sábado, 21 de dezembro de 2019

Resenha Especial




Yasmin – Uma mulher, duas vidas

A paquistanesa Yasmin (Archie Panjabi), que mora no norte da Inglaterra, assume todos os dias uma vida dupla: junto da família extremamente religiosa (são muçulmanos) usa véu e respeita os princípios do Alcorão; longe dela, comporta-se de forma mais liberal. Quando ocorre o atentado de 11 de Setembro, o marido é preso, e Yasmin passa a ser desprezada na empresa onde trabalha. Então começa a questionar sua fé e a relação com pessoas do seu convívio.

Ganhou o prêmio de Júri Ecumênico no Festival de Locarno em 2004 esse pequeno filme do cinema britânico independente, coproduzido na Alemanha e que tem uma duração curtinha (apenas 81 minutos). É uma típica fita de arte para festivais, que conta com um roteiro interessantíssimo do inglês Simon Beaufoy, ganhador do Oscar por “Quem quer ser um milionário” (2008).
Atravessa uma gama de discussões sobre religião e comportamento na sociedade atual a partir de uma personagem sólida e muito consciente, Yasmin, que se transforma ao longo das curvas da vida. Ela vive numa sociedade machista e castradora, tem um emprego considerado de “homens” numa empresa de transportes, entra em conflito com a rotina dupla que assume, uma em frente à família, outra longe dela, onde se separam modos de vestir, formas de se expressar, tratamento uns com outros (ou seja, toda a forma de liberdade). O trágico “11 de Setembro” faz piorar essas situações, o que será uma prova de fogo para essa mulher solitária, cada vez mais abandonada.


Dois pontos paralelos que o filme também toca é na questão legal dos imigrantes na Europa e o Islamismo, com seus conservadorismos e preceitos radicais.
Um filme feminino, humano e que abre um diálogo com a atualidade. Conheça!

Yasmin – Uma mulher, duas vidas (Yasmin). Reino Unido/Alemanha, 2004, 81 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Kenneth Glenaan. Distribuição: California Filmes

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