Antipático, reclama de Deus e o mundo, semelhante à figura de Woody Allen ator quando encabeça como protagonista dramas e comédias. Ele estorva o público com suas lamúrias e ainda por cima tem o ego inflado: acredita que sabe das coisas melhor que ninguém, que o mundo conspira contra ele, que é o melhor jogador de xadrez e o único a entender mecânica quântica e o caos do universo. Vendo dessa forma parece que o personagem é insuportável, que repudia o público. Mas não. Tudo graças ao ator Larry David, muito engraçado, que garante as piadas e conversa diretamente com os telespectadores (vez ou outra ele vira pra câmera e brinca com a gente, ou seja, o filme tem linguagem metalingüística). Na verdade David fez pouco cinema, é um ator de TV, criador do famoso sitcom “Seinfeld”. Por mais implicante que a criatura seja, ele diverte à beça.
“Tudo pode dar certo” é isto: um personagem mala interpretado por um grande humorista, o seu dia-a-dia ao lado de uma jovem que acaba de conhecer (a sempre boa atriz Evan Rachel Wood), e as surpresas de uma amizade (quase) colorida entre ambos, já que os opostos se atraem aqui – pela idade (Boris poderia ser avô de Melody, e os dois com certeza não combinam), pela intelectualidade, pelo ritmo de vida.
Um grande Woody Allen em forma, bem melhor do que suas fitas medíocres recentes (“Melinda e Melinda”, “Scoop – O grande furo” e “O sonho de Cassandra”). Aos 75 anos dá uma reviravolta e demonstra ter pique para projetos que lembram a notória carreira de outrora. Conheça. Por Felipe Brida

Título original:
Whatever works
País/Ano: EUA/França, 2009
Elenco: Larry David, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Ed Begley Jr., Michael McKean, Adam Brooks,
Direção: Woody Allen
Gênero: Comédia/Drama
Duração: 92 min
Distribuição: Sony Pictures/ California Filmes

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Morre o lendário diretor italiano Mario Monicelli

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O diretor e roteirista italiano Mario Monicelli cometeu suicídio ontem, em Roma. Ele tinha 95 anos e jogou-se do prédio do hospital San Giovanni, onde estava internado para tratar de um câncer terminal.
Nascido em 15 de maio de 1915 em Viareggio, Lucca (Toscana), foi um dos nomes mais notórios do cinema italiano, ao lado de Luchino Visconti, Vittorio De Sica e Roberto Rosselini.
Recentemente completou sete décadas de carreira, sendo um dos cineastas mais antigos ainda em atividade.
Monicelli dirigiu cerca de 60 filmes, dentre eles os clássicos “Os eternos desconhecidos” (1958), “O incrível exército de Brancaleone” (1966) e a continuação, “Brancaleone nas Cruzadas” (1970), “Meus caros amigos” (1975) e a segunda parte da trilogia, “Quinteto irreverente” (1982), “As duas vidas de Mattia Pascal” (1985) e “Parente é serpente” (1992).
Indicado a dois Oscars como roteirista – por “Os companheiros” (1963) e “Casanova 70” (1965), ganhou o Leão de Ouro em Veneza pelo filme “A grande guerra” (1959) e um especial pela carreira, em 1991. Recebeu ainda três prêmios no Festival de Berlim como melhor diretor – “Pais e filhos” (1956), “Carol Michele” (1976) e “Il marchise Del Grillo” (1982). Três outros também foram indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro – “A grande guerra” (1959), “Os companheiros” e “A garota com a pistola” (1968).
Sua filmografia inclui ainda “Totò e as mulheres” (1952 – um das tantas parcerias que fez com o falecido cineasta Steno), “O médico e o charlatão” (1957) e “Caros F. amigos” (1992). Seu último trabalho como diretor foi em “Le rose Del deserto” (2006), além de dois curtas-metragens inéditos, rodados entre 2009 e 2010.
Como ator fez uma pequena participação (simbólica e bastante memorável) no filme “Sob o sol de Toscana” (2003).
Monicelli deixa três filhos. Por Felipe Brida