Ascensão e queda de
um império
Em
1398, nos primeiros anos da Dinastia Joseon, o comandante supremo Kim Min-Jae (Ha-kyun
Shin) apaixona-se perdidamente por uma mulher mais nova, na medida em que
enfrenta sérios desafios para o fortalecimento do reino da Coreia. A nova
paixão irá desencadear intrigas e traições, e Min-Jae terá de tomar decisões
vitais com seus aliados para governar com precisão o território recém-invadido.
Há
duas décadas o cinema sul-coreano detém espaço no circuito de cinema no Brasil,
pela qualidade técnica dos filmes e histórias surpreendentes, contadas por diretores
visionários, em especial os de terror. Épicos de guerra também viraram moda no
país asiático, vieram para cá e foram ovacionados pelo público, e “Ascensão e
queda de um império” encaixa-se como um exemplar bem tradicional dessas
produções, um vigoroso drama de ação com pano de fundo histórico, com fatos
reais romanceados durante a Dinastia Joseon, uma das mais duradouras, que
existiu na Coreia do Sul por 500 anos.
Com
direção de arte deslumbrante, auxiliada por figurinos grandiosos, esta produção
de orçamento alto se passa na primeira década da dinastia em questão, que foi a
última da História da Coreia, marcada pela consolidação da doutrina
confucionista, a aproximação com a cultura chinesa e a expansão do comércio e
da tecnologia, momento crucial para o avanço do estado coreano. Por outro lado,
dentro do reino sob plena reforma, haviam divergências gritantes, o caos imperava
lado a lado com a violência desmedida, tudo em torno de lutas em nome da coroa,
gerando traições e cobiça. Nesse contexto de descontrole social, são
apresentadas duas figuras contraditórias - um rei desafiador, apaixonado pela
primeira vez (por uma mulher mais nova), e um príncipe de sutil audácia,
disposto a apropriar-se do trono, almejando o poder absoluto - e ambos retratam,
disfarçadamente, duas autoridades máximas da Coreia, Yi Bang-won, rei da
Dinastia Joseon, conhecido como Taejong, o Grande, e Jung-Na, príncipe e comandante
supremo (trocaram nomes, todavia as características psicológicas foram
mantidas; tem até uma chacina de cavalos, assustadora, que realmente existiu e
está nos anais da História da Coreia). Todas as decisões para o andamento da
história do filme passam pelo crivo destes dois personagens geniosos,
representantes da ordem e da política nacional em formação – assim a obra centra
a ação no pensamento do rei e do príncipe, para abrir o leque de plots e
reviravoltas, bem armadas. E dá certo, pois as cenas de batalha são eficientes
e empolgam, o romance fica na medida ideal e ganha créditos como um drama
épico de qualidade. Quem dirige é um jovem desconhecido para nós, Sang-hoon Ahn,
que em sua terra rodou outros quatro filmes (nenhum lançado aqui).
Infelizmente
ninguém soube do filme - no Brasil veio diretamente em home vídeo, pela
Flashstar, oportunidade de agora o público assistir para conhecer os
antepassados desse importante país da Ásia Oriental. Já em DVD. Indicação de
primeira!
Ascensão e queda de
um império
(Sunsu-ui sidae/ Empire of lust). Coreia do Sul, 2015, 113 minutos. Drama/Ação.
Dirigido por Sang-hoon Ahn. Distribuição: Flashstar
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