quinta-feira, 7 de março de 2019

Resenha Especial


Lady Snowblood: Uma canção de amor e vingança

Presa pela polícia japonesa, Yuki Kashima (Meiko Kaji), conhecida como Lady Snowblood, é capturada por um grupo secreto que tem por trás um plano de espionagem. Eles a infiltram na casa de um anarquista para vigiá-lo dia e noite, no entanto uma série de imprevistos farão com que Lady Snowblood fique dividida em meio a uma sanguinária conspiração política.

Da produtora Toho, a continuação de “Lady Snowblood: Vingança na neve” (1973) foi feita concomitantemente à primeira parte, mas lançada no ano seguinte (1974). Sanguinário, moderno para a época e violento (mas em doses menores em relação ao original), o cultuado filme de ação japonês reinventou o chambara, que eram as populares fitas de samurai (trocando aqui o gênero do protagonista, sai o homem entra a mulher). Na primeira produção, “Lady Snowblood: Vingança na neve”, termina a história com Yuki ferida após uma chacina na casa de festas, abandonada na neve. Ela retorna sã e salva anos depois nesse novo capítulo, com o mesmo pano de fundo: finalzinho do século XIX, a Era Meiji, quando o Japão deixou de ser feudal e começou a se modernizar, e uma série de manifestações políticas agitavam o país. Yuki deixou a vida de crimes, até que é resgatada por um grupo de mercenários e aceita um acordo, o de vigiar um cidadão adepto do Anarquismo, movimento proibido no Japão. Quando as coisas se complicam, ela se vê de volta aos crimes portando sua infalível espada.


Menos estilizado que o anterior, o capítulo 2 vira um drama social com implicações políticas, com poucas, mas bem coreografadas cenas de ação, e, não poderia faltar, o tradicional sangue jorrado quando a personagem decepa mãos e braços dos bandidos – a saga influenciou Quentin Tarantino em seu “Kill Bill” (2003 e 2004), semelhante no formato, na estética da violência, na fotografia, nos enquadramentos e no uso das cores fortes.
Dirigido também por Toshiya Fujita, o filme foi baseado no mangá homônimo de Kazuo Koike, criador de “Lobo Solitário”, que virou uma série de filmes de sucesso no Japão nos anos 70.
Em 2016 saiu em DVD pela Versátil, num digistack duplo, com os dois filmes, em excelente cópia.

Lady Snowblood: Uma canção de amor e vingança (Shurayukihime: Urami koiuta). Japão, 1974, 89 min. Ação. Colorido. Dirigido por Toshiya Fujita. Distribuição: Versátil. Disponível em DVD.

Nenhum comentário: