sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
Na Netflix
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Cine Especial
Resenha Especial (publicada na coluna 'Top Cinema' desse mês, na revista Top)
Yesterday
Esse mundo de fantasia que o protagonista vive nunca é explicado, é como se ele entrasse em uma fenda do tempo e vivesse outra realidade (meio trama do mundo da ficção científica sem ter aparência de fita scifi) – tudo simplesmente acontece, de maneira mágica. Boyle concebeu um roteiro deleitoso e o executou muito bem, injetando bons momentos de romance, emoção, comédia, farsa e muita música legal – para citar algumas dos Beatles, tem “Obla-di obla-dá”, “Yesterday” (logicamente), “Here comes the sun” e “Hey Jude”. Se não viu, não perca tempo: é uma fita que passa rápido, cheia de graça e simpatia, com personagens adoráveis, e tem também participação de Ed Sheeran como ele próprio, num momento divertido. Um filme sobre o poder transformador da música (e como os Beatles mudaram o comportamento de toda uma geração).
sábado, 18 de dezembro de 2021
Cine Cult
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Cine Clássico
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
Especial de Cinema
Globo de Ouro 2022
Indicações – Cinema
Melhor Filme de Drama
“Belfast”
“No Ritmo do Coração”
“Duna”
“King Richard: Criando Campeãs”
“Ataque dos Cães”
Melhor Filme de Comédia ou Musical
“Cyrano”
“Não Olhe para Cima”
“Licorice Pizza”
“Tick, Tick … Boom!”
“Amor, Sublime Amor”
Melhor Animação
“Encanto”
“Fuga”
“Luca”
“My Sunny Maad”
“Raya e o Último Dragão”
Melhor Roteiro
“Licorice Pizza”
“Belfast”
“Ataque dos Cães”
“Não Olhe para Cima”
“Being the Ricardos”
Melhor Diretor
Kenneth Branagh, por “Belfast”
Jane Campion, por “Ataque dos Cães”
Maggie Gyllenhaal, por “A Filha
Perdida”
Steven Spielberg, por “Amor, Sublime
Amor”
Denis Villeneuve, por “Duna”
Melhor Trilha Sonora
“A Crônica Francesa”
“Encanto”
“Ataque dos Cães”
“Madres Paralelas”
“Duna”
Melhor Canção Original
“Be Alive”, de “King Richard: Criando
Campeãs”
“Dos Orugitas”, de “Encanto”
“Down to Joy”, de “Belfast”
“Here I Am (Singing My Way Home)”, de
“Respect: A História de Aretha Franklin”
“No Time to Die”, de “Sem Tempo para
Morrer”
Melhor Ator em Drama
Mahershala Ali, por “Swan Song”
Javier Bardem, por “Being the
Ricardos”
Benedict Cumberbatch, por “Ataque dos
Cães”
Will Smith, por “King Richard: Criando
Campeãs”
Denzel Washington, por “The Tragedy of
Macbeth”
Melhor Atriz em Drama
Jessica Chastain, por “Os Olhos de
Tammy Faye”
Olivia Colman, por “A Filha Perdida”
Nicole Kidman, por “Being the
Ricardos”
Lady Gaga, por “Casa Gucci”
Kristen Stewart, por “Spencer”
Melhor Ator em Musical ou Comédia
Leonardo DiCaprio, por “Não Olhe para
Cima”
Peter Dinklage, por “Cyrano”
Andrew Garfield, por “Tick, Tick …
Boom!”
Cooper Hoffman, por “Licorice Pizza”
Anthony Ramos, por “Em um Bairro de
Nova York”
Melhor Atriz em Musical ou Comédia
Marion Cotillard, por “Annette”
Alana Haim, por “Licorice Pizza”
Jennifer Lawrence, por “Não Olhe para
Cima”
Emma Stone, por “Cruella”
Rachel Zegler, por “Amor, Sublime
Amor”
Melhor Ator Coadjuvante
Ben Affleck, por “The Tender Bar”
Jamie Dornan, por “Belfast”
Ciarán Hinds, por “Belfast”
Troy Kotsur, por “No Ritmo do Coração”
Kodi Smit-McPhee, por “Ataque dos
Cães”
Melhor Atriz Coadjuvante
Caitriona Balfe, por “Belfast”
Ariana DeBose, por “Amor, Sublime
Amor”
Kirsten Dunst, por “Ataque dos Cães”
Aunjanue Ellis, por “King Richard:
Criando Campeãs”
Ruth Negga, por “Identidade”
Melhor Filme em Língua Estrangeira
“Compartment no. 6” (Finlândia)
“Drive My Car” (Japão)
“A Mão de Deus” (Itália)
“Madres Paralelas” (Espanha)
“A Hero” (Irã)
Indicações - Televisão
Melhor Série de Drama
“Succession”
“Round 6”
“Pose”
“The Morning Show”
“Lupin”
Melhor Série de Comédia
“The Great”
“Only Murders In the Building”
“Ted Lasso”
“Hacks”
“Reservation Dogs”
Melhor Série Limitada ou Filme para TV
“Dopesick”
“Impeachment: American Crime Story”
“Maid”
“Mare of Easttown”
“The Underground Railroad”
Melhor Ator em Série de Drama
Brian Cox, por “Succession”
Lee Jung-jae, por “Round 6”
Billy Porter, por “Pose”
Jeremy Strong, por “Succession”
Omar Sy, por “Lupin”
Melhor atriz em série de TV – Drama
Uzo Aduba, por “In Treatment”
Jennifer Aniston, por “The Morning
Show”
Christine Baranski, por “The Good
Fight”
Elizabeth Moss, por “The Handmaid's
Tale”
Mj Rodriguez, por “Pose”
Melhor Ator em Série de Comédia ou
Musical
Anthony Anderson, por “Black-ish”
Nicholas Hoult, por “The Great”
Steve Martin, por “Only Murders in the
Building”
Martin Short, por “Only Murders in the
Building”
Jason Sudeikis, por “Ted Lasso”
Melhor Atriz em Série de Comédia ou
Musical
Hannah Einbender, por “Hacks”
Elle Fanning, por “The Great”
Issa Rae, por “Insecure”
Tracee Ellis Ross, por “Black-ish”
Jean Smart, por “Hacks”
Melhor Ator em Série Limitada ou Filme
para TV
Paul Bettany, por “WandaVision”
Oscar Isaac, por “Cenas de um
Casamento”
Michael Keaton, por “Dopesick”
Ewan McGregor, por “Halston”
Tahar Raheem, por “O Paraíso e a
Serpente”
Melhor
Atriz em Série Limitada ou Filme para TV
Jessica
Chastain, por “Cenas de um Casamento”
Elizabeth
Olsen, por “WandaVision”
Kate
Winslet, por “Mare of Easttown”
Cynthia
Erivo, por “Genius: Aretha”
Margaret
Qualley, por “Maid”
Melhor Ator Coadjuvante em Série
Limitada ou Filme para TV
Billy Crudup, por “The Morning Show”
Kieran Culkin, por “Succession”
Mark Duplass, por “The Morning Show”
Brett Goldstein, por “Ted Lasso”
Oh Yeong-su, por “Round 6”
Melhor Atriz Coadjuvante em Série
Limitada ou Filme para TV
Jennifer Coolidge, por “The White
Lotus”
Kaitlyn Dever, por “Dopesick”
Andie MacDowell, por “Maid”
Sarah Snook, por “Succession”
Hannah Waddingham, por “Ted Lasso”
domingo, 12 de dezembro de 2021
Cine Cult
sábado, 11 de dezembro de 2021
Cine Cult
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Resenha Especial
Cimino e sua guerra cruel e insana
Por Felipe Brida*
Numa velha fábrica na Pensilvânia, a fornalha derrete o aço e espalha um calor infernal. Um pequeno grupo de metalúrgicos faz seu duro trabalho até que o expediente termina. Eles saem às pressas e se despedem do restante dos colegas. Ouve-se um grito: “Lutem por mim na guerra”. Alvoroçados, partem de carro até um bar, onde relaxam bebendo cerveja e jogam bilhar ao som de “Can't take my eyes off you”, estrondoso sucesso na voz de Frankie Valli. O ano é 1967. Esposas e namoradas aguardam por eles, e do outro lado da cidade, moradores de um bairro operário organizam uma festa de despedida para três desses amigos, Michael (Robert De Niro), Nick (Christopher Walken) e Steven (John Savage) – esse último também vai se casar em poucas horas. Isso porque o trio partirá para a Guerra do Vietnã. Também será o último momento em que praticarão um antigo hobby: caçar cervos nas montanhas. Assim que a festa de casamento de Steven termina, e a de despedida se encerra, eles são jogados no barril de pólvora que é o Vietnã do final dos anos 60, onde estarão frente a frente com os piores inimigos. Michael, Nick e Steven são pegos por vietcongues, torturados e forçados a participar de um sádico jogo de roleta russa, cuja bala dos revólveres pode explodir suas cabeças. Os amigos metalúrgicos conseguirão sobreviver naquele temeroso conflito armado?
“O franco atirador” (que na tradução do original em inglês seria ‘O caçador de cervos’), lançado em 1978, é daqueles filmes de guerra inesquecíveis, com imagens impactantes que ficam intactas na nossa mente por anos. Quando vi pela primeira vez na adolescência, numa sessão de madrugada na TV aberta, nos anos 90, fui tomado por um deslumbre. Que filme duro, amargo, de uma melancolia impressionante, e que ao mesmo tempo nos faz refletir os horrores da guerra.
O filme trata dos traumas que essa guerra causou aos que voltaram de lá: soldados psicologicamente abalados e depressivos, alguns paranóicos e com tendência suicida, muitos com membros amputados. É o retrato do fim da inocência e de uma América em desconstrução. Apresenta-se em duas partes distintas e um complemento – o primeiro bloco do filme se passa em 1967, acompanhando a amizade dos amigos metalúrgicos que bebem, namoram e se divertem; a segunda parte, entre 1967 e 1968, registra a guerra destruidora, e o complemento, que seria o terceiro momento, que é o retorno desses soldados para uma América insensata que os aguarda – com passagens que ocorrem entre 1970 e 1975.
Foi rodado totalmente em locações, ou seja, nada em estúdios, como casas, bares e salões de festas nos estados americanos de Ohio e Pensilvânia, além das cenas de guerra gravadas na Tailândia como se fossem o Vietnã (isso porque o Vietnã ainda mantinha restrições de entrada de americanos) – parte foi feita em Bangcoc e algumas no Rio Kwai, como as das jaulas de bambu na água e as de roleta russa (únicas, memoráveis e até hoje impressionantes, vide aquela angustiante do desfecho com Walken e De Niro). Por ser um filme difícil de ser gravado (segundo De Niro, seu filme mais exaustivo), feito em várias locações entre dois países bem diferentes, custou caro para os padrões, cerca de U$ 15 milhões, obtendo boa bilheteria nos cinemas mundiais (quase U$ 50 milhões).
Destaque para a trilha sonora memorável, de Stanley Myers, de “A convenção das bruxas”, com uma preciosidade chamada “Cavatina”, a música que aparece em vários momentos, e é emocionante. Tem uma cena de casamento, que demorou cinco dias para ser gravada, sem falar daquelas de guerra, com De Niro empunhando lança-chamas e as da roleta russa, já mencionadas.
Ganhou cinco Oscars: melhor filme, ator coadjuvante para Christopher Walken, diretor para Cimino, edição e som, além de indicações de melhor ator para De Niro, atriz coadjuvante para Meryl, fotografia (do premiado Vilmos Zsigmond, que havia ganhado naquele ano por “Contatos imediatos de terceiro grau”) e roteiro original (de Cimino com outros três roteiristas, dentre eles um velho parceiro seu, Deric Washburn, em que fizeram juntos “Corrida silenciosa”). Venceu o Bafta de fotografia e edição, o Globo de Ouro de direção e mais de 20 prêmios em festivais mundiais.
É o melhor filme sobre a Guerra do Vietnã ao lado dos fantásticos “Apocalypse now”, “Nascido para matar”, “Platoon”, “Nascido em 4 de julho”, “Bom dia, Vietnã”, “Pecados de guerra” e “Tigerland - A caminho da guerra”. E agora nessa caprichada edição de colecionador em bluray, pela Obras-primas do Cinema.