domingo, 16 de agosto de 2020

Cine Clássico


A conquista do Oeste

A saga de uma família de rancheiros durante a expansão do oeste americano, entre 1830 e 1880.

Para mim o faroeste mais espetacular do cinema, uma saga incrível pelo oeste americano passando por vários momentos marcantes da História dos Estados Unidos. O filme ficou conhecido por reunir um elenco de astros e estrelas dos mais bem pagos, com participações a se perder de vista; faço questão de apontar aqui, Carrol Baker, Gregory Peck, James Stewart, Karl Malden, George Peppard, John Wayne, Debbie Reynolds, Robert Preston, Richard Widmark, Lee J. Cobb, Henry Fonda, Carolyn Jones, Eli Wallach, Walter Brennan, Agnes Moorehead, Thelma Ritter, Russ Tamblyn, as não-creditadas de Harry Dean Stanton e Lee Van Cleef, e a narração de Spencer Tracy. É mole? É como se reunissem hoje, no mesmo longa-metragem, Julia Roberts, George Clooney, Brad Pitt, Tom Cruise, Morgan Freeman, Jeff Bridges, Robert De Niro etc Por isso custou caríssimo para a época, cerca de U$ 15 milhões, e ninguém esperava ser um fracasso de bilheteria (acarretado por problemas na produção, quatro diretores se dividiram para rodar o filme, algo também inédito, houve mudança de atores no meio do caminho, atrasos no cronograma de gravação e indecisões no marketing/divulgação para os cinemas). As falhas não ecoaram na edição final, o western permanece intacto; o longo filme, com seus 164 minutos de duração, está maravilhoso, ainda mais se assistido na edição em bluray da Warner (que foi a que vi novamente ontem).

É a jornada de várias gerações da família Prescott/Rawlings, pioneiros na chegada ao oeste, em que presenciam a corrida do Ouro, a Guerra Civil, ataques de índios, a vinda das estradas de ferro, a formação das cidades do oeste com seus saloons etc. Tudo recriado corretamente num roteiro ponta firme.
Disse que o filme foi dirigido por quatro mestres, referências do faroeste. São eles: John Ford, que ficou encarregado de rodar as cenas da Guerra Civil, Henry Hathaway (com as das corredeiras, planícies e foras-da-lei), George Marshall (nos segmentos das estradas de ferro) e Richard Thorpe, nas cenas de transição entre as principais (Thorpe não foi creditado). Façanha improvável para a época e quase impossível de ser feita hoje!


As questões técnicas colaboram definitivamente para torná-lo uma obra magnífica, como a trilha de Alfred Newman, ganhador de nove Oscars, o roteiro, original, mas inspirado em artigos da revista Life sobre a conquista do Oeste, os jogos de lentes das câmeras, com uso em larga escala da grande ocular (olho-de-peixe, que capta imagens laterais até 180º, arredondando as bordas), além do processo de gravação em Cinerama, última geração de tecnologia – o processo envolvia também a exibição nos cinemas, com três projetores simultâneos e sincronizados, numa tela gigante e curva, que proporcionava uma visão panorâmica, ampla – o nome vem da junção dos termos cinema + panorama.
Produzido pela MGM, o idílico filme reúne sequências de tirar o fôlego, difíceis de serem filmadas, como a debandada de búfalos, a das corredeiras e o tiroteio final no trem em movimento.
Ganhou três Oscars (roteiro, som e edição), indicado a outros cinco, como melhor filme e fotografia. Saiu recentemente em DVD pela Classicline, e há a cópia restaurada, em bluray, pela Warner, com uma imagem fora de série.

A conquista do Oeste (How the West was won). EUA, 1962, 164 minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por John Ford, Henry Hathaway, George Marshall e Richard Thorpe. Distribuição: Classicline (em DVD - edição de 2019) e Warner Bros. (em bluray – edição de 2008)

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