domingo, 28 de setembro de 2025

Estreias da semana – Nos cinemas e no streaming - Parte 1

 
 
Bicho monstro
 
Bom filme brasileiro de festival, que demonstra a força do cinema independente feito em nosso país – e que bom que há cinemas que coloquem longas como este no circuito, mesmo que em poucas salas. Com direção assinada por Germano de Oliveira, em sua estreia como diretor após longa trajetória como montador cinematográfico, o longa foi rodado na encosta da Serra Gaúcha e no Vale dos Sinos, na região da chamada Rota Romântica, trazendo uma bela fotografia do Rio Grande do Sul. Outro ponto alto é o sublime tratamento do realismo fantástico na história contada em dois tempos, que envolve a lenda do Thiltapes, ser imaginário parecido com um pássaro alto, que povoa o folclore dos imigrantes alemães do sul do país. Em um vilarejo rural de descendentes alemães, uma garota assiste a uma peça teatral sobre o tal Thiltapes, que, segundo a tradição, mora na floresta e assusta quem cruza seu caminho. A trama se mistura à outra, ocorrida 200 anos antes, de uma botânica que visita a mesma região gaúcha para registrar achados sobre o tal bicho monstro – e lá, sozinha, essa mulher tenta se achar no mundo enfrentando antigos problemas que a atormentam. Um filme delicado, contemplativo, que exige atenção. Exibido na Mostra de Cinema de São Paulo de 2024, venceu o prêmio de direção de fotografia e direção de arte no Festival de Gramado – merecidos, pois a estética do filme é um primor de detalhes. No elenco, Kamilly Wagner, Décio Worst e participação da veterana atriz porto-alegrense Araci Esteves, então com 84 anos. Produção da Casa de Cinema de Porto Alegre e Vulcana Cinema, em coprodução com a Avante Filmes, com distribuição nos cinemas pela Boulevard Filmes em parceria com a Vitrine Filmes.
 

 
Paraíso em chamas
 
Fita de arte sueca (coprodução Itália, Dinamarca e Finlândia) sobre um tema que poderia ter caído na mesmice, mas é feito com paixão e audácia, escrito e dirigido por uma cineasta da Suécia, Mika Gustafson, em seu segundo filme, sendo o primeiro da linha de ficção (o anterior foi um documentário). A partir de um argumento pessoal da cineasta, ela conta a trajetória de três irmãs que perderam a mãe e vivem juntas em um bairro operário na Suécia. Entre crises e afetos, elas têm de lidar com a ausência materna, o amadurecimento precoce e as responsabilidades da vida adulta – uma irmã é a mais velha, de 16 anos, a do meio é uma adolescente de 12 e a mais nova é uma criança de sete anos. Elas estão a um passo de ser separadas em lares diferentes pelo conselho tutelar. É verão, as irmãs brincam entre elas e entre amigas, com total liberdade, enquanto a mais velha tenta contratar uma mulher para ser a mãe temporária, para despistar o serviço social. As atrizes que interpretam o trio de central, Bianca Delbravo, Dilvin Asaad e Safira Mossberg, são estreantes e entregam o melhor de si, enquanto o roteiro comove e a fotografia em locações é um brilho - com destaque para as bonitas cenas dentro da casa das irmãs e quando elas brincam nos gramados verdes. O filme é uma amostra do novo cinema social da Suécia, com traços de fita ‘coming-of-age’, portanto misturando momentos cômicos com dramáticos. Um retrato fiel do amadurecer de muitas crianças e adolescentes que não tem pais e assim enfrentam desafios a mais da idade. Exibido no Festival de Toronto – TIFF, e no BFI Londres, foi o vencedor do prêmio de melhor direção na mostra Orizzonti do Festival de Veneza e escolhido como o representante oficial da Suécia para o Oscar 2024, ficando fora da lista. Nos cinemas pela Pandora Filmes.
 
 
Missão Pet
 
Diversão garantida para a criançada, ‘Missão Pet’ (2025) é mais uma animação com animais falantes em aventuras estrambólicas. Nos últimos anos houve uma maré de filmes assim, como ‘Zootopia: Essa cidade é um bicho’ – que em novembro ganhará nova continuação, e ‘Os caras malvados’ – que teve a parte 2 lançada recentemente nos cinemas. Se fazem filmes assim é porque tem público. ‘Missão Pet’ acaba de estrear nas principais salas do país pela Paris Filmes, uma coprodução França/EUA dirigida pela dupla Benoît Daffis e Jean-Christian Tassy. Sem novidade nem mesmo marcante, é puro entretenimento de cinema, uma aventura de um grupo de animais de estimação, como um cãozinho e uma gata, em um trem em alta velocidade; eles se aliam a um esperto guaxinim especializado em escaladas para capturar um texugo malvado que tem planos maquiavélicos e está no controle do veículo desgovernado. O tempo é curto para que eles salvem os passageiros. Humor, ação, aventura para uma sessão infantil descompromissada, que irá empolgar as crianças.



sábado, 27 de setembro de 2025

Especial de Cinema

 
Festival do Rio anuncia toda a programação e compra de ingressos
 
Em cinco dias tem início um dos maiores eventos de cinema do Brasil, o Festival do Rio, que neste ano chega em sua 27ª edição. Entre os dias 02 e 12 de outubro, os cinéfilos poderão conferir na capital carioca grandes premières nacionais e internacionais. Anteontem foi anunciada a programação completa dos filmes que compõe a edição 2025 do festival. Dentre os títulos, filmes premiados nos principais festivais, como Cannes, Sundance, Veneza e Berlim, e alguns pré-selecionados ao Oscar de 2026, como ‘Depois da caçada’ (filme de abertura do festival), ‘The mastermind’, ‘Madre’, ‘Sonhos’, ‘Alpha’, ‘Dois procuradores’, ‘Aquilo que você mata’, ‘A voz de Hind Rajab’, ‘A meia-irmã feia’, ‘Morra, amor’, ‘Honey, não’, ‘Balada de um jogador’, ‘Valor sentimental’, ‘Se eu tivesse pernas, eu te chutaria’, ‘La grazia’, ‘Ato noturno’, ‘Três despedidas’, ‘Twinless’, ‘Couture’, ‘O que a natureza te conta’, ‘O estrangeiro’, ‘Dossiê 137’, ‘Hedda’, ‘Minha amiga Eva’, ‘A cronologia da água’, ‘Conselhos de um serial killer aposentado’, ‘O primata’, ‘A onda’, ‘A cerca’, ‘Nossa terra’, ‘Rua do Pescador no. 6’, ‘O olhar misterioso do flamingo’, ‘Elefantes fantasmas’, ‘Dois pianos’, ‘Franz antes de Kafka’ e ‘Hamnet - A vida antes de Hamlet’ (filme de encerramento do festival).
Haverá, na seção ‘Clássicos Restaurados’, fitas premiadas que retornam para a telona, como ‘Eu, tu, ele, ela’ (1974), de Chantal Akerman, ‘Apocalypse now’ (1979), de Francis Ford Coppola, ‘Amores brutos’ (2000), de Alejandro González Iñárritu, e ‘Incêndios’ (2010), de Denis Villeneuve. Também compõe a programação documentários inéditos como ‘One to one: John & Yoko’, ‘Marlee Matlin: Não mais sozinha’, ‘Como Volodymyr se tornou Zelensky’, ‘Elizabeth Bishop: Do Brasil do amor’ e ‘Orwell: 2 + 2 = 5’.





Na última semana, como ‘Esquenta’ do Festival, antecipando o lançamento do filme nos cinemas, houve sessões de ‘Uma batalha após a outra’, novo trabalho de Paul Thomas Anderson. Outra novidade anunciada é a vinda da atriz Juliette Binoche ao festival, que irá apresentar seu primeiro filme como diretora, ‘In-I in Motion’, em que também atua.
Toda a seleção de filmes, nacionais e internacionais, está dividida nas mostras competitivas Competição Principal e Competição Novos Rumos - que concorrem ao Troféu Redentor; e nas seleções especiais Hors Concours, Clássicos Restaurados, Retratos, Programa Geração, Midnight Movies, Especial Séries Brasileiras e O Estado das Coisas (que terá uma edição especial com uma curadoria de filmes com temas relacionados à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-30). 
Além das exibições, haverá formação de público com a realização de debates abertos a todos com elenco e equipe dos filmes, bem como ingressos a preços populares e sessões de gala para convidados e público em geral. As sessões populares com debates serão no clássico Cine Odeon - CCLSR, situado na Cinelândia.
 
Ingressos
 
Os pacotes de 4 e 8 ingressos do Festival do Rio estão sendo vendido desde o dia 25/09. A venda de ingressos para sessões avulsas começa a partir do dia 30/09, de forma online, disponível via Ingresso.com ou na bilheteria dos cinemas exibidores. Confira abaixo os valores:
 
Pacotes de ingressos (passaporte), disponíveis apenas via Ingresso.com: com 4 ingressos no valor de R$ 52,00 + taxa (10%), ou com 8 ingressos, no valor de R$ 96,00 + taxa (10%).
Meia entrada: R$ 16,00 + taxa (em compras online)
Inteira: R$ 32,00 + taxa (em compras online)
Os cinemas podem oferecer promoções para tipos específicos de ingressos, como promoções especiais do dia ou benefícios para patrocinadores.






 
Mais sobre o Festival do Rio
 
O Festival do Rio também ocupará diversos espaços da capital, além do tradicional circuito de cinemas comerciais. Os cinemas do circuito Carioca da Prefeitura e Parques Municipais receberão programação especial.
A sede do festival segue no Armazém da Utopia, no Cais do Porto do Rio de Janeiro - um espaço de cinco mil metros quadrados, onde será oferecida uma programação especial de encontros e debates para o público mediante inscrição prévia online. Lá também abrigará o RioMarket - área de mercado e negócios do Festival - reunindo centenas de profissionais do audiovisual brasileiro e internacional.
Vitrine do cinema brasileiro e um dos festivais mais importantes do país, o Festival do Rio, criado em 1999, é apresentado pelo Ministério da Cultura, Shell e Prefeitura do Rio. Tem patrocínio master da Shell através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio especial da Prefeitura do Rio – por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura. Realização: Cinema do Rio e Ministério da Cultura/Governo Federal.
Confira abaixo a lista dos filmes brasileiros em exibição este ano.
 
Temporada França-Brasil 2025
 
O Festival do Rio participará da Temporada França-Brasil 2025, iniciativa que celebra os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Na oportunidade, o festival apresentará programas especiais que abrangem encontro de profissionais, retrospectiva de filmes de três diretoras francesas (Sophie Letourneur, Blandine Lenoir e Romane Bohringer), com debate em seguida, em parceria com a Cinemateca Brasileira e o Forum des Images; uma retrospectiva do cinema de Alberto Cavalcanti, cineasta brasileiro que fez filmes e projetos audiovisuais na França – projeto novamente em parceria com a Cinemateca, com destaque para a exibição da cópia restaurada de ‘Mulher de verdade’ (1954); e um programa de formação para estudantes e comunidade, em colaboração com a Universidade Federal Fluminense (UFF). A Temporada França-Brasil é organizada pelo Institut Français e pelo Instituto Guimarães Rosa, com o apoio das embaixadas e dos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores de ambos os países.
Todas as informações com as sessões, horários e locais de exibição no site do festival, em https://www.festivaldorio.com.br/, e nas redes sociais do evento, como Instagram, X/Twitter, TikTok, Facebook e Youtube.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Estreias da semana – Nos cinemas e no streaming


Os malditos
 
Ganhador do prêmio de melhor direção na seção ‘Um Certo Olhar’ do Festival de Cannes, ‘Os malditos’ chega aos cinemas brasileiros, com distribuição da Zeta Filmes. É o sexto longa-metragem do cineasta italiano Roberto Minervini, conhecido por obras que traçam os dias de cidadãos comuns, fortemente influenciado por um olhar documental. Seu novo trabalho se passa no inverno gelado do interior dos Estados Unidos, em 1862, auge da Guerra Civil Americana. Um grupo de jovens idealistas se voluntaria no exército americano e ruma para o oeste com a missão de patrulhar lugares inóspitos, aparentemente sem interferência humana. No percurso, o grupo é forçado a mudar de rota. Nesse filme com poucos diálogos e atores e uma grande fotografia de uma natureza intocada, que também é ameaçadora, o enfoque é na solidão humana, na relação do homem com esse ambiente silencioso, que da secura do chão é tomado pela neve – as mudanças nas estações do ano refletem o estado de espírito dos personagens, soldados que vão mudando de temperamento ao passo que crescem as situações desafiadores, principalmente crises entre eles. A câmera do diretor tem um movimento peculiar, que acompanha as costas dos personagens e as laterais, com planos abertos mostrando os soldados abandonados ao relento. Além de Cannes, foi exibido nos festivais de Toronto e de Nova York.
 

 
Sr. Blake ao seu dispor
 
Indicado a dois Oscars e prestes a completar 72 anos, o ator americano John Malkovich costuma aparecer em filmes europeus independentes, desde dramas a comédias, como é o caso deste charmoso e agradável filme com uma história humana, ‘Sr. Blake ao seu dispor’ – o filme é de 2023, na época ele estava com 70 anos, e só agora chega em cartaz nos principais cinemas brasileiros, pela distribuidora Mares Filmes. Malkovich, de clássicos como ‘Ligações perigosas’ (1988), interpreta nesta comédia romântica francesa o papel-título, Andrew Blake, um viúvo que anda desanimado após a morte da esposa. Ele quer voltar para a França, onde conheceu a falecida, e assim se reencontrar com as lembranças daquela feliz união. Acaba como mordomo em uma mansão em que tudo começou. Lá se torna próximo da milionária e dona do lugar Madame Beauvillier (papel incrível da veterana Fanny Ardant, atriz francesa de ‘8 mulheres’). Entre um serviço e outro, seu astral muda, e ele tem de volta o prazer de estar entre as pessoas – ainda mais ao lado de figuras fortes daquele casarão, como uma cozinheira, um caseiro e uma jovem empregada. É um filme ‘up’, de histórias de vidas arruinadas que recomeçam e se reconectam – não só Sr. Blake como todos os outros personagens daquela casa enfrentam duros problemas, e um se apoia ao outro para enfrentá-los com sensatez. É inspirado no best-seller homônimo de 2012 de Gilles Legardinier, que, vejam só, é o diretor do filme. Uma fita bonita, espirituosa, para todos os públicos.
 

 
Apanhador de almas
 
Lá vem o Brasil em mais uma aposta no cinema de horror. Nos últimos anos, vimos um aumento significativo no número de produções nesse gênero. Um tipo de filme esperado por uma parcela do público, mas que afasta outra metade. Não é um trabalho especialmente bom ou memorável, mas tem lances curiosos este ‘Apanhador de almas’, que estreou nas principais salas do país no último fim de semana. Com praticamente todo o elenco feminino – com destaque para Klara Castanho e Angela Dippe, o filme mostra os desdobramentos de um eclipse solar, que provoca uma série de situações sobrenaturais. Quatro jovens adeptas da bruxaria, após o eclipse, evocam uma criatura de outra dimensão, o que as desafia em um jogo de sobrevivência. A história é inspirada no universo de H.P. Lovecraft, escritor americano que deu vida a monstros macabros em histórias com culto satânico. Tudo se passa numa velha casa com as jovens aprisionadas, uma velha bruxa e um mistério que paira no ar. Dirigido pela dupla Fernando Alonso e Nelson Botter Jr., este filme independente, que trabalha bem com a fotografia e consegue trazer jumpscares maneiros, é produzido pela Iron Chest Films e tem distribuição nos cinemas pela Retrato Filmes.  Quem curte terror, dê uma conferida.
 

 
Segredos do Putumayo
 
Revi recentemente esse documentário brasileiro desafiador, que trata de um tema que vira e mexe nos mobiliza, a questão dos indígenas da Amazônia. Rodado em 2020, o filme é uma longa narração dos diários do cônsul britânico Roger Casement (1864-1916), que no fim da vida esteve em atividade diplomática no Rio de Janeiro. Nesse período ficou incumbido de investigar os crimes cometidos pela Peruvian Amazon Company contra os indígenas da região do Putumayo, no Peru. A corporação, durante 50 anos, escravizou indígenas para a extração da borracha, matando mais de 30 mil pessoas e destruindo aquelas terras originárias – o caso foi registrado como genocídio e acobertado pelas autoridades locais por muito tempo. Com registro de fotos e documentos da época e cenas aéreas da bacia peruana do Putumayo, o chocante filme traça a descoberta aterradora de Casement: um sistema cruel de extrativismo que assassinou e escravizou milhares de indígenas na selva. Seu trabalho de pesquisa e denúncia durou 120 dias, entre 1910 e 1911, quando escreveu os tais manuscritos, intitulados ‘Diários da Amazônia’, que se tornaram célebres pelo teor dramático das observações dele na região. Casement foi uma voz pioneira dos direitos humanos indígenas, e antes de Putumayo já havia denunciado as atrocidades no Congo, cometidas pelo rei Leopoldo II, da Bélgica. Visualmente impactante pelas imagens potentes dos indígenas na tela, o filme foi exibido no Festival ‘É Tudo Verdade’. Quem assina é o diretor Aurélio Michiles, que décadas atrás já havia explorado a Amazônia no cinema, em seu maior trabalho, ‘O cineasta da selva’ (1997), filme que acompanha o fotógrafo que se tornou cineasta engajado e deu voz aos indígenas, Silvino Santos. ‘Segredos do Putumayo’ está disponível gratuitamente na plataforma Sesc Digital até dia 02/11, em https://sesc.digital
 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Especial de cinema

 
Mostra de Cinema de SP 2025 anuncia mais filmes e circuito de salas
 
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo está chegando. Nesta semana foi anunciado o filme de abertura da 49ª edição, bem como outros títulos e o circuito que integra as salas de exibição. A Mostra será de 16 a 30 de outubro. Confira abaixo as novidades:
 
- O filme de abertura da Mostra deste ano será do drama/ação ‘Sirât’, de Oliver Laxe, coprodução Espanha e França, rodada em Marrocos, vencedor do prêmio do Júri em Cannes e de outros quatro prêmios especiais no festival. A sessão de abertura será na noite do dia 15 de outubro, na Sala São Paulo, apenas para convidados. O filme entra em seguida com sessões na programação da Mostra.
 

- Outros filmes que compõem a programação são: ‘Eleanor the great’, de Scarlett Johansson, exibido no Festival de Cannes; ‘Bugonia’, de Yorgos Lanthimos, indicado ao Leão de Ouro em Veneza; ‘Mauricio de Sousa – O filme’, de Pedro Vasconcelos; ‘Atropia’ (vencedor do prêmio de melhor filme em Sundance); ‘Dry leaf’ (prêmio da crítica no Festival de Locarno), ‘I would be night in Caracas’ (exibido em Veneza); ‘Palestina 36’ (exibido no Festival de Toronto e representante palestino para o Oscar de 2026); ‘The president’s cake’ (ganhador do Camera D’Or em Cannes) e ‘White snail’ (vencedor do prêmio de melhor performance em Locarno).


 
- O circuito exibidor desta edição inclui novas salas de cinema, pela primeira vez em parceria com o festival. Serão ao todo onze endereços que abrigarão as sessões pagas do evento, num total de 18 salas. São elas: Cine Segall, localizado no Museu Lasar Segall; Cinesesc; Cinesala; Sala Petrobras na Mostra, na Cinemateca, bem como as duas salas da Cinemateca Brasileira; quatro salas do Espaço Petrobras de Cinema, na rua Augusta; duas salas do Multiplex Marabá; duas salas do Reserva Cultural; IMS Paulista; Sato Cinema; Cine Satyros Bijou e a sala do teatro Cultura Artística, recém-reformado. Haverá ainda exibições especiais na Sala São Paulo e no Museu da Língua Portuguesa. Já os locais com sessões a preços populares são: Biblioteca Roberto Santos, duas salas do Centro Cultural São Paulo (CCSP) e Spcine Olido. Entre os espaços gratuitos estão 26 unidades dos Centros Educacionais Unificados, os CEUs, espalhados por vários bairros de São Paulo, além do Centro de Formação Cultural Tiradentes, que exibirão títulos da 2ª Mostrinha.
 
Mais informações sobre a Mostra de SP 2025 em dois textos publicados desde o início do mês, no blog Cinema na Web. Links abaixo -
 
https://cinema-naweb.blogspot.com/2025/08/especial-de-cinema_30.html
 
https://cinema-naweb.blogspot.com/2025/09/nota-de-cinema.html
 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Estreias da semana – Nos cinemas e no streaming - Parte 2

  
Picasso - Um rebelde em Paris
 
Nos cinemas das principais capitais brasileiras, como RJ, SP e BH, um documentário inédito, com informações exclusivas em torno da vida e obra do artista plástico espanhol Pablo Picasso (1881-1973), o maior representante do movimento cubista. O filme mergulha na alma do pintor, trazendo uma série de imagens reais de sua carreira nas artes, dentro do ateliê, em reuniões com outros artistas e trechos de entrevistas. Intelectual, de orientação anarquista, apaixonado pelas mulheres, cheio de contradições e criador de traços únicos, foi um revolucionário na forma, influenciando gerações de pintores. Aqui o enfoque é na trajetória que o moldou, quando se fixou na capital francesa, uma cidade, na época em plena transformação cultural e social, mas também intolerante com estrangeiros. Em Paris, cercado por intelectuais no bairro artístico e boêmio de Montmartre, Picasso viu o amadurecer de suas produções. Com depoimentos de historiadores da arte, escritores e curadores de museu, e conduzido pela atriz iraniana Mina Kavani (de "No bears"), o filme é uma aula sobre Picasso e o Cubismo e foi realizado no 50º aniversário da morte do artista, em 2023. Nos cinemas pela Autoral Filmes.
 

 
Suçuarana
 
Dirigido pela dupla Clarissa Campolina e Sérgio Borges, o longa brasileiro venceu cinco prêmios Candango no Festival de Brasília de 2024. Após passar em festivais nacionais e internacionais, dentre eles Rotterdam, chega aos cinemas pela Embaúba Filmes. Uma mulher de nome Dora (Sinara Teles) procura uma terra isolada e perdida no interiorzão de Minas Gerais, conhecida por ‘Vale da Suçuarana’. Sua mãe falava muito sobre o local. Dora acredita que lá irá se encontrar com o verdadeiro eu, e vai em busca desse lugar mítico. Com ares de road movie, o drama, em tom existencial, é a procura aguerrida de uma mulher solitária para se reencontrar metaforicamente com a própria mãe, que sempre sonhou em voltar para a tal terra de Suçuarana, um lugar fora dos mapas. No caminho, entre uma carona e outra em caminhões de desconhecidos, Dora terá a companhia de um cachorro, apelidado por ela de Encrenca, e de mulheres trabalhadoras de um vilarejo. Sempre com a foto da mãe na mão, ela percorre extensas áreas tomadas pela mineração, refletindo um modelo de Brasil ultrapassado, um capitalismo que destrói terras, ameaça ecossistemas e empobrece a classe de trabalhadores. E Dora retrata a figura do migrante, sem lugar no mundo, que percorre as estradas do país afora para um sentido na vida – uma figura feminina forte, com grande interpretação de Sinara Teles, vencedora do prêmio de atriz no Festival de Brasília.
 

 
Seu Cavalcanti
 
Com roteiro e direção assinados pelo cineasta recifense Leonardo Lacca, diretor assistente de ‘Bacurau’ (2019) e ‘O agente secreto’ (2025), preparador de elenco de outros filmes de Kleber Mendonça Filho, como ‘O som ao redor’ (2012) e ‘Aquarius’ (2016), o filme é uma irreverente homenagem ao personagem-título, que é seu avô, um idoso de 90 anos que busca reverter um problema do passado, que o intriga. O filme, um docuficção, alternando cenas reais do Sr. Cavalcanti em casa com a família e amigos e seus afazeres, com encenações, demorou quase 20 anos para ser realizado. Lacca começou a gravar o avô em 2003, em câmeras digitais emprestadas da universidade onde estudava. O idoso é registrado sem ser percebido em muitos momentos, com naturalidade nas cenas, e também em momentos posados para a câmera, sabendo o que fazia. A montagem, utilizando dublagens e efeitos especiais antigos, dá o tom desse filme que nos engana – nunca sabemos se é realidade ou ficção o que está na tela, o que cria uma narrativa diferente, de pura imaginação, altamente criativa e gostosa de se ver. Será que Seu Cavalcanti está interpretando um papel ou é ele mesmo ali? O idoso faleceu em 2016 e não viu o filme sair.
No final, uma cena reveladora, ao mesmo tempo emocionante e bem humorada, conduzida pela atriz Tânia Maria – que vem sendo elogiada em sua participação como coadjuvante em ‘O agente secreto’. Vemos até participação da atriz Maeve Jinkings, que contracena com Cavalcanti numa antiga gravação de 2013. Inicialmente foi produzido pela Trincheira Filmes, empresa de Lacca; mas durante o processo de gravação ganhou dois fortes aliados - Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho, da Cinemascópio Produções, que se uniram na produção final. Fotografia assinada pelo premiado Pedro Sotero, dos filmes de Mendonça Filho.
O doc foi exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes do ano passado e está agora nos principais cinemas do país, com distribuição da Cajuína Audiovisual. Adorei o longa e me familiarizei com esse avô cheio de graça.
 

 
Deuses da peste
 
Em formato de teatro épico com musical moderno e dança, e grandioso apelo cenográfico com cores e símbolos, ‘Deuses da peste’, dirigido pelos cineastas Gabriela Luiza e Tiago Mata Machado, chega aos cinemas pela Zeta Filmes depois de uma curta carreira em festivais – venceu, por exemplo, na categoria de melhor longa da Mostra Olhos Livres na Mostra de Tiradentes de 2025. Original, com diálogos que jogam entre o humor e o drama, o filme, de difícil classificação se pensarmos em gênero, transcorre num velho casarão no centro velho de São Paulo. Em ruínas, o lugar abriga um ator exilado, apreciador de William Shakespeare. Ao seu redor perambulam fantasmas, num espaço que lembra um antigo palco de teatro, com cortinas e alguns objetos cênicos. As ideias do ancião beiram o caos – ele vislumbra tragédias envolvendo pragas e fogo. Até que entram em cena membros de uma trupe de teatro mambembe, músicos e bailarinos, que aprofundam uma discussão em torno do Brasil do passado e de agora. Com metalinguagem pura, com forte comentário político, o filme, rodado no fim da pandemia, em 2022, é uma discussão sobre a arte e a cultura no Brasil em tempos do bolsonarismo, tratando de elementos pontuais como o fascismo e as formas autoritárias de poder. A obra, de essência shakespeariana, simboliza a resistência das artes numa era tomada por desvarios, ameaças e perseguição à classe artística, como ocorreu no governo passado. Um filme para poucos, feito de maneira independente e cheio de referências – gostei muito e recomendo aos apreciadores de um cinema engajado e simbólico.
 
 
Blitz – O filme
 
Documentário brasileiro pouco falado, que teve seu lançamento no Festival do Rio, em dezembro de 2019, quando lá assisti, e distribuído nos cinemas em março de 2020, mês exato do início da pandemia mundial da covid, o que impossibilitou a trajetória dele no circuito (já que os cinemas fecharam as portas rapidamente). Agora ele entra de graça no streaming do Sesc Digital, disponível até o dia 18/10. Corram conferir, pois é um barato, um filme que relembra a trajetória de uma banda que agitou os brasileiros nos anos 80, a Blitz. A primeira formação do grupo se reúne para lembrar o início da banda, no Rio de Janeiro de 1981, contando histórias de bastidores, as turnês malucas pelo Brasil afora e as letras inusitadas, como os sucessos ‘Você não soube me amar’, ‘A dois passos do paraíso’,     ‘Weekend’ e ‘Betty Frígida’ - esta quase censurada pela Ditadura, que vivia seus dias finais. Aparecem com grande entusiasmo no doc o vocalista e idealizador da Blitz, Evandro Mesquita, ex-integrantes como Lobão e Fernanda Abreu, e ainda a atriz Patrycia Travassos (na época compositora e diretora das turnês, que foi casada com Mesquita). Fã da banda e divulgadora dos trabalhos dos músicos, a atriz Fernanda Torres lembra casos engraçados e de como a Blitz estampou uma época. Um dos grandes filmes de Paulo Fontenelle, escrito e dirigido por ele, que soube resgatar bem cenas de antigos shows da Blitz – apesar de algumas com imagem ruim, e trazer um paralelo com depoimentos atuais. Blitz marcou o ouvido dos brasileiros, separou-se em menos de cinco anos de existência, depois voltou em duas ocasiões, com novos músicos e instrumentistas; em 2017, no terceiro reencontro do grupo, a banda recebeu indicação ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro, com o disco ‘Aventuras II’. Assistam no Sesc Digital – disponível gratuitamente em https://sesc.digital/home


domingo, 14 de setembro de 2025

Estreias da semana – Nos cinemas e no streaming

 
Número desconhecido: Catfishing na escola
 
Uma pacata cidadezinha do estado de Michigan chamada Beal City é abalada quando um casal de namorados vira alvo de catfishing (bullying cibernético). O garoto e a garota se tornam presas de um desconhecido, que utiliza o celular para mandar centenas de mensagens diárias com xingamentos, ameaças de morte e outras de cunho sexual. O caso vira investigação policial. Essa é a história do novo documentário da Netflix que trata de crimes na rede, no caso o catfishing e o stalking. Trazendo depoimentos atuais das vítimas, familiares e investigadores, o doc faz uma linha do tempo em torno desse caso assustador – entre o Halloween de 2020 e o ano inteiro de 2022, o casal de namorados enfrentou um pesadelo com a perseguição online, a ponto de não saírem mais de casa. Não só o casal como pessoas próximas receberam mensagens do misterioso número – preparem-se para o final-surpresa, digamos, inimaginável e desumano, quando se revela a identidade do agressor escondido por trás de um phone. O filme examina o uso indiscriminado do celular, a alienação nas redes, o perigo da exposição e os crimes que circundam o mundo virtual – muitos acreditam na falsa ideia de que tudo pode nas redes, já que há o anonimato e a falta de leis mais duras contra infrações na internet. Como o tema do documentário é da minha área de pesquisa e ele é bem realizado, indico ao público, em especialmente aos jovens que passam horas a fio vidrados com o celular nas mãos.
 

 
Vice is broke
 
A Mubi e seus filmes diferentões... Chegou à plataforma esse documentário norte-americano, sem título em português, realizado de maneira independente e que teve première no Festival de Toronto de 2024. Também indicado ao Grande Prêmio do Júri no DOC NYC, um dos maiores festivais de documentários dos Estados Unidos, o filme faz uma ampla análise da Vice, que nasceu como uma revista em Montreal, no Canadá, no fim dos anos 90, fundada por três amigos haitianos, que eram imigrantes. Quando o trio se mudou para Nova York, a Vice, em pouco tempo, ampliou seus negócios virando um império da mídia, com faturamento de bilhões de dólares por ano. A Vice tornou-se um empreendimento do mundo publicitário e jornalístico, depois uma revista digital com três milhões de assinantes, em seguida criadora de conteúdo com um bilhão de visualizações, e por fim agência de publicidade e site de notícias. Só que ela faliu em menos de 20 anos de existência, em 2023, deixando um rombo de milhões de dólares, incluindo o não pagamento de funcionários e custos da empresa. Quem conta essa história de ‘ascensão e queda’ é Eddie Huang, ex-funcionário da Vice – ele escreveu, produziu, dirigiu e é o protagonista do filme. De descendência taiwanesa, Huang é escritor, chef de cozinha, dono de restaurantes, produtor de eventos e apresentador de programa televisivo. Ele entrou na Vice e ajudou a revista a se consolidar no mercado como um produto jornalístico/publicitário descolado, que fugia dos padrões de linguagem da época para noticiar fatos e criar conteúdos ousados nas redes. Huang entrevista os fundadores da Vice e ex-funcionários, para entender o que foi aquele empreendimento e porque quebrou – por isso o título do filme, em tradução literal, é ‘Vice está falida’. Huang deu pitacos na edição e optou por uma montagem delirante, nos moldes do que foi a revista, misturando cortes abruptos das entrevistas, reportagens da Vice com capas notórias, cheias de zoom, matérias noticiando os altos e baixos da Vice e depoimentos atuais com ironia e palavrões. Acho um filme interessante, diferente, mas para público inserido na linguagem de filmes cult de festivais. Teve exibição no Brasil em agosto desse ano no ‘Mubi Fest’, realizado no Rio de Janeiro - festival oferecido pela Mubi em países como Brasil, Itália, França, Argentina e EUA, em que exibe filmes da provedora de catálogo e lançamento de novos títulos.
 
 
Niki
 
Após exibição nos cinemas, chega ao streaming da Reserva Imovision o filme franco-belga que biografa uma pequena parte da vida da artista plástica francesa Niki de Saint Phalle (1930-2002), uma das grandes mentes da arte moderna engajada e feminista do século XX. O drama foca nas crises íntimas e familiares de Niki, numa belíssima interpretação da atriz canadense de descendência francesa Charlotte Le Bon, de ‘A 100 passos de um sonho’ (2014), que tem traços que lembram a verdadeira pintora. Infelizmente não trata de Niki dedicando-se a sua arte, que foi revolucionária na forma e nos temas – numa de suas fases, ela usava uma espingarda para atirar nos quadros, cujas balas estouravam bexigas de tinta, que iam escorrendo cores sobre a tela. A ideia da diretora Céline Sallette, atriz de muitos filmes e que escreveu o roteiro aqui, é mostrar como seus dilemas e sofrimentos impactaram no processo de criação da futura Niki, como a fuga dos Estados Unidos para a França durante o Macarthismo na década de 50 e a crise conjugal que a levou à solidão e ao aprisionamento. Soube-se, bem depois, e o filme apenas insinua isto, que Niki foi vítima de incesto aos 11 anos de idade, pelo pai, um rico banqueiro, o que a tornou rebelde e a distanciou da família. Niki também foi escultura e cineasta, teve um segundo casamento, com o artista plástico e escultor suíço Jean Tinguely e assinou uma série de esculturas femininas coloridas de braços abertos, intitulada de ‘Nanas’. Indicado ao Golden Camera e ao Um certo olhar em Cannes, teve exibição no Festival do Rio do ano passado.


 
No céu da pátria nesse instante
 
Estreou em 14 de agosto, mas ainda está em cartaz em cinemas brasileiros, esse certeiro documentário político que assisti em sessão de imprensa na Mostra Intl. de Cinema de SP do ano passado, há quase um ano. A assinatura do doc é da consagrada diretora e roteirista Sandra Kogut, de ‘Mutum’ (2007), que retorna aqui para as origens da carreira, quando se lançou, no final dos anos 90, ao mundo dos docs. O enfoque, que é pesquisa de trabalho dela, é o atual panorama da política brasileira, num país dividido e tensionado; ela trata do acirramento das discussões políticas e dos discursos de ódio nas redes durante as eleições de 2022, que deu vitória ao presidente Lula, até culminar com o quebra-quebra na sede dos Três Poderes, em Brasília, um dia infame conhecido como ‘8 de Janeiro’, ocorrido em 2023 - o fato, mundialmente noticiado, envolveu milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro que invadiram, na segunda semana do governo Lula, os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal, destruindo tudo pela frente. Esse foi o ápice de uma tentativa de Golpe de Estado que começou a ser desenhada em 2022, antes das eleições, pelo então presidente Bolsonaro, em seguida reuniu apoiadores em frente a quartéis militares pedindo intervenção militar até chegar o ‘8 de Janeiro’. O motivo: o grupo perdedor não aceitar a derrota nas urnas.
Sandra Kogut entrevista brasileiros de cinco estados e dos dois espectros políticos – no caso a esquerda e a extrema-direita, desde eleitores a pessoas que trabalham para os partidos panfletando nas ruas durante eleição. Ela, com fidelidade aos fatos, compõe o painel de um país mergulhado em tensões violentas, fake News e ataques diários à democracia, mostrando o que essas pessoas pensam para o futuro e como definem as atuais figuras de destaque do mundo político – com enfoque, logicamente, em Lula e Bolsonaro.
Gosto da forma como Sandra conduz o filme e nos leva a pensar, trazendo imagens inéditas dos bastidores da eleição de 2022 e das manifestações massificadas nas ruas.
Pode ser visto e entendido junto de ‘Apocalipse nos trópicos’ (2024), de Petra Costa, que também passou na Mostra de SP e trata de tema parecido – este trata do crescente movimento evangélico dentro da política brasileira. O filme participou de festivais importantes, como Málaga, Biarritz e Rio e ganhou os troféus de melhor montagem e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Brasília do ano passado. Produzido pela Ocean Films, em 
coprodução com Marola Filmes, Kiwi Filmes, GloboNews, Globo Filmes e Canal Brasil, está nos cinemas pela O2 Play e Lira Filmes.


sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Resenhas especiais

 
O presente
 
O casal Simon (Jason Bateman) e Robyn (Rebecca Hall) muda-se para uma nova casa. A rotina tranquila dos dois é ameaçada quando um velho amigo de escola de Simon reaparece após 20 anos. Gordo (Joel Edgerton), depois de um encontro casual com Simon, passa a enviar diariamente presentes misteriosos à casa onde eles moram.
 
Um thriller psicológico de deixar o público tenso, um verdadeiro jogo de obsessão, com um clima ameaçador que aumenta a cada segundo. Assisti na época do lançamento em 2015, depois revi outras ocasiões em mídia física. É escrito e dirigido pelo ator australiano Joel Edgerton, em sua boa estreia na direção – ele também assina a produção, ao lado da equipe da franquia ‘Sobrenatural’, de Jason Blum, e ainda interpreta o papel do vilão, um personagem que dá arrepios. Nem tudo é o que a trama aparenta - aos poucos vamos entendendo as intenções desse antagonista, um homem solitário, apelidado de Gordo, marcado pelo passado sofrido, que tem uma eterna dívida com um antigo amigo de escola com quem se reencontra após 20 anos - papel de Jason Bateman, de ‘Palavrões’ (2013), muito visto em comédias, que aqui mudou de estilo para novas possibilidades, o que deu certo. Rebecca Hall, atriz inglesa que gosto muito, premiada com o Bafta, de ‘Vicky Cristina Barcelona’ (2008), interpreta a esposa dedicada que vê o casamento desmoronar com a chegada de Gordo.



A partir da metade do filme, uma estupenda reviravolta envolvendo temas como bullying nos fará ter outras impressões sobre os personagens centrais, dando sentido à história. Um filmaço de suspense comentadíssimo na época, para quem aprecia o gênero, com cenas tensas de perseguição e um desfecho bem amarrado. Produção independente, custou U$ 5 milhões e rendeu U$ 58 milhões de bilheteria. Disponível em DVD e Bluray pela PlayArte.
 
O presente (The gift). EUA/Austrália/China, 2015, 108 minutos. Suspense. Colorido. Dirigido por Joel Edgerton. Distribuição: PlayArte
 
 
A grande mentira
 
Na metade da década de 60, três agentes do Mossad, o Serviço de Inteligência de Israel, embarcam em uma missão secreta: capturar um médico nazista refugiado no lado oriental de Berlim. A missão falha após a morte do procurado. 30 anos depois surge a informação de que o tal médico não morreu, e está vivendo em um asilo na Ucrânia. O grupo então é reconvocado para prendê-lo.
 
Caprichado thriller de espionagem do jeito que eu gosto, um filme classe A com grande elenco e uma trama reveladora, que nos prende até o desfecho. Indicado ao Oscar de melhor diretor por ‘Shakespeare apaixonado’ (1998), o inglês John Madden realizou uma obra notória, infelizmente pouco conhecida do público. Na verdade, é adaptação de um filme israelense lançado três anos antes, ‘A dívida’ (2007), e ambos tratam a mesma ideia: uma caçada a um médico nazista foragido após a Segunda Guerra. A missão dos agentes do Mossad falha, 30 anos depois o tal médico, apelidado de ‘Cirurgião de Birkenau’, reaparece, e o grupo, agora envelhecido, volta a atuar no caso. Preste atenção na trama complicada, que mistura dois tempos na vida dos três personagens - Helen Mirren e Jessica Chastain são a Rachel do passado e do presente, Ciarán Hinds e Sam Worthington o David de antes e o de depois, e Tom Wilkinson e Marton Csokas os mesmos Stephen – os atores apresentam semelhança nas linhas de expressão e nos trejeitos. E o veterano ator dinamarquês Jesper Christensen, o Mr. White da nova franquia 007 de Daniel Craig, faz o sinistro vilão nazista, inspirado numa figura real assustadora, o médico Josef Mengele, apelidado de ‘Anjo da Morte’.




Direção de arte e fotografia impecáveis, que recriam a Berlim Oriental e a paranoia da Guerra Fria. Filme que vejo e revejo sempre e que está na minha lista de preferidos. Disponível em DVD e bluray pela Universal.
 
A grande mentira (The debt). EUA/Reino Unido/Israel/Hungria, 2010, 113 minutos. Ação/Suspense. Colorido. Dirigido por John Madden. Distribuição: Universal Pictures

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Estreias da semana – Nos cinemas e no streaming


3 Obás de Xangô
 
Após extensa carreira nos principais festivais de cinema brasileiros, como Rio e Mostra Internacional de Cinema de SP, onde ganhou prêmios, chega aos cinemas o documentário ‘3 obás de Xangô’ (2024). Partindo de inúmeros fragmentos de entrevistas e vídeos caseiros feitos entre as décadas de 70 e 90, o filme retrata a intrínseca amizade entre o escritor Jorge Amado, o músico Dorival Caymmi e o artista plástico Carybé – os dois primeiros nascidos na Bahia e o terceiro, argentino de nascimento, e depois radicado em Salvador, terra onde se conheceram e mantiveram laços até o fim da vida. Os amigos cantaram, contaram e pintaram a Bahia para o mundo, incutindo na memória das pessoas as belezas do lugar - dos carnavais, das casinhas coloridas típicas, das ruas de paralelepípedo, passando pelo mar e pelos pescadores, pelo candomblé, pela capoeira e pelas mulheres aguerridas. As conversas entre eles trazem humor, picardias, leveza e reflexão – eles contam histórias íntimas, lembrando o passando destacando suas criações e a importância da Bahia para seus processos criativos. Um filme tocante sobre três patrimônios de nossa cultura. O nome do filme reforça as questões de religiosidade exploradas no longa – Caymmi, Carybé e Amado receberam o título de ‘Obás de Xangô’, por serem frequentadores e, assim, ‘protetores’, do terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador. Escrito e dirigido por Sérgio Machado, também baiano de Salvador, que rodou filmes que se passam em sua região natal, como ‘Cidade Baixa’ (2005) e ‘Quincas Berro d'Água’ (2010). Tem narração do ator Lázaro Ramos, participação de familiares dos homenageados, além de amigos como Mãe Stella de Oxóssi, o músico Gilberto Gil e os escritores Muniz Sodré e Itamar Vieira Jr. Coprodução entre as produtoras Coqueirão, Janela do Mundo, Globo Filmes e GloboNews, com distribuição nos cinemas pela Gullane+.
 
 
O Clube do Crime das Quintas-feiras
 
Lançamento do mês da Netflix, um adorável e gracioso filme de comédia policial que brinca com o estilo de investigação das histórias de Agatha Christie. Tudo remete a dois personagens famosos criados pela escritora britânica, o bigodudo Inspetor Poirot e aparentemente frágil, mas corajosa Miss Marple. O título do filme é em maiúsculo pois denota o nome de um clube criado por quatro amigos septuagenários, que vivem num retiro para aposentados, e numa das salas daquela comunidade se encontram uma vez por semana, às quintas-feiras, para desvendar antigos casos de crimes reais. Eles se divertem e quando precisam investigar, são astutos no que fazem – Elizabeth (Helen Mirren), Ron (Pierce Brosnan), Ibrahim (Ben Kingsley) e Penny (Susan Kirby). Só que Penny adoece, entrando numa espécie de coma; desmotivados, os amigos seguem com os encontros, até que conhecem uma nova colega do retiro, Joyce (Celia Imrie), que aceita substituir Penny – ela é uma idosa também perspicaz, com olhar atento para as coisas. Certo dia, um empreendedor imobiliário conhecido deles é assassinado. O quarteto descobre o corpo e resolve fazer uma investigação em tempo real, e não mais estudar casos antigos ou arquivados. Eles irão auxiliar a inspetora designada, a novata policial Donna (Naomi Ackie), em seu primeiro caso. A história de humor com investigação é um agradável passatempo, que vai trazendo para a trama principal outras histórias paralelas e muitos personagens secundários – todos são suspeitos do crime, e aos poucos o Clube do Crime vai obtendo pistas para descartar um a um, até pegar o verdadeiro criminoso. Na linha do ‘Whodunnit’ (‘Quem fez isso?’), ou seja, com o vilão só revelado nos minutos finais, o filme constrói com clima e ambientação uma trama que nos deixa curiosos, prendendo o público até o desfecho. É uma adaptação do best seller do escritor e apresentador de TV britânico Richard Osman, lançado em 2020, o primeiro de uma série com o quarteto de idosos investigadores casos, Elizabeth, Ibrahim, Ron e Joyce. Os atores mantêm uma química para lá de especial, por isso tudo funciona com brilho e sagacidade – enquanto dois deles premiados com o Oscar, Helen Mirren e Ben Kingsley, são mais elegantes em cena, o ex-James Bond Pierce Brosnan elabora as piadas mais escrachadas, com certo pastelão, e Celia Imrie fica com as tiradas cômicas. Do diretor Chris Columbus, sumido das telas, que completa hoje 67 anos de idade – ele dirigiu comédias jovens muito assistidas nos anos 90 e que viraram clássicos da Sessão da Tarde, como ‘Esqueceram de mim 1 e 2’ (1990 e 1992) e ‘Uma babá quase perfeita’ (1993), e depois dirigiria os dois primeiros filmes da franquia ‘Harry Potter’. Um bom acerto da Netflix, que costuma errar muito em filmes ficcionais.


Especial de cinema

 
Festival do Rio anuncia programação de filmes brasileiros
 
Aguardadíssimo pelos cinéfilos, o Festival do Rio, que neste ano chega em sua 27ª edição, será promovido entre os dias 02 e 12 de outubro, na capital carioca. Na última semana foi anunciada a lista completa dos filmes brasileiros que compõe a programação 2025. Dentre os títulos estão ‘A vida de cada um’, de Murilo Salles; ‘Ato noturno’, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher; ‘Quase deserto’, de José Eduardo Belmonte; ‘A Conspiração Condor’, de André Sturm; ‘(Des)controle’, de Rosane Svartman; ‘O homem de ouro’, de Mauro Lima; ‘Para Vigo me voy’, de Karen Harley e Lírio Ferreira; ‘Perrengue fashion’, de Flávia Lacerda; ‘Querido mundo’, de Miguel Falabella e Hsu Chien; ‘Sexa’, de Gloria Pires; e o esperado ‘O agente secreto’, vencedor dos prêmios de melhor diretor, para Kleber Mendonça Filho, e melhor ator, para Wagner Moura, no Festival de Cannes.


Ao todo serão 124 títulos em exibição, sendo 75 longas nacionais em première – o maior número de títulos da história do festival, incluindo dezenas de curtas e médias-metragens e quatro séries. A seleção está dividida nas mostras competitivas Competição Principal e Competição Novos Rumos - que concorrem ao Troféu Redentor; e nas seleções especiais Hors Concours, Clássicos Restaurados, Retratos, Programa Geração, Midnight Movies, Especial Séries Brasileiras e O Estado das Coisas (que terá uma edição especial com uma curadoria de filmes com temas relacionados à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-30). 
Além das exibições, haverá formação de público com a realização de debates abertos a todos com elenco e equipe dos filmes, bem como ingressos a preços populares e sessões de gala para convidados e público em geral. As sessões populares com debates serão no clássico Cine Odeon - CCLSR, situado na Cinelândia. O Festival do Rio também ocupará diversos espaços da capital, além do tradicional circuito de cinemas comerciais. Os cinemas do circuito Carioca da Prefeitura e Parques Municipais receberão programação especial.
A sede do festival segue no Armazém da Utopia, no Cais do Porto do Rio de Janeiro - um espaço de cinco mil metros quadrados, onde será oferecida uma programação especial de encontros e debates para o público mediante inscrição prévia online. Lá também abrigará o RioMarket - área de mercado e negócios do Festival - reunindo centenas de profissionais do audiovisual brasileiro e internacional.
Vitrine do cinema brasileiro e um dos festivais mais importantes do país, o Festival do Rio, criado em 1999, é apresentado pelo Ministério da Cultura, Shell e Prefeitura do Rio. Tem patrocínio master da Shell através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio especial da Prefeitura do Rio – por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura. Realização: Cinema do Rio e Ministério da Cultura/Governo Federal.
Confira abaixo a lista dos filmes brasileiros em exibição este ano.
 


 
Première Brasil - Ficção
 
A Vida de Cada Um, de Murilo Salles
 
Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
 
Coração das Trevas, de Rogério Nunes
 
Cyclone, de Flavia Castro
 
Dolores, de Maria Clara Escobar e Marcelo Gomes
 
Love Kills, de Luiza Shelling Tubaldini
 
Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães
 
Ruas da Glória, de Felipe Sholl
 
Quase Deserto, de José Eduardo Belmonte
 
Virtuosas, de Cíntia Domit Bittar
 
#SalveRosa, de Susanna Lira
 
 
 
Première Brasil - Documentário
 
Amuleto, de Igor Barradas e Heraldo HB
 
Apolo, de Tainá Müller e Isis Broken
 
Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
 
Honestino, de Aurélio Michiles
 
Massa Funkeira, de Ana Rieper
 
Meu Coração Neste Pedacinho Aqui - Dona Onete, de Mini Kerti
 
 
 
Première Brasil Novos Rumos
 
Cartas Para…, de Vânia Lima
 
Criadas, de Carol Rodrigues
 
Espelho Cigano, de João Borges
 
Eu Não Te Ouço, de Caco Ciocler
 
Herança de Narcisa, de Clarissa Appelt e Daniel Dias
 
Nada a Fazer, de Leandra Leal
 
Timidez, de Susan Kalik e Thiago Gomes Rosa
 
Uma em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert
 
Uma Baleia Pode Ser Destroçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança
 
 
 
Première Brasil Hors Concours
 
A Conspiração Condor, de André Sturm
 
Anos 90: a Explosão do Pagode, de Emílio Domingos e Rafael Boucinha
 
As Vitrines, de Flavia Castro
 
(Des)controle, de Rosane Svartman
 
O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho
 
O Homem de Ouro, de Mauro Lima
 
Para Vigo me Voy, de Karen Harley e Lírio Ferreira
 
Perrengue Fashion, de Flávia Lacerda
 
Perto do Sol é Mais Claro, de Régis Faria
 
Por Nossa Causa, de Sergio Rezende
 
Querido Mundo, de Miguel Falabella e Hsu Chien
 
Sexa, de Gloria Pires
 
90 Decibéis, de Fellipe Barbosa
 




 
Première Brasil Retratos
 
Ary, de André Weller
 
As Dores do mundo: Hyldon, de Emílio Domingos e Felipe David Rodrigues
 
Fernanda Abreu - Da Lata, 30 anos, o documentário, de Paulo Severo
 
Fôlego – Até Depois do Fim, de Candé Salles
 
Gláucio Gill – Um Teatro em Construção, de Lea Van Steen e Rafael Cardoso
 
Meu Tempo É Agora, de Sandra Werneck
 
Milton Gonçalves, Além do Espetáculo, de Luís Antônio Pillar
 
Não Sei Viver Sem Palavras, de André Brandão
 
Ninguém Pode Provar Nada: a Inacreditável História de Ezequiel Neves, de Rodrigo Pinto
 
O Brasil Que Não Houve - As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas, de Renato Terra e Arnaldo Branco
 
Rei da Noite, de Cassu, Lucas Weglinski e Pedro Dumans
 
Vou Tirar Você Desse Lugar, de Dandara Ferreira
 
 
 
Première Brasil O Estado das Coisas
 
Cadernos Negros, de Joel Zito Araújo
 
Com Causa, de Belisário Franca
 
Do Outro Lado do Pavilhão, de Emilia Silveira
 
Invencíveis, de Vitor Leite e Clarice Saliby
 
Itacoatiaras, de Sergio Andrade e Patrícia Gouvêa
 
Minha Terra Estrangeira, de João Moreira Salles, Louise Botkay e Coletivo Lakapoy
 
Na Onda da Maré, de Lucia Murat
 
O Pai e o Pajé, de Felipe Tomazelli, Luis Villaça e Iwarete Kaiabi
 
Pau d'Arco, de Ana Aranha
 
Reconhecidos, de Fernanda Amim e Micael Hocherman
 
Rua do Pescador nº.6, de Bárbara Paz
 
 
 
Première Brasil Midnight Movies
 
A Própria Carne, de Ian SBF
 
Copacabana, 4 de Maio, de Allan Ribeiro
 
Futuro Futuro, de Davi Pretto
 
Nosferatu, de Cristiano Burlan
 
Quarto do Pânico, de Gabriela Amaral Almeida
 
 
 
Première Brasil Clássicos
 
A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla
 
Gêmeas, de Andrucha Waddington
 
Hermeto Campeão, de Thomas Farkas
 
Nossa Escola de Samba, de Manuel Horácio Gimenez
 
 
 
Première Brasil Geração
 
Aventuras de Makunáima - Histórias Encantadas da Amazônia, de Chico Faganello
 
Criaturas – Uma Aventura entre Dois Mundos, de Juarez Precioso
 
Papaya, de Priscilla Kellen
 
Quatro Meninas, de Karen Suzane
 
Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul, de Alê Camargo e Jordan Nugem
 
Trago seu amor, de Claudia Castro
 
 
 
Première Brasil - Séries
 
Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, de Andrucha Waddington
 
Ayô, de Yasmin Thayná 
 
De Menor, de Caru Alves de Souza
 
Tremembé, de Vera Egito
 
 
 
Coproduções Brasileiras
 
La Quinta, de Silvina Schnicer (Argentina, Brasil, Chile, Espanha)
 
O Riso e a Faca, de Pedro Pinho (Portugal, Brasil, França, Romênia)
 
The Black Snake, de Aurélien Vernhes-Lermusiaux (França, Colômbia, Brasil)
 
 
 
Première Brasil - Curtas
 
Alice, de Gabriel Novis
 
DIU, de Camila Schincaglia
 
Final 99, de Frederico Ruas
 
Habitar o Tempo, de Cristiana Grumbach
 
Jacaré, de Victor Quintanilha
 
Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
 
Meu Amigo Satanás, de Aristeu Araújo e Carlos Segundo
 
Miranha, de Zahy Tentehar e Luis Bolognesi
 
O Faz-Tudo, de Fabio Leal
 
Os Quatro Exílios de Herbert Daniel, de Daniel Favaretto
 
Peixe Morto, de João Fontenele
 
Quando Eu For Grande?, de Mano Cappu
 
Replika, de Piratá Waurá e Heloisa Passos
 
Safo, de Rosana Urbes
 
Sebastiana, de Pedro de Alencar
 
 
 
Première Brasil Novos Rumos - Curtas
 
Brasa, de Diane Maia
 
João-de-Barro, de Daniel Jaber e Lu Damasceno
 
Klaustrofobia, de João Londres
 
Os Arcos Dourados de Olinda, de Douglas Henrique
 
Ponto Cego, de Luciana Vieira e Marcel Beltrán
 
Presépio, de Felipe Bibian
 
Sandra, de Camila Márdila
 
Sobre Ruínas, de Carol Benjamin
 
 
 
Première Brasil O Estado das Coisas - Curtas
 
A Tragédia da Lobo Guará, de Kimberly Palermo
 
Entre nós, vive o rio, de Day Rodrigues
 
Réquiem para Moïse, de Susanna Lira e Caio Barretto Briso
 
São as Regras, de Flávia Vieira
 
Tia Morgana, de Athena Sofia
 
Vípuxovuko - Aldeia, de Dannon Lacerda
 
 
 
Première Brasil Panorama Carioca de Curtas
 
Crônicas Marginais, de Marcos Braz da Cruz Eleoterio
 
Memória das Águas, de Catu Rizo
 
O Menino e as Borboletas Zumbis, de Pê Moreira e Thomas Argos
 
Teia, de Claudia Castro
 
 
 
Première Brasil Hors Concours - Curtas
 
Coração Bandeja, de Jonas Araújo
 
Memórias com Vista pro Mar, de Marton Olympio
 
Samba Infinito, de Leonardo Martinelli
 
Transferências, de Gabriel Edel
 
 
 
Première Brasil Retratos - Curtas
 
Eunice Gutman Tem Histórias, de Lucas Vasconcelos
 
Marina Colasanti, Entre a Sístole e a Diástole, de Alessandra Colasanti
 
Sem a Mida Não Dá, de Pedro Carvana e Raoni Seixas
 
Temporada França-Brasil 2025
 
O Festival do Rio participará da Temporada França-Brasil 2025, iniciativa que celebra os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Na oportunidade, o festival apresentará programas especiais que abrangem encontro de profissionais, retrospectiva de filmes de três diretoras francesas (Sophie Letourneur, Blandine Lenoir e Romane Bohringer), com debate em seguida, em parceria com a Cinemateca Brasileira e o Forum des Images; uma retrospectiva do cinema de Alberto Cavalcanti, cineasta brasileiro que fez filmes e projetos audiovisuais na França – projeto novamente em parceria com a Cinemateca, com destaque para a exibição da cópia restaurada de ‘Mulher de verdade’ (1954); e um programa de formação para estudantes e comunidade, em colaboração com a Universidade Federal Fluminense (UFF). A Temporada França-Brasil é organizada pelo Institut Français e pelo Instituto Guimarães Rosa, com o apoio das embaixadas e dos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores de ambos os países.
 
Mais sobre o festival
 
Neste ano o filme internacional de abertura será ‘Depois da caçada’ (2025), de Luca Guadagnino, um drama de suspense com Andrew Garfield e Julia Roberts. Em breve a programação com os filmes internacionais será divulgada no site do festival, em https://www.festivaldorio.com.br/, e nas redes sociais do evento, como Instagram, X/Twitter, TikTok, Facebook e Youtube.

 

Especial de cinema

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