Ervas daninhas
Uma carteira perdida transforma para sempre a vida de dois desconhecidos. Georges Palet (André Dussollier), um senhor casado e pai de dois filhos, encontra o objeto perdido em um estacionamento, que pertencia à dentista solteirona Marguerite Muir (Sabine Azéma). Numa jornada incessante e sem a ajuda da polícia, resolve procurar por aquela mulher.
Expoente da Nouvelle Vague francesa na década de 60, Alain Resnais, aos 87 anos, comprova em “Ervas daninhas” uma vivacidade ímpar que não perdera com o tempo. Seu mais novo drama romântico traz uma incrível história original bem contada, que acompanha a saga de dois desconhecidos com o mesmo objetivo: o encontro. Tudo gira em torno de uma carteira roubada, abandonada em um estacionamento. Quem a localiza é Georges, um idoso desmotivado que, sem razão aparente, fica obcecado pela proprietária daquele objeto (ele fuça e encontra a foto da mulher junto com os documentos ali guardados). Corre então atrás dela, procurando-a por todos os cantos da cidade. Enquanto isso o filme acompanha, em outro plano, a personagem feminina, uma dentista que mora sozinha, naquela vidinha monótona e sem graça. Certo dia recebe o telefone de Georges, o que a deixa curiosa. Será que o destino pretende uni-los?
Depois do ótimo drama “Medos privados em lugares públicos”, Resnais volta a abordar a busca pelo amor e pelo companheirismo, tema comum das fitas do diretor; aqui, a carteira vermelha (a cor da paixão) simboliza a porta de entrada ao desconhecido e, possivelmente, à nova tentativa amorosa. Próprio de seu estilo técnico, utiliza enquadramentos em interiores, recorre a histórias de vida que demoram a se interligar, usa narrativa vagarosa, típica de fitas européias, e elaborada fotografia com tons bem coloridos.
Um bonito filme francês para público maduro e inserido em fitas de arte.
Os protagonistas são dois atores com semblante marcante: o veterano André Dussollier, com a típica cara fechada, e Sabine Azéma, sempre estranha com cabelos enrolados vermelhos e olhar de susto. Um casal pouco provável... O elenco tem também a participação especial de Mathieu Amalric, como o policial (estupendo em “O escafandro e a borboleta” e um vilão chocho em “Quantum of solace”).
Vencedor do Prêmio Especial do Júri em Cannes em 2009 – e indicado à Palma de Ouro – recebeu quatro indicações ao César, o Oscar francês (melhor filme, roteiro adaptado, fotografia e edição). Por Felipe Brida
Título original: Les herbes folles/Wild grass
País/Ano: França/Itália, 2009
Elenco: André Dussollier, Sabine Azéma, Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric, Anne Consigny
Direção: Alain Resnais
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Distribuição: Imovision
Uma carteira perdida transforma para sempre a vida de dois desconhecidos. Georges Palet (André Dussollier), um senhor casado e pai de dois filhos, encontra o objeto perdido em um estacionamento, que pertencia à dentista solteirona Marguerite Muir (Sabine Azéma). Numa jornada incessante e sem a ajuda da polícia, resolve procurar por aquela mulher.
Expoente da Nouvelle Vague francesa na década de 60, Alain Resnais, aos 87 anos, comprova em “Ervas daninhas” uma vivacidade ímpar que não perdera com o tempo. Seu mais novo drama romântico traz uma incrível história original bem contada, que acompanha a saga de dois desconhecidos com o mesmo objetivo: o encontro. Tudo gira em torno de uma carteira roubada, abandonada em um estacionamento. Quem a localiza é Georges, um idoso desmotivado que, sem razão aparente, fica obcecado pela proprietária daquele objeto (ele fuça e encontra a foto da mulher junto com os documentos ali guardados). Corre então atrás dela, procurando-a por todos os cantos da cidade. Enquanto isso o filme acompanha, em outro plano, a personagem feminina, uma dentista que mora sozinha, naquela vidinha monótona e sem graça. Certo dia recebe o telefone de Georges, o que a deixa curiosa. Será que o destino pretende uni-los?
Depois do ótimo drama “Medos privados em lugares públicos”, Resnais volta a abordar a busca pelo amor e pelo companheirismo, tema comum das fitas do diretor; aqui, a carteira vermelha (a cor da paixão) simboliza a porta de entrada ao desconhecido e, possivelmente, à nova tentativa amorosa. Próprio de seu estilo técnico, utiliza enquadramentos em interiores, recorre a histórias de vida que demoram a se interligar, usa narrativa vagarosa, típica de fitas européias, e elaborada fotografia com tons bem coloridos.
Um bonito filme francês para público maduro e inserido em fitas de arte.
Os protagonistas são dois atores com semblante marcante: o veterano André Dussollier, com a típica cara fechada, e Sabine Azéma, sempre estranha com cabelos enrolados vermelhos e olhar de susto. Um casal pouco provável... O elenco tem também a participação especial de Mathieu Amalric, como o policial (estupendo em “O escafandro e a borboleta” e um vilão chocho em “Quantum of solace”).
Vencedor do Prêmio Especial do Júri em Cannes em 2009 – e indicado à Palma de Ouro – recebeu quatro indicações ao César, o Oscar francês (melhor filme, roteiro adaptado, fotografia e edição). Por Felipe Brida
Título original: Les herbes folles/Wild grass
País/Ano: França/Itália, 2009
Elenco: André Dussollier, Sabine Azéma, Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric, Anne Consigny
Direção: Alain Resnais
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Distribuição: Imovision
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