segunda-feira, 1 de maio de 2023

Cine Clássico



Guerra dos mundos


Uma pequena cidade da Califórnia é surpreendida com um meteoro que cai próximo à área residencial. Não é um meteoro e sim a chegada de alienígenas de Marte, que vem espalhar medo e destruição entre os moradores. Horas depois tem início uma invasão mundial com naves, robôs e monstros vindos de outro planeta.

“Guerra dos mundos” ou “A guerra dos mundos” é considerado um dos 10 filmes mais emblemáticos e assustadores sobre invasão alienígena na Terra, produzido no auge da Guerra Fria, em 1953, e, portanto, trazendo todas as paranoias da época. Há alegorias diversas, sendo as principais a das naves e das criaturas siderais como se fossem espiões vindos da Rússia, e a perseguição cruel dos ETs aos humanos, semelhante ao Macartismo, que vasculhava a vida de americanos considerados comunistas. Apesar de ser baseado no famoso livro homônimo de H.G. Wells, um dos papas da literatura de ficção científica, publicado em 1897 (nesse período não existia a Guerra Fria), a história teve novos contornos, dentro do clima de medo, angústia e aprisionamento do contexto político e social do pós-guerra e da divisão do mundo em dois blocos.
Gene Barry, protagonista da série “Bat Masterson” (1958-1961), e Ann Robinson, de “A muralha da esperança” (1953), estrelam essa formidável adaptação. Eles são duas testemunhas de objetos estranhos aparentando meteoros que caem na Califórnia. É uma invasão extraterrestre, cujas naves chegam aos poucos espalhando destruição, até atingir proporções mundiais. Cientistas se unem então para encontrar um jeito de liquidar com aquela forma de vida.
Causou fortes emoções no público no lançamento por ser um dos primeiros filmes coloridos de ficção científica, cujas cores dão realce e impacto nas cenas de destruição e terror provocados pelos alienígenas. Aqui os ETs não são amigáveis. A ciência já explorava formas de vida fora da Terra, e a visão de Wells e dos produtores era de puro pessimismo: as criaturas têm formato de aracnídeos que vinham em grandes máquinas, e de dentro delas saíam pequenas naves indestrutíveis, protegidas por cápsulas eletromagnéticas, parecidas com um cisne, com uma cabeça de periscópio, que espia ao redor, e de repente, dispara raios que faziam humanos virarem pó.




Ganhou um Oscar especial de efeitos especiais e foi indicado a melhor som e edição. O diretor Byron Haskin era especializado em efeitos visuais, começou a carreira nesse departamento, pelo qual foi indicado a quatro Oscars nos anos de 1940. Dirigiu filmes de aventura, como “A selva nua” (1954) e scifi, como esse, que seria seu maior trabalho, e depois “Robinson Crusoé em Marte” (1964). O produtor era outro nome importante do mundo scifi: George Pal, de fitas populares como “Destino à Lua” (1950), “O fim do mundo” (1951) e “A conquista do espaço” (1955).
“Guerra dos mundos” virou duas séries, nos anos de 1980 e 2010, e um outro bom filme, de 2005, dirigido por Steven Spielberg, com Tom Cruise.
Há duas edições do filme de 1953 em DVD: uma antiga da Paramount, de 2005, em boa edição, e a recente cópia da Obras-Primas do Cinema proveniente de uma nova restauração em 4k norte-americana, com imagem superior – os extras de ambos são os mesmos, com mais de um hora de making of, bastidores e entrevistas.

Guerra dos mundos (The war of the worlds). EUA, 1953, 85 minutos. Ação. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Byron Haskin. Distribuição: Obras-primas do Cinema (DVD de 2022); Paramount Pictures (DVD de 2005)

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