quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Especial de Cinema


Os bons filmes da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Parte 2

A 47ª Mostra Intl. de Cinema de SP começou no dia 19/10 e segue até dia 01/11, com sessões presenciais em diversas salas de cinema da capital e também em três plataformas online (com sessões gratuitas), que são o Sesc Digital (https://sesc.digital/home), Itaú Cultural Play (https://assista.itauculturalplay.com.br/Home) e SPCine Play (https://www.spcineplay.com.br), com limite de views. Confira drops com rápidos comentários dos bons filmes desse ano da Mostra, que conferi nos últimos dias. 

 

Névoa prateada (Holanda e Reino Unido, 2023, de Sacha Polak)

 

Coprodução Holanda e Reino Unido, esse contundente e dramático filme independente conta a história de uma jovem enfermeira que busca se vingar dos culpados pelo acidente que deixou seu corpo com graves queimaduras. Enquanto revê o passado, apaixona-se por uma paciente do hospital onde trabalha, e juntas fogem para uma cidadezinha do litoral. A ótima atriz Vicky Knight, que de verdade teve 40% do corpo queimado por causa de um incidente, ganhou o prêmio de júri no Teddy, em Berlim, e lá o filme concorreu ao Panorama. A diretora iniciante Sacha Polak conduz o elenco de maneira formidável e dá uma aula na condução da história e na fotografia. Exibição presencial ainda nos dias 26 e 30/10.

 


 

Sonhando e morrendo (Singapura/Indonésia, 2022, de Nelson Yeo)

 

Nesse curtinho filme de Singapura, três velhos amigos, hoje de meia-idade, reencontram-se depois de muitos anos. Discutem o passado e expõe sentimentos profundamente guardados. Simples nos diálogos e nas técnicas de filmagem, é um drama com humor leve e momentos mágicos, como a conversa com o peixe, que trata de amizade e reencontros da vida. Há apenas três pessoas em cena – dois atores e uma atriz, todos bem dirigidos. Exibido no Festival de Locarno. Exibição presencial ainda nos dias 26 e 28/10.

 

 

The Royal hotel (Austrália/Reino Unido, 2023, de Kitty Green)

 

Julia Garner, da série Ozark, é o grande chamariz desse filme independente vendido como drama de suspense, que tem um bom desenrolar e momentos tensos. Ela é uma jovem mochileira que vai com uma amiga para a Austrália. Quando o dinheiro acaba, vão trabalhar temporariamente num pub sem muitos atrativos, frequentado por homens misóginos e beberrões em busca de farra e briga. Quem toma conta do local é o personagem interpretado por Hugo Weaving. Até que as duas passam a ser ameaçadas e sofrem abusos psicológicos. Misturando drama, humor sarcástico com muitas tiradas e suspense com direito a cenas de violência, é um dos destaques da Mostra de 2023. Exibido nos festivais de Londres e Toronto. Exibição presencial ainda no dia 27/10.

 


 

Atrás das montanhas (Tunísia/Bélgica/França/Itália/Arábia Saudita/Catar, 2023, de Mohamed Ben Attia)

 

Vários filmes do diretor tunisiano Mohamed Ben Attia já passaram em edições da Mostra, como ‘A amante’ (2016) e ‘Meu querido filho’ (2018), e na programação de 2023 trouxeram um de seus melhores filmes, ‘Atrás das montanhas’, que passou na seção Horizons do Festival de Veneza. O ator Majd Mastoura, que costuma trabalhar com Attia, interpreta um ex-presidiário que sequestra o filho e o leva para as montanhas. O objetivo é mostrar para o menino que ele sabe voar. Há algo mágico no cinema de Attia, e mais uma vez, e com mais emoção e ternura, ele constrói suas histórias inspiradoras. Assim como em ‘Meu querido filho’, o foco é na relação de pai e filho. Exibição presencial ainda nos dias 27 e 31/10 e 01/11.

 

 

O castelo (Argentina/França, 2023, de Martín Benchimol)

 

Gostei demais do filme, um genuíno docudrama argentino rodado nos pampas, todo dentro de um pequeno castelo. Lá vive uma mulher e sua filha. A mulher era governanta do local, e depois da morte do patrão, herdou o castelo e as terras no entorno. E o filme acompanha o dia a dia dessas duas mulheres, e de como se constrói a relação entre elas. As personagens são cativantes, mesmo com seus gênios fortes. Passou na seção Panorama do Festival de Berlim e ganhou prêmio especial no Festival de San Sebastian. Exibição presencial ainda nos dias 27, 29 e 31/10.

 


Ousamos sonhar (Reino Unido, 2023, de Waad al-Kateab)

 

Documentário emocionante da diretora e produtora síria Waad al-Kateab, indicada ao Oscar pelo belíssimo doc ‘For Sama’ (2020). Ela resgata a história de atletas refugiados do Irã, da Síria, do Sudão do Sul e de Camarões, e mostra as dificuldades deles e delas para seguir no esporte, um mundo competitivo e de chances limitadas. Há entrevistas brilhantes, bonitas histórias pessoais dos atletas e cenas de preparação deles para as Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando o filme começou a ser gravado. Exibido no Festival de Tribeca, pode ser assistido gratuitamente na plataforma Sesc Digital. Terá mais uma sessão presencial na Mostra, no dia 26/10.



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