segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Resenhas Especiais


Especial Jerry Lewis

Confira resenhas de quatro filmes com o astro da comédia Jerry Lewis, lançados em DVD pela Classicline.

A amiga da onça

Irma (Marie Wilson), com a ajuda do namorado Al (John Lund), tenta interferir na vida amorosa de sua colega de quarto, Jane (Diana Lynn), pensando no bem estar dela. Para que os planos deem certo, Al convida dois ex-atores (Jerry Leis e Dean Martin), que hoje trabalham num restaurante em Nova York, para se hospedar na casa de Irma e Jane. Eles aceitam, e o resultado será uma série de confusões.

Essa foi a fita de estreia da dupla Jerry Lewis e Dean Martin, que fez tremendo sucesso nos anos 50, e juntos atuaram em 18 longas-metragens. É uma adaptação do programa de rádio (ou ‘sitcom radiofônico’) homônimo da CBS, “My friend Irma”, que conquistou os ouvintes dos EUA entre as décadas de 40 e 50, com boa parte do elenco original aparecendo aqui: Marie Wilson, Hans Conried e Gloria Gordon (são eles os principais, Martin e Lewis são meros coadjuvantes).
A comédia, que ganharia continuação no ano seguinte, “Minha amiga maluca” (1950), reúne números musicais com Dean Martin, então com 32 anos, interpretando vários deles - pouco depois se lançaria como cantor, e em 25 anos gravaria 20 álbuns. Jerry Lewis tinha 23 anos, já demonstrava a verve cômica, com improviso de cenas, imitações com caretas únicas e, para seguir Dean Martin nas canções, interferia com a hilariante voz de pato.
Há cenas bem fotografadas pelas ruas de Nova York, em pontos turísticos como Central Park, ou seja, serve como um convite para conhecer a “Grande Maçã”.
O diretor era o já veterano George Marshall, um dos homens que mais dirigiram filmes na História do cinema, com 188 produções no currículo, desde curtas no cinema mudo (foram mais de 90 curtas entre 1916 e 1933), depois faria longas bem avaliados como “Um conde em sinuca” (1950, com Bob Hope e Lucille Ball), “Houdini, o homem miraculoso” (1953, com Tony Curtis), novamente com a dupla Jerry Lewis e Dean Martin em “Morrendo de medo” (1953) e “A barbada do biruta” (1953), vários faroestes, e encerraria a carreira com Jerry Lewis em “De caniço e samburá” (1969).
Para quem se interessou, vale a dica: boa parte dos filmes de Jerry Lewis, e muitos dele na dupla com Dean Martin, saíram em DVD pela Classicline.

A amiga da onça (My friend Irma). EUA, 1949, 102 minutos. Comédia musical. Preto-e-branco. Dirigido por George Marshall. Distribuição: Classicline


Minha amiga maluca

Al (John Lund) consegue um emprego para seus amigos ex-atores (Dean Martin e Jerry Lewis) do outro lado do país, no Oeste americano. Al parte numa viagem com eles, levando junto sua namorada Irma (Marie Wilson) e a melhor amiga dela, Jane (Diana Lynn). A proposta de trabalho se revela uma furada, ficando todos eles na mira de perigosos bandidos.

Continuação de “A amiga da onça” (1949), tão legal quanto o original, feita um ano depois com o mesmo elenco. Acrescentaram um road-movie e uma trama policial com gângsteres, jogatina em Las Vegas, sequestro, com corre-corre e muitos risos no final das contas. Novamente a dupla Jerry Lewis e Dean Martin se supera nesse segundo filmes juntos (eles fariam ainda 16 longas até o final da década de 50, quase todos sucessos imediatos de público nos Estados Unidos).
Vale lembrar que personagens, argumento, história vieram do programa de rádio “My friend Irma”, criado por Cy Howard para a radio CBS, de enorme audiência no país entre os anos 40 e 50.
Alegre, com novos números musicais e mais curto que o anterior, volta a ser um cartão postal de Nova York, com lugares legais para se conhecer – mas também fazia uma crítica à cidade grande, com poluição sonora, falta de acessibilidade etc
Em DVD pela Classicline.

Minha amiga maluca (My friend Irma goes west). EUA, 1950, 90 minutos. Comédia musical. Preto-e-branco. Dirigido por Hal Walker. Distribuição: Classicline


Sofrendo da bola

O jogador de golfe Harvey (Jerry Lewis) herdou do pai a paixão pelo esporte. Só que diante da plateia nas competições, ele fica nervoso e erra as jogadas. Para que se dê bem nos campos, contará com a ajuda de outro jogador, Joe (Dean Martin). A dupla improvável se envolverá em muitas enrascadas...

A dupla Jerry Lewis e Dean Martin estava no auge da popularidade quando fizeram esse 9º filme juntos, uma brincadeira em torno do golfe, que enaltece a modalidade esportiva (vira uma espécie de marketing do jogo). Eles estão bem, em forte sintonia, numa trama cheia de confusões, gags e músicas cantadas pela dupla. É uma fita corriqueira, divertida, que traz um título em português irrisório (o original é ‘The caddy’, que significa ‘O carregador’, ou seja, aquele profissional que carrega as bolas de golfe do jogador).
Tem momentos engraçados nas partidas de golfe, sempre com Jerry Lewis liderando o humor com as caretas e voz de pato, enquanto o charmoso Dean Martin serve de “escada” para as palhaçadas do parceiro. Naquele ano (1953) Martin se lançaria como cantor, e uma das que ele interpreta no filme recebeu indicação ao Oscar de melhor canção, justamente a que o consagraria e viraria temas de tantos outros filmes, “That’s amore” (foi tema também de “Feitiço da lua”).
No elenco há participação especial de Donna Reed, que tinha acabado de gravar o filme que lhe renderia o Oscar de coadjuvante no ano seguinte, um clássico do cinema de guerra e, claro, do cinema romântico, “A um passo da eternidade” (1953). Quem dirige é o veterano Norman Taurog, velho parceiro da dupla Martin/Lewis.
Assista e boa diversão! Em DVD pela Classicline.

Sofrendo da bola (The caddy). EUA, 1953, 95 minutos. Comédia. Preto-e-branco. Dirigido por Norman Taurog. Distribuição: Classicline 


Rabo de foguete
 
Um alienígena atrapalhado, Kreton (Jerry Lewis), viaja para a Terra e causa inúmeras confusões numa cidade.

Última parceria do diretor Norman Taurog com o fenômeno do humor Jerry Lewis, numa fita de despedida após uma década trabalhos juntos. Taurog colaborou para o estrelato tanto de Lewis quanto de seu colega de cena Dean Martin; no ano seguinte, embarcaria numa duradoura investida de filmes com o astro do rock Elvis Presley, como “Feitiço havaiano” (1961), “Garotas e mais garotas” (1962) – Presley e ele fariam mais uns nove ou dez longas de sucesso.
Indicado ao Oscar de direção de arte, “Rabo de foguete” faz uma sátira à exploração espacial, com Lewis no papel de um extraterrestre com traços humanos que pousa, durante as férias, no planeta Terra. Logicamente que haverá piadas aos montes, maluquices, o ET, por exemplo, faz os carros levitarem e até conversa com animais. E poderá até se apaixonar por uma terráquea!
Original e bem movimentado, o filme ganhou recentemente edição em DVD no Brasil pela Classicline (que lançou quase duas dezenas de filmes de Jerry Lewis, para a felicidade dos fãs, como eu). Pouco conhecido do público, vale assistir!
PS: Seis anos depois, em 1966, o ator faria outra comédia scifi de tema parecido (exploração espacial), “Um biruta em órbita”, considerado um de seus piores filmes (vi há muito tempo na TV e acho engraçadinho).

Rabo de foguete (Visit to a small planet). EUA, 1960, 78 minutos. Comédia. Preto-e-branco. Dirigido por Norman Taurog. Distribuição: Classicline

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