segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Especiais sobre cinema

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Com quatro prêmios, "O discurso do rei" sai-se o grande vitorioso do Oscar 2011

A produção inglesa "O Discurso do Rei" foi o grande vencedor do Oscar 2011, levando os principais prêmios da noite; ao todo o drama recebeu quatro estatuetas: melhor filme, diretor, ator (Colin Firth) e roteiro original. Enquanto isso ação/ficção científica "A origem" também venceu em quatro categorias técnicas (melhor fotografia, efeitos visuais, mixagem de som e edição de som).
O evento, realizado no Kodak Theater em Los Angeles, na noite de ontem, teve apresentação dos atores James Franco (indicado ao Oscar de ator esse ano por "127 horas") e Anne Hathaway.
Confira abaixo lista completa dos vencedores do Oscar 2011. (Por Felipe Brida)


MELHOR FILME

O Discurso do Rei
Minhas Mães e Meu Pai
A Origem
Bravura Indômita
127 Horas
Toy Story 3
A Rede Social
Inverno da Alma
O Vencedor
Cisne Negro


MELHOR DIRETOR

Tom Hooper (O Discurso do Rei)
David O. Russell (O Vencedor)
Darren Aronofsky (Cisne Negro)
David Fincher (A Rede Social)
Ethan Coen e Joel Coen (Bravura Indômita)


MELHOR ATOR

Colin Firth (O Discurso do Rei)
Jeff Bridges (Bravura Indômita)
Jesse Eisenberg (A Rede Social)
Javier Bardem (Biutiful)
James Franco (127 Horas)


MELHOR ATRIZ

Natalie Portman (Cisne Negro)
Annette Bening (Minhas Mães e Meu Pai)
Nicole Kidman (Reencontrando a Felicidade)
Michelle Williams (Blue Valentine)
Jennifer Lawrence (Inverno da Alma)


MELHOR ATOR COADJUVANTE

Christian Bale (O Vencedor)
Mark Ruffalo (Minhas Mães e Meu Pai)
Geoffrey Rush (O Discurso do Rei)
Jeremy Renner (Atração Perigosa)
John Hawkes (Inverno da Alma)


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Melissa Leo (O Vencedor)
Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei)
Amy Adams (O Vencedor)
Hailee Steinfeld (Bravura Indômita)
Jacki Weaver (Reino Animal)


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

O Discurso do Rei
A Origem
Minhas Mães e Meu Pai
Another Year
O Vencedor


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

A Rede Social
127 Horas
Toy Story 3
Bravura Indômita
Inverno da Alma


MELHOR ANIMAÇÃO

Toy Story 3
O Mágico
Como Treinar Seu Dragão


MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Em um Mundo Melhor (Dinamarca)
Biutiful (México)
Fora-da-lei (Argélia)
Dogtooth (Grécia)
Incendies (Canadá)


MELHOR FOTOGRAFIA

A Origem
Cisne Negro
O Discurso do Rei
A Rede Social
Bravura Indômita


MELHOR TRILHA SONORA

A Rede Social
Como Treinar Seu Dragão
A Origem
127 Horas
O Discurso do Rei


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"We Belong Together" (Toy Story 3)
"I See the Light" (Enrolados)
"Coming Home" (Country Strong)
"If I Rise" (127 Horas)


MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

Alice no País das Maravilhas
A Origem
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
O Discurso do Rei
Bravura Indômita


MELHOR FIGURINO

Alice no País das Maravilhas
I Am Love
O Discurso do Rei
The Tempest
Bravura Indômita


MELHOR MAQUIAGEM

O Lobisomem
A Minha Versão do Amor
Caminho da Liberdade


MELHOR EDIÇÃO DE SOM

A Origem
Toy Story 3
Tron - O Legado
Incontrolável
Bravura Indômita


MELHOR MIXAGEM DE SOM

A Origem
O Discurso do Rei
Salt
A Rede Social
Bravura Indômita


MELHORES EFEITOS ESPECIAIS

A Origem
Alice no País das Maravilhas
Homem de Ferro 2
Além da Vida
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1


MELHOR MONTAGEM/EDIÇÃO

A Rede Social
Cisne Negro
O Vencedor
O Discurso do Rei
127 Horas


MELHOR DOCUMENTÁRIO

Trabalho Interno
Lixo Extraordinário
Restrepo
Gasland
Exit Through the Gift Shop


MELHOR CURTA-METRAGEM

God of Love
The Confession
The Crush
Na Wewe
Wish 143


MELHOR CURTA-METRAGEM - DOCUMENTÁRIO

Strangers No More
Killing in the Name
Poster Girl
Sun Come Up
The Warriors of Qiugang


MELHOR CURTA-METRAGEM - ANIMAÇÃO

The Lost Thing
Dia & Noite
The Gruffalo
Let's Pollute
Madagascar, Carnet de Voyage

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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Enterrado vivo

Paul Conroy (Ryan Reynolds) é um pacato motorista de caminhão no Iraque. Sem razões aparentes, descobre estar enterrado vivo dentro de um caixão, a sete palmos. Portando apenas um celular e um isqueiro, terá de correr contra o tempo para sair debaixo da terra.

Quando lançado nos cinemas em dezembro passado, o filme causou incômodo generalizado no público. Não é para menos – o próprio título diz tudo. Imagine só acompanhar, por uma hora e meia, um único personagem trancafiado num caixão debaixo da terra, tentando desesperadamente fugir de lá. O oxigênio fica escasso, a aflição toma conta do cidadão, e o telespectador vai junto nesse tormento.
Pois é, “Enterrado vivo” é uma thriller psicológico tenso e claustrofóbico. Antes de continuar, deixo aqui a observação preciosa: quem tem medo de ambiente fechado, nem arrisque assistir. Eu, por exemplo, ficava agoniado a cada minuto.
Ryan Reynolds (que está bem, após sucessivos fracassos no cinema) interpreta o motorista encaixotado, procurando respostas sobre seu “enterro” precipitado e, ao mesmo tempo, tentando se salvar daquele lugar infernal. A única forma de comunicação com o exterior é o celular, que utiliza para contato com algumas pessoas. E depois, para piorar a situação, começa a ser chantageado, via telefone, por um grupo de bandidos. Só com esse rápido resumo se prevê o sufoco da trama, o que poderá ser uma experiência maçante para alguns; o filme inteiro é uma tentativa de escapada, rodado em poucas tomadas (a câmera fica somente dentro do caixão) e um personagem só.
Com lances inusitados, como a do isqueiro na introdução (a tela preta na abertura, por vários minutos, não é defeito de gravação não), a fita tem seus absurdos comuns, por exemplo, o ar que nunca termina, ainda mais quando ele usa o fogo para iluminar o ambiente, e a bateria do celular que jamais descarrega, e tal e tal.
Com certeza é um filme difícil de acompanhar, tortuoso, aflitivo e bem diferente do que vemos por aí (não digo original, pois em 1990 fora lançado “Morto, mas nem tanto”, também intitulado no Brasil como “Sepultado vivo”, cuja ideia era semelhante, a de enterrar o cidadão vivo). Se for arriscar, prepare-se para sofrer junto com o personagem. Por Felipe Brida

Título original: Buried
País/Ano: EUA/Espanha/França, 2010
Elenco: Ryan Reynolds, Samantha Mathis (voz), Robert Paterson (voz), Stephen Tobolowsky (voz)
Direção: Rodrigo Cortés
Gênero: Suspense
Duração: 95 min
Distribuição: Califórnia Filmes
Site oficial: http://enterradovivo.com.br/

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cine lançamento

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Mãos talentosas

Biografia do renomado neurocirurgião Ben Carson (Cuba Gooding Jr.), que revolucionou a área médica nos Estados Unidos nos anos 80. Negro, nascido em uma família pobre de Detroit, formou-se com méritos na Universidade de Yale e ficou mundialmente conhecido pela pioneira cirurgia de separação de gêmeos siameses.

Feito para TV, o drama “Mãos talentosas” é a adaptação da autobiografia homônima do neurocirurgião, pesquisador e psicólogo Benjamin Carson (hoje com 59 anos de idade), premiado no mundo inteiro pela importante contribuição desenvolvida para a Medicina.
O filme narra, com usual narrativa de biografias, a vida desse médico, desde a infância humilde e a dificuldade nos estudos (era o pior aluno da classe) até a graduação nas duas maiores universidades norte-americanas, de Michigan e de Yale, onde cursou Medicina e Psicologia. Especializado em cirurgias de separação de siameses, costumava realizar operações gratuitas e dedicou-se à filantropia. Portanto, uma incrível personalidade da área da saúde do nosso tempo.
Acima de uma fita sobre superação, é um belo trabalho sobre um cidadão simples e desafiador, que quebrou barreiras (um negro que obteve as melhores notas na faculdade) e alcançou o projeto de vida tão sonhado; para exemplificar a capacidade desse homem, aos 31 anos virou chefe dos residentes em neurocirurgia no hospital Johns Hopkins, em Baltimore, onde hoje coordena o departamento de neurocirurgia pediátrica.
O ator premiado com o Oscar Cuba Gooding Jr. dá vida a Dr. Carson, numa interpretação coerente e humana, que tanto no aspecto físico quanto nos trejeitos e na fala mansa lembra o personagem real.
Em seu livro, “Gifted hands”, Carson afirma que a religiosidade e a fé em Deus fizeram-no adquirir as tais mãos talentosas para poder operar com coordenação e delicadeza.
Em 2009 o drama recebeu quatro indicações ao Emmy, e participou ainda de diversos festivais de cinema. Procure conhecer essa boa história de vida. Por Felipe Brida

Título original: Gifted hands: The Ben Carson story
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Cuba Gooding Jr., Kimberly Elise, Ele Bardha
Direção: Thomas Carter
Gênero: Drama
Duração: 86 min
Distribuição: Sony Pictures

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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Ervas daninhas

Uma carteira perdida transforma para sempre a vida de dois desconhecidos. Georges Palet (André Dussollier), um senhor casado e pai de dois filhos, encontra o objeto perdido em um estacionamento, que pertencia à dentista solteirona Marguerite Muir (Sabine Azéma). Numa jornada incessante e sem a ajuda da polícia, resolve procurar por aquela mulher.

Expoente da Nouvelle Vague francesa na década de 60, Alain Resnais, aos 87 anos, comprova em “Ervas daninhas” uma vivacidade ímpar que não perdera com o tempo. Seu mais novo drama romântico traz uma incrível história original bem contada, que acompanha a saga de dois desconhecidos com o mesmo objetivo: o encontro. Tudo gira em torno de uma carteira roubada, abandonada em um estacionamento. Quem a localiza é Georges, um idoso desmotivado que, sem razão aparente, fica obcecado pela proprietária daquele objeto (ele fuça e encontra a foto da mulher junto com os documentos ali guardados). Corre então atrás dela, procurando-a por todos os cantos da cidade. Enquanto isso o filme acompanha, em outro plano, a personagem feminina, uma dentista que mora sozinha, naquela vidinha monótona e sem graça. Certo dia recebe o telefone de Georges, o que a deixa curiosa. Será que o destino pretende uni-los?
Depois do ótimo drama “Medos privados em lugares públicos”, Resnais volta a abordar a busca pelo amor e pelo companheirismo, tema comum das fitas do diretor; aqui, a carteira vermelha (a cor da paixão) simboliza a porta de entrada ao desconhecido e, possivelmente, à nova tentativa amorosa. Próprio de seu estilo técnico, utiliza enquadramentos em interiores, recorre a histórias de vida que demoram a se interligar, usa narrativa vagarosa, típica de fitas européias, e elaborada fotografia com tons bem coloridos.
Um bonito filme francês para público maduro e inserido em fitas de arte.
Os protagonistas são dois atores com semblante marcante: o veterano André Dussollier, com a típica cara fechada, e Sabine Azéma, sempre estranha com cabelos enrolados vermelhos e olhar de susto. Um casal pouco provável... O elenco tem também a participação especial de Mathieu Amalric, como o policial (estupendo em “O escafandro e a borboleta” e um vilão chocho em “Quantum of solace”).
Vencedor do Prêmio Especial do Júri em Cannes em 2009 – e indicado à Palma de Ouro – recebeu quatro indicações ao César, o Oscar francês (melhor filme, roteiro adaptado, fotografia e edição). Por Felipe Brida

Título original: Les herbes folles/Wild grass
País/Ano: França/Itália, 2009
Elenco: André Dussollier, Sabine Azéma, Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric, Anne Consigny
Direção: Alain Resnais
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Distribuição: Imovision

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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Lobo do mar

Comandante do navio Ghost, Wolf Larsen (Sebastian Koch), conhecido como Lobo do Mar, segue para o mar com sua equipe de marinheiros para a temporada de caça a focas. Na imensidão das águas, confronta-se com o irmão, Death Larsen (Tim Roth), que comanda o barco rival, Macedônia. Certo dia Wolf acolhe o jovem Humphrey Van Weyden (Stephen Campbell Moore), e o submete, à força, a trabalhar para ele. A rivalidade entre o chefe e o subordinado explode quando salvam a fugitiva Maud (Neve Campbell), que terá seu amor disputado pelos dois homens.

Adaptada do livro homônimo de Jack London, a microssérie “Lobo do Mar” foi exibida em oito capítulos na TV européia no ano passado, totalizando três horas de duração, sem obter a repercussão esperada. Agora pode ser encontrada no Brasil, lançada pela Paramount diretamente em DVD como um filme para TV. Para se tornar acessível ao público, tiveram de reduzi-la para duas horas e meia, o que não interfere no resultado.
A história é uma autêntica tormenta em alto-mar. O protagonista (que é um anti-herói por ter má índole) é o Lobo do Mar, insensato comandante de um navio que trata seus homens como bichos – chega a torturá-los no porão e a submetê-los a esforços físicos monstruosos (o ótimo ator alemão Sebastian Koch interpreta o papel, o mesmo de “A vida dos outros” e da minissérie “Operação Valquíria”). Dominado pela fúria e pela megalomania, enfrentará duas situações divergentes: vencer no trabalho – o torneio de caça a focas (também disputado pelo irmão que está no outro barco) e, depois, vencer no amor – a mulher que Lobo gosta passa a ser objeto de desejo de um jovem subordinado. E no meio do filme muitas reviravoltas acontecem...
Excessivamente longo para o público comum, com narrativa lenta e super descritiva dos ambientes e do perfil dos personagens, não chega a ser uma aventura, mas um drama com jeitão de épico europeu.
Tirando Koch, o restante do elenco não se encontra nos melhores dias (Tim Roth está caricato e aparece pouco, e a sumida Neve Campbell pouco tem a fazer como a mulher dividida por dois homens diferentes).
Não desagrada e nem é ruim, apenas tem duração exagerada e não empolga. Quem quiser conhecer já está disponível em DVD nas locadoras. Por Felipe Brida

Título original: Sea Wolf
País/Ano: EUA/Canadá, 2010
Elenco: Sebastian Koch, Tim Roth, Neve Campbell, Stephen Campbell Moore, Andrew Jackson
Direção: Mike Barker
Gênero: Drama
Duração: 150 min
Distribuição: Paramount Pictures

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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Jogos mortais – O final

Um grupo de sobreviventes das armadilhas mortais de Jigsaw (Tobin Bell) se reúne para trocar as terríveis experiências vividas no passado. Dentre as vítimas está o perito policial Bobby (Sean Patrick Flanery), que pretende lançar um livro com o depoimento dessas pessoas. Só que uma onda de assassinatos brutais colocará cada um deles na mira do legado do psicopata Jigsaw.

Os produtores de “Jogos mortais” pretenderam, com esse sétimo capítulo, encerrar a cinessérie. Já era hora, pois os filmes viraram repeteco grosseiro e ficaram tão absurdos que a própria história não se sustentava mais – vale lembrar que desde 2004, vários diretores assumiram os projetos, lançando uma continuação por ano, arrastando multidões para as salas de cinema (até hoje é uma das maiores bilheterias do gênero terror). Mas nem tudo são flores; pelo desfecho, novos jogos surgirão em breve...
Bom, não há muito o que falar sobre essa “última” parte. Repulsivo e excessivamente violento (sangue espirra pra lá, tripas voam pro outro lado, sem contar os gritos de dor), é um espetáculo sensacionalista que traz assassinatos cada vez mais forçados e uma história nada convincente. É mais do mesmo, sempre com as armadilhas bizarras criadas pelo sádico psicopata Jigsaw.
É uma tortura para o público assistir tamanha barbárie, e ainda fico pasmo como o público, formado especialmente por jovens, continua vampiro, com sede de sangue – o filme liderou bilheteria nos EUA, faturando bons milhões de dólares, e é primeiro em formato 3D.
Como mencionei acima, os argumentos para se continuar a saga do matador Jigsaw não tem mais lógica desde a morte dele em capítulos anteriores.
Desprezível em todos os sentidos, e ainda engana por um final que não existe. Vai arriscar ainda? Por Felipe Brida

Título original: Saw 3D: The final chapter
País/Ano: EUA/Canadá, 2010
Elenco: Costas Mandylor, Tobin Bell, Betsy Russell, Cary Elwes, Sean Patrick Flanery
Direção: Kevin Greutert
Gênero: Terror
Duração: 90 min
Distribuição: Imagem Filmes
Site oficial: http://www.jogosmortaisofinal.com.br

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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Os pilares da Terra I – A destruição do templo

Europa, século XII. Intrigas e traições tomam conta da Inglaterra medieval. Em plena construção de uma catedral gótica, três herdeiros disputam o trono do falecido rei Henrique - a filha Maud (Alison Pill), o sobrinho Stephen (Tony Curran) e seu filho bastardo querem a todo custo assumir o trono. Ao mesmo tempo, uma família de nobres tenta subir no poder, enquanto que a Igreja é comandada pelo ganancioso diácono Waleran (Ian McShane), que briga pelo título de bispo.

Feita para a TV norte-americana, a minissérie “Os pilares da Terra” rapidamente se tornou sucesso de público, e agora pode ser vista em três partes em DVD. A Paramount adquiriu os direitos de distribuição no Brasil e lançou o primeiro capítulo, “A destruição do templo”, há poucas semanas; os próximos estarão disponíveis nas locadoras a partir do próximo mês.
É um épico sobre traição e intrigas na Família Real inglesa durante o período de transição entre a Alta e a Baixa Idade Média. Reúne várias pequenas histórias de pessoas gananciosas em busca do poder, como os herdeiros do rei que brigam pelo trono, um trapaceando o outro, e até elaborando planos de morte para adquirirem o direito à coroa. E tudo gira em torno da construção de uma catedral, monumento de apreciação para uns e desconforto para outros, o que desencadeia um sangrento conflito. A Igreja, instituição sagrada que exercia forte influência sobre os europeus, não observa distraída de fora - há um personagem marcante, padre Waleran, interpretado pelo ator Ian McShane, que se utiliza de artimanhas religiosas para obter benefícios próprios.
Recomendo conhecer (principalmente os que curtem História) essa superprodução caprichada, com reconstituição fiel de uma época turbulenta e que transformou o cenário político-social do mundo inteiro.
Produzida por Ridley Scott, a minissérie é baseada no famoso best seller de Ken Follett, lançado em 1989 e que repercutiu nos anos 90 – o mais notório romance do escritor, campeão de vendas.
“Os pilares da Terra” recebeu, esse ano, três indicações ao Globo de Ouro: melhor minissérie ou filme para TV, melhor ator de TV (Ian McShane) e melhor atriz de TV (Hayley Atwell). Por Felipe Brida

Título original: The pillars of the Earth I - Anarchy
País/Ano: Canadá/Alemanha, 2010
Elenco: Tony Curran, Ian McShane, Matthew Macfadyen, Alison Pill, Hayley Atwell, Donald Sutherland, Eddie Redmayne, Rufus Sewell, Gordon Pinsent
Direção: Sergio Mimica-Gezzan
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Distribuição: Paramount Pictures

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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Ondine

O pescador Syracuse (Colin Farrell) vê sua vida ser transformada quando encontra na rede de pesca uma misteriosa jovem, Ondine (Alicja Bachleda). Na comunidade pesqueira onde mora, todos acreditam ser ela uma ninfa do mar, um ser folclórico que habita o imaginário daquelas pessoas. Syracuse passa a ter um relacionamento com Ondine, e ao mesmo tempo procura explicações sobre o real aparecimento da jovem.

O aclamado cineasta irlandês Neil Jordan, vencedor do Oscar por “Traídos pelo desejo” (1992), dirige esse bonito conto-de-fadas moderno, com roteiro original escrito por ele mesmo. Na verdade “Ondine” é um drama romântico que não nega a antiga lenda de Ondine, retratada pela literatura alemã no século XIX, que fala sobre a ninfa do mar que amaldiçoa o marido infiel. Anos mais tarde, na Inglaterra, escritores beberam na fonte para perpetuar o mito sobre os espíritos do mar, chamados de “Undines”, espécie de sereias que encantam os pescadores.
Bom, nessa versão rodada na Irlanda e co-produzida nos EUA, um modesto pescador (interpretado por Colin Farrell, que está bem de cabelos compridos, com menos pinta de canastrão do que de costume), ao recolher sua rede de pesca, depara-se com uma garota, suposta sobrevivente de um naufrágio. Ele passa a cuidar da jovem, apaixona-se por essa “sereia” (no filme dão o nome de “Selke”, uma ninfa) e ambos iniciam um relacionamento. Ao mesmo tempo em que a história amorosa do casal se sacramenta, o personagem central investiga a procedência daquela garota, que nunca sabemos se é humana ou não. Será ela um ser mitológico ou alucinação coletiva da comunidade onde a menina passa a morar? Só no final a revelação. Aliás, o desfalque está na conclusão, que não é tão criativa como o filme demonstra ser até os minutos finais. Acredito que irá pegar muita gente de surpresa e decepcionar os mais românticos.
Pela sua leveza perceptível, como se fosse uma pintura em movimento, super delicada, e a fotografia bem cuidada das regiões portuárias da Irlanda, vale a locação. Em DVD. Por Felipe Brida

Título original: Ondine
País/Ano: Irlanda/EUA, 2009
Elenco: Colin Farrell, Alicja Bachleda, Stephen Rea, Dervla Kirwan, Tony Curran, Alison Barry
Direção: Neil Jordan
Gênero: Drama/Romance
Duração: 103 min
Distribuição: Imagem Filmes

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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A origem

No futuro, em um mundo onde a tecnologia pode ser utilizada para invadir a mente humana, o agente Cobb (Leonardo DiCaprio) torna-se um dos melhores agentes na arte de roubar segredos do inconsciente durante o sono. Acusado de matar a esposa, vive sozinho num exílio, impedido de retornar aos Estados Unidos. Certo dia, aceita a ardilosa proposta de um empresário japonês, Saito (Ken Watanabe): entrar na mente de Fischer (Cillian Murphy), único herdeiro de uma mega-companhia, a fim de destruir aquela corporação. Disposto a cumprir a missão, terá como aliados um grupo de arquitetos da mente e outros invasores de sonhos.

Grande sucesso de público e de crítica, “A origem” liderou bilheteria por semanas consecutivas nas salas de cinema, arrecadando US$ 435 milhões no mundo inteiro (metade só nos Estados Unidos e Canadá). Junto com “A rede social”, é um dos filmes mais comentados da temporada. Mas fiquem precavidos: a trama é de uma complexidade infernal, difícil de ser acompanhada. Sabe aqueles filmes que fazem com o que as pessoas saiam atônitas depois da exibição, coçando a cabeça, tentando encaixar as peças para entender melhor a história, e que, depois de muito matutar, têm a consciência de que é necessário assisti-los novamente? Pois bem, adotem “A origem” como um exemplo claro desse caso.
A história, futurista, pode ser dividida em duas partes: na primeira, vem os detalhes sobre os personagens e algumas explicações imprescindíveis que devem ser anotadas para depois. Apresenta-se Cobb (Leonardo DiCaprio, sempre se superando como ator, um dos bons de sua geração), homem atormentado pela morte da esposa (Marion Cottilard, a eterna Edith Piaf); posto num exílio, conseguirá sair de lá caso aceite a missão de destruir um império econômico herdado por um ganancioso empresário. Ele topa, e assim começa a jornada ao estranho.
A segunda parte volta-se à pura adrenalina e ação, num espetáculo de efeitos visuais dos mais curiosos do cinema (um dos exemplos são os prédios que se dobram, como pólos negativo e positivo). A trama fica mais tortuosa, com os próprios personagens em estado de fúria para cumprir com os objetivos firmados. A tática que Cobb e seus comparsas adotam é direta: subverter a ordem natural das coisas, modificando sobretudo o mundo real por intermédio dos sonhos. Só que os sonhos se misturam, um sonho adentra outro sonho, que já estava inserido em um outro, e assim por diante.
Diante de um filme tão difícil de ser explicado e ao mesmo tempo tão inteligente, não há como sairmos neutros. É o poder do cinema de mexer com nossas sensações. E também de ficarmos vidrados com as maravilhas que a computação gráfica proporciona na tela: os sonhos são uma criação arquitetônica perfeita, com equilíbrio das formas; e em “A origem”, qualquer desvio dá chance às “dreamscapes”, as paisagens dos sonhos, que fazem tudo ruir em pedaços, podendo provocar a morte daqueles que estão adormecidos no mundo real.
Não é uma fita fácil. Numa análise mais ampla, a ideia da destruição da corporação nos leva à implosão do sistema, do capitalismo, do Estado, do governo como um todo, para assim se criar uma nova mentalidade para as relações humanas.
Recebeu oito indicações ao Oscar – melhor filme, roteiro original, efeitos visuais, direção de arte, fotografia, edição de som, mixagem de som e trilha sonora (deverá levar os prêmios técnicos).
“A origem” é a bola da vez: assista com atenção redobrada para não perder o fio da meada. Um filme inteligente para público perspicaz. Por Felipe Brida

Título original: Inception
País/Ano: EUA/ Inglaterra, 2010
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Marion Cottilard, Tom Berenger, Pete Postlethwaite, Michael Caine, Lukas Haas, Dileep Rao
Direção: Christopher Nolan
Gênero: Ação/Ficção científica
Duração: 148 min
Distribuição: Warner Bros.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Cine Lançamento

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O profeta

Jovem rebelde e de origem árabe, Malik El Djebena (Tahar Rahim) vai parar numa prisão francesa depois de cometer uma série de agressões. Dentro do confinamento, torna-se um exímio matador a mando de um grupo de bandidos que lidera o local. Muda de nome e aos poucos conquista a confiança dos chefões do crime.

Chega com atraso no Brasil um bom exemplar de filme sobre formação do crime organizado dentro das cadeias, uma espécie de “Comando Vermelho” que existiu no Brasil nos anos 70 e 80 (com a diferença de que aqui os membros não são unidos, e cada um age por conta própria, desafiando até mesmo os chefões). O único problema é que, por se tratar de uma saga bem descritiva sobre um “Zé ninguém” que ascende no mundo do crime, há detalhes repetitivos sobre as ações do grupo, sem muita agilidade (e pouca ação), diálogos intermináveis, o que torna a fita longa e cansativa para o público comum. São duas horas e meia que poderiam certamente ser editadas para duas horas, vai.
A história: um rapaz árabe (interpretado pelo bom ator Tahar Rahim, de apenas 29 anos, em composição séria, meio num ‘tour-de-force’), aprisionado, demonstra ser perigoso pela ousada valentia, o que chama a atenção de um dos líderes da cadeia. Ganha a confiança dele e do grupo, passa a matar bandidos rivais que estão no cárcere e a traficar drogas. Atinge o apogeu e depois o declínio, como acontece na vida de mitos e heróis. E o filme procura esmiuçar corretamente as fases desse personagem fictício, semelhante a tantos bandidos que vemos pela televisão.
Outro destaque do elenco é o gângster Luciani, italiano de nervos à flor da pele (interpretado pelo veterano ator francês Niels Arestrup), que apadrinha El Djebena.
Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, finalista representante da França, perdeu para o argentino “O segredo de seus olhos” (que era bom, mas não espetacular). Conseguiu boa carreira na Europa, e participou de festivais de cinema no mundo inteiro – ganhou o Bafta de filme estrangeiro, o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2009 (e indicado à Palma de Ouro) e nove prêmios César (o Oscar francês, dentre eles na categoria ator, diretor e filme).
Pesado, tenso e de densidade psicológica afiada, o filme poderá ser melhor aceito pelo público masculino (há cenas violentas de assassinato e uma trama cheio de reviravoltas, um tanto quanto tortuosa). O diretor Jacques Audiard é o mesmo do nervoso policial “De tanto bater meu coração parou” (2005). Já em DVD. Por Felipe Brida

Título original: Un prophète
País/Ano: França/Itália, 2009
Elenco: Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif, Hichem Yacoubi, Reda Kateb
Direção: Jacques Audiard
Gênero: Drama/Policial
Duração: 155 min
Distribuição: Sony Pictures

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Morre a atriz francesa Maria Schneider

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A atriz francesa Maria Schneider, protagonista do tórrido e polêmico drama “O último tango em Paris” (1972), morreu hoje em Paris aos 58 anos, vítima de câncer.
Nascida em 27 de março de 1952, trabalhou como modelo na Alemanha e na França antes de se tornar atriz de cinema. Atuou em cerca de 50 filmes, dentre eles “O passageiro: Profissão repórter” (1975), “La Dérobade” (1979), “Mama Drácula” (1980), “Noites felinas” (1992), “Jane Eyre – Encontro com o amor” (1996), “Algo em que acreditar” (1998), “Os atores” (2000) e “Cliente” (2008). Por Felipe Brida

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Morre no Rio o ator Nildo Parente

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O ator Nildo Parente morreu na noite de ontem aos 74 anos. Ele estava internado há dois meses no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Nascido em Fortaleza, Ceará, Parente atuou em dezenas de novelas da Rede Globo, e no cinema participou de mais de 30 filmes. Iniciou a carreira nos anos 60, ganhando notoriedade a partir de 1974, quando venceu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor ator coadjuvante por "São Bernardo", drama dirigido pelo falecido cineasta Leon Hirzsman.
No cinema esteve no elenco de "O doce esporte do sexo" (1971), "Os condenados" (1973), "Tenda dos milagres" (1977), "A batalha dos Guararapes" (1978), "Se segura, malandro!" (1978), "Eu matei Lúcio Flávio" (1979), "Terror e êxtase" (1979), "Cabaret mineiro" (1980), "Luz del Fuego" (1982), "Gabriela, Cravo e Canela" (1983), "Águia na cabeça" (1984), "Memórias do cárcere" (1984), "O beijo da mulher aranha" (1985), "Luar sobre parador" (1988), "O mistério de Robin Hood" (1990), "Bela Donna" (1998) e "Chico Xavier" (2010), seu último trabalho.
Também participou de novelas como "Pai herói" (1979), "Água viva" (1980), "Guerra dos sexos" (1983), "Vereda tropical" (1984), "Olho por olho" (1988), "O dono do mundo" (1991), "Pátria minha" (1994), "A viagem" (1994), "Celebridade" (2003), "Senhora do destino" (2005), "América" (2005) e "Paraíso tropical" (2007). Por Felipe Brida