O conto do czar Saltan
Czar
Saltan (Vladimir Andreyev) entra em guerra seguindo para terras longínquas. No
trono ficou a esposa, czarina (Larisa Golubkina), que governa com o filho, o
príncipe Gvidon (Oleg Vidov). Ela acaba traída pelas irmãs e lançada ao mar em
um barril junto com Gvidon. Ambos sobrevivem e aportam em uma ilha mágica, onde
um cisne irá auxiliá-los para retornar para casa. Na viagem, mãe e filho armam
planos para derrotar os inimigos traidores.
Acaba
de sair no Brasil pela CPC-Umes Filmes, até então inédita em DVD, essa
primorosa fábula em dois atos baseada em contos populares extraídos do livro de
Alexander Pushkin (1799–1837), o maior poeta do Romantismo Russo. De grandeza
técnica indiscutível, esta fita de fantasia épica muito querida na Rússia foi montada
com extrema delicadeza e perfeição pelas mãos do diretor Aleksandr Ptushko (1900–1973),
profícuo nome do cinema soviético, realizador de dezenas de obras entre a
década de 20 e sua morte. Ele teve zelo em manter a sonoridade do texto quando
o transportou ao cinema, por isso os diálogos têm rimas tonificantes, proclamadas
por figuras carismáticas, quase circenses, que caminham por cenários suntuosos,
coloridos, beirando um sonho desfrutável, onde homens conversam com esquilos e
cisnes, absorvidos e transformados pela magia da natureza.
Um
filme sinestésico, que explora bem todos os nossos sentidos e nos leva
imediatamente a um processo de catarse. Não deixem passar despercebida a maior
fita de fantasia soviética de todos os tempos, um trabalho de mestre!
O conto do czar Saltan (Skazka o tsare Saltane). URSS, 1967,
81 min. Aventura. Colorido. Dirigido por Aleksandr Ptushko. Distribuição:
CPC-Umes Filmes
* Publicado na coluna Middia Cinema, na revista Middia, edição de dezembro 2017 / janeiro 2018
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