domingo, 25 de março de 2012

Cine Lançamento

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Toda forma de amor

Oliver Fields (Ewan McGregor) é um solitário ilustrador que tenta seguir de bem com a vida. Certo dia, fica abalado quando recebe duas notícias sobre seu distanciado pai, Hal (Christopher Plummer): aos 75 anos assume que é gay e está se relacionando com um homem bem mais novo; a segunda é de que o velho está com câncer terminal. Oliver muda a forma de pensar e vai até o pai para uma reconciliação.

Criativa comédia dramática autoral do desconhecido cineasta americano Mike Mills, que assina como diretor e roteirista. Pelo trabalho Christopher Plummer ganhou, merecidamente, o Oscar de melhor ator coadjuvante esse ano. Aos 82 anos, alcançou Jessica Tandy e George Burns, os mais velhos a receber o prêmio da Academia (Jessica tinha 81 anos, por “Conduzindo Miss Daisy”, em 1990; e Burns, por “Uma dupla desajustada”, de 1975, havia completado 80). Plummer também conquistou público e crítica pela notória atuação, e além do Oscar, recebeu o Globo de Ouro, o Bafta, o Independent Spirit Awards e o SAG. Um mestre em cena, em papel absoluto de uma carreira de cinco décadas e mais de 100 filmes.
Ele interpreta Hal, um senhor sério, que, logo após ficar viúvo, aos 75 anos, revela ser homossexual. Passa a curtir a vida de maneira enérgica, como um adolescente: arruma um namorado no mínimo 40 anos mais jovem (o croata Goran Visnjic), promove festas coloridas com amigos gays e daí por diante. Em pouco tempo é diagnosticado com câncer, estágio avançado, situação que faz seu único filho (Ewan McGregor) ir ao seu reencontro. Um perto do outro, aprenderão a enfrentar os percalços do dia a dia, retomar o contato, entender o passado.
Com a morte do pai (o filme é contado em flashbacks a partir da abertura, ou seja, não estou revelando surpresas), o filho aprende a amar, no caso apaixona-se por uma bonita jovem (Mélanie Laurent, atriz principal de “Bastardos inglórios”), além de enxergar com perspectiva amadurecida o mundo que o cerca.
Belíssima fita que podemos classificar de “arte” – não é uma comédia engraçada tipicamente norte-americana, tem um quê de fita europeia, com fotografia de contrastes coloridos. Na medida certa, o diretor insere sensibilidade com resultado bastante humano, sobre como nós podemos ser transformadores mesmo em situações críticas.
Outro fato de destaque é que foi bem recebido de bilheteria – custou pouco, cerca de U$ 3 milhões, arrecadando quase cinco vezes mais nas salas de cinema em todo o mundo. E algo positivo para a carreira do diretor, especializado em curtas e documentários para a TV – em 2005 rodou o único longa, uma fita Cult chamada “Impulsividade” (2005).
Procure já esse bom filme, premiado e muito preciso! Por Felipe Brida

Toda forma de amor (Beginners). EUA, 2010, 105 min. Comédia dramática. Dirigido por Mike Mills. Distribuição: Universal

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