Dica para o fim de semana: quatro filmes produzidos e estrelados por Seth Rogen (três comédias malucas e uma animação para adultos).
Vizinhos
Casados e com um bebê pequeno, Mac (Seth
Rogen) e Kelly (Rose Byrne) têm como novos vizinhos um grupo de universitários
baderneiros, liderado por Teddy (Zac Efron), que fazem festas até altas horas da
noite com o som no último volume. Não suportando mais os abusos, o casal cria
uma série de armadilhas e situações inusitadas para expulsá-los do bairro, o
que dá início a uma guerra interminável.
Seth
Rogen (também produtor) e Rose Byrne numa química excepcional dão o ar da graça
nessa comédia escrachada de gigantesca bilheteria (fechou com U$ 270 milhões no
mundo todo, e olha que custou pouco, somente U$ 18 milhões, o que rapidamente
fizeram com que os produtores bolassem a continuação, lançada dois anos
depois). A dupla interpreta um casal que vivia feliz no pacato bairro até a chegada
dos novos vizinhos, um bando de universitários bagunceiros que dá festas a todo
vapor até de madrugada. A paz de Mac e Kelly é ameaçada, eles tentam um acordo
amigável, sem sucesso, então partem para a guerra.
Prepare-se
para piadas insanas com vômitos e sexo, algumas politicamente incorretas com drogas
e bebedeira, além de brincadeiras com camisinha e trotes acadêmicos.
O
astro Zac Efron e o ator Dave Franco, irmão mais novo de James Franco, ajudam no
time dos antagonistas dessa comédia passageira, com várias referências ao
cinema (como “Taxi driver”), e voltada aos teenagers - felizmente tem uma crítica aos
universitários sem limites que perturbam o sossego dos vizinhos em suas
repúblicas agitadas – eu mesmo já fui vítima de um grupo numa ocasião no
passado. Haja paciência!
O diretor
Nicholas Stoller realizou comédias do mesmo naipe, como “Ressaca de amor”
(2008), e a continuação, “Vizinhos 2” (2016, que não fez tanto sucesso como
este, traz o mesmo elenco, repete as piadas, e no final diverte).
Vizinhos (Neighbors). EUA, 2014, 96 min.
Comédia. Colorido. Dirigido por Nicholas Stoller. Distribuição: Universal
Pictures
Vizinhos 2
Mac (Seth Rogen) e Kelly (Rose Byrne) vivem uma
fase tranquila de suas vidas: não têm mais os vizinhos barulhentos dos anos
anteriores, pretendem se mudar para um condomínio nobre em breve e esperam um
novo bebê. A calmaria chega ao fim quando são informados que a casa vizinha voltará
a ser uma república de jovens, desta vez para uma fraternidade feminina,
liderada por Shelby (Chloë Grace Moretz). As garotas também curtem festas até a
madrugada, gerando uma nova guerra contra o casal.
Ainda mais absurdo e caótico que o primeiro filme,
lançado dois anos antes, em 2014, a continuação “Vizinhos 2” traz o elenco de
volta, os produtores e o diretor, retomando as piadas, num humor malcriado,
bizarro e cheio de palavrões, que beira a insanidade. Tem absorventes sujos voando
de um lado para o outro, zoeiras com sexo e genitais, e por aí vai, bem ao
gosto dos adolescentes americanos. Não fez tanto sucesso como o anterior, mas
ainda diverte o público que esteja pronto para esse tipo de comédia pastelão
contemporânea.
Seth Rogen e Rose Byrne repetem a dose como o
casal amoroso, agora com um novo bebê a caminho. Eles tentam vender a antiga casa
deles, que está em caução, e na república ao lado, antes composta por meninos,
entra em jogo um time de garotas, dentre elas Chloë Grace Moretz no papel da
líder da fraternidade Kappa Nu. Elas parecem boazinhas e calmas, no entanto são
um inferno, farão festas barulhentas até piores que os garotos do filme 1. E
assim uma nova guerra será travada com o casal vizinho que só quer paz.
Quem curtiu o primeiro vai se encontrar nesse
capítulo, dirigido novamente por Nicholas Stoller e produzida por Rogen. Aparecem
de quebra dois atores de destaque do anterior, Zac Efron e Dave Franco (com uma
novidade bem interessante).
Vizinhos 2 (Neighbors 2: Sorority rising). EUA/China,
2016, 92 min. Comédia. Colorido. Dirigido por Nicholas Stoller. Distribuição: Universal
Pictures
É o fim
Os atores Seth Rogen e Jay Baruchel vão a uma
festa badalada na casa do astro James Franco, em Los Angeles. Lá encontram outros
velhos parceiros de cinema, como Jonah Hill, Craig Robinson, Emma Watson e Michael
Cera. Bebem, dançam, jogam conversa fora até que um terremoto anuncia o Dia do Julgamento
Final. A terra se abre e desperta forças do inferno para a cidade. Os poucos amigos
sobreviventes se escondem na casa de Franco, que é uma fortaleza com muros altos,
enquanto o apocalipse toma conta do mundo.
Comédia
nonsense e histérica produzida, escrita e dirigida pela dupla Seth Rogen e Evan
Goldberg, e que no ano seguinte fariam outra comédia, só que com apelo
político, “A entrevista” (2014). A ideia central de “É o fim” (2013) foi reinventada
a partir do curta-metragem “Jay and Seth vs. The Apocalypse” (2007), sobre os
amigos Jay Baruchel e Seth Rogen presos num apartamento durante o fim do mundo.
Agora, no longa, a brincadeira entre velhos colegas de cena retorna com muito
mais absurdos, destruição, sangue jorrando e criaturas demoníacas. É um “inside
joke” bem bacana, com zoeira entre eles, relacionado a bastidores dos filmes
que participaram juntos nos últimos 10 anos. Irá funcionar melhor se você conhecer
as referências. Por exemplo, há menção a “Superbad: É hoje” (2007), “O besouro
verde” (2011) e “Segurando as pontas” (2008).
Seth
Rogen e Jay Baruchel fazem eles mesmos numa autocrítica danada e várias trolagens,
mostrando uma versão de cada um fora do cinema. Não só eles como o elenco
inteiro brinca e se diverte, todos à vontade, como se estivessem numa festa em
casa. Dentre os nomes do elenco estão os amigos íntimos James Franco, Jonah
Hill, Danny McBride, Michael Cera, Emma Watson e Christopher Mintz-Plasse, além
de Paul Rudd, Jason Segel, Kevin Hart, Aziz Ansari, Channing Tatum, a cantora Rihanna
e Craig Robinson (ufa, são tantos!). E boa parte abriu mão do cachê!
Praticamente
a história inteira se passa na verdadeira casa do ator James Franco. Isolados
por conta do apocalipse os atores precisam encontrar soluções para se salvar de
estranhos e macabros acontecimentos – a primeira meia hora do filme é realista,
depois a comédia vira do avesso, fala do Julgamento Final, com aparição do
Satanás abrindo as portas do inferno para cumprir o livro do Apocalipse; por
isso, da metade pro fim o tom realista se transforma numa farsa sem tamanho,
com humor negro, caos e muita bizarrice. Tem inclusive paródias a clássicos do cinema, como o terror “O exorcista”!
Acaba
sendo um filme-catástrofe inserido numa comédia anárquica e metalinguística,
para quem curte entretenimento sem pensar demais. Nos Estados o filme pegou
entre os jovens e fãs dos atores; rendeu quatro vezes o custo da produção (que
havia sido de U$ 32 milhões).
É o fim (This is the end). EUA, 2013, 105
min. Comédia. Colorido. Dirigido por Evan Goldberg e Seth Rogen. Distribuição:
Sony Pictures
Festa da salsicha
Uma salsicha lidera um grupo de alimentos num
supermercado para descobrir o que acontece quando eles saem das prateleiras,
compradas pelos fregueses. O caminho será marcado por uma série de aventuras
aterrorizantes, com direito a refogados, cozimento, apetites violentos e fugas
bizarras.
Outra
brincadeira entre amigos de velha data, Seth Rogen, Jonah Hill e Evan Goldberg,
que escreveram juntos mais uma fita nonsense e maluca, agora uma animação em
computação gráfica para adultos. Aliás, cuidado... Siga o conselho do pôster do
filme, “essa não é uma animação para crianças”. É sério, tudo gira em torno de
piadas infames e atrevidas de sexo, com palavrões desmedidos, a começar pela
salsicha (símbolo fálico) apaixonada por um pão de hot dog feminino e
erotizado, que quer a todo custo entrar nela! Essa é uma das tantas sacanagens surgidas
no roteiro, e não se iluda, haverá uma tonelada delas durante o filme – por isso
recebeu classificação indicativa de 16 anos tanto nos Estados Unidos quanto no
Brasil.
Obviamente
é muito original, causa espanto pelo teor de besteiras por ser um desenho
animado, lotado de humor negro e violência (a sequência do esquartejamento das
salsichas e dos legumes na cozinha é uma delícia à parte, e pode chocar as
crianças que entrarem na sala sem querer).
Rogen
e seu colegiado dão o tom para as engraçadas vozes dos personagens, que gritam,
esperneiam, transam, mas também correm dos humanos famintos! Tem no elenco Michael
Cera, Jonah Hill, James Franco, Danny McBride, Craig Robinson e Paul Rudd, além
de Kristen Wiig, Salma Hayek e Edward Norton. Dá para imaginar onde isto vai chegar?
Eu achei
divertido, ri bastante e recomendo, até porque animação com um quê pornográfico
é meio raro - engraçado é ver o diretor de desenhos bem infantis Greg Tiernan, do
trenzinho “Thomas e sua turma”, se jogar numa fita ousada igual essa. Co-dirige
com ele o ator Conrad Vernon, também diretor de animações, como “Shrek 2”
(2004) e “Madagascar 3: Os procurados” (2012).
Custou
pouco para os padrões americanos (U$19 milhões) e fez sucesso nos Estados
Unidos, rendendo U$ 140 milhões. Volto a frisar, assista longe dos pequenos. E
se prepare para altas risadas!
Festa da salsicha (Sausage party). EUA, 2016, 89
minutos. Animação. Colorido. Dirigido por Greg Tiernan e Conrad Vernon.
Distribuição: Sony Pictures
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