Piranha
Piranhas carnívoras criadas em laboratórios escapam de uma área de
testes militares e vão para os rios, ameaçando a vida de moradores de uma
pacata cidade americana.
Quem nunca ouviu falar
em “Piranha” (1978), uma fita B cultuada entre os fãs de terror com criaturas
memoráveis, as tais piranhas assassinas que atacam vorazmente as pessoas que
inocentemente se banham nos rios? Pois bem, o filme que custou baratinho na
época (U$ 600 mil) veio na onda de “Tubarão” (1975) e de uma série de filmes
com animais aquáticos assustadores, que colocavam a humanidade em risco.
“Piranha” (1978) tem uma ideia simples, uma trama fora da realidade, sem
acontecimentos diferentes – praticamente trata da população de uma cidade pequena
fugindo dos peixes que escaparam de um laboratório e agora procuram carne humana.
Tem também a polícia investigando e como sempre em filmes assim um grupo de
cidadãos em busca de estratégias para eliminar aquela praga. Engraçado ver
esses peixes (que são mesmos perigosos pelos dentes pontiagudos e fortes na
mordida), que habitam apenas os rios da América do Sul, subindo para lagos dos
Estados Unidos e até se fixando no mar! São as ideias que o cinema permite
construir, como esse roteiro descompromissado com a realidade, focado no choque
e no susto (há cenas de ataques mortais das piranhas, com direito a sangue
jorrando nas águas).
E agora pode-se ver o
filme em boa qualidade, isso porque a distribuidora Classicline o lançou em
versão restaurada esse mês numa edição bem legal para colecionadores. Está
disponível em DVD, em disco duplo, com muitas horas de extras, como entrevistas
com membros da produção, bastidores, trailer e cenas adicionais, e inclui a
continuação, “Piranha 2: Assassinas voadoras” (1981), ainda mais absurda e
descontrolada (os peixes aqui são mutantes, têm asas e saem dos rios para
atacar no ar), cuja direção é de James Cameron (pasmem!), em seu primeiro longa;
ele depois faria blockbusters nas águas, como “O segredo do abismo” e
“Titanic”, sem contar filmes antológicos do mundo scifi como “O exterminador do
futuro” e “Avatar”.
O produtor é o lendário
Roger Corman, que diz ser sua homenagem a “Tubarão” – e o filme foi bem aceito
por Steven Spielberg, que brincava falando que ‘Piranha’ era melhor que o seu famoso
longa-metragem.
Foi a estreia de John
Sayles no roteiro (que depois receberia duas indicações ao Oscar, por ‘Tudo
pela vida’ e ‘Lone star’), coescrito por Richard Robinson, que um ano antes fez
outro filme de terror com animais, “A maldição das aranhas” (1977). E também foi
o primeiro longa de ficção a ser dirigido por Joe Dante, um dos mestres do
cinema de terror (de ‘Grito de horror’, ‘Gremlins’ e ‘Viagem insólita’). No
elenco, participações de veteranos como Bradford Dillman, Kevin McCarthy,
Keenan Wynn e da estrela do terror italiano Barbara Steele. Além da continuação,
“Piranha” originou dois remakes nos anos 2010.
Piranha (Idem). EUA/Japão, 1978, 94 minutos. Terror.
Colorido. Dirigido por Joe Dante. Distribuição: Classicline
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