Quilômetro zero
Na guerra Irã-Iraque, o soldado curdo Ako (Nazmi Kirik) é incumbido de escoltar o corpo de um homem até os familiares. Na viagem cheia de percalços, Ako irá se aproximar do regime autoritário de Saddam Hussein e, com isso, fará uma autoreflexão de sua vida.
Concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 2005 esse estranho road movie tragicômico dirigido pelo curdo-iraquiano Hiner Saleem, hoje radicado na França. O diretor rodou o projeto na região iraquiana do Curdistão, após a queda (e não a morte) de Saddam Hussein, entre os anos de 2004 e 2005. No fundo, Saleem opta em contar a história de vida do seu povo, o maior sem etnia do mundo, com mais de 25 milhões de pessoas organizadas em grupos, utilizando-se da comédia disfarçada, cinismo afiado e toques de humor negro, o que nem sempre caem bem.
Vemos aqui um pequeno retrato contextualizado que resgata, sem maior profundidade, o sufoco do povo curdo antes e depois da matança organizada por Hussein. Tudo é mostrado a partir do ponto de vista do soldado Ako, que leva o corpo de um homem até a cidade onde vivia com a família. Em meio àquela região conflitante, Ako será perseguido literalmente pela figura de Saddam; o monumento derrubado do ditador, a grande sacada do filme, lança o forte sentido de que o poder do tirano ainda tem forças no país.
Só que a fita não é grande coisa. O resultado fica prejudicado pela narrativa confusa e fragmentada, cheia de cortes de cenas abruptos. Falta um sentido mais exato e coeso na composição dos personagens e do próprio roteiro, destoante em meio a uma miscelânea de subgêneros.
“Quilômetro zero” tem quatro anos e só agora é distribuído em DVD no Brasil, pela Europa Filmes. Não confundir com a comédia dramática espanhola “Km. 0” (2000). Por Felipe Brida
Título original: Kilomètre zéro
País/Ano: França/ Iraque/ Finlândia, 2005
Elenco: Nazmi Kirik, Eyam Ekrem, Belcim Bilgin, Ehmed Qeladizeni, Nezar Selami.
Direção: Hiner Saleem
Gênero: Comédia dramática
Duração: 86 min.
Lançamento: Segunda quinzena de abril
Distribuidora: Europa Filmes
Site oficial: não tem
Appaloosa – Uma cidade sem lei
Pistoleiros, Virgil Cole (Ed Harris) e Everett Hitch (Viggo Mortensen) são contratados para colocar ordem na pequena cidade de Appaloosa, no oeste americano. O lugar é controlado pelo rancheiro Randall Bragg (Jeremy Irons), matador inescrupuloso que vive cercado por sua quadrilha de atiradores. Lá os dois amigos tentarão livrar a cidade das mãos do rancheiro, enquanto se apaixonam pela mesma mulher, a viúva Allisson French (Renée Zellweger).
Faroeste classe A dirigido pelo ator Ed Harris, que demonstra talento finesse nesse seu segundo filme como diretor (o primeiro foi o drama biográfico “Pollock”). Teve pouca repercussão esse competente western, um dos melhores produzidos nos últimos anos – e não há muitos exemplos para destacar, já que o gênero saiu de moda há tempos e só agora está sendo retomando por alguns cineastas insistentes.
A dupla central de pistoleiros, Virgil e Everett, lembra os matadores silenciosos de Clint Eastwood. Preferem as armas empunhadas a dar sermões. Atiram sem dó e não pensam duas vezes em eliminar aqueles que importunam a paz no vilarejo de Appaloosa. Ou seja, Ed Harris e Viggo Mortensen interpretam dois anti-heróis nem um pouco simpáticos. A partir da metade da fita, com o aparecimento da charmosa viúva Allison, a relação entre os personagens principais será abalada quando disputam o mesmo interesse romântico. Mas isto não irá impedi-los de terminar um trato, que é o de prender o rancheiro sanguinário e sua trupe.
O bom elenco e a fotografia esmaecida ajudam no resultado. Pena que a narrativa seja lenta e caia um pouco na parte final cujo desfecho não tem clímax. Ainda assim é recomendado para os fãs desse gênero morto.
Não tem qualquer relação com o western “Sangue em sonora” (1966), cujo título original é “The Appaloosa”, estrelado por Marlon Brando. Por Felipe Brida
Título original: Appaloosa
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Ed Harris, Viggo Mortensen, Jeremy Irons, Renée Zellweger, Timothy Spall, Robert Jauregui, Tom Bower, Lance Henriksen, Timothy V. Murphy.
Direção: Ed Harris
Gênero: Faroeste
Duração: 114 min.
Lançamento: Primeira quinzena de abril
Distribuidora: Warner Bros/ New Line/ Playarte
Site oficial: http://www.welcometoappaloosa.com/
domingo, 31 de maio de 2009
Cine Lançamento
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