Guerra dos mundos
Uma pequena cidade da Califórnia é surpreendida com um meteoro que cai
próximo à área residencial. Não é um meteoro e sim a chegada de alienígenas de
Marte, que vem espalhar medo e destruição entre os moradores. Horas depois tem
início uma invasão mundial com naves, robôs e monstros vindos de outro planeta.
“Guerra dos mundos” ou “A guerra dos mundos” é considerado um dos 10
filmes mais emblemáticos e assustadores sobre invasão alienígena na Terra,
produzido no auge da Guerra Fria, em 1953, e, portanto, trazendo todas as
paranoias da época. Há alegorias diversas, sendo as principais a das naves e
das criaturas siderais como se fossem espiões vindos da Rússia, e a perseguição
cruel dos ETs aos humanos, semelhante ao Macartismo, que vasculhava a vida de americanos
considerados comunistas. Apesar de ser baseado no famoso livro homônimo de H.G.
Wells, um dos papas da literatura de ficção científica, publicado em 1897
(nesse período não existia a Guerra Fria), a história teve novos contornos,
dentro do clima de medo, angústia e aprisionamento do contexto político e
social do pós-guerra e da divisão do mundo em dois blocos.
Gene Barry, protagonista da série “Bat Masterson” (1958-1961), e Ann
Robinson, de “A muralha da esperança” (1953), estrelam essa formidável
adaptação. Eles são duas testemunhas de objetos estranhos aparentando meteoros
que caem na Califórnia. É uma invasão extraterrestre, cujas naves chegam aos
poucos espalhando destruição, até atingir proporções mundiais. Cientistas se
unem então para encontrar um jeito de liquidar com aquela forma de vida.
Causou fortes emoções no público no lançamento por ser um dos primeiros
filmes coloridos de ficção científica, cujas cores dão realce e impacto nas
cenas de destruição e terror provocados pelos alienígenas. Aqui os ETs não são
amigáveis. A ciência já explorava formas de vida fora da Terra, e a visão de
Wells e dos produtores era de puro pessimismo: as criaturas têm formato de
aracnídeos que vinham em grandes máquinas, e de dentro delas saíam pequenas
naves indestrutíveis, protegidas por cápsulas eletromagnéticas, parecidas com
um cisne, com uma cabeça de periscópio, que espia ao redor, e de repente,
dispara raios que faziam humanos virarem pó.
Ganhou um Oscar especial de efeitos especiais e foi indicado a melhor
som e edição. O diretor Byron Haskin era especializado em efeitos visuais,
começou a carreira nesse departamento, pelo qual foi indicado a quatro Oscars
nos anos de 1940. Dirigiu filmes de aventura, como “A selva nua” (1954) e
scifi, como esse, que seria seu maior trabalho, e depois “Robinson Crusoé em
Marte” (1964). O produtor era outro nome importante do mundo scifi: George Pal,
de fitas populares como “Destino à Lua” (1950), “O fim do mundo” (1951) e “A
conquista do espaço” (1955).
“Guerra dos mundos” virou duas séries, nos anos de 1980 e 2010, e um
outro bom filme, de 2005, dirigido por Steven Spielberg, com Tom Cruise.
Há duas edições do filme de 1953 em DVD: uma antiga da Paramount, de
2005, em boa edição, e a recente cópia da Obras-Primas do Cinema proveniente de
uma nova restauração em 4k norte-americana, com imagem superior – os extras de
ambos são os mesmos, com mais de um hora de making of, bastidores e
entrevistas.
Guerra dos mundos (The war of the worlds).
EUA, 1953, 85 minutos. Ação. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Byron Haskin.
Distribuição: Obras-primas do Cinema (DVD de 2022); Paramount Pictures (DVD de 2005)
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