Dica de filmes no streaming
Meu nome é Dolemite
Funcionário de uma loja
de discos, Rudy Ray Moore (Eddie Murphy) torna-se cantor, compositor e
humorista stand up, até virar um fenômeno no cinema alternativo com o filme
‘Dolemite’ (1975), um marco do movimento Blaxploitation.
Filme biográfico que relembra
a trajetória do hoje esquecido Rudy Ray Moore (1927-2008), ator, comediante,
compositor, conhecido como ‘Padrinho do rap’, que participou de um ciclo de
filmes no auge do movimento Blaxploitation que se tornaram populares – a
Blaxploitation serviu como trampolim para atores e atrizes pretos e pretas
conseguirem espaço na indústria de cinema de Hollywood, com protagonismo, em
pleno desdobramento da Black Power e das manifestações em prol dos direitos
civis, entre o final dos anos 60 e todo o decorrer dos anos 70. Não só atores e
atrizes, mas produtores, roteiristas, diretores e equipe técnica composta por
pessoas pretas tiveram liberdade de trabalho no cinema nesse período. Eddie
Murphy brilha no papel do desbocado Rudy Ray Moore, desde seu começo de
carreira numa loja de discos, passando pela gravadora do mesmo grupo; depois lançaria
álbuns, virou comediante stand up e iniciou-se como ator – seu primeiro sucesso
foi a comédia policial ‘Dolemite’, no papel central, de um cafetão que sai da
cadeia com o objetivo de se vingar dos bandidos e policiais que o incriminaram
indevidamente. Depois vieram mais dois exemplares da Blaxploitation, ousados,
infames e cultuadíssimos, a continuação de ‘Dolemite’ (1975), ‘O tornado
humano’ (1976), e o terror com comédia macabra e nonsense ‘O genro do diabo’
(1977).
Não só Eddie é um estouro, mas todo o elenco, com destaque para Wesley Snipes como o diretor por trás de ‘Dolemite’, D'Urville Martin (1939-1984) – na época defendi que ele deveria ter sido indicado ao Oscar de melhor coadjuvante. Em 2020, pelo papel, Murphy concorreu aos principais prêmios daquele ano, como Critics Choice e Globo de Ouro. ‘Meu nome é Dolemite’ foi exibido no Festival de Toronto e tem como roteirista a dupla de ‘O povo contra Larry Flint’ (1996), Scott Alexander e Larry Karaszewski. Quem dirige é Craig Brewer, de ‘Ritmo de um sonho’ (2005). Produção da Netflix, disponível no catálogo da plataforma.
O carismático time da IMF, composto por Luther
(Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg), é um acerto de química, e coadjuvantes
ajudam a intensificar o suspense da trama, como o retorno da personagem Viúva
Branca (a indicada ao Oscar Vanessa Kirby). Orçado em US$ 291 milhões, é o que
menos rendeu dos três últimos, mas nada de dar prejuízo, com US$ 571 milhões. Christopher
McQuarrie, roteirista vencedor do Oscar por ‘Os suspeitos’ (1995), volta a
dirigir com brilhantismo – ele fez os dois anteriores, ‘Missão Impossível: Nação
secreta’ (2015) e ‘Missão Impossível: Efeito Fallout’ (2018), e assina a parte
final, que estreia no dia 22/05. Indicado ao Oscar de melhor efeitos visuais e
melhor som, o filme, um dos melhores da cinessérie, está disponível no
streaming da Paramount Plus.
Missão: Impossível –
Acerto de contas – Parte 1 (Mission:
Impossible - Dead reckoning part one). EUA, 2023, 164 min. Ação. Colorido.
Dirigido por Christopher McQuarrie. Distribuição: Paramount Pictures
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