Abbie
(Gugu Mbatha-Raw), uma jovem com câncer terminal, sai à procura de uma mulher
perfeita para seu namorado, Sam (Michiel Huisman). Ela sabe que tem poucos
meses de vida, por isso quer entregar a mão dele para uma pessoa que o mereça.
Cativante,
esse drama/romance é uma produção original do Netflix lançada na plataforma em fevereiro
de 2018. No fundo, no fundo, o tema é triste, mas a história é contada de forma
leve, encantadora, encenada por um bom elenco (com destaque para o casal
central) – nos moldes de “A culpa é das estrelas” (2014). E tudo foi feito por
mulheres (nota-se o toque feminino): da diretora e produtora Stephanie Laing, que
venceu o Emmy pela série “Veep” (aliás, “Perfeita pra você” é o único filme que
dirigiu, ela é mais focada em TV series), roteiro da atriz Bess Wohl, e protagonismo
da ótima atriz britânica descendente de sul-africanos Gugu Mbatha-Raw, que eu
já vinha observando desde “Nos bastidores da fama” (2014), depois apareceu em
“Um homem entre gigantes” (2015), “A bela e a fera” (2017) e “Uma dobra no
tempo” (2018), alguns de seus trabalhos mais lembrados. Ela interpreta aqui Abigail,
uma jovem prestes a se casar, que acredita estar gravida, mas quando vai ao
médico descobre um câncer no útero, em estágio avançado. O namorado está sempre
por perto, auxiliando-a. Em troca, ela quer encontrar uma futura namorada para o
rapaz, pois sabe que morrerá em breve.
Já na cena de abertura sabemos que Abbie morreu, quando o namorado conversa com ela frente ao seu túmulo - o “espírito” da jovem é o narrador dos fatos que veremos a partir daí, ou seja, em tom de flashback. Tem romance, momentos tristes, humor, tudo na medida dosada milimetricamente. Você vai gostar, garanto! E de quebra um time afiado de coadjuvantes, como Steve Coogan, na pele de um terapeuta, além de Christopher Walken, Kate McKinnon e Jackie Weaver.
Perfeita pra você (Irreplaceable you). EUA, 2018, 96 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Stephanie Laing. Distribuição: Netflix
Já na cena de abertura sabemos que Abbie morreu, quando o namorado conversa com ela frente ao seu túmulo - o “espírito” da jovem é o narrador dos fatos que veremos a partir daí, ou seja, em tom de flashback. Tem romance, momentos tristes, humor, tudo na medida dosada milimetricamente. Você vai gostar, garanto! E de quebra um time afiado de coadjuvantes, como Steve Coogan, na pele de um terapeuta, além de Christopher Walken, Kate McKinnon e Jackie Weaver.
Perfeita pra você (Irreplaceable you). EUA, 2018, 96 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Stephanie Laing. Distribuição: Netflix
Catfight
Duas mulheres que eram colegas de escola (Sandra Oh e Anne Heche) tornam-se as piores inimigas. Quando se encontram, faíscas acendem, e a briga torna-se inevitável, com direito a porradas, puxões de cabelo, quedas de escada e vidros estilhaçando.
Pensem num roteiro diferenciado, criativo, com duas atrizes excepcionais interpretando papéis marcantes (e nada caricato, por mais que a sinopse nos leve a crer). Essas são algumas das qualidades de “Catfight” (2016), numa tradução literal, “Briga de gatos”, uma comédia dramática (ou hoje chamada de ‘Dramédia’) original do Netflix. A duas vezes ganhadora do Globo de Ouro Sandra Oh, estrela de séries premiadas, se junta a Anne Heche, sumida das telas, para trocar porradas, de uma forma como você nunca viu. No passado elas eram amigas de escola, tinham certa proximidade, depois tiveram uma desavença. Quando se encontram depois de muito tempo, trocam farpas, tapas, chutes e socos, e se autodenominam arqui-inimigas. O personagem de Sandra é de uma mulher sozinha, saiu de um longo período de coma, perdeu mãe, filho e dinheiro no tempo em que ficou no hospital. Hoje tenta reconstruir com dureza a vida. Já o de Anne é de uma artista plástica temperamental, cujas obras dividem radicalmente a opinião do público. Gay (assim como a atriz é, assumidamente), tem um relacionamento estável com uma mulher mais nova e cheia de manias (Alicia Silvertsone, lembra dela, de “As patricinhas de Beverly Hills”?), e juntas terão um bebê. Um novo encontro entre as duas numa galeria de arte, expostas a um grande público, será marcado, de novo, por baixaria, e assim em outros encontros vindouros.
O filme não foca só em pancadaria, que são várias e todas bem coreografadas, como na sequência da exposição de arte, e sim acompanha o triste lado dessas duas mulheres solitárias, que nutrem certo amargor pelos dessabores da vida. Faz também uma crítica inteligente ao mundo das artes, em especial ao sistema em si e à curadoria das artes plásticas, sem delongas. Em suma, vale apreciar o filme, e que bom saber que existe um exemplar diferente como esse no Netflix! Obra essa de um diretor de origem turca, Onur Tukel, que escreveu o roteiro (ele é ator de formação também).
Catfight (Idem). EUA, 2016, 95 minutos. Drama/Comédia. Colorido. Dirigido por Onur Tukel. Distribuição: Netflix
Duas mulheres que eram colegas de escola (Sandra Oh e Anne Heche) tornam-se as piores inimigas. Quando se encontram, faíscas acendem, e a briga torna-se inevitável, com direito a porradas, puxões de cabelo, quedas de escada e vidros estilhaçando.
Pensem num roteiro diferenciado, criativo, com duas atrizes excepcionais interpretando papéis marcantes (e nada caricato, por mais que a sinopse nos leve a crer). Essas são algumas das qualidades de “Catfight” (2016), numa tradução literal, “Briga de gatos”, uma comédia dramática (ou hoje chamada de ‘Dramédia’) original do Netflix. A duas vezes ganhadora do Globo de Ouro Sandra Oh, estrela de séries premiadas, se junta a Anne Heche, sumida das telas, para trocar porradas, de uma forma como você nunca viu. No passado elas eram amigas de escola, tinham certa proximidade, depois tiveram uma desavença. Quando se encontram depois de muito tempo, trocam farpas, tapas, chutes e socos, e se autodenominam arqui-inimigas. O personagem de Sandra é de uma mulher sozinha, saiu de um longo período de coma, perdeu mãe, filho e dinheiro no tempo em que ficou no hospital. Hoje tenta reconstruir com dureza a vida. Já o de Anne é de uma artista plástica temperamental, cujas obras dividem radicalmente a opinião do público. Gay (assim como a atriz é, assumidamente), tem um relacionamento estável com uma mulher mais nova e cheia de manias (Alicia Silvertsone, lembra dela, de “As patricinhas de Beverly Hills”?), e juntas terão um bebê. Um novo encontro entre as duas numa galeria de arte, expostas a um grande público, será marcado, de novo, por baixaria, e assim em outros encontros vindouros.
O filme não foca só em pancadaria, que são várias e todas bem coreografadas, como na sequência da exposição de arte, e sim acompanha o triste lado dessas duas mulheres solitárias, que nutrem certo amargor pelos dessabores da vida. Faz também uma crítica inteligente ao mundo das artes, em especial ao sistema em si e à curadoria das artes plásticas, sem delongas. Em suma, vale apreciar o filme, e que bom saber que existe um exemplar diferente como esse no Netflix! Obra essa de um diretor de origem turca, Onur Tukel, que escreveu o roteiro (ele é ator de formação também).
Catfight (Idem). EUA, 2016, 95 minutos. Drama/Comédia. Colorido. Dirigido por Onur Tukel. Distribuição: Netflix
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