Os melhores filmes da
45ª Mostra Intl. de Cinema de SP: Parte 02
A 45ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo termina na próxima quarta-feira, dia 03 de
novembro. Nesse ano ela encontra-se em formato híbrido (com sessões presenciais
em cinemas de São Paulo e sessões online pela plataforma MostraPlay). São 264 filmes
de mais de 70 países, e parte deles você pode conferir online, em https://mostraplay.mostra.org.
Os ingressos podem ser adquiridos lá (individuais, pacotes ou credenciais), a
valores promocionais (inteira e meia entrada), e também há exibições gratuitas
nas plataformas do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br) e do Sesc Digital (https://sesc.digital).
Toda a programação está
no site oficial, em https://mostra.org. Confira abaixo mais uma seleção feita
por mim com drops dos melhores filmes da 45ª Mostra Intl. de Cinema de SP- e
dessa vez de filmes que estão online na plataforma Mostraplay, para você
assistir em casa!
O garoto mais bonito
do mundo (Suécia,
2021, de Kristina Lindström e Kristian Petri)
Documentário brilhante
que a 45ª Mostra SP traz ao público com exclusividade. Exibido no Festival de
Sundance, fala da trajetória do ator sueco Björn Andrésen, um dos meninos mais
bonitos do cinema europeu dos anos 70, quando foi lançado em “Morte em Veneza”
(na pele de Tadzio). O ator, hoje aos 66 anos, relembra a trajetória, histórias
pessoais de paixões e casamentos, a relação distanciada com a filha, o sucesso na
Sétima Arte e uma tragédia que o abalou para sempre.
Sr. Bachmann e seus
alunos (Alemanha,
2021, de Maria Speth)
De extensa duração (3h37),
o documentário alemão vencedor dos prêmios do Júri e do Público no Festival de
Berlim acompanha as aulas diferenciais de um professor do Ensino Fundamental que
fazia seus alunos pensar o seu entorno e a colocar a mão na massa. No entanto,
seu método conflita com a realidade social e cultural dos adolescentes, que moram
numa pequena cidade operária próxima a Frankfurt. É uma análise complexa do
sistema de ensino, recomendado a educadores e sociólogos.
Luz natural (Hungria/Letônia/França/Alemanha,
2021, de Dénes Nagy)
Vencedor do prêmio de
direção (Urso de Prata) no Festival de Berlim, o drama de guerra húngaro fala
de um soldado na URSS ocupada durante a Segunda Guerra, que tem de assumir o
comando do grupo quando o seu líder morre. Uma série de incidentes colocará a
vida dele e do regimento em risco. Com uma fotografia arrebatadora e uma
direção de mão firme, é uma pequena joia do cinema da Hungria.
O leopardo das neves (França, 2021, de Marie Amiguet)
Exibido no Festival de
Cannes onde concorreu ao prêmio Golden Eye, esse documentário, difícil de ser
realizado, acompanha dois exploradores nas montanhas do Tibete para registrar
imagens do raríssimo leopardo-das-neves, que vive recluso num santuário
selvagem. Imagens brilhantes e uma proeza de filme!
Na prisão Evin (Irã, 2021, de Mohammed Torab-Beig e
Mehdi Torab-Beig)
Drama iraniano sobre uma
garota transgênero que tem o sonho de fazer a cirurgia de redesignação de sexo,
e ao se mudar para Teerã, fica a um passo de conquistá-lo. Um homem rico se
aproxima dela para auxiliar no procedimento, porém impõe uma cruel condição. Um
drama contundente, de um tema seríssimo, feito em um país que ainda sofre dura
censura na arte. Por isso, uma obra corajosa e de extremo vigor.
Quem fomos (Alemanha, 2021, de Marc Bauder)
Documentário alemão
exibido no Festival de Berlim que reflete os avanços das pesquisas científicas
e traz luz para as possibilidades do futuro para a humanidade. Seis cientistas
exploram diversos lugares do planeta (como as profundezas do oceano, o mais
alto do espaço aéreo e o pico das montanhas) para amarrar ideias sobre mente
humana, capacidade do homem de exploração, a alta tecnologia, a inteligência
artificial e a economia mundial.
A noite do fogo (México/Brasil/Argentina/Alemanha
2021, de Tatiana Huezo)
Para mim o melhor filme
da Mostra desse ano. O drama mexicano, coproduzido no Brasil e na Alemanha,
recebeu menção especial em Cannes (na seção ‘Um certo olhar’), e trata de uma
comunidade isolada nas montanhas do México marcada pela violência dos cartéis
de drogas. As mulheres adultas escondem as filhas em esconderijos para evitar
sequestros e estupros, e muitas dessas famílias são forçadas a trabalhar nas
plantações de papoula para a produção de cocaína. Nesse meio violento, uma
menina e duas amigas tentam compreender o mundo onde estão e enfrentam, ao
longo dos anos, as imposições dos cartéis e o inevitável rumo de suas vidas. É
da Netflix, e em breve estreia lá! Não deixem de conferir - é o representante do
México para uma vaga no Oscar de filmes estrangeiro de 2022.
Jane por Charlotte (França, 2021, de Charlotte
Gainsbourg)
Indicado ao Golden Eye
em Cannes, o discreto documentário dirigido pela atriz Charlotte Gainsbourg expõe
a relação dela com a mãe, a atriz, modelo e cantora Jane Birkin, que fez muito
sucesso nos anos 70. Em conversas íntimas sobre o passado, o filme acompanha os
laços rompidos de mãe e filha e agora em reconstrução. Duas grandes
personalidades em cena e sem medo de se falar seus sentimentos.
Truman &
Tennessee: Uma conversa pessoal
(EUA, 2021, de Lisa Immordino Vreeland)
Documentário que resgata
afiadas entrevistas de dois dos maiores escritores da literatura americana do
século passado, Truman Capote e Tennessee Williams, em que falam sobre amor,
homossexualidade, processo criativo, recepção de suas obras etc. Um filme bem
arquitetado, preciso e curioso, com vozes dos atores Jim Parsons e Zachary
Quinto.
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