Os bons filmes da 47ª
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
A 47ª Mostra Intl. de
Cinema de SP começou no dia 19/10 e segue até dia 01/11, com sessões
presenciais em diversas salas de cinema da capital e também em três plataformas
online (com sessões gratuitas), que são o Sesc Digital (https://sesc.digital/home), Itaú Cultural
Play (https://assista.itauculturalplay.com.br/Home)
e SPCine Play (https://www.spcineplay.com.br), com limite de views. Confira
drops com rápidos comentários dos bons filmes desse ano da Mostra que conferi
nos últimos dias.
Robot Dreams (Espanha/França, 2023, de Pablo Berger)
Robot Dreams (Espanha/França, 2023, de Pablo Berger)
Exibido em Cannes e
ganhador de prêmio especial no festival de Annecy, a graciosa animação para
jovens e adultos vem de uma adaptação para as telas da popular graphic novel de
Sara Varon. Um cão que mora sozinho num apartamento na Nova York dos anos 80 adquire
um robô para acabar com sua solidão. Entre aventuras e desventuras, os dois se
tornarão grandes amigos, até que um fatídico dia na praia poderá colocar um fim
na relação dos dois. Sem diálogos, com muitos momentos cômicos e referências ao
mundo do cinema, é do diretor de ‘Branca de neve’. Deve estrear em breve no
Brasil, com distribuição da Imovision. Exibição presencial ainda nos dias 25,
28 e 29/10.
Bom dia à linguagem (Irã/Reino Unido, 2022, de Mania
Akbari)
Filme-testamento do diretor e roteirista francês Paul Vecchiali, falecido em janeiro aos 92 anos. Nesse trabalho independente e teatral, ele também atua. São dois personagens em cena apenas. Vecchiali é um idoso doente que recebe a visita inesperada do filho que não vê há algum tempo. Durante um dia inteiro, irão recordar de momentos familiares, bem como sobre a situação crítica que os afastou. Com poucos cenários – todos dentro e fora de uma casa e seus jardins, o filme é um longo diálogo de pai e filho separados pelo tempo, que tentam pela última vez se reconectar. A câmera fica estacionada o tempo todo frente aos atores, em planos bem enquadrados. Pascal Cervo atua corretamente no papel do filho, e ajudou Vecchiali no roteiro. Passou no Festival de Locarno. Exibição presencial ainda nos dias 25, 27 e 30/10.
Como você se atreve a desejar algo tão terrível (Irã/Reino Unido, 2022, de Mania Akbari)
A cineasta iraniana Mania Akbari realizou um filme experimental crítico, que se utiliza da metalinguagem cinematográfica para fazer uma investigação antropológica e um estudo sobre a mulher no Irã. Ela reuniu trechos de filmes em PB e coloridos feitos em seu país até a Revolução Iraniana, no final dos anos 70, com foco na mulher reprimida e sexualizada na tela. Com isso em mãos, reflete como os cineastas homens reproduziram essas imagens por décadas a fio. É uma sucessão de sequências desses filmes com breves narrações da própria diretora. Gostei muito e recomendo. Exibição presencial ainda no dia 27/10.
Pedágio (Brasil, 2023, de Carolina Markowicz)
Um dos melhores filmes da Mostra desse ano, com Maeve Jinkings num papel soberbo, além da ótima e premiada interpretação do jovem ator Kadu Alvarenga. Maeve interpreta uma mãe divorciada que trabalha como cobradora num posto de pedágio. Ela tem um filho gay que gosta de cantar e dançar e fazer vídeos para a internet. Ela tem dificuldade em aceitar o filho homossexual e, orientada por uma colega de trabalho, tenta levá-lo a um centro de cura gay mantido por um pastor português. Fotografia esplêndida com cores vibrantes, direção caprichada de Carolina Markowicz, que havia trabalhado com Maeve em ‘Carvão’, e um roteiro duro e sério colocam o longa na lista dos melhores filmes brasileiros do ano. Exibido nos festivais de Toronto e San Sebastian. Houve duas exibições na Mostra, nos dias 20 e 24/10. Estreia em breve nos cinemas pela Paris Filmes.
Filme-testamento do diretor e roteirista francês Paul Vecchiali, falecido em janeiro aos 92 anos. Nesse trabalho independente e teatral, ele também atua. São dois personagens em cena apenas. Vecchiali é um idoso doente que recebe a visita inesperada do filho que não vê há algum tempo. Durante um dia inteiro, irão recordar de momentos familiares, bem como sobre a situação crítica que os afastou. Com poucos cenários – todos dentro e fora de uma casa e seus jardins, o filme é um longo diálogo de pai e filho separados pelo tempo, que tentam pela última vez se reconectar. A câmera fica estacionada o tempo todo frente aos atores, em planos bem enquadrados. Pascal Cervo atua corretamente no papel do filho, e ajudou Vecchiali no roteiro. Passou no Festival de Locarno. Exibição presencial ainda nos dias 25, 27 e 30/10.
Como você se atreve a desejar algo tão terrível (Irã/Reino Unido, 2022, de Mania Akbari)
A cineasta iraniana Mania Akbari realizou um filme experimental crítico, que se utiliza da metalinguagem cinematográfica para fazer uma investigação antropológica e um estudo sobre a mulher no Irã. Ela reuniu trechos de filmes em PB e coloridos feitos em seu país até a Revolução Iraniana, no final dos anos 70, com foco na mulher reprimida e sexualizada na tela. Com isso em mãos, reflete como os cineastas homens reproduziram essas imagens por décadas a fio. É uma sucessão de sequências desses filmes com breves narrações da própria diretora. Gostei muito e recomendo. Exibição presencial ainda no dia 27/10.
Pedágio (Brasil, 2023, de Carolina Markowicz)
Um dos melhores filmes da Mostra desse ano, com Maeve Jinkings num papel soberbo, além da ótima e premiada interpretação do jovem ator Kadu Alvarenga. Maeve interpreta uma mãe divorciada que trabalha como cobradora num posto de pedágio. Ela tem um filho gay que gosta de cantar e dançar e fazer vídeos para a internet. Ela tem dificuldade em aceitar o filho homossexual e, orientada por uma colega de trabalho, tenta levá-lo a um centro de cura gay mantido por um pastor português. Fotografia esplêndida com cores vibrantes, direção caprichada de Carolina Markowicz, que havia trabalhado com Maeve em ‘Carvão’, e um roteiro duro e sério colocam o longa na lista dos melhores filmes brasileiros do ano. Exibido nos festivais de Toronto e San Sebastian. Houve duas exibições na Mostra, nos dias 20 e 24/10. Estreia em breve nos cinemas pela Paris Filmes.
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