segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Resenhas Especiais


Ronaldo


Documentário intimista sobre a carreira do jogador português Cristiano Ronaldo.

Revelador, o documentário “Ronaldo” (2015) é um olhar íntimo sobre a vida e a carreira do jogador de futebol Cristiano Ronaldo, eleito pela Fifa como “o melhor do mundo” e comparado a lendas do gramado como Pelé, Maradona e Di Stéfano. Nascido em Portugal em 1985, atuou em times de destaque, dentre eles Manchester United, Real Madrid e atualmente defende o Juventus da Itália. Um jogador completo que coleciona títulos invejáveis, tem uma fama impressionante e desenvolve trabalhos beneficentes ao redor do mundo. Nesse doc, uma coprodução Reino Unido e Espanha, temos a dimensão disso tudo e um pouco mais, como a rotina dele em casa, seu jeito atencioso com os fãs, a relação com a família (em especial com a mãe), o intenso laço com amigos de infância e para mim o mais legal, a forma como criou sozinho o filho primogênito, fruto de inseminação artificial – no filme, até então, ele tinha apenas Cristiano Junior, depois veio outro, de inseminação, e em seguida a mais nova, assumida pela mãe e atual companheira dele, Georgina).
Não é uma fita restrita para apreciadores de futebol ou fãs de Ronaldo, serve para conhecermos a personalidade do prestigiado futebolista, seu carisma e as atitudes que o tornam reconhecido dentro e fora dos campos.
Dos criadores dos documentários “Amy” (2015), ganhador do Oscar na categoria, e de “Senna” (2010), ganhador do Bafta de doc e edição, tem direção de Anthony Wonke, documentarista três vezes premiado com o Bafta.

Ronaldo (Idem). Reino Unido/Espanha, 2015, 92 minutos. Documentário. Colorido. Dirigido por Anthony Wonke. Distribuição: Universal Pictures


Em algum lugar do passado

O teatrólogo iniciante Richard Colllier (Christopher Reeve) conhece na noite de autógrafos de sua primeira peça uma senhora que dá a ele um antigo relógio de bolso pedindo que “volte com ela”. A idosa vira as costas e desaparece. Intrigado, anos mais tarde, num hotel antigo, Collier vê na parede o quadro de uma mulher chamada Elise (Jane Seymour), semelhante àquela idosa, então faz uma hipnose para tentar reencontrá-la no passado.

Impossível não se emocionar (e se apaixonar) por esse clássico romântico que marcou época, muito exibido na TV aberta. Foi o terceiro trabalho de Christopher Reeve no cinema, dois anos depois de ficar eternizado como o Superman no filme homônimo de Richard Donner, de 1978. Ele é o charme dessa história de um amor que supera qualquer barreira do tempo. Reeve foi um ator versátil que atuou em drama, suspense, ficção científica, muitos filmes de romances e infelizmente teve a carreira interrompida após um trágico acidente em 1995, quando caiu de um cavalo numa cavalgada; ficou tetraplégico por uma década, até falecer aos 52 anos em 2004, vítima de infarto. Reeve tinha 28 quando participou dessa produção fazendo par com Jane Seymour, atriz duas vezes ganhadora do Globo de Ouro (carinhosamente lembrada no Brasil pela série dos anos 90 “Dra Quinn – A mulher que cura”). Eles interpretam com sensibilidade a dupla romântica no passado, quando o protagonista masculino faz uma auto-hipnose num velho hotel para retornar ao mesmo lugar 70 anos antes, em 1912. A viagem é uma minuciosa investigação para descobrir quem é a estranha mulher que deu a ele um mimo no tempo presente. A viagem será de puro autoconhecimento, um retorno ao seu próprio antepassado/origem.
O filme sintetiza uma metáfora sobre reencarnação e a busca pelo amor sagrado, de uma maneira romântica, chorosa e com ótima reconstituição de época (uma velha Chicago do início do século XX).
Recebeu indicação ao Oscar de melhor figurino e ao Globo de Ouro de trilha sonora, realmente um trabalho lindíssimo, memorável, assinada pelo falecido John Barry, cinco vezes ganhador do Oscar, o mesmo compositor de “Entre dois amores” e “Dança com lobos”.


Baseado no romance de Richard Matheson (autor de livros como “Eu sou a lenda” e roteirista de vários filmes dos anos 60 e 70), com roteiro adaptado por ele mesmo, conta com uma direção adequada de Jeannot Szwarc, da continuação do clássico “Tubarão” (parte 2, de 1978) - – não há como não o relacionar ao clássico “O retrato de Jennie” (1948), drama sobre um artista em decadência e sua musa inspiradora que volta de outro tempo para se comunicar com ele.
O filme teve péssima recepção da crítica na época, no entanto virou cult e ganhou o coração dos apaixonados. Vale rever essa riqueza de filme, relançado há poucos meses em DVD pela Universal Pictures com uma capa preto-e-branca, numa edição comemorativa do Dia dos Namorados (saiu junto com “Anna Karenina” e outros filmes românticos).

Em algum lugar do passado (Somewhere in time). EUA, 1980, 103 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Jeannot Szwarc. Distribuição: Universal Pictures

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