segunda-feira, 5 de julho de 2021

Cine Cult



Deixa ela entrar

O garoto Oskar (Kåre Hedebrant) sofre bullying na escola e ao conhecer uma misteriosa menina chamada Eli (Lina Leandersson) vê nela uma forma de se vingar dos meninos valentões que cometem os assédios. Ele não sabe, mas Eli é uma vampira, alimentada com sangue humano pelo pai, que à noite sai escondido para caçar as vítimas.

Filme de terror sueco dos mais originais do cinema, baseado no romance de estreia de John Ajvide Lindqvist, de 2004 (publicado no Brasil pela editora Globo Livros), que também escreveu o roteiro. Inesquecível para quem assiste, com cenas marcantes, sem contar o primor da fotografia no gelo da Suécia. É um filme cult poético, altamente criativo e ao mesmo tempo macabro, sem ser apelativo e sem sangue explícito (como poderia ser caso fosse gravado em outros países – vale destacar que o explícito é um chamariz para os curiosos). Outro elemento de forte impacto visual é a montagem fora do comum, com longas sequências silenciosas – e o trabalho das duas crianças dá o que falar!
Rodado na capital, Estocolmo, e em regiões do interior do país, o filme trata do tema vampirismo pelo ponto de vista da ingenuidade de duas crianças, e ainda fala de bullying na escola e seus desdobramentos, como por exemplo, a omissão dos pais e dos professores diante dos crimes cometidos contra o protagonista.

Foi refilmado nos Estados Unidos (coprodução com o Reino Unido), numa versão mais sanguinária e ainda válida, “Deixe-me entrar” (2010), com Kodi Smit-McPhee, Chloë Grace Moretz e Richard Jenkins - que melhora numa revisão sem muitas exigências.
O terror firmou a carreira do diretor sueco Tomas Alfredson, que logo fez dois filmes premiados baseados em romances campeões de vendas, o difícil thriller “O espião que sabia demais” (2010) e o suspense que divide opiniões “Boneco de neve” (2015).


Acaba de ser lançado numa edição especial em bluray pela Versátil, em disco único (já havia uma edição esgotada do DVD da mesma distribuidora); além do filme em ótima resolução de imagem e som, tem uma hora de extras, e acompanham cards, pôster e livreto.
PS: Reparem no erro crasso de ortografia no título em português, que passou batido e mantém uma sonoridade horrível... tirando esse crime contra a língua, é um filmaço impossível de se esquecer!

Deixa ela entrar (Låt den rätte komma in). Suécia, 2008, 114 minutos. Terror/Drama. Colorido. Dirigido por Tomas Alfredson. Distribuição: Versátil

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