Ronaldo
Documentário
intimista sobre a carreira do jogador português Cristiano Ronaldo.
Revelador,
o documentário “Ronaldo” (2015) é um olhar íntimo sobre a vida e a carreira do
jogador de futebol Cristiano Ronaldo, eleito pela Fifa como “o melhor do mundo”
e comparado a lendas do gramado como Pelé, Maradona e Di Stéfano. Nascido em
Portugal em 1985, atuou em times de destaque, dentre eles Manchester United,
Real Madrid e atualmente defende o Juventus da Itália. Um jogador completo que
coleciona títulos invejáveis, tem uma fama impressionante e desenvolve
trabalhos beneficentes ao redor do mundo. Nesse doc, uma coprodução Reino Unido
e Espanha, temos a dimensão disso tudo e um pouco mais, como a rotina dele em
casa, seu jeito atencioso com os fãs, a relação com a família (em especial com
a mãe), o intenso laço com amigos de infância e para mim o mais legal, a forma
como criou sozinho o filho primogênito, fruto de inseminação artificial – no filme,
até então, ele tinha apenas Cristiano Junior, depois veio outro, de inseminação,
e em seguida a mais nova, assumida pela mãe e atual companheira dele,
Georgina).
Não é
uma fita restrita para apreciadores de futebol ou fãs de Ronaldo, serve para
conhecermos a personalidade do prestigiado futebolista, seu carisma e as atitudes
que o tornam reconhecido dentro e fora dos campos.
Dos
criadores dos documentários “Amy” (2015), ganhador do Oscar na categoria, e de “Senna”
(2010), ganhador do Bafta de doc e edição, tem direção de Anthony Wonke, documentarista
três vezes premiado com o Bafta.
Ronaldo (Idem). Reino Unido/Espanha, 2015, 92
minutos. Documentário. Colorido. Dirigido por Anthony Wonke. Distribuição:
Universal Pictures
Em algum lugar do passado
O teatrólogo
iniciante Richard Colllier (Christopher Reeve) conhece na noite de autógrafos
de sua primeira peça uma senhora que dá a ele um antigo relógio de bolso pedindo
que “volte com ela”. A idosa vira as costas e desaparece. Intrigado, anos mais
tarde, num hotel antigo, Collier vê na parede o quadro de uma mulher chamada
Elise (Jane Seymour), semelhante àquela idosa, então faz uma hipnose para
tentar reencontrá-la no passado.
Impossível
não se emocionar (e se apaixonar) por esse clássico romântico que marcou época,
muito exibido na TV aberta. Foi o terceiro trabalho de Christopher Reeve no
cinema, dois anos depois de ficar eternizado como o Superman no filme homônimo
de Richard Donner, de 1978. Ele é o charme dessa história de um amor que supera
qualquer barreira do tempo. Reeve foi um ator versátil que atuou em drama,
suspense, ficção científica, muitos filmes de romances e infelizmente teve a
carreira interrompida após um trágico acidente em 1995, quando caiu de um
cavalo numa cavalgada; ficou tetraplégico por uma década, até falecer aos 52 anos
em 2004, vítima de infarto. Reeve tinha 28 quando participou dessa produção fazendo
par com Jane Seymour, atriz duas vezes ganhadora do Globo de Ouro (carinhosamente
lembrada no Brasil pela série dos anos 90 “Dra Quinn – A mulher que cura”).
Eles interpretam com sensibilidade a dupla romântica no passado, quando o protagonista
masculino faz uma auto-hipnose num velho hotel para retornar ao mesmo lugar 70
anos antes, em 1912. A viagem é uma minuciosa investigação para descobrir quem
é a estranha mulher que deu a ele um mimo no tempo presente. A viagem será de puro autoconhecimento, um retorno ao seu próprio antepassado/origem.
O
filme sintetiza uma metáfora sobre reencarnação e a busca pelo amor sagrado, de
uma maneira romântica, chorosa e com ótima reconstituição de época (uma velha
Chicago do início do século XX).
Recebeu
indicação ao Oscar de melhor figurino e ao Globo de Ouro de trilha sonora,
realmente um trabalho lindíssimo, memorável, assinada pelo falecido John Barry,
cinco vezes ganhador do Oscar, o mesmo compositor de “Entre dois amores” e “Dança
com lobos”.
Baseado
no romance de Richard Matheson (autor de livros como “Eu sou a lenda” e
roteirista de vários filmes dos anos 60 e 70), com roteiro adaptado por ele
mesmo, conta com uma direção adequada de Jeannot Szwarc, da continuação do
clássico “Tubarão” (parte 2, de 1978) - – não há como não o relacionar ao clássico “O retrato de Jennie” (1948), drama sobre um artista em decadência e sua musa inspiradora que volta de outro tempo para se comunicar com ele.
O
filme teve péssima recepção da crítica na época, no entanto virou cult e ganhou
o coração dos apaixonados. Vale rever essa riqueza de filme, relançado há
poucos meses em DVD pela Universal Pictures com uma capa preto-e-branca, numa
edição comemorativa do Dia dos Namorados (saiu junto com “Anna Karenina” e
outros filmes românticos).
Em algum lugar do passado (Somewhere in time). EUA, 1980, 103
minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Jeannot Szwarc. Distribuição:
Universal Pictures
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